ComunicaSul: Mais um observador é impedido de entrar na Colômbia para acompanhar eleição no domingo
Tempo de leitura: 3 minEm 15 de março, Rusconi participou de live da ComunicaSul (acima, um trecho) na qual falou sobre a importância dos observadores independentes
Observador eleitoral argentino Alejandro Rusconi aumenta a lista de impedidos de entrar na Colômbia
Convidado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) colombiano a acompanhar as eleições de 29 de maio, advogado argentino foi barrado em voo por orientação do setor de Migrações da própria Colômbia; magistrado do CNE reagiu e endereçou críticas ao presidente Iván Duque
Por Felipe Bianchi, ComunicaSul
Com ampla experiência em missões de observação eleitoral, Alejandro Rusconi entrou na lista dos impedidos de testemunharem presencialmente as eleições do próximo domingo (29), na Colômbia.
Convidado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) colombiano, o advogado argentino foi impedido de embarcar no voo da Avianca de Buenos Aires a Bogotá na madrugada desta quinta-feira (25).
No dia 22 de maio, a ativista estadunidense Terri Mattson passou por situação similar, tendo sido impedida de adentrar ao país governado por Iván Duque e, ao fim, deportada.
Secretário de Relações Internacionais do Movimento Evita, Rusconi denuncia que a ordem para que fosse barrado partiu do setor de Migrações do Estado Colombiano.
“Os funcionários da Avianca disseram que havia um email do setor de Migrações ordenando que não me deixassem decolar naquele vôo”, revelou, “e que estava grafado em cor amarela que o e-mail não poderia ser mostrado ao passageiro”.
#Urgente #Hoy al intentar tomar el vuelo de @Avianca destino a Bogota, no se me dejo partir por orden de Migraciones Colombia, fui invitado por el @CNE_COLOMBIA cómo Observador Internacional en las elecciones presidenciales , el mismo estado que pago mi pasaje no me deja entrar pic.twitter.com/Obqfa9ucBp
— alejandro rusconi (@ale_rusconi) May 25, 2022
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Segundo Rusconi, a situação inédita em sua trajetória como observador internacional em diversos processos eleitorais é ainda mais grave pela contradição entre os órgãos de Estado colombianos.
“Fui convidado e tive a passagem aérea paga pelo Conselho Nacional Eleitoral. Ou seja, o mesmo Estado que me pagou pela viagem, me proíbe de viajar”, asseverou.
Magistrado do CNE, órgão responsável pelo convite, Luis Guillhermo Pérez manifestou-se sobre o caso no Twitter, em recado endereçado ao presidente Iván Duque e ao setor de Migrações: “Isto não faz bem algum nem ao seu governo e nem à democracia”.
#Urgente #Hoy al intentar tomar el vuelo de @Avianca destino a Bogota, no se me dejo partir por orden de Migraciones Colombia, fui invitado por el @CNE_COLOMBIA cómo Observador Internacional en las elecciones presidenciales , el mismo estado que pago mi pasaje no me deja entrar pic.twitter.com/Obqfa9ucBp
— alejandro rusconi (@ale_rusconi) May 25, 2022
Na primeira quinzena de maio, Rusconi participou de uma live da ComunicaSul, grupo de comunicadores brasileiros que estão na Colômbia para a cobertura das eleições. Na ocasião, o argentino comentou a importância de que observadores internacionais e jornalistas independentes acompanhem de perto os processos eleitorais no continente:
“Na Colômbia, apesar de ter-se chegado a um acordo de paz, o massacre de líderes sociais continua”, recordou. “É muito importante que haja participação nessas eleições da Colômbia, agora, e no Brasil, em outubro, do ponto de vista jornalístico e dos observadores independentes, para garantir que esses processos transcorram com absoluta normalidade e que possam ser realizados em condições de paz”.
Para se ter ideia da situação da Colômbia, somente nesta terça-feira (24), mais dois líderes sociais foram assassinados no país. Já são 44 mortes deste tipo apenas no primeiro semestre de 2022, contexto que também está em pauta nas eleições de 2022 – já são mais de cinco décadas de uma guerra civil que faz centenas de vítimas anuais.
*Esta cobertura está sendo feita pela Agência ComunicaSul graças ao apoio das seguintes entidades: da Associação dos/das Docentes da Universidade Federal de Lavras-MG, Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário Federal e do MPU (Fenajufe), Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas (CSA), jornal Hora do Povo, Diálogos do Sul, Barão de Itararé, Portal Vermelho, Intersindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindicato dos Bancários do Piauí; Associação dos Professores do Ensino Oficial do Ceará (APEOC), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-Sul), Sindicato dos Bancários do Amapá, Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Sindicato dos Metalúrgicos de Betim-MG, Sindicato dos Correios de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores em Água, Resíduos e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp Sudeste Centro), Associação dos Professores Universitários da Bahia, Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal do RS (Sintrajufe-RS), Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Sindicato dos Químicos de Campinas, Osasco e Região, Sindicato dos Servidores de São Carlos, mandato popular do vereador Werner Rempel (Santa Maria-RS), Agência Sindical, Correio da Cidadania, Agência Saiba Mais e centenas de contribuições individuais.
Comentários
Nelson
Ao mesmo tempo, ainda que se digam defensores ferrenhos da liberdade de imprensa, os órgãos da mídia hegemônica e seus comentaristas absolutamente nada nos contam acerca desses impedimentos da entrada de observadores na Colômbia.
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.Os mesmos órgãos da mídia hegemônica e seus comentaristas que procuram nos convencer de que é no país ao lado, a Venezuela, que vige uma ditadura.
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