Maria Carolina Trevisan: Rejeição de Bolsonaro racha evangélicos; presidente tem 40% das intenções de voto, Lula, 30%

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Jair Bolsonaro, sua esposa, Michelle, e o pastor Josué Valandro durante culto. Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Rejeição de Bolsonaro racha evangélicos

Por Maria Carolina Trevisan, no UOL

A disputa pelo eleitorado evangélico vem se acirrando. A pesquisa de opinião mais recente, da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com o Instituto MDA, mostra que Bolsonaro tem 40% das intenções de voto no segmento evangélico e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 30%.

Há dois movimentos atuais que indicam que essa diferença pode diminuir.

O pastor evangélico Paulo Marcelo Shallenberg declarou apoio a Lula e mexeu nas estruturas, provocando reações de setores influentes da Igreja Evangélica.

O ministério do Belém da Assembleia de Deus compartilhou uma nota pública afirmando que o pastor não pertence a seu ministério, e teve apoio de Silas Malafaia, pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. “O mesmo não nos representa”, afirmava o texto desta sexta (18).

A Assembleia de Deus teve pressa em desvincular o de suas igrejas.

“A Assembleia de Deus é a principal denominação evangélica do país, mas não é uma igreja única, e sim um conjunto de igrejas aglomeradas em dezenas de ministérios e convenções. Apesar de heterogênea, estava politicamente alinhada de forma praticamente unânime com Bolsonaro. Não está mais”, explicou Vinicius do Valle, doutor e mestre em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de “Entre a Religião e o Lulismo” (editora Recriar), em artigo publicado no Observatório evangélico.

“Paulo Marcelo é o primeiro pastor de relevância nacional da instituição a sinalizar o apoio ao PT. Mas como ele há outros, de outros ministérios e convenções que já sinalizam, no mínimo, abertura ao diálogo com o líder petista”, afirmou.

O pastor terá justamente a missão de articular uma aproximação entre evangélicos e o pré-candidato petista.

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Há terreno a ser conquistado pelo PT entre os evangélicos. A realidade gerada nestes anos de governo Bolsonaro se impôs, sobretudo entre os mais vulneráveis. O discurso de defesa da família e as “pautas de costumes” que ajudaram Jair Bolsonaro (PL) a chegar ao Palácio do Planalto já não são suficientes para manter essa parcela de eleitores.

O presidente do Brasil conseguiu, com sua péssima gestão do país, com a absurda negação da gravidade da pandemia, afastar também esse público.

A pesquisa CNT/MDA mostra que para 93,2% dos eleitores os preços no supermercado “aumentaram muito”.

Não há brasileiro que não tenha notado, no bolso e na mesa, a inflação sobre os alimentos. Esse quadro aumenta a vulnerabilidade social, a fome e a miséria. O eleitorado sabe que Bolsonaro e seus ministros não têm aptidão para mitigar esse problema ou gerar empregos. Nem o Auxílio Brasil foi capaz de diminuir a alta rejeição do presidente, apesar de amenizar a crise.

Até entre os evangélicos a avaliação “ruim/péssimo” do trabalho do presidente vem aumentando.

Na pesquisa PoderData do início de fevereiro, a percepção negativa sobre Jair entre os evangélicos subiu de 39 pontos percentuais para 41. Essa tendência pode diminuir o discurso pró-Bolsonaro nas igrejas evangélicas menores, mesmo que Bolsonaro tenha ainda cerca de 44% do eleitorado, segundo a PoderData da semana passada. Ninguém quer perder fiéis.

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Zé Maria

Justiça do Trabalho reconhece Vínculo de Emprego
entre Pastor Evangélico e Igreja

CONJUR

A 4ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto [SP] reconheceu
o vínculo de emprego entre um pastor evangélico e a
Igreja Mundial do Poder de Deus.

O pastor, que trabalhou por oito anos para a Igreja,
alegou que ele e sua esposa eram proibidos de trabalhar
em outros lugares, eram obrigados a arrecadar a quantia determinada pela Igreja, havia fiscalização a respeito do
trabalho e horários, ele não podia se ausentar da Igreja,
e foi obrigado a se mudar [de Localidade] por mais de
25 vezes (algumas, inclusive, para outros estados).
Assim, pediu a declaração do vínculo empregatício.

A Igreja negou o vínculo empregatício, aduzindo que
o trabalho foi voluntário baseado em convicção religiosa.

O juiz João Baptista Cilli Filho entendeu que o pastor prestava serviços de forma pessoal, habitual e onerosa,
já que a própria Igreja admitiu que havia retribuição
financeira ao serviço voluntário.

Além disso, foi comprovado que o reclamante estava,
estruturalmente, subordinado ao comando empresarial
da reclamada.

Uma testemunha atestou que a fixação de horários
de cultos era feita pela Igreja, havia “pressão” por angariar
fiéis e dinheiro, ocorriam diversas transferências, a esposa
do pastor era proibida de fazer trabalhos externos,
arrematando que, na sua opinião, “a função do Reclamante
era mais arrecadatória do que religiosa”.

Para o magistrado, não se trata de trabalho voluntário,
já que um voluntariado, em regra, pressupõe a possibilidade
do estabelecimento de uma rotina desvinculada,
enquanto o contexto apresentado aponta para uma atividade
profissional remunerada como qualquer outra, observando-se
que o elemento da fé deve ser tomado, ainda nesse contexto,
como elemento de exercício profissional vocacionado,
como tantas outras profissões.

Processo Nº 0011098-69.2019.5.15.0067

Íntegra da Sentença: https://www.conjur.com.br/dl/pastor-vinculo-emprego-igreja.pdf

https://www.conjur.com.br/2022-fev-22/justica-reconhece-vinculo-emprego-entre-pastor-evangelico-igreja

Zé Maria

A última Pesquisa Ipec já havia identificado
o Crescimento da Preferência dos Eleitores
Evangélicos por LULA. Nesse Segmento a
Sondagem Ipec, inclusive, apontou Empate
Técnico [LULA=34% x Bolsonaro=33%] , com
Tendência de Alta para LULA e Queda para
Bolsonaro.

Página 10 (14 do pdf):

https://www.ipec-inteligencia.com.br/Repository/Files/47/JOB_0046-12_AVALIACAO%20E%20VOTO_Relatorio%20de%20tabelas%20(Imprensa).pdf

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