José Luís Fiori, sobre a crise na Ucrânia e o acordo Rússia-China: “Uma nova era, ‘multicivilizacional’, está nascendo”
Tempo de leitura: 7 minUcrânia, Rússia e China
Tudo indica que não tem como reverter, nem há mais como devolver o sistema mundial à sua situação anterior, de completa supremacia eurocêntrica
Por José Luís Fiori, em A Terra é Redonda
“Já não existe mais um único “critério ético”, tampouco existe mais um único juiz com poder para arbitrar todos os conflitos internacionais, com base na sua própria “tábua de valores”. E já não é mais possível expulsar os “novos pecadores” do “paraíso” inventado pelos europeus, como aconteceu com os lendários Adão e Eva. Como essa supremacia acabou, talvez seja possível, ou mesmo necessário, que o Ocidente aprenda a respeitar e conviver de forma pacífica com a “verdade” e com os “valores’ de outras civilizações”. (José Luís Fiori. Sobre a paz).
Dois acontecimentos sacudiram o cenário mundial neste início de 2022.
O primeiro foi o ultimatum russo, lançado em meados de dezembro de 2021 e dirigido aos EUA, à OTAN e aos países-membros da União Europeia, exigindo o recuo imediato da OTAN, na Ucrânia, e propondo uma revisão completa do “mapa militar” da Europa Central, definido pelos Estados Unidos e seus aliados da Aliança Atlântica após a vitória na Guerra Fria.
O segundo foi a “declaração conjunta” da Federação Russa e da República da China, no dia 7 de fevereiro de 2022, propondo uma “refundação” da ordem mundial estabelecida depois da Segunda Guerra Mundial e aprofundada depois da vitória dos EUA e de seus aliados na Guerra do Golfo em 1991.
Os dois documentos propõem uma “revisão” do status quo internacional, mas o primeiro contém objetivos e exigências imediatas e localizadas, enquanto o segundo apresenta uma verdadeira proposta de “refundação” do sistema interestatal “inventado” pelos europeus. Ambos, no entanto, estão apontando neste momento para uma reconfiguração profunda do sistema internacional.
No caso do “ultimato russo”, a questão imediata que está em jogo é a incorporação da Ucrânia pela OTAN, mas o verdadeiro problema de fundo é a exigência russa de revisão das “perdas” que lhe foram impostas depois da dissolução da União Soviética.[1]
Depois de 1991, a Rússia perdeu 5 milhões de quilômetros quadrados e 140 milhões de habitantes, mas agora se propõe a reduzir essas perdas expandindo sua influência no seu entorno estratégico e afastando a ameaça ao seu território, por parte da OTAN e dos Estados Unidos.
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Esse ultimatum era perfeitamente previsível e veio sendo anunciado há muito tempo, pelo menos desde a “Guerra da Geórgia”, em 2008.[2]
A grande novidade agora é que a proposta revisionista dos russos deverá avançar sem guerra, através de um jogo de xadrez extremamente complexo, no qual se acumulam as ameaças militares e econômicas, mas não deverá haver um enfrentamento direto, apesar da propaganda e da histeria psicológica provocada pelos anúncios sucessivos da “invasão que não houve”, sobretudo da parte dos Estados Unidos e da Inglaterra.
A Rússia obteve uma vitória imediata ao conseguir colocar todos os demais atores envolvidos em torno de uma mesa para discutir os termos da sua proposta. E o mais provável é que os seus principais pleitos sejam atendidos, sem invasão nem guerra.
Além disso, nas discussões evidenciaram-se a divisão entre as potências ocidentais e a falta de inciativa e liderança da parte do governo norte-americano, que se restringiu a repetir a mesma ameaça de sempre, de que imporia novas sanções econômicas aos russos caso ocorresse a invasão que foi reiteradamente negada pelos próprios russos, enquanto a iniciativa diplomática passava quase inteiramente para as mãos dos europeus.
Os Estados Unidos não receberam o apoio que esperavam de seus velhos aliados do Oriente Médio (nem mesmo de Israel), da Ásia (nem mesmo da Índia), e mesmo da América Latina (nem mesmo do Brasil).
E o que é pior, para os anglo-saxões, tudo indica que a Alemanha terá um papel fundamental na intermediação diplomática do conflito, o que envolveria numa reaproximação entre os alemães e os russos, com a liberação imediata do Gasoduto do Báltico que sempre teve a oposição dos norte-americanos.
Afora o fato que um eventual sucesso diplomático alemão neste conflito daria à Alemanha uma centralidade geopolítica dentro da Europa que aceleraria o declínio da influência dos Estados Unidos entre seus aliados europeus.
Neste sentido, um acordo diplomático “intra-europeu” seria também uma derrota para os Estados Unidos, mas ao mesmo tempo é impossível imaginar que um acordo deste tipo possa ter sucesso sem o apoio dos próprios Estados Unidos e da Otan que é na prática um “braço armado norte-americano”.
Já no caso do documento apresentado à “comunidade internacional” pela Rússia e pela China, no dia 7 de fevereiro, as reivindicações específicas e locais dos dois países são bem conhecidas e não têm maior importância neste contexto.
A importância do documento vai muito além disto, porque se trata de fato de uma verdadeira “carta de princípios” proposta à apreciação de todos os povos do mundo, contendo algumas ideias e conceitos fundamentais para uma “refundação” do sistema internacional criado pelos europeus há quatro séculos.
É um documento que requer leitura atenta e uma reflexão séria, sobretudo neste momento de desestruturação do “bloco ocidental” e de divisão e fragilização interna dos próprios Estados Unidos.
O primeiro aspecto que chama atenção nesse documento aparentemente insólito é sua defesa de alguns valores muito caros ao “sistema de Westfália”, como é o caso de sua defesa intransigente da soberania nacional, e do direito de cada povo decidir seu próprio destino, desde que respeitado o mesmo direito de todos os demais povos.
Ao mesmo tempo, o documento defende também algumas das ideias mais destacadas do “liberal-internacionalismo” contemporâneo, como é o caso da sua defesa de uma ordem internacional baseada em leis, do seu entusiasmo pela globalização econômica e o multilateralismo, por sua defesa da “causa climática” e do desenvolvimento sustentável, e seu apoio irrestrito à cooperação internacional no campo da saúde, da infraestrutura, do desenvolvimento científico e tecnológico, do uso pacífico do espaço e do combate ao terrorismo.
De um ponto de vista acadêmico e ocidental, aliás, esse “documento russo-chinês” lembra muitas vezes o idealismo internacionalista de um Woodrow Wilson, tanto quanto lembra, em outros momentos, o idealismo nacionalista de um Charles de Gaulle.
Mas a surpreendente originalidade desse documento aumenta ainda mais com sua defesa universal e irrestrita de valores como a liberdade, a igualdade, a justiça, os direitos humanos e a democracia.
Sobretudo quando assume a defesa da democracia como um valor universal, e não como privilégio de algum povo em particular ou responsabilidade conjunta de toda a comunidade internacional, com o reconhecimento simultâneo de que não existe apenas uma forma de democracia, nem nenhum “povo escolhido” que possa ou deva impor aos demais algum modelo superior de democracia, como se fosse uma “verdade revelada” por Deus.
É neste ponto que se explicita a proposta verdadeiramente revolucionária desse documento: que se aceite de uma vez por todas que, pelo menos desde o final do século XX, o sistema interestatal não é mais um monopólio dos europeus e de algumas de suas ex-colônias, uma vez que ele está formado agora por várias culturas e civilizações, e que nenhuma delas é superior às demais, nem muito menos possui o monopólio da verdade e da moralidade.[3]
Ou seja, esta proposta eurasiana de uma nova ordem mundial rejeita qualquer tipo de “universalismo expansivo” ou “catequético”, mas aceita ao mesmo tempo a existência de valores universais.[4]
Não haveria nada de original em tudo isso se tais ideias fizessem parte de um texto acadêmico ou de uma reflexão filosófica pós-moderna, por exemplo.
O que faz a diferença nesse documento não é seu multiculturalismo; é o fato de que este multiculturalismo aparece aqui como uma reivindicação e uma proposta universal apresentada e sustentada pela segunda maior potência atômica do mundo, e pela segunda maior economia de mercado do mundo.
Mais ainda, que seja uma proposta sustentada por uma potência que faz parte da árvore genealógica da civilização ocidental e, ao mesmo tempo, por uma potência e uma civilização que não pertence a esta mesma matriz, nem teve jamais nenhum tipo de vocação catequética.
Sim, porque a China se desfez do seu Império milenar e só se transformou num Estado nacional no início do século XX; e foi só no final do século XX que ela se integrou plenamente ao sistema interestatal, incorporando-se à economia capitalista mundial numa velocidade e um sucesso extraordinários.
Desde então, o Estado nacional chinês se comporta como todos os demais Estados europeus, mas a China nunca teve nenhum tipo de religião oficial, e nunca se propôs ser um modelo econômico, político ou ético universal – e por isso também nunca se propôs a catequizar o resto do mundo.
Pelo contrário, a China parece fazer questão de se relacionar com todos os povos do mundo independentemente de regimes políticos, religiões ou ideologias, mesmo quando seja absolutamente inflexível com relação à defesa nacional de seus valores tradicionais e interesses de sua civilização milenar.
Por isso, se for o caso de especular sobre o futuro desta “nova era” que está nascendo, é preciso ter claro que a China não está se propondo a substituir os Estados Unidos como centro articulador de algum tipo de novo “projeto ético universal”.
Tudo indica que o avanço desta nova “era multicivilizacional” já não tem como ser revertido, nem há mais como devolver o sistema mundial à sua situação anterior, de completa supremacia eurocêntrica.
“E mesmo que o eixo do sistema mundial ainda não tenha se deslocado inteiramente para a Ásia, o certo é que já se estabeleceu um novo “balanço de poder” que deslocou a hegemonia anterior, do projeto universal e do “expansionismo catequético” da tradição greco-romana e judaico-cristã”.[5]
*José Luís Fiori é professor do Programa de pós-graduação em Economia Política Internacional da UFRJ. Autor, entre outros livros, de O Poder global e a nova geopolítica das nações (Boitempo).
Notas
[1] O Abade de Saint Pierre (1658-1743), filósofo e diplomata francês do início do século XVIII foi o primeiro a formular a tese que depois foi retomada por vários outros autores, de que uma das principais causas das novas guerras é o desejo de reparação ou “revanche” dos derrotados das guerras anteriores, na sua obra Projeto para tornar perpétua a paz na Europa (Brasília: Ed. UnB, 2003).
[2] Fiori, J. L. Guerra e paz. Jornal Valor Econômico, São Paulo, 28 ago. 2008.
[3] “Some actors representing but the minority on the international scale continue to advocate unilateral approaches to addressing international issues and resort to force, they interfere in the internal affairs of their states, infringing their legitimate rights and interests…” (Joint Statement of the Russian Federation. And the People’s Republic of China”, en.kremlin.ru/supplement /5770, p. 1).
[4] “The sides call on all States to pursue well-being for all and with these ends, to build dialogue and mutual trust , strengthen mutual understanding champion such universal human values as peace, development, equality, justice, democracy and freedom, respect the rights of peoples to independently determine the development paths of their countries and the sovereignty and the security and development interests of States, to protect the United Nations-driven international architecture and the international law-based world order, seek genuine multipolarity with the United Nations and its Security Council playing a central and coordinating role, promote more democratic international relations and ensure peace, stability and sustainable development across the world”
(“Joint Statement of the Russian Federation. And the People’s Republic of China”, en.kremlin.ru/supplement /5770, p. 2).
[5] Fiori, J. L. “A Pax Romana: conquista, império e projeto universal”. In: ______. (Org.) Sobre a Paz. Petrópolis: Editora Vozes, 2021, p. 131.
Leia também:
Comentários
Zé Maria
Hoje estamos testemunhando as conseqüências do Golpe de Estado
de 2014 na Ucrânia, promovido irresponsavelmente pela Ganância
Imperialista dos Estados Unidos da América (EUA), inclusive com a
interferência pessoal de Biden, então Vice-Presidente dos EUA, que
endossou a Participação de Partidos Nazi-Fascistas (Pravyi Sektor e
Svoboda)* no Governo Ucraniano Golpista que perseguiu com Violência
– e ainda persegue – os apoiadores do Presidente Eleito, à época
derrubado por essas Forças Paramilitares Ucranianas Racistas
Supremacistas Estimuladas pelos Países da OTAN (EUA/UE).
Não esqueçamos que o Departamento de Estado dos EUA enviou uma Assessora à Ucrânia para distribuir Lanchinhos aos Golpistas Reunidos na Praça de Kiev.
*[re]Leia:
“O Ocidente como responsável pelas crises da Ucrânia e da Geórgia”
(https://rbed.abedef.org/rbed/article/download/75035/42088)
Viomundo, 07/03/2014:
“O que não sai nos jornais sobre a extrema-direita na Ucrânia”
(https://www.viomundo.com.br/denuncias/ucrania.html)
Outras Palavras, 25/03/2014:
“Ucrânia: Lições da Praça Maidan, Um Mês Depois”:
“Como milhares de ativistas atomizados
foram dirigidos pela Ultra-Direita.”
https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/ucrania-licoes-da-praca-maidan-um-mes-depois/
SputnikNews, via Blog do Luiz Muller, 26/06/2016:
“‘Ucrânia em Chamas’ (“Ukraine on Fire”): Filme de Oliver Stone
revela ação dos EUA no conflito ucraniano”
https://luizmuller.com/2016/06/26/ucrania-em-chamas-filme-de-oliver-stone-revela-acao-dos-eua-no-conflito-ucraniano
Carta Maior, 04/02/2022
“Ucrânia: a Encenação Colorida de Maidan”
https://www.cartamaior.com.br/includes/controller.cfm?cm_conteudo_id=52637
https://www.amazon.com.br/As-entrevistas-Putin-Oliver-Stone-ebook/dp/B077DW13Q1/ref=tmm_kin_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=&sr=
E assista:
#ESPECIALTVT
Série em 4 Episódios da TVT
em Parceria com o Blog Noucate
do Escritor Fernando Morais.
“As Entrevistas de Putin a Oliver Stone”
Episódio 1: (https://youtu.be/nmG5JXfExwk)
Episódio 2: (https://youtu.be/m_cQn_zLWPw)
Episódio 3: (https://youtu.be/hAHbhl79cV8)
Episódio 4: (https://youtu.be/UpTuVemLXwE)
https://www.youtube.com/results?search_query=%23ESPECIALTVT
https://www.youtube.com/playlist?list=PLWOdS62CKLoKF7VUn8WHrYXAxL2stD0JB
Aproveite, enquanto a NSA não bloqueia.
Zé Maria
11 de dezembro de 2013
https://npr.brightspotcdn.com/dims4/default/0f3ba3e/2147483647/strip/true/crop/3732×2797+0+0/resize/880×660!/quality/90/?url=https%3A%2F%2Fmedia.npr.org%2Fassets%2Fimg%2F2013%2F12%2F11%2Fnuland112way-10f24e8ba634b2b22139d9f4277fd9b007ac8e9c.jpg
A Secretária de Estado Assistente dos EUA para Assuntos
Europeus e Eurasianos, Victoria Nuland, ofereceu comida
a ativistas pró-União Europeia enquanto ela e o embaixador
dos EUA na Ucrânia, Geoffrey Pyatt, à direita, caminhavam
pela Praça da Independência em Kiev, na Ucrânia, na quarta-feira.
Ela também ofereceu comida para alguns policiais nas proximidades.
https://ic.pics.livejournal.com/sabeloff/12087301/635426/635426_900.jpg
Secretária de Estado adjunta dos EUA, Victoria Nuland,
e o embaixador dos EUA na Ucrânia, Geoffrey Pyatt,
distribuíram lanches para manifestantes e policiais
Ucranianos na Praça da Independência.
https://sputniknews.com/20150915/1027040455.html
07/ 02/2014
Victoria Nuland ao lado dos líderes partidários (NeoNaziFascistas)
da [então] oposição ucraniana, Oleh Tyahnybok (Svoboda),
Vitaliy Klitschko (Bloco Poroshenko) e Arseniy Yatsenyuk (UDAR) ,
os quais assumiram – junto com Paramilitares NeoNazistas
do Pravyy Sektor (*)- o Governo de Coalizão de Extrema-Direita
da Ucrânia , após a Deposição do Presidente constitucionalmente
Eleito que teve de fugir para a Rússia para não ser Assassinado.
*(https://twitter.com/i/status/12673284779566407688)
21/11/2014
Exame
Nova maioria parlamentar na Ucrânia é formada por 5 partidos
Cinco partidos da Ucrânia, entre eles o Bloco de Petro Poroshenko,
o novo presidente do país, e a Frente Nacional do primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, assinaram nesta madrugada um acordo para formar
a coalizão parlamentar que deverá sustentar o novo governo do país.
As cinco formações somam 288 cadeiras em um parlamento composto
por 450 vagas.
As eleições de 26 de outubro, no entanto, elegeram 421 legisladores,
pois as conflituosas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país, não participaram do processo. [E o Partido Comunista também
não pode participar da eleições, porque havia sido banido, e
os comunistas, perseguidos, tiveram que fugir do País.]
Em qualquer caso, a nova coalizão parlamentar praticamente atinge uma maioria constitucional de dois terços dos deputados, o que permitiria reformar a Carta Magna.
O projeto do acordo será apresentado hoje para a opinião pública,
coincidindo com o primeiro aniversário do início do Maidan, a
revolta [o Golpe] que terminou com a mudança de poder em Kiev,
e a visita à Ucrânia do Vice-Presidente dos Estados Unidos da
América (EUA), Joe Biden [SIC].
Zé Maria
VIOMUNDO, 04/03/2014
“Barão da nova mídia, do eBay, ajudou a derrubar o governo da Ucrânia”
“Os Estados Unidos queriam ‘Castelo Branco’ no poder:
e ele assumiu! (Arseniy Yatseniuk, na Ucrânia)”
Oligarcas triunfantes
“Ucrânia, Omidyar e a agenda neo-liberal”
Chris Floyd (Counterpunch)
https://www.counterpunch.org/2014/03/04/ukraine-omidyar-and-the-neo-liberal-agenda/
https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/barao-da-nova-midia-do-ebay-ajudou-a-derrubar-o-governo-da-ucrania.html
Viomundo, 06/03/2014
“Pela primeira vez desde 1945, Neonazistas no Poder [na Ucrânia]
Seumas Milne (The Guardian, 05/03/2014)
https://www.theguardian.com/commentisfree/2014/mar/05/clash-crimea-western-expansion-ukraine-fascists
https://www.viomundo.com.br/denuncias/seumas-milne-pela-primeira-vez-desde-a-segunda-guerra-neonazistas-integram-governo-europeu-com-apoio-dos-eua-e-da-ue.html
Zé Maria
https://vod-france24.akamaized.net/en/ptw/2014/02/07/WB_EN_NW_PKG_US_UKRAINE_NULAND_17H_NW684159-A-01-20140207.mp4
FRANCE 24 with REUTERS, 07/02/2014
“Fuck the EU”,
US envoy says
in leaked recording
[Foda-se a União Européia”,
diz enviada dos EUA (V. Nuland)
em Gravação Vazada”]
https://www.france24.com/en/20140207-ukraine-usa-eu-nuland-leaked-audio
Zé Maria
Ecos de 2013
https://images.pagina12.com.ar/styles/focal_3_2_960x640/public/2022-01/338087-whatsapp-20image-202022-01-31-20at-204-22-32-20pm.jpeg
Victoria Nuland, un Personaje Sombrío en la Crisis de Ucrania
Es una diplomática de carrera pero más que nada una lobista
de las principales empresas productoras de armamentos de su país,
entre las que se General Dynamics, Northrop Grumman y otras
corporaciones cuyas ganancias crecen en proporción al belicismo
de la política exterior de Estados Unidos
Por Atilio Boron, no Página 12
Ucrania parece condenada a un sufrimiento infinito. A sus actuales problemas domésticos (los económicos y la corrupción, según la Unión Europea) amén de los que se derivan del posible enfrentamiento de las tropas de la OTAN y Rusia en su atribulado territorio se ha sumado en estos últimos días la funesta presencia de Victoria J. Nuland, Subsecretaria de Estado para Asuntos Políticos, en las negociaciones entre Washington y Moscú. Los turbios antecedentes de Nuland rara vez salen a la luz en la prensa hegemónica, dentro y fuera de Estados Unidos.
Es una diplomática de carrera pero más que nada una lobista de las principales empresas productoras de armamentos de su país, entre las que se General Dynamics, Northrop Grumman y otras corporaciones cuyas ganancias crecen en proporción al belicismo de la política exterior de Estados Unidos y que en parte retornan a sus mentores en los pasillos de Washington, entre ellos Nuland. No es un dato menor que esté casada con Robert Kagan, uno de los neoconservadores más duros y belicistas, y que juntos participen en una serie de organizaciones y tanques de pensamiento dedicados a exaltar el imprescindible supremacismo norteamericano en los asuntos mundiales. Ambos tienen una importante cuota de responsabilidad porque se cuentan entre quienes diseñaron los tremendos fracasos militares en Afganistán, Irak y Siria, entre otras aventuras bélicas.
Entre el 2003 y 2005 Nuland fue una de las principales asesoras del vicepresidente Dick Cheney y ferviente promotora de la invasión y ocupación de Irak, una política que a lo largo de los años produjo un saldo de medio millón de muertos, aunque hay estimaciones que son mucho más elevadas. En su segundo mandato el presidente George W. Bush la premió por su beligerancia y la designó embajadora ante la OTAN, entre los años 2005 y 2008, tiempo en el cual se dedicó a organizar el apoyo internacional a la ocupación estadounidense en Afganistán. En el 2013 Barack Obama la nombró Secretaria de Estado Adjunta para Asuntos Europeos y Euroasiáticos, cargo desde el cual promovió activamente las protestas de grupos nacionalistas y neonazis en contra del gobierno de Víktor Yanukóvich, a la sazón presidente de Ucrania y representante del Partido de las Regiones, opuesto a la asimilación de Ucrania por la Unión Europea y la OTAN. No sólo Nuland auspició el “golpe blando” (que culminó con numerosos sangrientos episodios) sino que, extralimitándose en sus atribuciones, participó personalmente en las manifestaciones que la extrema derecha escenificaba en la Plaza Maidan de Kiev a finales de diciembre del 2013
(https://images.csmonitor.com/csm/2013/12/1213-world-Nuland2.jpg?alias=standard_900x600nc).
Concretada la destitución parlamentaria del gobierno de Yanukóvich el 22 de Febrero del 2014 la desembozada intervención estadounidense en los asuntos internos de Ucrania se tornó aún más visible. Pese a que Washington aseguraba que los problemas del país europeo debían ser resueltos por los ucranianos Nuland y Geoffrey Pyatt, el embajador de Estados Unidos en Ucrania, se encargaron de seleccionar quién, entre los líderes opositores, debía tomar las riendas del gobierno. La opción norteamericana recayó en Arseni Petróvich Yatseniuk, un abogado y político muy vinculado a los bancos que el 27 de Febrero del 2014 es designado Primer Ministro de Ucrania. En una conversación telefónica entre Pyatt y Nuland el embajador sugirió que antes de hacer la propuesta a favor de Yatseniuk (que desairaba a otros líderes de la oposición) sería conveniente hacer algunas consultas con la Unión Europea. La respuesta de Nuland fue terminante, y así quedó registrada y difundida por todo el mundo: “¡al carajo con la Unión Europea!” Los sumisos gobiernos de la región, indignos vasallos de Washington según Zbigniew Brzezinski, aceptaron mansamente el insulto. Angela Merkel y el presidente del Consejo Europeo, Herman Van Rompuy, se limitaron a decir que las palabras de la estadounidense eran “absolutamente inaceptables” sin exigir retractación alguna. ¡Dura muestra de la bancarrota moral y política de los gobiernos europeos!
Días atrás, y esta es la razón por la que escribimos esta nota, Nuland declaró que si se concretara la invasión rusa a Ucrania, el gasoducto “Nord-Stream 2” -destinado a transportar el gas de Rusia a Europa Occidental sin pasar por territorio ucraniano- no podrá comenzar a funcionar. Si de algo podemos estar seguro es que el protagonismo de este personaje es una pésima noticia porque disminuirá las probabilidades de encontrar una salida diplomática a la actual crisis ucraniana. Nuland, y con ella los “halcones” de Washington, son la expresión más radicalizada y violenta del imperialismo en la actual fase de declinación. Creen en la “misión civilizadora” de su país (de ahí la idea de Estados Unidos como “la nación imprescindible”) y consideran a Rusia y China como naciones bárbaras que amenazan la estabilidad del actual (des)orden mundial y que el único lenguaje que entienden es el de la fuerza. Por eso la OTAN tiene a Rusia cercada desde el Báltico hasta el Mar Negro y la flota de guerra de Estados Unidos se aproxima a Taiwán.
https://www.pagina12.com.ar/398803-victoria-nuland-un-personaje-sombrio-en-la-crisis-de-ucrania
Zé Maria
http://www.derechos.org/peace/russia/doc/ukr270.html
Antonio Azevedo
Esquerdismo infantil!!!
CJ
O AA me parece ser um típico pobre de direita.
Antonio Azevedo
OTAN, Putin e a Ucrânia
Você já se perguntou: o que faz o governo de Putin tratar a Ucrânia e a OTAN liderada principalmente pelos EUA e pela França de forma tão diferente?
Enquanto os países líderes da OTAN, especialmente os EUA e a França são detentores de ogivas nucleares para mísseis de longo alcance aptos a atingir todo o continente Russo; a Ucrânia, possui o gás e o petróleo, não possui armas atômicas e já não sabe mais o que fazer para desgarrar-se de Putin. Este tem centenas de ogivas nucleares, inclusive a bomba de hidrogênio, prontas para serem lançadas em qualquer parte da Ucrânia, em qualquer país europeu e pode,inclusive, alcançar qualquer localidade dos EUA.
Aliás, o momento é propício para o Brasil ensaiar, aprender e praticar, do mesmo modo que o governo de Putin, essa política de pequenas diferenças.
E, dessa forma, repensar o seu posicionamento para a América Latina e para o mundo; mudar e assumir um discurso do tamanho de sua grandeza e, sobretudo, incentivar, defender e investir com urgência urgentíssima em pesquisas que ajudem a dominar por completo a tecnologia do átomo, por consequência, fabricar imediatamente a bomba atômica, em seguida a bomba de hidrogênio.
Nesse sentido, será dado o primeiro grande passo para a transformação real, justa e necessária do país num Brasil Grande, soberano, livre e detentor de tecnologia nuclear para garantir de fato a paz atômica – vide o exemplo atual da OTAN liderada, principalmente, pelos EUA e pela França e contenda com a Rússia – os três países possuem armas atômicas e disputam influência na Ucrânia que não possue artefatos nucleares, entretanto, nenhum daqueles é “louco” o suficiente para dar o primeiro tiro entre si. A não ser continuar usando a Ucrânia como massa de manobra de seus próprios interesses ideológicos e econômicos.
Dessa forma, a posse de artefatos nucleares colocará o Brasil no rol dos países que não podem simplesmente ser invadidos, atacados ou agredidos.
Ou seja, a posse e o domínio de artefatos nucleares são a garantia segura e concreta da soberania e da liberdade de toda uma nação, e de quebra funciona como medida eficaz, dissuasora, defensiva e mediadora de conflitos internacionais dominado por países imperialistas, onde as pequenas diferenças, como possuir uma bomba nuclear, acaba ditando o rumo das coisas, de forma a celebrar a paz entre os povos e definitivamente permitir o equilíbrio de forças entre as nações.
Destarte, os ensinamento de Sun Tzu, no livro A arte da Guerra, são mais atuais do que nunca, ou seja: “A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”. Acorde Brasil! A pátria amada é o Brasil Grande!
Antonio Sergio Neves de Azevedo – Estudante, Curitiba – Paraná
antonio
“Defesa universal e irrestrita de valores como a liberdade, a igualdade, a justiça, os direitos humanos e a democracia”. Muita cara de pau do articulista dizer que a Rússia e a China irão defender irrestritamente a democracia, Putin reunir-se com Bolsonaro e ainda elogiá-lo já demonstra o contrário. Eles agem por interesse e têm “amigos” ditadores pelo mundo inteiro. Ou seja, estamos fadados à tragédia.
Antonio Azevedo
OTAN, Putin e a Ucrânia
Você já se perguntou: o que faz o governo de Putin tratar a Ucrânia e a OTAN liderada principalmente pelos EUA e pela França de forma tão diferente?
Enquanto os países líderes da OTAN, especialmente os EUA e a França são detentores de ogivas nucleares para mísseis de longo alcance aptos a atingir todo o continente Russo; a Ucrânia, possui o gás, terras férteis e o petróleo, não possui armas atômicas e já não sabe mais o que fazer para desgarrar-se de Putin. Este tem centenas de ogivas nucleares, inclusive a bomba de hidrogênio, prontas para serem lançadas em qualquer parte da Ucrânia, em qualquer país europeu e pode,inclusive, alcançar qualquer localidade dos EUA.
Aliás, o momento é propício para o Brasil ensaiar, aprender e praticar, do mesmo modo que o governo de Putin, essa política de pequenas diferenças.
E, dessa forma, repensar o seu posicionamento para a América Latina e para o mundo; mudar e assumir um discurso do tamanho de sua grandeza e, sobretudo, incentivar, defender e investir com urgência urgentíssima em pesquisas que ajudem a dominar por completo a tecnologia do átomo, por consequência, fabricar imediatamente a bomba atômica, em seguida a bomba de hidrogênio.
Nesse sentido, será dado o primeiro grande passo para a transformação real, justa e necessária do país num Brasil Grande, soberano, livre e detentor de tecnologia nuclear para garantir de fato a paz atômica – vide o exemplo atual da OTAN liderada, principalmente, pelos EUA e pela França e contenda com a Rússia – os três países possuem armas atômicas e disputam influência na Ucrânia que não possue artefatos nucleares, entretanto, nenhum daqueles é “louco” o suficiente para dar o primeiro tiro entre si. A não ser continuar usando a Ucrânia como massa de manobra de seus próprios interesses ideológicos e econômicos.
Dessa forma, a posse de artefatos nucleares colocará o Brasil no rol dos países que não podem simplesmente ser invadidos, atacados ou agredidos.
Ou seja, a posse e o domínio de artefatos nucleares são a garantia segura e concreta da soberania e da liberdade de toda uma nação, e de quebra funciona como medida eficaz, dissuasora, defensiva e mediadora de conflitos internacionais dominado por países imperialistas, onde as pequenas diferenças, como possuir uma bomba nuclear, acaba ditando o rumo das coisas, de forma a celebrar a paz entre os povos e definitivamente permitir o equilíbrio de forças entre as nações.
Destarte, os ensinamento de Sun Tzu, no livro A arte da Guerra, são mais atuais do que nunca, ou seja: “A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”. Acorde Brasil! A pátria amada é o Brasil Grande!
Antonio Sergio Neves de Azevedo – Estudante, Curitiba – Paraná
Admirson Rolante Cavalo
Não faz diferença.
Já tamu bem ferrados com a dolarizacao da gasosa e do diesel.
Henrique Martins
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/02/telegram-mantem-representante-no-brasil-ha-7-anos-enquanto-ignora-stf-e-tse.shtml
Isso é o que eu chamo ‘fingir de égua’.
Admirson Rolante Cavalo
Religião é feita por homens.
Ser íntimo de Deus é outra coisa. Para isso tem que ralar muito mais que ter uma religião.
Deus não faz acepção de pessoas. Nós fazemos a todo instante. Julgamos pela aparência. Entendo o ateísmo de alguns. ” Cada um cada um “.
Acho difícil ter uma guerra das potências por causa da Ucrânia e Otan. Guerra grande, digo.
A Ucrânia tá preocupada em “arrotar á mesa”. Será vero isto ?
Riaj Otim
tá certo. Alguém tem que lutar pelo direito de expressar o que quiser. o justo é se alguém publicou algo que você acha falso, convença que ficou sabendo disso pelo contrário . Lei nenhuma deveria se meter nisso, cada pessoa pode acreditar no que quiser, a fé é livre
Henrique Martins
A Globo parece estar sofrendo um ataque bolsonarista ou está com algum tipo de erro técnico na programação de hoje à noite.
A minha irmã ao assistir a novela das 7 notou que as falas estão atrasadas e as vozes dos atores estavam trocando de personagem. Ela me chamou e eu mesma observei. Daí esperei começar o jornal Nacional e as vozes dos âncoras também estavam do mesmo jeito. Depois observei que o mesmo está acontecendo neste exato momento na novela das nove…
Muito estranho. É a primeira vez que vejo algo assim na programação da emissora embora eu não a assista a anos.
Arruda Filho
Dizem que Dotoievsky é muito melhor.
Zé Maria
O Problema Circunstancial nessa Gerra Híbrida da OTAN (EUA/UE)
é que os EUA estão estimulando a Ucrânia a bombardear Donbass,
provocando a Rússia, tentando confirmar a “invasão que não houve”.
E a Mídia Ocidental Pró-EUA/OTAN está a serviço desse Propósito.
Aliás, os informes que chegam até o Brasil vêm direto do Pentágono,
tal qual na Guerra Fria EUAxURSS que se arrasta do Século Passado,
Bipolaridade que interessa aos Estados Unidos da América e à OTAN.
Zé Maria
É preciso dizer que não há, no Curso da História, País Mais Genocida
que os Estados Unidos da América (EUA). Nem a Alemanha, nem a Rússia, nem a Inglaterra, nem a China ou o Japão matou no Mundo
ou foi responsável pela Matança de tanta Gente Inocente quanto
os EUA.
Desde os Povos Nativos, e Negros Africanos, e Mexicanos, e Outros
Latino-Americanos, e Árabes, e Asiáticos, e demais Orientais.
Os EUA tem um Espírito Belicoso de Soberba Insuperável no Planeta.
Enquanto estiver em pé o Império dos Estados Unidos da América
não haverá Paz entre as Nações.
Zé Maria
Levando em consideração que os EUA
só se constituiu como Estado Nacional
no Século 18.
Henrique Martins
https://www.uol.com.br/splash/noticias/ooops/2022/02/19/analise-igreja-universal-enfrenta-maior-crise-desde-sua-fundacao.htm
Isso aqui é mera fichinha perto do que vai acontecer com a emissora de Edir Macedo, a igreja Universal e os Silas Malafaias da vida após a queda desonrosa de Bolsonaro. A honra será levada ao vento e os cofres (sacolinhas) vão secar. Hah, se vai…..
A m…. vai respingar em todos, inclusive, é claro, nos políticos do Centrão. Quem viver verá!
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