Jeferson Miola: Gabinete de transição revela o Brasil destroçado que o governo Bolsonaro escondia
Tempo de leitura: 2 minGabinete de transição revela o Brasil destroçado que o governo escondia
Por Jeferson Miola, em seu blog
Com a transição de governo começa vir à tona a realidade sobre o descalabro das finanças nacionais, a devastação da institucionalidade governamental e o desmonte avançado de instrumentos fundamentais de gestão de políticas públicas.
As informações e dados acessados pelas equipes do gabinete de transição não só confirmam a desgraceira que já se conhecia sobre a herança deixada pelo governo militar presidido por Bolsonaro, como mostram que em várias áreas a situação é muito mais grave do que se suspeitava.
O gabinete de transição recebeu do Tribunal de Contas da União [TCU] documentos com diagnósticos e subsídios sobre esta realidade. Estes trabalhos estão disponíveis no site do gabinete de transição.
O TCU “apontou 29 áreas que representam um alto risco para a Administração Pública federal devido à vulnerabilidade a fraude, desperdício, abuso de autoridade, má gestão ou necessidade de mudanças profundas para que os objetivos das políticas públicas sejam cumpridos”.
O relatório menciona “problemas crônicos e de grande impacto” em praticamente todas as áreas de governo. É um cenário devastador.
O Tribunal cita problemas como:
— pagamento de auxílio federal a pessoas indevidas [como a 79 mil militares e a empresários bolsonaristas];
— demora na concessão de benefícios pelo INSS, causa do estoque de cinco milhões de pessoas com benefícios atrasados;
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— falhas na governança fiscal;
— ineficiência na execução de políticas públicas;
— prejuízos para a redução das desigualdades sociais e regionais;
— falta de confiabilidade e de segurança de dados e dos sistemas federais;
— problemas na gestão de obras paralisadas, falha na fiscalização e no combate ao desmatamento ilegal etc.
O processo de transição de governo tem antecipado a revelação de aspectos escondidos pela política de sigilo, opacidade e falta de transparência do governo Bolsonaro.
Além de casos de negligência e incompetência, há também várias denúncias de improbidade, corrupção e ilicitudes.
A partir de 1º de janeiro, com a quebra daqueles sigilos decretados ilegalmente, os órgãos de fiscalização e controle terão condições de apurar e identificar responsáveis.
Os militares estão legando aos brasileiros um país arruinado e destroçado, que precisará ser inteiramente reconstruído, num esforço de muitos anos. Era uma tragédia anunciada.
O saldo da intromissão indevida e inconstitucional dos militares na política – tal como ocorreu na ditadura e agora, no atual governo – é desastroso para o país: arrocho salarial, carestia, miséria, fome, descontrole, violência, aumento das desigualdades, incompetência e destruição.
A semelhança do desastre atual com aquele da ditadura [1964/1985] não é casual, é repetição previsível.
É uma repetição histórica que acontece ao mesmo tempo como farsa e tragédia em um país sujeitado à tutela militar e habituado a contemporizações, conciliações por cima e anistias.
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Comentários
RiaJ Otim
o fato que a mídia não diz é
Zé Maria
“Flávio Bolsonaro votou contra a PEC do Bolsa Família.
Os bolsonaros nunca se importaram com as reais necessidades do povo brasileiro.
Sempre foram mesquinhos e agiram somente para tentar manter o projeto
de extrema direita [de Mamatas] no poder.”
ERIKA KOKAY (PT/DF)
Deputada Federal Reeleita
https://twitter.com/erikakokay/status/1600909569579831296
Zé Maria
Falando em “desgoverno Bolsolão escondia”
#EmendaPIX
“Governo repassa, via Pix, dinheiro pra prefeituras
por emenda de deputados no Orçamento Secreto.
sem precisar nem ter obra ou serviço existente.
E o pix cai na hora!
É roubo DIRETO de dinheiro público!”
https://twitter.com/ThiagoResiste/status/1600550578525900800
https://jornaloexpresso.com/2022/12/07/isto-tambem-esta-em-julgamento-no-stf-no-dia-de-hoje/
Pedro de Alcântara
Miola, não pretendo lhe ensinar nada. Aliás, aprendo bastante com seus artigos. No entanto, talvez fosse necessário acentuar que essa “tragédia anunciada” tem tudo a ver com a situação crítica que vive o capitalismo. Podemos dizer, mesmo, que o momento histórico atual já não justifica usar nem o termo capitalismo no sentido usado, por exemplo, por Marx. Seu declínio é visível. E a devastação é produto de sua falência, a qual está apontando para uma transformação profunda, A devastação, consciente e que tem nas guerras do império sua manifestação mais evidente, é uma tentativa de impedir a transformação histórica que se anuncia.
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