Jair de Souza: Sanções da União Europeia à Rússia ou quando o tiro sai pela culatra; vídeo
Tempo de leitura: 2 minBoicote e sanções da Europa contra a Rússia: ou, quando o tiro sai pela culatra
Por Jair de Souza*
No domingo passado (04/09/2022), o chanceler alemão, Olaf Scholz, fez uma dura declaração acusando a Rússia de ser um exportador não confiável, ao não garantir o suprimento de gás à Europa no volume estipulado nos contratos firmados.
O inacreditável nesta história é que a Rússia é o país que vem sendo alvo do mais violento boicote já aplicado a alguma nação, sofrendo sanções avassaladoras em todas as áreas de atividades, e que foi vítima de um confisco (roubo) de mais de 300 bilhões de dólares de suas reservas internacionais.
Agora, o dirigente alemão acusa a Rússia de provocar o caos na Europa ao não fornecer o gás e o petróleo suficientes para garantir a tranquilidade da vida social e econômica europeia.
Pode soar como um descarado deboche, mas esta tem sido a tradição do comportamento do imperialismo desde sempre.
A atitude de Olaf Scholz neste caso está plenamente afinada com o que os países imperialistas vêm praticando há séculos.
Conforme já nos ensinava Lênin, uma das razões que levam os países do capitalismo central a expandir sua exploração imperialista às nações periféricas é o interesse em preservar um nível de estabilidade interna que impeça o surgimento de sobressaltos que coloquem em risco a hegemonia do poder do próprio capital.
Por isso, o saque e a espoliação das riquezas dos países subjugados permitem que as burguesias imperialistas tenham condições de oferecer às classes trabalhadoras de seus países um nível de vida um pouco mais satisfatório a ponto de mantê-los apaziguados e sem disposição para se confrontar com as bases estruturais do sistema.
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Quando tomaram a decisão de desfechar contra a Rússia seu plano de boicote e sanções, os dirigentes dos países da OTAN, provavelmente, acreditavam que, em pouco tempo, o caso estaria resolvido e a ousadia dos russos ao desafiar suas diretrizes expansionistas seria exemplarmente punida.
No entanto, a maneira como o governo russo decidiu enfrentar o desafio surpreendeu as lideranças ocidentais.
Em lugar de aceitar cabisbaixo as afrontas que lhe estavam sendo impostas, a Rússia resolveu fazer com que os europeus ocidentais sentissem na pele as dores que eles costumam impingir aos povos que eles subjugam.
E é por isso que agora os líderes da Europa Ocidental estão apavorados. A revolta das massas populares que eles desejavam ver acontecer na Rússia está em vias de acontecer em seus próprios quintais.
O vídeo que estamos trazendo em associação com este texto tem um grande valor didático a respeito da questão que estamos abordando.
Portanto, considero de muita utilidade vê-lo com atenção e tratar de refletir sobre seu conteúdo.
Para torná-lo compreensível a um maior número de brasileiros, fiz a tradução ao português e providenciei as legendas.
Oxalá ele sirva aos objetivos de clarear nossa mente frente aos grandes desafios que estamos enfrentando em tempos presentes.
Assista-o no topo.
*Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ
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Comentários
Olésio
A Europa, subordinada aos interesses dos Estados Unidos, perderá muito de sua importância no cenário político e econômico mundial nos próximos anos. Muito estranho a Europa, berço cultural do Ocidente, lamber com tanta avidez as botas dos EUA, país notório pela avidez que possui pela riqueza alheia, pela facilidade com que trai seus aliados e que cuida apenas e tão somente dos próprios interesses. Os EUA, defenderam seus interesses, quebrando as pernas da Europa na questão da Ucrânia, tendo assim um concorrente econômico a menos. Para sorte do mundo, os EUA também estão em plena decadência e não há dinheiro que os salve de perder a hegemonia mundial, pois seus problemas são estruturais e resultantes da própria dinâmica de seu capitalismo brutal.
Nelson
A cobertura do conflito Rússia x Otan (Ucrania) é um fato a mais a escancarar o apodrecimento imparável da mídia ocidental. Obviamente, esse apodrecimento da mídia é um reflexo do apodrecimento sem fim por que passa também o staff, establishment, que comanda as chamadas democracias (sic) ocidentais.
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Já faz um bom tempo que o sociólogo argentino, Atílio Borón nos alerta desse apodrecimento.
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Os espanhóis, por exemplo, se esmeram em demonstrar todo o seu sabujismo ao Sistema de Poder que domina os Estados Unidos. Nos jogos do campeonato espanhol, é colocada, permanentemente, a bandeira da Ucrania. Há até pouco tempo, colocavam a expressão “No a la guerra”.
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Curiosamente, não vemos menção alguma ao povo palestino. Já faz mais de 70 anos que os sionistas de Israel enfiaram seus coturnos nos pescoços dos palestinos e não mais tiraram.
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Em todas essas décadas, os sionistas mataram dezenas de milhares de palestinos, impiedosamente, e nenhuma crítica se vê a Israel, nenhum boicote a seus músicos, atletas, intelectuais, etc.
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Apodrecimento sem fim do mundo ocidental.
Zé Maria
E o Outono tá chegando e,
por conseguinte, o Inverno …
Zé Maria
Detalhe
Bonaparte e Hitler
‘sentiram na Pele’
o Inverno Russo.
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