Foto Ricardo Stuckert
Lula, gênio da raça
por Paulo Metri*
O Brasil, pela sua Constituição, é uma República, apesar do topo da pirâmide se considerar como membros da realeza.
O sistema de governo brasileiro, segundo a mesma Constituição, é presidencialista, por duas vezes ratificado pela sociedade através de plebiscitos, para desespero de congressistas que gostariam de deter o poder do país indefinidamente.
No presidencialismo, para o bem ou para o mal, muito poder é colocado nas mãos do presidente da República.
Na maioria dos modelos de parlamentarismo, o presidente passa a ser uma figura meramente decorativa, sem poder.
Eleições para presidente com este parlamentarismo se trata de mais uma tentativa de ludibriar a sociedade, desta vez com “eleições para mudar o presidente, que nada irá mudar”.
Dentro de um quadro hostil para candidatos compromissados com a sociedade, Lula foi eleito pela primeira vez presidente do Brasil em 2002.
Conseguiu um feito inacreditável uma vez que a sociedade brasileira não ficou politizada do dia para a noite.
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Principalmente a Globo, mas também os demais canais de TV, a Veja, a IstoÉ, o jornal Globo, o Estadão, a Folha, enfim, toda a mídia convencional brasileira continuava influenciando enormemente a nossa sociedade a favor dos interesses dos donos do capital, inclusive o internacional.
Ao abandonar o discurso raivoso de campanhas anteriores e usando a sua extraordinária capacidade de comunicação, Lula começou a atingir níveis de aprovação da sociedade preocupantes para o capital que, à época, carecia de alguma “solução brilhante”, como tinha sido Collor em 1989.
Mas o capital com sua poderosa mídia, insatisfeito, podia fazer alguma diabrura contra a sua candidatura.
Nesta altura, Lula fez um pacto com o diabo, imagino eu, se comprometendo a, se eleito, não mexer em alguns dos domínios do capital, como a mídia e os rendimentos dos “rentistas”.
Ainda na minha compreensão, recebeu em troca a garantia que poderia tomar medidas nas áreas da educação, saúde e outras de grande impacto social sem receber oposição radical.
Este pacto teria sido selado pela enigmática “Carta ao povo brasileiro”.
Certamente, esse pacto, se existiu, facilitou muito a sua eleição.
Intermináveis discussões ocorrem, neste ponto, quando os adeptos da “ética de princípios” e os da “ética de resultados” se colocam.
Os oito anos do governo Lula não compuseram o melhor governo que a população brasileira poderia receber, mas formaram um governo infinitamente melhor que todos os recentes que o país teve.
Estou retirando os governos Vargas e Goulart da comparação, pois eram diferentes mundos, então.
Não vou perder dígitos preciosos para listar os benefícios sociais que Lula trouxe para o povo brasileiro, pois não quero alongar este artigo.
Também, as pessoas, que ainda hoje não reconhecem os benefícios do governo Lula, são aquelas que têm interesses inconfessáveis e é perda de tempo argumentar logicamente com elas.
Por outro lado, infelizmente, todos nós iremos morrer de forma inexorável.
No entanto, dependendo de vários fatores, a estadia de cada um na Terra pode ter durações e graus de felicidade variados.
Lula e alguns outros presidentes do Brasil prolongaram a estadia de brasileiros na face da Terra com razoável grau de felicidade.
Estes presidentes aumentaram a longevidade e a qualidade de vida, basicamente, dos mais carentes.
Isto acontece porque programas de inclusão social fazem a população se alimentar melhor, ter um atendimento de saúde melhor etc.
Em compensação, outros presidentes, à medida que retiram conquistas sociais já ocorridas, que significaram no passado o prolongamento e a melhoria da vida, são “encurtadores” da vida de brasileiros e “destruidores” da sua qualidade.
Não tenho dúvida que Temer, dentre as várias desqualificações que possui, é um dos presidentes “encurtadores e destruidores” da vida dos brasileiros.
Ele comete estes crimes à medida que, por exemplo, dificulta o acesso da população à saúde, dificulta a obtenção da aposentadoria, diminui o salário médio dos trabalhadores e aumenta a taxa de desemprego, resultando em carência alimentar da população.
Outra área de atuação brilhante de Lula foi a da política externa, graças também aos conselhos de Marco Aurélio Garcia e Celso Amorim.
Com grande discernimento, entendeu rapidamente que era preciso agir de forma soberana para poder beneficiar a sociedade brasileira.
Enfim, Lula é um gênio da raça porque, com toda a conspiração midiática e de grupos do capital, conseguiu ser um presidente “prolongador” da vida dos brasileiros e autor da melhoria da qualidade de vida deste povo.
*Conselheiro do Clube de Engenharia e do CREA-RJ
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Comentários
Julio Silveira
Sem ser petista fui Lula desde o primeiro momento, e serei novamente se preciso for, para que tenhamos alguma chance de resgate de alguma coisa boa vinda de um governo democratico. Mas tive e tenho muitas objeções a sua conduta, antes e agora, por que vejo nas sua postura, muitas das causas para o estado de coisas que estamos vivendo. Bom governante o Lula foi, mas também um omisso, um conservador, dos pessimos habitos culturais que assolavam e assolam o país. Um homem que abdicou do seu poder transformador, para ser enquadrado e aceitar trabalhar como um bom quimico, usando a merda, contaminada e contaminante como ferramenta de se trabalho. Abdicou de seu papel de transformador cultural para se submeter a até agora unica verdade, imposta, de que esse país não tem jeito e que a culpa é do povo. O povo fez do Lula um presidente popular por que foi bom para ele. Mas o Lula esteve longe de ser um estadista, por que miope. Por que para ser estadista deve antes defender o estado, em ações de melhoramentos culturais que trangam beneficios a longo prazo ao povo e em consequencia ao estado. Não apenas de curto prazo como fazer o povo provisoriamente tirar a barriga da miséria, e deixar produtivos os cabalhas corruptos que fazem a miseria do povo, que se recolhem estrategicamente para mimetisarem entre os populares, para ressurgirem em golpes nas primeiras oportunidades.
Eder Oliveira
O LULÔMETRO ESTÁ DE VOLTA
Bernardo Mello Franco – Jornalista, assina a coluna Brasília da Folha.
Uma vitória de Lula pode derrubar a Bolsa e levar o dólar a R$ 4. A estimativa FOI DIVULGADA PELA CORRETORA XP, que disse ter ouvido 211 investidores. É a volta do terrorismo de mercado, que sempre tenta ditar o resultado das eleições.
Em 1989, o presidente da Fiesp anunciou que 800 mil empresários deixariam o país se Lula fosse eleito. A frase facilitou a vitória de Fernando Collor, que confiscou a poupança e deixou a economia em frangalhos.
Em 2002, o Goldman Sachs lançou o “lulômetro” e projetou um câmbio nas alturas. O megainvestidor George Soros disse que o Brasil teria que escolher entre o tucano José Serra e o caos. O petista assumiu com o dólar a R$ 3,52 e voltou para São Bernardo com a cotação a R$ 1,66.
O novo estudo da XP sugere que a vitória de Lula em 2018 faria a Bolsa despencar para 55 mil pontos. A moeda americana poderia bater os R$ 4,10. O cenário muda da água para o Romanée-Conti em caso de vitória de Geraldo Alckmin ou Luciano Huck. O mercado fica ainda mais eufórico com a hipótese João Doria. O prefeito murchou nas pesquisas, mas ainda é o queridinho da Faria Lima.
Há muitas formas de se fazer terrorismo eleitoral.
No terrorismo de mercado, o truque é substituir a opinião de milhões de eleitores pelo desejo de um punhado de financistas. É um jogo em que a banca sempre vence. Mesmo que caia no ridículo, a PROFECIA AJUDARÁ ALGUNS ESPERTOS A ENRIQUECER.
Outro dado divulgado na sexta-feira mostra como o MERCADO COSTUMA CONFUNDIR ANÁLISE COM TORCIDA. PARA 46%, ALCKMIN SERÁ O ELEITO. PODE SER QUE ISSO ACONTEÇA, MAS HOJE O TUCANO TEM APENAS 8% DAS INTENÇÕES DE VOTO. SE OS INVESTIDORES OUVIDOS PELA XP ACREDITASSEM NO QUE DIZEM, NÃO SE ESFORÇARIAM TANTO PARA LANÇAR DORIA E HUCK NO CALDEIRÃO DE 2018.
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