Jair de Souza: Caso Sacco e Vanzetti, os perseguidos de antes; latino-americanos, os de agora. VÍDEO
Tempo de leitura: 2 min
O caso Sacco e Vanzetti: os perseguidos de antes e os de agora
Por Jair de Souza*
Neste momento em que a intolerância racial e social aparenta estar de volta aos Estados Unidos com toda sua fúria e horrores, é recomendável que retrocedamos na história por volta de um século para reanalisar o caso Sacco e Vanzetti.
Como é de conhecimento de quem se dedica ao estudo da evolução dos movimentos sociais, a busca por bodes expiatórios é uma eterna preocupação presente em quase todos os que se encarregam de levar adiante a defesa política dos interesses dos capitalistas em sociedades convulsionadas pela luta de classes.
Tendo em vista esse objetivo, os porta-vozes das classes dominantes não hesitam em recorrer a todo o poder de fogo de que disponham para conseguir manter desunidos aqueles aos quais exploram.
Por isso, é constante a tentativa de instigar o ódio de certos setores de trabalhadores contra outros ainda mais fragilizados.
Neste processo, nos Estados Unidos e em outras sociedades capitalistas, os trabalhadores imigrantes costumam ser as vítimas preferenciais da discriminação e perseguição, por meio das quais as classes dominantes almejam manterem-se incólumes em suas condições privilegiadas.
Conforme poderemos constatar ao repassar o caso dos imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, nos Estados Unidos do começo do século passado, os alvos dos ataques eram principalmente os operários oriundos da Itália.
Assim, toda a força repressiva ostentada pelos poderosos era empregada para inviabilizar, destruir e eliminar quaisquer tentativas de resistência por parte dos explorados.
Em nossos tempos, nesse mesmo país da América do Norte, podemos observar que os que desempenham o papel de Sacco e Vanzetti já não são de modo significativo os imigrantes de origem italiana.
Apoie o VIOMUNDO
Atualmente, os bodes expiatórios são em sua maioria gente vinda de países latino-americanos em busca de uma vida algo mais digna e disposta a dar duro para conseguir seu objetivo.
No entanto, podemos dar-nos conta de que as artimanhas e os subterfúgios utilizados para esmagar a resistência das classes subjugadas permanecem quase os mesmos de outrora.
Vai-nos ser possível comprovar como tanto o aparato judiciário como o sistema de repressão policial continuam exercendo as funções que, já por aquele tempo, exerciam.
Por isso, queria recomendar veementemente que assistissem com muita atenção a este excelente filme de 1971, no qual a história está retratada. Procurei inserir as legendas em português para que mais pessoas pudessem ter acesso ao mesmo. Espero que tenha feito algo útil para a luta popular.
*Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.
*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
Leia também
Ângela Carrato: China rouba a cena e o tio Sam dá a volta por baixo
Jessé Souza: Donald Trump e a destruição da hipocrisia americana
Presidenta da Celac convoca reunião para tratar da crise migratória; Petro participará
Comentários
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!
Deixe seu comentário