Janio de Freitas: Por que o impeachment de Gilmar Mendes pode avançar
Tempo de leitura: 2 min
Foto: Lula Marques/Agência PT, via Fotos Públicas
Mendes está moralmente impedido de atuar em ação da chapa Dilma/Temer
por Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo
O pedido de impeachment de Gilmar Mendes, com a intenção de destituí-lo do Supremo Tribunal Federal e, por consequência, do Tribunal Superior Eleitoral, tem estreita possibilidade de prosperar. Seus signatários, todos de alta qualificação e reputação, e ninguém dado a receber “santo” ou dinheiro pelo pedido de impeachment, adotaram sua iniciativa com pleno conhecimento da dificuldade que a esperaria: receber, encaminhar ou recusar o pedido são tarefas do presidente do Senado, o acossado em oito ações judiciais no Supremo e na Lava Jato, Renan Calheiros.
Costumeiro criador de artifícios para esgueirar-se entre o contra e o favorável, o senador não surpreenderá se o fizer mais uma vez, e nem seria a última. Delegar a decisão ao plenário, por exemplo, em nome de uma definição institucional e não apenas pessoal. De qualquer modo, parte da intenção do pedido estará assegurada, ao registrar e chamar a atenção para o que os signatários denunciam como atitudes de Gilmar Mendes incompatíveis com os dispositivos legais e regimentais do Supremo.
Manifestação pública sobre processo em curso no tribunal, protelar julgamento, quebra do decoro, manter-se como juiz quando deveria dar-se por impedido, são algumas das acusações e exemplificações do pedido de impeachment. Mas, neste momento, transcorre um caso de anormalidade engrandecida pelas atuais circunstâncias institucionais e políticas.
Ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes recusou a transferência, para outro ministro, da parte que conduzia sobre possíveis irregularidades na campanha Dilma/Temer. Atitude capaz, por si só, de suscitar suspeitas de sua motivação. Gilmar Mendes foi mais longe: já com o impeachment correndo no Senado, foi ao Palácio Jaburu para longa conversa fechada com Michel Temer, que é tão suscetível quanto Dilma nas possíveis irregularidades sob exame no TSE.
Gilmar Mendes está moralmente impedido de se pronunciar no processo e julgamento da campanha Dilma/Temer. E talvez até de presidir o provável julgamento. Nada indicando, porém, que o reconheça.
Quando em processos judiciais surge justificada indagação sobre eventuais motivações de quem acusa ou julga, algo vai mal, com tendência a piorar. Não foram poucos os estranhamentos da suspensão, pelo procurador-geral Rodrigo Janot, das negociações para delação premiada de Léo Pinheiro, presidente da OAS.
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A ocorrência de vazamento foi a pretensa explicação de Janot, sem que os vazamentos de todas as outras delações premiadas as suspendessem. O teor do vazamento nem ao menos convinha a Pinheiro, enquanto na própria Lava Jato o vazamento é irreparável.
Com a mesma falta de explicação convincente, Sergio Moro determinou a volta de Pinheiro para a cadeia. Sob a ameaça de perder o direito à delação premiada e já de volta à cadeia, Léo Pinheiro foi cercado pelo mínimo de ética judicial e o máximo de pressão. Condições ótimas para desdizer que o apartamento em Guarujá é da OAS, como sustentou em depoimentos anteriores, e enfim apontar Lula e Marisa como donos. Pelo visto nesta quarta (14), nada feito, ou Léo Pinheiro seria a estrela da nova carga da Lava Jato contra Lula.
Comentários
FrancoAtirador
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FrancoAtirador
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FrancoAtirador
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Jáder Barroso Neto
O valerioduto abasteceu Gilmar Mendes
O ministro do STF está entre os beneficiários do caixa 2 da campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo em 1998. Confira a lista inédita
por Redação Carta Capital — publicado 27/07/2012 11h36, última modificação 27/07/2012 13h15
http://www.cartacapital.com.br/politica/o-valerioduto-abasteceu-gilmar-mendes/
Jáder Barroso Neto
Até quando?
Antes que só nos reste a violência como única opção?
FrancoAtirador
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Curiosidade
O que Gilmar e Respectivos Assessores de Imprensa, na Mídia Jabá do PSDB,
passaram a temer, após o Gângster Cunha cair nas Garras da OLJ do Paraná?
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https://twitter.com/deltanmd/status/776427903324082177
https://twitter.com/deltanmd/status/776427904649433088
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José Fernandes
Olha demoraram muito pra pedir esse impeachment desse rato,me desculpem os pares ,Mas Vossas Excelências sabe, porque vivem e convivem com ele diariamente,sabem que o comportamento de um magistrado da mais alta corte de uma Nação não pode e jamais ultrapassar a linha da sua expressão pessoal. e politica. o que vemos nesses anos ,desde a reeleição do Presidente Lula que, “esse ” se comporta como se fosse o defensor Mor do PSDB, e contra o presidente Lula e o PT. Em nenhum País democrático do mundo civilizado essas palhaçada acontece.
ou será que esse rato e melhor que todo pensamento jurídico Brasileiro,onde estão os juristas desse Pais que deixa esse rato fazer e desfazer dota mais alta corte. impeachment já,impeachment já,impeachment já,impeachment já
impeachment já.do gilmarrrrrrrrrrrrrrrr
Edgar Rocha
Este Gilmar, não só ele, dá arrepios em qualquer cidadão. O judiciário brasileiro já não tem credibilidade alguma. Com a implantação de um Estado policial, como parece querer fazê-lo o golpista Temer, ficamos mais apreensivos. Meu maior receio é este juiz, com a força política que dispõe, arrebatar algum poder para além de sua condição de Rasputin do Governo Temer. Numa eventual queda do presidente, as deliberações e arbitrariedades desferidas contra as instituições podem ir mais longe do que acreditamos ser possível. A possibilidade de uma espécie de ditadura judicial me parece real e aí, com este judiciário que temos, manda quem pode e a legalidade não é mais que um rito. Pelo que já lemos sobre Gilmar Mendes, este me parece mais um monstro absolutista com o qual devemos manter distância das instituições. Vai ser difícil tirar o sujeito de lá. A Constituição não conta mais. Não há outra forma de se lidar com este contexto senão pela desobediência civil. Gilmar Mendes e Alexandre Morais juntos é de tirar o sono de qualquer um.
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