Jair de Souza: Caso Sacco e Vanzetti, os perseguidos de antes; latino-americanos, os de agora. VÍDEO

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Bartolomeo Vanzetti and Nicola Sacco. Foto; Wikimedia Commons

O caso Sacco e Vanzetti: os perseguidos de antes e os de agora

Por Jair de Souza*

Neste momento em que a intolerância racial e social aparenta estar de volta aos Estados Unidos com toda sua fúria e horrores, é recomendável que retrocedamos na história por volta de um século para reanalisar o caso Sacco e Vanzetti.

Como é de conhecimento de quem se dedica ao estudo da evolução dos movimentos sociais, a busca por bodes expiatórios é uma eterna preocupação presente em quase todos os que se encarregam de levar adiante a defesa política dos interesses dos capitalistas em sociedades convulsionadas pela luta de classes.

Tendo em vista esse objetivo, os porta-vozes das classes dominantes não hesitam em recorrer a todo o poder de fogo de que disponham para conseguir manter desunidos aqueles aos quais exploram.

Por isso, é constante a tentativa de instigar o ódio de certos setores de trabalhadores contra outros ainda mais fragilizados.

Neste processo, nos Estados Unidos e em outras sociedades capitalistas, os trabalhadores imigrantes costumam ser as vítimas preferenciais da discriminação e perseguição, por meio das quais as classes dominantes almejam manterem-se incólumes em suas condições privilegiadas.

Conforme poderemos constatar ao repassar o caso dos imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, nos Estados Unidos do começo do século passado, os alvos dos ataques eram principalmente os operários oriundos da Itália.

Assim, toda a força repressiva ostentada pelos poderosos era empregada para inviabilizar, destruir e eliminar quaisquer tentativas de resistência por parte dos explorados.

Em nossos tempos, nesse mesmo país da América do Norte, podemos observar que os que desempenham o papel de Sacco e Vanzetti já não são de modo significativo os imigrantes de origem italiana.

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Atualmente, os bodes expiatórios são em sua maioria gente vinda de países latino-americanos em busca de uma vida algo mais digna e disposta a dar duro para conseguir seu objetivo.

No entanto, podemos dar-nos conta de que as artimanhas e os subterfúgios utilizados para esmagar a resistência das classes subjugadas permanecem quase os mesmos de outrora.

Vai-nos ser possível comprovar como tanto o aparato judiciário como o sistema de repressão policial continuam exercendo as funções que, já por aquele tempo, exerciam.

Por isso, queria recomendar veementemente que assistissem com muita atenção a este excelente filme de 1971, no qual a história está retratada. Procurei inserir as legendas em português para que mais pessoas pudessem ter acesso ao mesmo. Espero que tenha feito algo útil para a luta popular.

*Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.

*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo. 

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