Jeferson Miola: Polícia Federal fica no meio de uma guerra de facções
Tempo de leitura: 3 minA PF no centro da guerra entre as facções do Moro e do Bolsonaro
por Jeferson Miola, em seu blog
Moro e Bolsonaro não queriam autonomia da PF, apenas disputavam qual facção teria controle sobre a corporação.
O oportunista Sérgio Moro instrumentaliza a saída do governo Bolsonaro para turbinar sua falsa imagem de agente público probo, honesto, incorruptível.
Aproveita para recuperar a imagem farsesca de símbolo do combate à corrupção e de defensor da autonomia da Polícia Federal, do MP e dos órgãos de investigação.
A simples participação dele num governo chefiado por um miliciano – que fosse por um único dia ou por 16 meses – despe Moro de quaisquer daqueles atributos virtuosos.
Ele mente ao alegar que decidiu abandonar o governo por discordar da interferência política do clã Bolsonaro na PF.
Na gestão dele no ministério, a PF foi totalmente aparelhada; todos cargos foram preenchidos a dedo por compromisso com ele, Moro, não com a Constituição.
Moro não aceitou perder poder ou ter de dividir com a facção bolsonarista o controle absoluto que exercia sobre a PF.
A corporação foi transformada na sua Gestapo, em polícia política a serviço de um projeto de poder pessoal e partidário-lavajatista.
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Moro manteve a PF sob rédeas curtas e guiada por prioridades nada republicanas.
Com a PF inteiramente sujeitada ao seu comando político, ele amealhou extraordinário poder de fogo, de chantagem e de intimidação contra inimigos de dentro e de fora do governo.
Ao mesmo tempo em que conhecia e protegia ilicitudes de agentes do governo, do PSL e, sobretudo, do próprio Bolsonaro e seus “pimpolhinhos” Zero1, Zero2 e Zero3, Moro direcionava o trabalho da PF contra a oposição, mais precisamente contra Lula e o PT.
Ao direcionar politicamente o trabalho da PF, Moro prevaricou em várias situações; como, por exemplo, em relação: ao ministro do Turismo e o laranjal do PSL; às milícias digitais e disseminação de fake news; ao terrorista do PSL que jogou bombas na sede do Porta dos Fundos e fugiu do país; ao tráfico internacional de 39 kg de cocaína no AeroCoca presidencial; à tentativa de destruição de provas no caso dos supostos hackers; à não investigação das denúncias da Vaza Jato; à exclusão do miliciano preferido dos Bolsonaro, Adriano da Nóbrega, da lista de bandidos mais procurados; à indiferença em relação aos ataques de Eduardo Bolsonaro ao Estado de Direito; à omissão do escândalo de corrupção em Itaipu etc e etc.
Como se vê, é bastante extensa a lista de manipulações e interferências do Moro na PF para atender interesses políticos e partidários.
A interferência do Moro na PF marca da carreira dele desde quando atuava como juiz.
Ele sempre sujeitou a PF – e também o Ministério Público e, inclusive, desembargadores do TRF4 e ministros do STJ e STF – às suas estratégias políticas e ao seu projeto de poder.
O site Intercept documentou amplamente as ilegalidades cometidas por Moro quando chefiava a organização criminosa de Curitiba, como Gilmar Mendes nomina a Lava Jato.
Cabe recordar dois eventos-chave da trajetória de corrupção do sistema de justiça do Brasil promovida por Moro e seus comparsas por meio da PF manietada por eles.
O primeiro evento foi em 16 de março de 2016, quando Moro coordenou pessoalmente a gravação ilegal, feita pela PF sem autorização judicial, de conversas telefônicas da presidente Dilma com Lula e de Lula com outras autoridades.
E, ao final daquele dia, Moro vazou criminosamente a gravação à Rede Globo para inviabilizar a posse de Lula na Casa Civil.
O segundo evento foi em 8 de julho de 2018, quando Moro estava em férias no exterior e ordenou indevidamente ao então superintendente da PF no Paraná, delegado Maurício Valeixo [depois promovido por ele a Diretor da PF], que descumprisse ordem judicial de soltura do Lula, para impedir a candidatura do ex-presidente contra Bolsonaro.
A corrupção do sistema de justiça que originou o Estado de Exceção vigente até hoje no país só foi possível com a ação destrutiva e nefasta de Sérgio Moro e da facção Globo-lavajatista.
As razões – e o oportunismo da ocasião – para Moro abandonar Bolsonaro não tem nada de republicano ou de decente.
Tanto Moro como Bolsonaro não defendiam a autonomia e a independência da PF; eles apenas disputavam qual das duas facções criminosas – a lavajatista ou a bolsonarista – teria controle sobre a PF para materializar seu projeto de poder.
Moro armazenou muito conhecimento e informação sobre as práticas ilícitas e criminosas dos Bolsonaro e de outros agentes políticos.
O uso desta arma poderosa para abater Bolsonaro era uma questão de tempo.
O avanço das investigações no Supremo sobre disseminação de fake news e sobre os organizadores dos atentados contra o Congresso e o STF [19 de abril] aumentou o desespero do Bolsonaro em trazer para seu domínio seguro a PF.
E isso implicaria em tirar do Moro o único motivo que ainda o mantinha no governo.
Está oficialmente declarada a guerra entre as facções do Moro e Bolsonaro.
Pela primeira vez a extrema-direita enfrenta uma crise aberta de disputa de hegemonia no seu interior.
Nas redes sociais e mídias digitais, o tom desta disputa é cada vez mais beligerante.
Comentários
Zé Maria
Convenhamos que a própria Categoria dos Policiais Federais –
salvo as honrosas exceções de praxe – se deixou encantar pelo
Fascismo Antipetista dos Patifes do MPF do Paraná, integrando
a Força-Tarefa do juiz Moro na Operação Lava-Jato em Curitiba,
daí se espalhando para outras Superintendências nos demais
estados do País, formando uma Facção de Cabos Eleitorais em
campanha aberta a favor do Candidato do PSDB Aécio Neves e
contra a reeleição da Presidente Dilma Rousseff (PT), pelo menos
desde 2014, quando até o Diretor-Geral da PF [1] tramava, às escusas,
junto com o então Senador Tucano de Minas Gerais, a derrubada
da Presidente da República Petista, estendendo-se até o Governo
Temer, tempo em que colaborava com Aécio na substituição de Delegados [2], com a finalidade de ocultar provas que o incriminariam,
evitando assim o indiciamento do Senador Mineiro.
Aliás, atualmente não dá sequer para confiar nos Inquéritos relatados
pelo Tucano Alexandre de Moraes [3], no STF, vez que as investigações
ficaram por conta de Delegados da PF com histórico de Patifarias na
Força-Tarefa da Lava-Jato (FTLJ), sob o Comando do juiz Sergio Moro,
sobretudo nas ilegalidades praticadas que acabariam na prisão de Lula
Por exemplo, o ex-Coordenador da FTLJ do Paraná, Igor de Paula,
“um dos principais nomes da República de Curitiba” – nas palavras
do Assessor de Imprensa [4] de Moro/Dallagnol na Mídia FasciPaulista.
(Vide #Vaza-Jato [5]: https://theintercept.com/2019/10/19/sergio-moro-policia-federal-lava-jato).
No momento, as Facções Tectônicas Fascistas Neoliberais Tucanas
(Globo à frente) estão se movendo e se sobrepondo às da Extrema Direita Milicianas, do Clã Bolsonaro, e Alucinadas, de Olavo de Carvalho, que “tá nem aí pra essa merda toda!”, só quer provar que a Pandemia de COVID-19 nada mais é do que o “ComunaVírus”, “vírus ideológico”
que representa a “exponencialização” do “Marxismo Cultural”, projeto “Globalista” que “já se vinha executando por meio do climatismo ou alarmismo climático, da ideologia de gênero, do dogmatismo
politicamente correto, do imigracionismo, do racialismo ou reorganização da sociedade pelo princípio da raça, do antinacionalismo, do cientificismo”, nos termos expressos pelo Reverendo Araújo [6], Porta-Voz do Astrólogo Bruxo da Virgínia/USA.
Depois desse Abalo Sísmico, as Placas podem se acomodar, até 2022
– o que é mais provável, se houver alguma chance de um Candidato
de [Centro-]Esquerda vencer as Eleições Presidenciais Vindouras –
ou então virá um Tsunami Político Incontrolável, absolutamente
Arrasador, de conseqüências imprevisíveis para a República.
[1] (https://noticias.r7.com/brasil/aecio-pressionou-diretor-da-pf-para-ter-acesso-a-investigacoes-da-lava-jato-19052017)
(https://leouve.com.br/ex-diretor-da-pf-participa-de-evento-nesta-terca-feira-em-caxias-do-sul)
[2] (https://www.cartacapital.com.br/politica/aecio-tinha-plano-para-melar-a-lava-jato-mostram-dialogos)
[3] (https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/04/24/stf-pede-que-pf-mantenha-equipe-que-atua-no-inquerito-das-fake-news.ghtml)
[4] (https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/comandante-da-lava-jato-assume-diretoria-de-investigacao-e-combate-ao-crime-organizado-da-pf)
[5] (https://theintercept.com/2020/01/20/linha-do-tempo-vaza-jato/)
[6] (https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/04/em-blog-ernesto-araujo-escreve-que-coronavirus-desperta-para-pesadelo-comunista.shtml)
(https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/04/delirios-de-um-tresloucado.shtml)
Zé Maria
Em tempo:
Como é de conhecimento público, Deltan Dallagnol,
o “DD”, desde o início, é o Coordenador da Força-Tarefa
dos Procuradores do MPF no Paraná, a denominada
“República de Curitiba”, onde se realizaram as “Delações
à la Carte” pela “Panelinha de Advogados”, inclusive
amigos íntimos de Sergio Moro e sua Cônje.
Paralelamente, porém, o Delegado Federal Igor
Romário de Paula foi o Coordenador do Grupo
de Trabalho de Policiais Federais que integravam
a Força-Tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba,
não só da Superintendência da PF do Paraná, mas
diversos também convocados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Brasília.
Essa Equipe foi parcialmente desfeita em 2017.
Em janeiro de 2019, no Início do Governo Bolsonaro,
com Sérgio Moro no Ministério da Justiça, Igor foi
nomeado para assumir a Diretoria de Investigação
e Combate ao Crime Organizado (Dicor) da PF, ‘que
investiga os casos de corrupção no Governo’. Quiçá,
por essa razão o Ministro Alexandre de Moraes o
tenha pinçado para conduzir as investigações em
dois Inquéritos: o das Fake News (STF Nº 4.781)* e
o das apurações de uma série de supostos crimes
cometidos pelo Presidente Jair Bolsonaro e pelo
ex-Ministro de Estado Sérgio Moro, instaurado a
pedido do PGR (STF Nº 4.829)**.
Dias antes, o PGR também havia pedido ao STF a
abertura de outro inquérito para apurar violação da
Lei de Segurança Nacional, cujas investigações***
envolveriam, até, a suposta participação de deputados
federais na organização de Ato que pediu Fechamento
do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/delegado-coordenador-da-lava-jato-critica-reducao-de-equipe-da-pf-no-parana.ghtml
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/07/06/fim-de-equipe-para-lava-jato-na-pf-prejudica-investigacao-diz-forca-tarefa-do-mpf.htm
https://www.conjur.com.br/2017-jul-06/pf-encerra-grupo-lava-jato-curitiba-nega-fim-apuracao
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/01/17/delegado-que-atuou-na-lava-jato-e-nomeado-como-diretor-de-combate-ao-crime-organizado-da-pf.ghtml
*(https://www.migalhas.com.br/arquivos/2019/4/art20190415-15.pdf)
(https://www.conjur.com.br/2020-abr-23/investigacao-pf-carlos-deixa-bolsonaro-irritado)
**(http://www.mpf.mp.br/pgr/documentos/Inq4829.pdf)
(http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/augusto-aras-solicita-inquerito-ao-stf-para-apurar-fatos-narrados-e-declaracoes-de-sergio-moro)
(https://www.conjur.com.br/2020-abr-24/alexandre-determina-delegados-sigam-inquerito-stf)
***(http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/augusto-aras-pede-ao-stf-abertura-de-inquerito-para-apurar-violacao-da-lei-de-seguranca-nacional)
Zé Maria
Ministro do STF autoriza instauração de inquérito, a pedido do PGR/MPF, para apurar declarações do ex-ministro Sérgio Moro que apontou supostos Atos ilícitos pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, que caracterizam, em tese, a prática de crimes como falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça e corrupção passiva.
Celso de Mello considera que, no casó específico, o Presidente não detém a prerrogativa de “imunidade penal temporária” prevista na Constituição
Notícias STF
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a instauração de inquérito pedido pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para apuração de fatos noticiados pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro em pronunciamento ocorrido na última sexta-feira (24), quando anunciou sua saída do governo e fez acusações ao presidente da República, Jair Bolsonaro.
Segundo Aras, os supostos atos apontados por Moro revelariam a prática, em tese, de ilícitos como falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça e corrupção passiva.
Em seu despacho, o ministro Celso de Mello afirma que o constituinte republicano, “com o intuito de preservar a intangibilidade das liberdades públicas e a essência da forma de governo, sempre consagrou a possibilidade de responsabilização do Presidente da República em virtude da prática de ilícitos penais comuns e de infrações político-administrativas”.
O ministro ressaltou que não se aplica ao caso a cláusula de “imunidade penal temporária”, prevista no artigo 86, parágrafo 4º, da Constituição Federal, uma vez que as condutas supostamente atribuídas a Bolsonaro se inserem no conceito de infrações penais comuns resultantes de atos não estranhos ao exercício do mandato presidencial.
“A sujeição do Presidente da República às consequências jurídicas e políticas de seu próprio comportamento é inerente e consubstancial, desse modo, ao regime republicano, que constitui, no plano de nosso ordenamento positivo, uma das mais relevantes decisões políticas fundamentais adotadas pelo legislador constituinte brasileiro”, destacou Celso de Mello.
“Não obstante a posição hegemônica que detém na estrutura político-institucional do Poder Executivo, ainda mais acentuada pela expressividade das elevadas funções de Estado que exerce, o Presidente da República – que também é súdito das leis, como qualquer outro cidadão deste País – não se exonera da responsabilidade penal emergente dos atos que tenha praticado, pois ninguém, nem mesmo o Chefe do Poder Executivo da União, está acima da autoridade da Constituição e das leis da República”, concluiu o relator.
Íntegra da Decisão:
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/Pet8802abertura.pdf
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=442192&ori=1
Zé Maria
https://twitter.com/i/status/1255295935892074497
Resumo dos #6CrimesDoBolsonaro
https://twitter.com/i/status/1255295935892074497
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