Laura Carvalho desmonta argumentos falaciosos sobre o dólar, déficit público, isenções fiscais, corte de gastos. VÍDEO
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
No dominhgo passado, 22/12, Roberto@jose 49729680 escreveu em seu perfil no X (antigo Twitter):
Penso que farão o que for preciso para tirar Lula da disputa em 2026.
Incluindo introduzir o caos na economia, como estamos vendo…
A professora Laura Carvalho coloca a verdade no ar de forma didática e verdadeira na gRoubo news.
Zé Maria, leitor do Viomundo, reproduziu-o nos comentários, bem como o fio que Roberto@jose 49729680 fez sobre a entrevista da economista à jornalista Daniela Lima, da Globo News:
1. A crise do dólar não é por conta da situação fiscal do Brasil, até porque o governo Lula conseguiu reduzir o déficit público de 87 bi em 23 para 57 bi este ano. E o pacote de corte de gastos aponta para uma economia de 55 bi, o que não é pouca coisa.
2. A crise do dólar tem duas vertentes. Uma internacional, aumento dos juros nos EUA na expectativa de Trump. Outra nacional, que foi o anúncio da isenção do IR para quem ganha até 5 mil reais. Motivo da movimentação do ‘mercado’ que causou a desvalorização do real. Somando as duas vertentes, explica-se o dólar acima de 6 reais.
3. O problema do dólar é o mais complicado pois ele impacta a inflação. A especulação com o dólar é um forte instrumento de chantagem econômica sobre o governo. E o Banco Central demorou muito para atuar na contenção da moeda estrangeira.
4. Um pacote de corte de gastos é necessário para o Brasil, mas não que impacte a população mais pobre. Cortar BPC, cortar salário mínimo, cortar abono é absurdo, pois tira de quem já não tem nada. Um bom pacote de corte de gastos deveria mexer nas isenções fiscais que hoje estão na casa dos 100 bilhões de reais. Muitos dos setores que gozam de isenção fiscal não geram empregos nem contribuem no crescimento econômico. Esses setores são poderosos e a corda do corte de gastos acaba
arrebentando no lombo da população.
5. Outra, seria cobrar imposto de quem não paga. Lucros e dividendos empresariais, grandes fortunas, offshore etc.”
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”Laura desmonta argumentos falaciosos do ex-presidente do Banco Central, do ‘mercado’ e da imprensa corporativa neoliberal, incluindo a TV Globo e os editoriais do jornal O Globo”, observa Zé Maria. ”Um a Um.”
Laura Carvalho é professora livre-docente da Faculdade de Economia e Administração da USP.
Ela postou em seu perfil no Instagram a entrevista completa. Confira abaixo.
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*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
Veja também
Paulo Nogueira Batista Jr: Dilemas e paradoxos da política econômica brasileira. VÍDEO
Marcelo Zero: Como os ricos custam caro aos cofres do Brasil!
Comentários
Zé Maria
https://youtu.be/J4KOeCMf5c0
Entrevista: Economista JULIANE FURNO,
Professora na Faculdade de Economia
da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Assessora Especial da Presidência do BNDES
“Mercado Financeiro tenta Domesticar
quem senta na Cadeira Presidencial”
“Como os agentes financeiros domesticam,
se eles não têm poder institucional?
Fazendo pressão para que haja uma maior autonomia
da política econômica com relação à presidência da República.
Por exemplo, o teto de gastos que existia anteriormente,
a própria independência do Banco Central, são formas
de retirar do Estado — no último grau, a democracia,
porque é no presidente que a gente vota — a capacidade
de atribuição sobre políticas fundamentais.”
“A política econômica do governo Lula tá indo na direção certa
e isso se manifesta em dados.
Se a sua geração é economia real, a taxa de desemprego em queda,
o aumento da formalidade, o aumento da renda média, o crescimento do PIB,
uma inflação estabilizada, reservas cambiais e a possibilidade
de ter um reequilíbrio das contas públicas, ainda em 2025”
“O mercado financeiro tem feito uma ‘tempestade em copo d’água’.
Não sem propósito, mas porque têm interesses em desestabilizar,
inclusive, indicadores da economia real.
Eu acho que tem alguma coisa de ataque especulativo,
mas não é o principal.
Há alguma coisa de exportadores que não internalizam em dólar
para fazer pressão da moeda.”
“Mas eu diria que o principal é o cenário econômico internacional:
as moedas nacionais de todo o mundo estão se desvalorizando
em relação ao Dólar. A segunda moeda que mais se desvalorizou
foi a do México, a terceira foi a da Turquia – são países que têm
equilíbrio e até Superávit Fiscal, ou a Noruega que tem uma baixa
relação dívida-PIB.”
“Então, Não é a Questão Fiscal que Determina o Maior ou Menor
Investimento ou a Menor ou Maior Entrada de Capitais [Dólares]
em um País. São realidades muito distintas, de países que têm Equilíbrio
Fiscal, de países que têm dívidas maiores ou menores, que também estão
sofrendo desvalorização cambial.”
“Há uma uma incerteza internacional muito grande, desde a vitória do Trump.
Isso vem se acentuando e vai se acentuar provavelmente ainda mais, porque
em períodos de incerteza global os detentores da riqueza vão se refugiar no
lugar mais seguro que é o título da dívida pública americana [dos EUA].”
“Sim. Vai haver uma desvalorização do Real, que tem apresentado um
comportamento pior, porque é uma moeda das mais voláteis do mundo
e também, é bom lembrar, porque Não Existe Nenhum Controle de Capitais no Brasil.”
https://x.com/JulianeFurno/status/1870184095122170033
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