Luiz Eduardo Soares prevê: com apoio das PMS, interventores serão nomeados nos estados
Tempo de leitura: 2 minPor Luiz Eduardo Soares*, no Facebook
Faço um apelo a todas e todos que sabem o que significaria um golpe policial-militar, sob liderança fascista.
Os sinais são assustadores, ostensivos e crescentes.
Hoje, o vice-presidente publicou um artigo absurdo e ameaçador no Estadão.
Aras, embora tenha se corrigido depois, disse ao Bial que as Forças Armadas poderiam, sim, intervir se um poder invadisse a seara do outro, numa clara alusão crítica ao Supremo.
Ives Gandra está a postos para escrever a justificativa “constitucional” do golpe.
Nunca faltaram juristas aos generais; não faltarão ao capitão.
Eduardo Bolsonaro confirmou: a ruptura está decidida, espera-se apenas a oportunidade.
O presidente sobrevoou manifestação contra o Supremo e o Congresso ao lado do ministro da Defesa.
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Enquanto isso, do lado de cá, uns e outros estão melindrados com manifestos conclamando à união pela democracia.
Questionam suas intenções e origens.
Não querem ser usados por adversários que buscam se redimir de erros passados.
Ou seja, perderam conexão com a realidade.
O fogo já começou a lamber seus pés. Despertem, cacete!
Nessa conjuntura, movimentos sociais planejam manifestações para domingo.
Pois aqui vai meu apelo.
Companheiras e companheiros, vocês não percebem que Bolsonaro está armando uma armadilha?
Vocês acham que terão condições de impedir que infiltrados promovam quebra-quebra? Não terão. Não subestimem os fascistas.
A P2 fez isso outras vezes, por que não faria agora? Agitadores fascistas são profissionais da destruição. Sabem como gerar o que os bolsonaristas e a mídia chamarão “caos”, sabem como reencenar o que a mídia gosta de denominar “vandalismo”.
Se vocês forem às ruas, por mais organizados que estejam, não conseguirão impedir que provocadores façam o que Bolsonaro espera desde a posse.
Se vocês forem às ruas, e eu adoraria que fossem e eu estaria junto com vocês, em condições normais, não só vão ajudar a propagar o vírus em nossos grupos, como vão oferecer a oportunidade que os fascistas aguardam, ansiosamente, e que têm sistematicamente estimulado.
Se isso ocorrer no próximo domingo, à noite, em rede de TV e rádio, Bolsonaro dirá que, em defesa da lei e da ordem, e “da democracia”, enviará na manhã seguinte solicitação ao congresso para a decretação do estado de sítio.
Se não houver apoio, o “poder moderador” das Forças Armadas se imporá, porque, afinal de contas, “Brasil acima de todos, Deus acima de tudo”.
Interventores, com apoio das polícias estaduais, tomarão o poder nos estados.
Em lugar do Supremo, uma corte de exceção será nomeada.
Nessa noite tão tenebrosa quanto previsível, as lideranças sociais e políticas não alinhadas ao fascismo serão alvo de diferentes tipos de ação.
Prefiro não descrevê-las. E só então quem, à esquerda, costuma desdenhar da “democracia formal” e de uma “Constituição que nunca chegou às classes subalternas ou aos territórios vulneráveis” vai entender que faz diferença, sim, o regime político, a tal democracia, por mais limitada e precária que seja, no Brasil.
Vocês acham que eu exagero? Estou paranoico? A quarentena me fez mal?
Tomara que estejam certos. Entretanto, creio ser, hoje, um dever de todos e todas, especialmente das lideranças, alertar e explicar com detalhes o que está em jogo e quais são os riscos de realizar manifestações nesse momento.
Só faz sentido ir para o confronto se a correlação de forças permitir, ou poderemos sofrer uma derrota histórica, um banho de sangue e um golpe.
A menos que nossos companheiros tenham certeza de que conseguirão bloquear os sabotadores e provocadores a serviço do fascismo.
Mas quem poderia ter essa certeza? Que líder responsável poderia ter essa certeza?
*Ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro
Comentários
José Guilherme Silva Biserra
Desculpem as incorreções da primeira postagem, mas não consigo me entender com o smartfone, ele parece ter vida própria.
O articulista, que merece nosso respeito, é um grande estudioso das questões sociais, mas volto a afirmar: está com uma visão absolutamente equivocada, pois totalmente desprovida de vinculo com o real, baseada no medo e na submissão às ameaças autoritárias dessa gangue.
Não há nenhum indício de que a marcha fascista, que toma curso, atualmente, em nosso país, possa ser detido por uma postura amedrontada, que despreze a mobilização popular.
O aprofundamento do golpe, com a instauração de um regime francamente fascista, depende fundamentalmente da correlação de forças, e esta, da mobilização popular.
Nem o Supremo, nem o Congresso Nacional, vão garantir a institucionalidade sem base social comprovada.
Ou demonstramos que a indignação é forte e iniciamos a marcha para a derrubada deste governo, ou seremos tragados pela onda fascista.
Em tempo: as transformações sociais só são conquistadas pela mobilização popular.
Já basta de manifestos e militância exclusivamente virtual.
Zinda Vasconcellos
Esse senhor devia procurar conhecer a piada do homem que encontrou a Desgraça no trem. Pare de dar “boas idéias”.
José Guilherme Silva Biserra
Apesar de todo o respeito ao aontelectual de primeira grandeza, que é o articulista. Entendo que ele esteja a sugere de alguma moléstia, advinda do longo confinamento, que o fez perder, por completio, a perspectiva histórica e a própria capacidade de analisar a realidade objetiva.
O povo já está saturado, não é apenas um contingente vanguardista. As condições são objetivas, há fome, há abandono, há desolaçao, há indignidade.
Não podemos tentar conter a marcha da historia.
Ou apoiamos é participamos, ou, novamente, a esquerda culta e pensante, será atropelasa pela realidade.
Não existe essa coisa de não se manifestar para impedir o golpe, pois ele já foi consumado.
Somente a pressão, das massas na rua, irão impedir o aprofundamento do golpe, com a imposição de uma ditdura fascista.
MAAR Mario Ramos
Este é um alerta da maior relevância e urgência: O MOMENTO NÃO É ADEQUADO PARA REALIZAR MANIFESTAÇÕES DE RUA. O artigo acima adverte para uma realidade de alto risco: o neofascismo bolsonista pretende usar manifestações pacíficas de defesa da democracia como armadilha para a ação de provocadores, com vistas a produzir uma falsa desordem social com vistas à aplicação de um auto-golpe. Todas as lideranças responsáveis têm o dever de evitar esta tragédia iminente, e promover firme prosseguimento da mobilização política prudente, por meios virtuais e institucionais.
Sergio Dutra Vianna de Oliveira
O articulista critica as críticas ao tal documento oba-oba para sugerir a união de todos juntos, e depois sugere que o povo não vá às ruas porque tem medo de retaliação dos poderosos. Imagina se nos EUA o povo pedisse autorização ao Trump para protestar nas ruas contra a barbárie da morte de George Floyd?
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