Quem aguardava um voto bombástico de Toffoli foi colhido de surpresa. Vimos um ministro light, tratando com urbanidade seus pares. Nada das diatribes de Jobim que, citando Nelson Rodrigues, fustigava – Os idiotas perderam a modéstia! Tofolli é um rapaz de bons modos, talhado para o sistema. Manifestou seu interesse em que o STF criasse normas de conduta para evitar a gestão fraudulenta, ou temerária, de bancos. Executivos dessas instituições estariam interessados em aprender essas normas para melhor gerirem seus negócios. Abre-se a possibilidade de educar o sistema bancário, evitando as falcatruas que fizeram balangar até a maior economia do mundo. Quem disse que não é possível reeducar o sistema financeiro? A atitude de Toffoli, tido como lulista de carteirinha infiltrado no STF, mostra que nem tudo está perdido. Vamos disciplinar Edemares (banco Santos) e Cacciolas. Como diria Petrarca: “O valor tomará armas contra o furor/E que seja curto o combate!/Pois a coragem antiga ainda não morreu/No coração dos brasileiros”.
Bonifa
Neste julgamento tudo é possível. Há até mesmo uma boa chance de que o feitiço se vire contra os feiticeiros. A regulamentação severa do setor financeiro foi admitida como princípio pacífico. O sistema financeiro não dispõe de bens próprios seus, mas sim, administra bens do povo, bens do público, por isso precisa de normas rigorosas das quais não se pode afastar, foi o que saiu da boca do Ayres Britto. Tomado como princípio geral, isso inviabilizaria a desregulamentação neoliberal e dissolveria todo Wall Street e seus seguidores europeus, que dispuseram criminosamente dos bens alheios e lançaram o mundo capitalista nesta crise terminal.
Marcelo de Matos
Em seu voto a ministra Carmen Lúcia deixou uma pergunta no ar – Por que estamos aqui a julgar uma instituição financeira? Como ela própria não respondeu, na minha ignorância jurídico-financeira vou tentar suprir a lacuna. Não é comum no Brasil (ou até nos States, se preferirem) instituições financeiras irem parar na barra dos tribunais. Por que o modesto Banco Rural foi aquinhoado com essa honraria? Pela singela razão de que fez um empréstimo a Marcos Valério (até aí, normal) que o transferiu ao PT. Ah! O que é a tal gestão fraudulenta, ou temerária, de instituição financeira? Isso não costuma ser analisado “de forma vertical”, como diz o ministro Fux. A verticalidade da análise só ocorre se a instituição tiver alguma relação com o PT. Recentemente alguns bancos quebraram: o Panamericano e o Votorantim tinham um rombo de 4,3 bilhões de reais. Os administradores do Panamericano estão sendo julgados pela Justiça comum, enquanto o Votorantim, simplesmente, está sendo acudido pelo BB. E o Cruzeiro do Sul? Bem, deixem para lá.
Bonifa
Para alguns, o ridículo aparece escancarado. Para outros, entretanto, a pompa encobre o ridículo com uma douta e judiciosa fumaceira.
Comentários
Marcelo de Matos
Quem aguardava um voto bombástico de Toffoli foi colhido de surpresa. Vimos um ministro light, tratando com urbanidade seus pares. Nada das diatribes de Jobim que, citando Nelson Rodrigues, fustigava – Os idiotas perderam a modéstia! Tofolli é um rapaz de bons modos, talhado para o sistema. Manifestou seu interesse em que o STF criasse normas de conduta para evitar a gestão fraudulenta, ou temerária, de bancos. Executivos dessas instituições estariam interessados em aprender essas normas para melhor gerirem seus negócios. Abre-se a possibilidade de educar o sistema bancário, evitando as falcatruas que fizeram balangar até a maior economia do mundo. Quem disse que não é possível reeducar o sistema financeiro? A atitude de Toffoli, tido como lulista de carteirinha infiltrado no STF, mostra que nem tudo está perdido. Vamos disciplinar Edemares (banco Santos) e Cacciolas. Como diria Petrarca: “O valor tomará armas contra o furor/E que seja curto o combate!/Pois a coragem antiga ainda não morreu/No coração dos brasileiros”.
Bonifa
Neste julgamento tudo é possível. Há até mesmo uma boa chance de que o feitiço se vire contra os feiticeiros. A regulamentação severa do setor financeiro foi admitida como princípio pacífico. O sistema financeiro não dispõe de bens próprios seus, mas sim, administra bens do povo, bens do público, por isso precisa de normas rigorosas das quais não se pode afastar, foi o que saiu da boca do Ayres Britto. Tomado como princípio geral, isso inviabilizaria a desregulamentação neoliberal e dissolveria todo Wall Street e seus seguidores europeus, que dispuseram criminosamente dos bens alheios e lançaram o mundo capitalista nesta crise terminal.
Marcelo de Matos
Em seu voto a ministra Carmen Lúcia deixou uma pergunta no ar – Por que estamos aqui a julgar uma instituição financeira? Como ela própria não respondeu, na minha ignorância jurídico-financeira vou tentar suprir a lacuna. Não é comum no Brasil (ou até nos States, se preferirem) instituições financeiras irem parar na barra dos tribunais. Por que o modesto Banco Rural foi aquinhoado com essa honraria? Pela singela razão de que fez um empréstimo a Marcos Valério (até aí, normal) que o transferiu ao PT. Ah! O que é a tal gestão fraudulenta, ou temerária, de instituição financeira? Isso não costuma ser analisado “de forma vertical”, como diz o ministro Fux. A verticalidade da análise só ocorre se a instituição tiver alguma relação com o PT. Recentemente alguns bancos quebraram: o Panamericano e o Votorantim tinham um rombo de 4,3 bilhões de reais. Os administradores do Panamericano estão sendo julgados pela Justiça comum, enquanto o Votorantim, simplesmente, está sendo acudido pelo BB. E o Cruzeiro do Sul? Bem, deixem para lá.
Bonifa
Para alguns, o ridículo aparece escancarado. Para outros, entretanto, a pompa encobre o ridículo com uma douta e judiciosa fumaceira.
Deixe seu comentário