Malafaia e Magno Malta se fazem de vítimas para convocar manifestação e tentam se juntar a Jefferson e Silveira na cadeia

Da Redação

O ex-senador Magna Malta está usando um artifício comum a pastores evangélicos para provocar a indignação alheia.

Primeiro, “vazou” um áudio mentiroso segundo o qual existiria uma lista de pessoas a serem presas pelo STF por defender o presidente Jair Bolsonaro.

Obviamente, Malta se diz parte da lista.

Nas redes sociais, fez bravata.

Outro pastor, Silas Malafaia, disse que estará pessoalmente na avenida Paulista, no 7 de Setembro, em manifestação contra o STF para a qual convocou todos os evangélicos.

O ato foi anunciado depois da prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson.

Um dos alvos é o ministro do STF Alexandre de Moraes, que anteriormente, no processo por “atos democráticos”, já tinha mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ).

O processo no STF é questionado por bolsonaristas, pois nasceu de ação aberta “de ofício” pelo tribunal, sem ter sido provocada pela PGR.

Silveira e Jeferson postaram vídeos nas redes sociais com ameaças às instituições. Apoiadores de ambos dizem que eles são vítimas de cerceamento da liberdade de expressão.

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Na prisão de Jefferson, Moraes argumenta que atendeu a pedido da Polícia Federal. O ministro argumenta que liberdade de expressão para destruir a liberdade de expressão não existe.

O Partido da Causa Operária juntou-se aos bolsonaristas: “Direitos democráticos? No regime golpista manifestar-se é permitido – desde que os sicofantas de toga permitam. Sob o pretexto de ter organizado atos antidemocráticos. Alexandre de Moraes, ministro do STF, determinou a prisão de Roberto Jefferson, principal dirigente do PTB”.

O cantor sertanejo Sergio Reis afirmou, por sua vez, que no dia 8 de setembro vai a Brasília com ruralistas encontrar-se com o presidente do Senado para entregar um ultimato: “Vocês tem 72 horas pra aprovar o voto impresso e para tirar todos os ministros do STF. Não é um pedido, é uma ordem. Assim que vou falar com o presidente do Senado. Enquanto o Senado não tomar essa posição que nós mandamos fazer, vamos ficar em Brasília e não saímos de lá até isso acontecer. E, se em 30 dias não tirarem aqueles caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra”, afirmou em gravação.

Tudo indica que a gravação também tenha sido deliberadamente vazada. É uma tática para tornar o áudio mais “atraente”, como se fosse clandestino.

No sábado, o presidente da República disse que pretende pedir o impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso ao presidente do Senado, mas Rodrigo Pacheco descartou antecipadamente a possibilidade e disse que não dará andamento aos processos.

Barroso se tornou nêmesis de Bolsonaro ao se opor, como presidente do Superior Tribunal Eleitoral, ao voto impresso para acompanhar as urnas eletrônicas.

O presidente da República afirma que Barroso imiscuiu-se indevidamente no Poder Legislativo.