Marcos de Oliveira: Mercado erra de novo, e Moody’s eleva rating do Brasil

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

Mercado erra de novo, e Moody’s eleva rating do Brasil

Classificação está 1 nível abaixo do grau de investimento; Moody’s alega que subiu rating do Brasil devido à economia

Por Marcos de Oliveira*, no Monitor Mercantil

A agência de classificação de risco (rating) Moody’s elevou os ratings de emissor de longo prazo e de títulos seniores sem garantia do Governo do Brasil de Ba2 para Ba1, um nível abaixo do considerado grau de investimento.

“O upgrade reflete melhorias materiais de crédito que esperamos que continuem”, afirma a Moody’s.

A decisão contraria análises divulgadas semana passada por integrantes do mercado financeiro brasileiro, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunir com representantes de agências de rating em Nova York.

Na ocasião, o mercado alegou que os fundamentos da economia brasileira não permitiriam elevar a classificação de risco.

Desde o início de 2017, a Moody’s classificava o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento, que, se alcançado, permite que um país receba aplicações de investidores institucionais que não podem correr muitos riscos.

Em seu comunicado, a agência mencionou o crescimento robusto da economia e as reformas econômicas e fiscais recentes.

A Moody’s ressaltou a relevância do compromisso com as metas fiscais e com a trajetória de estabilização da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

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Entre as reformas mais importantes, a Moody’s destacou a reforma tributária.

Segundo a agência, o novo sistema aprimorará o ambiente de negócios e a alocação de recursos, aumentando o potencial de crescimento no longo prazo.

A Moody’s também mencionou a agenda de transição energética para atrair investimentos privados e reduzir a vulnerabilidade do país a choques climáticos.

Em relação às contas públicas, o comunicado informou que a Moody’s espera uma melhora gradual nos resultados primários do governo nos próximos três anos.

A agência se baseia nos esforços para aumentar as receitas, principalmente por meio de medidas de arrecadação das classes mais ricas, e nas iniciativas de revisão de despesas.

Apesar da dívida pública e dos juros elevados, a Moody’s destacou que o Brasil tem expressivos ativos líquidos. Desde 2006, o país é credor externo, com as reservas internacionais superando a dívida externa.

A agência também destacou que o governo brasileiro se financia principalmente em moeda local no mercado doméstico, em vez de buscar moeda estrangeira no mercado internacional.

Em nota, o Ministério da Fazenda informou que o governo está empenhado em melhorar as contas públicas, esforçando-se para aumentar a arrecadação e segurar gastos.

“Além de estabilizar a relação dívida/PIB, um balanço fiscal mais robusto contribuirá para a redução das taxas de juros e a melhoria das condições de crédito, criando um ambiente favorável à expansão dos investimentos públicos e privados”, destacou a pasta.

A nota da Moody’s é melhor que a de outras agências. Em julho de 2023, a Fitch elevou a nota brasileira para dois níveis abaixo do grau de investimento. Em dezembro do ano passado, a S&P Global também elevou a classificação do país para dois níveis abaixo do grau de investimento.

*Com informações da Agência Brasil

*Marcos de Oliveira é jornalista, formado pela ECO/UFRJ, é diretor de Redação do Monitor Mercantil e conselheiro da Câmara de Intercâmbio Cultural Brasil-China.

*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.

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