por Jair de Souza
A gente sente que há uma forte tendência de os jovens embarcarem na campanha de Marina, ou melhor, os jovens de classes média e alta. Faço esta observação porque existe o costume de considerar que a “juventude” é isso. Os jovens trabalhadores, ou filhos de trabalhadores, raramente são tomados em conta quando se fala em “juventude”.
Outro costume também existente é o de considerar que essa “juventude” representa sempre uma força progressista que aponta no rumo de avanços em busca da conquista de justiça social e de maior equiparação dos direitos. Acontece que isto não encontra amparo em evidências históricas. Contar com a “juventude” é realmente muito importante para qualquer movimento social, visto que eles (os jovens) se dedicam com muito entusiasmo e vigor às tarefas que os movimentos em que se engajam lhes atribuem. No entanto, há movimentos progressistas e há movimentos reacionários.
Não podemos deixar de ter em mente que os jovens de classe média desempenharam papel de grande peso para a chegada ao poder do fascismo italiano e do nazismo alemão (dois exemplos do que há de mais retrógrado em relação a movimentos sociais) e para a implenentação de suas políticas antipopulares.
Nas últimas décadas, na América Latina, é a juventude de classes média e alta a principal força de mobilização com que contam os grupos oligárquicos e o grande capital para se contrapor aos governos de cunho popular que surgiram por aqui neste período. Basta uma olhada nos embates sociais que vêm acontecendo na Venezuela para notar que essa juventude serve de carne de canhão para os objetivos mais sórdidos e reacionários das oligarquias entreguistas e do imperialismo estadunidense.
Mas, o panorama venezuelano está longe de representar uma exclusividade neste aspecto. Em todos os outros países latinoamericanos que elegeram governos opostos aos interesses das tradicionais oligarquias reacionárias e entreguistas (Equador, Bolívia, Nicarágua, Argentina, Brasil), o papel mais importante das mobilizações reacionárias é exercido por jovens de classes média e alta.
O que eu quero ressaltar é que nada deve ser considerado como progressista tão somente por contar com o apoio majoritário dessa “juventude”. Seria muito importante que as forças progressistas tivessem de seu lado a boa parte desses jovens.
Considero que devemos sempre ter isto como objetivo. No entanto, não é tarefa fácil atrair para o campo popular a esta parcela da população. Especialmente nesta fase da história em que meios como as redes socias tipo twitter representam ferramentas poderosíssimas para a mobilização de massas. É que essa “juventude” está imbuída de todos os preconceitos antipovo que caracterizam as chamadas classes média e alta.
E on novos meios de mobilização social são excelentes para a exploração de preconceitos enraizados nas mentes das pessoas, mas pouco eficientes para induzir à reflexão e levar ao rompimento com tais preconceitos. Com apenas 140 caracteres é possível trazer às ruas milhares de jovens que querem pôr fim à corrupção “causada” pelo PT (conforme eles escutam e leem o tempo tempo nos demais meios de comunicação), mas não para fazer com que as pessoas entendam que estão sendo vítimas de manipulações midiáticas por parte dos detentores do controle da mídia corporativa.
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A luta não é fácil. E o papel dos jovens pode ser negativo ou positivo, de acordo com as circunstâncias de cada momento. Mas, atualmente, a direita reacionária leva grande vantagem em seu trabalho de cooptação dessa “juventude”. Eu acho que está faltando um empenho mais aguerrido de nossa parte para trazer à tona o outra “juventude” que quase nunca é tomada em conta.
PS do Viomundo: Como demonstraram algumas entrevistas feitas por nós, não se trata apenas de jovens de alta classe média. Muitos ascenderam socialmente nos últimos anos. Lula e o PT optaram pelo consumismo despolitizado. Envelheceram no poder. Não entenderam que os jovens, de diferentes classes sociais, hoje falam entre si de forma instantânea. Confiam uns nos outros. Não viveram ciclos históricos distintos, em que testemunharam pessoalmente o desemprego, a instabilidade econômica ou crises políticas profundas. Como nunca houve discurso alternativo de alcance realmente nacional, por decisão única e exclusiva do próprio PT, os jovens que pretendem derrotar Dilma seguem a matriz de pensamento dos barões da mídia. Direita financiada, como notou Rui Martins — que hoje, aliás, apoia Marina — por Dilma Rousseff.
Além disso, todos, repito, todos os projetos de mudança política incentivados por Washington — não afirmo que este seja o caso do Brasil agora — através de sua teia de interesses, do National Endownment for Democracy à Soros Foundation, especialmente nas assim chamadas “revoluções de veludo” do Leste europeu, tiveram como base a mobilização de jovens, a partir da ideia de que em muitas sociedades eles são estatisticamente majoritários na população, idealistas e dispostos a sair às ruas. Se o Chacrinha estivesse vivo, diria: quem não desenvolve uma política de comunicação e não disputa politicamente esta geração, se estrumbica.
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Comentários
pimenta
fugindo do tema:
Última forma: Estadão afirma que PSB continua sonegando o jatinho
Autor: Fernando Brito
Bem que estava estranha a matéria capenga de O Globo dizendo que o jatinho que servia Eduardo Campos e Marina Silva – e que virou a campanha presidencial – havia sido, finalmente, declarado à Justiça Eleitoral.
Não foi, confirma o Estadão.
“Sobre o jatinho Cessna Citation, Margarido (Bazileu Margarido, homem das finanças de Marina Silva), afirmou que ainda precisa de algumas informações para declará-lo e que a aeronave aparecerá na próxima prestação de contas. Antes, o PSB dizia que o jato já apareceria nesta prestação de contas. O partido solicitou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) as horas voadas e, com esse dado, será possível calcular o valor estimado do serviço. “Dependemos desta informação da Anac”, disse Margarido ao Broadcast Político. Os advogados do PSB também vão anexar os documentos declarando a aeronave como doação.”
Algumas informações?
De que tipo?
De quem era o avião?
Por que e com que instrumentos cedeu-o a Eduardo e Marina em maio deste ano?
Quem pagava o combustível, os pilotos, as taxas aeroportuárias, os hangares e a manutenção?
Como é que o PSB vai estimar “o custo dos serviços” quando a Anac informar as horas voadas pelo aparelho. Que serviços? Sob a administração de quem o avião estava?
Tudo indica que não se conseguiu montar, até agora, versões e documentos que dêem a mínima sustentação a algo que todos estão a ver que é uma farsa.
Mas a transparência da “nova política” vai resolver tudo e apresentar as explicações, garantem os dirigentes da candidatura Marina Silva, embora em 20 dias não tenham mostrado coisa alguma.
Depois da eleição, quem sabe?
A Justiça Eleitoral está sendo abertamente desafiada pela cúpula do PSB-Marina. Laranjas, papéis apócrifos e desculpas esfarrapadas foi tudo o que se viu até agora sobre este jato fantasma.
A eleição voa nas asas de uma fraude contra a boa-fé dos brasileiros.
Fernando
A evolução da humanidade nunca foi uma linha reta em direção às ideias progressistas. Sempre é melhor pensar em ciclos de fluxos e refluxo das ideias progressistas. Veja como é claro: a juventude da década de 60 fui ultrarevolucionária, mas a partir da década de 70 este vigor inovador foi diminuindo gradativamente até os anos 90 em que os jovens já eram bem mais conservadores do que seus pais, e este movimento se acentuou e hoje em dia é mais comum na família o pai ser o maconheiro e o filho ser do exército do que o contrário, como era comum nos anos 60. A juventude de hoje é sim careta e conservadora e todos os símbolos de sua “modernidade” como as tais “redes sociais” são meros produtos de consumo fabricados por grandes multinacionais. Sem falar no desprezo a criatividade que nos legou o hino dessa juventude vendida a mídia ( A música Fácil de Jota quest que afirma a toda vez que quer fazer uma música “fácil, pra eu você e todo mundo cantar junto”, ou seja o ideal de proposição e criatividade desta juventude se resume a refrão idiota que todos podem aprender escutando somente uma vez!)
Mário SF Alves
Por mais extemporâneo e infundado que seja, o fato é que o grande mote mobilizador e agregador de parcela significativa destes referidos jovens é o anticomunismo olavo-carvalhiano-reinaldo-azevedista, que não relutam em relacionar comunismo com o PT. Existe, inclusive, ideólogos irresponsáveis que não hesitam um segundo em afirmar o absurdo de que o PT – cujos partidários e simpatizantes são por um deles denominados de petralhas – está promovendo uma revolução cultural gramsciana no Brasil. Desonestidade intelectual manda lembranças.
Ora, Gramsci não foi aquele intelectual marxista que foi encarcerado pelo fascista e ditador Mussolini? O mesmo Mussolini que acabou pendurado numa forca em praça pública?
De outro lado é bom não esquecer que há de fato muita bronca contra o GF em razão de duas questões cruciais:
Aposentadorias e segurança pública. Não à toa apoiam tão tenazmente a redução da maioridade penal. São politicamente sensíveis às falácias midiáticas e ao conservadorismo mais retrógrado. Tornaram-se incapazes de ponderar sobre presente e passado e sobre o real significado das conquistas alcançadas nos governos Lula e Dilma. Por isso são imediatistas e só lhes interessa o aqui e o agora. E… durma-se com um barulho deste, são os mesmos que se incomodam com a presença de pobres em aeroportos.
Terá sido uma atitude socialmente isolada a daqueles que tacaram fogo no índio Galdino? Quem ou o quê os induziu a essa barbárie?
Mariá
Excelente,Jair. E não foi por falta de aviso que chegamos a essa situação. O PT e a Dilma fecharam-se em copas enquanto a Globo fazia a cabeça da meninada.
A lavagem cerebral foi tão grande que 66% das pessoas acham que a vida melhorou, têm uma expectativa positiva para o ano de 2015, mas dizem que o que vai mal no país é a sua economia. É impressionante.
Bertold
O ps do Viomundo tem um problema de origem. Não há linguagem progressista na qual os jovens possam se identificar naturalmente mesmo que se recorresse a sofisticada “TAC” de Habermas. É uma questão geracional tender mais para a esquerda, para o centro ou para a direita. Depende muito de como as elites políticas, intelectuais e econômicas de um país se comprometem com mudanças. Basta voltarmos aos 80 e 90, ainda na fase de transição da ditadura, para efeito de comparação, quando o poder oligárquico e midiático não corriam perigo de não continuar mandando no Planalto. Desde de 2003 isso mudou pois Lula assumiu a “Carta aos Brasileiros” mas não abriu mão de uma revolução processual no sentido de deslocar o eixo do poder no país. Foi quando se deram conta disso, que uma engrenagem foi posta em ação visando reverter o perigo de uma massificação consciente. Portanto, culpar o PT disso ou daquilo por não ter politizado à distribuição de renda aos pobres não resolve a questão. Inúmeras foram as iniciativas e ações do governo mas o “quarto poder” resolveu “só que não!”. Mas votando. Me diga, onde é que os jovens adquirem e constroem suas identidades? Não são atualmente se identificando, aderindo, consumindo ou sonhando consumir tudo o que os jovens das classes altas e médias dispõem, sejam músicas, carrões, bonés de marcas estrangeiras, smartphones, tênnis, dança, moda e valores morais?
cid elias
Matou a pau!
FrancoAtirador
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Desinformação
Alienação
Nome e Sobrenome.
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FrancoAtirador
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Num passado não muito distante,
jovem desinformado e alienado
era o que não lia jornais.
Nos dias atuais, é aquele que lê,
ainda que por meios virtuais,
nas Redes Sociais da Internet.
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Jair de Souza
Queria esclarecer a nossos colegas leitores de Viomundo que o texto apresentado acima se trata, em realidade, de um comentário que eu havia feito ao excelente artigo de Gilson Caroni Filho. Aproveito para agradecer a Viomundo por ter tomado a decisão de publicá-lo como um post independente.
Porém, quero que levem em consideração que eu não isento os governos de Lula e Dilma, nem o PT, por seu descaso com a questão da consciência política daqueles que passaram a receber atenção especial por parte do Estado pela primeira vez na história de nosso país.
Aqueles que acompanham regularmente as publicações e comentários de Viomundo poderão se lembrar de várias críticas feitas por mim sobre isto. Assim como também vão se lembrar das inúmeras críticas que fiz e faço em relação à péssima política comunicacional dos governos do PT, em especial no de Dilma. Fico indignado com a capitulação frente à rede Globo e aos demais integrantes das corporações máfio-midiáticas.
No entanto, mesmo nesse comentário, tratei de deixar claro que considero importante um empenho para trazer para o lado das forças progressistas a todos esses jovens (nessa parte, me referia aos jovens de classe média), só que considerava (e considero) que se trata de uma batalha muito difícil, visto que as redes sociais vigentes na atualidade facilitam a tarefa de quem quer reforçar preconceitos e não dos que desejam gerar consciência.
Por tal razão, fazia um apelo a que déssemos mais atenção àquela parte da juventude que tradicionalmente é ignorada quando se emprega o termo “juventude” de modo generalizado, ou seja, os jovens trabalhadores ou filhos de trabalhadores. É claro que estes também estão sendo alvo da manipulação que os faz ir contra um governo que só lhes beneficiou. Porém, em vista de sua origem e condições sociais concretas, eles não carregam em suas mentes o alto grau de preconceito antipovo que boa parte dos jovens das classes média e alta sim carregam.
Para terminar, eu não considero que a juventude seja, em si, nem revolucionária, nem reacionária. Elas são o que o conjunto da sociedade também é. A diferença fundamental é que os jovens costumam lançar-se à luta com muito mais vibração que os demais. Ou seja, tudo vai depender da luta em questão e de quem conduz os jovens nesta luta.
Edgar Rocha
Num dado momento, dei-me conta de que, quando se elege a imagem do jovem como representação máxima de um ideal de sociedade e ser humano, as coisas vão mal, muito mal. O elogio à juventude sempre foi indicador de autoritarismo, projetos escabrosos, futuro sombrio e imperial. E isto tem uma razão. Não há nenhum estrato social mais susceptível à manipulação de massas e, considerando a era pós 2ª Guerra Mundial, como diria Jung, capaz de despertar a “besta-fera” que controla o inconsciente coletivo de uma nação. No caso do Brasil, somos regidos por duas. Uma, a adorável-terrível, mais forte que todas as outras e destinada a destruir aquele que a desperta. Dionísio ainda ronda por estas bandas e é bom não subestimá-lo. A outra, destina-se a escravização total de seus agentes em busca do poder e da estabilidade caótica, que impedem qualquer voz dissonante de afirmar-se. Ares, a guerra injusta, a imposição pela força, se atiçado, não pode ser detido a não ser pela primeira. E ambas são igualmente perniciosas, pois consomem totalmente àquele que se presta a “cavalo” de suas intenções. Papo estranho, num post de política, não? Mas, peço, atentem à psicanálise. Entendam de uma vez por todas que a disputa pelo espírito bruto da juventude, incorre na maior das heresias políticas: a manipulação de forças sociais as quais não se tem domínio pleno. Nunca! E o resultado disto nada mais é que o fortalecimento das estruturas autoritárias, dos paradigmas imperialistas, tendo como efeito colateral a eliminação dos que se prestam a servir tais ‘potências’ sociais. Nossos jovens se entregam ao inconsciente com uma paixão cega, auto-destrutiva. Nada mais cruel que despertar neles algo incontrolável, com a certeza de que os mais velhos não se arriscariam a tamanha loucura. A juventude existe pra ser protegida, esta é a prerrogativa mais elementar deste conceito. Biologicamente, jovens possuem traços, atitudes e outras características cujo objetivo é inspirar-nos unicamente compaixão. O culto a beleza jovem, ao corpo, à necessidade de se prolongar tal prerrogativa, denotam muito mais que irresponsabilidade diante do mundo. Tais condutas sociais são a expressão do mais profundo ódio pela humanidade. Não assumir a maturidade, parasitar a juventude, delegar-lhe o dever de promover mudanças as quais o mundo adulto deve implementar, é a melhor forma de conservar as estruturas, manter tudo como está e, de quebra, eliminar o único setor com legitimidade para questionar, rebelar-se, cobrar-nos, sofrer com os erros da geração madura e, por isto mesmo, desejar algo novo. A premissa do texto postado acima, bem como a do PS que lhe complementa, está errada! “Quem não desenvolve uma política de comunicação e não DISPUTA POLITICAMENTE esta geração, se estrumbica”. Peço que revejam, ao menos parcialmente os princípios desta afirmação. E considerem, assim como Hitler e a posterior cultura de massas que lhe sucedeu, a força dos arquétipos e a seriedade de uma discussão política acerca deste tema. É esta a principal arma de cooptação dos jovens. Cabe à geração adulta questionar se usá-los seria o melhor caminho. Seria melhor se assumíssemos uma nova conduta, em contraponto ao que se tem feito na política mundial pós-guerra.
Rodrigo
“Com apenas 140 caracteres é possível trazer às ruas milhares de jovens que querem pôr fim à corrupção “causada” pelo PT (conforme eles escutam e leem o tempo tempo nos demais meios de comunicação), mas não para fazer com que as pessoas entendam que estão sendo vítimas de manipulações midiáticas por parte dos detentores do controle da mídia corporativa.”
Cada dia que passa me convenço que alguns ditos “progressistas” tentam manipular tanto quanto a tal imprensa golpista que tanto criticam. Que a corrupção não é algo exclusivo do PT qualquer um sabe, mas dizer que a indignação causada por ela é fomentada apenas pelo que andam dizendo por ai na mídia “tradicional” e querer carimbar “Asno” nas nossas testas.
Sim, sabemos também que a midia encobre muitas das falcatruas dos governos do PSDB paulista e mineiro, mas isso não justifica também ficar calado em relação ao que acontece na corrupção petista.
Ângela
A juventude de junho se calou e se cala diante da corrupção de outros partidos e setores. E considera, acriticamente, Marina Silva “o novo”.
Mauro Assis
Eu acho a análise do texto acima ótima, desde que incluidas as ponderações do Azenha.
Só que, assim como em outros textos que tenho lido sobre o assunto, faota incluir um ítem muito importante: a extrema incompetência da Dilma, que se traduziu em inflação alta e crescimento nulo, além de não ter produzido nenhuma marca própria em seu governo. Tem algumas iniciativas como o Mais Médicos, mas resultado que é bom mesmo ela não entregou.
Pode-se creditar a FHC a estabilidade da moeda, a Lula os programas sociais que criaram a nova classe média e a Dilma… bom a Dilma…
Essa é uma questão central que vai levar à derrota do PT para a Marina.
zequinha
As ponderações do Azenha no texto acima reflete tb o que penso. O maior inimigo do PT é o próprio PT. Apesar de todas as porradas que a Dilma vem tomando ela continua financiando a midia tucana. Em nome do tal “republicanismo” (que ninguém segue, salvo o PT) levou ao poder inimigos declarados da esquerda progressista. O Lula fez o mesmo. Parece que os resultados disso estão chegando. E agora…
laura
Acho esse post extremamente ideologico.A classe media é muito mais complexa que isso, TEM CONFLITOS, E APOSTO QUE A MAIORIA QUE AQUI ESCREVE É DE CLASSE MEDIA, INCLUSIVE ESTE SITE. é uma classe a ser disputada. Se a esquerda tiver esse preconceito TODO ai sim que a classe media vai para Le pens da vida, Marinas da vida. Há que se DISPUTAR a Classe media, até porque, daqui pra frente a maioria do páis será e está virando de classe media. Não é serviços? È BOM CAIR NA REAL.
Andre
Concordo com o PS do viomundo. Não são apenas jovens claramente identificados como de direita e de classe média, que votam na Marina. Como lido com jovens das mais diferentes classes sociais, arrisco duas ou três características do pensamento e ação política da maioria dos jovens hoje:
1)não se identificam nem com a direita conservadora e nem de esquerda revolucionária ou reformista. A esquerda é identificada com o governo do PT (!!!) sob o qual a juventude atual cresceu. Então nada mais óbvio que culpem a ‘esquerda’ por todos os males do mundo e que esta seja objeto de seu confronto imediato. Mesmo nos setores da juventude que se identificam como anarquistas ou autonomistas, seu principal alvo são partidos e movimentos sociais identificados com a esquerda revolucionária.
2)São contra o Estado – não por um acaso entre os jovens o anarquismo com vários adjetivos (inclusive o de mercado) é a força política que mais cresce; eles não veem os patrões,os banqueiros, o capital como o principal inimigo mas o Estado e os ‘políticos’; a luta com que se identificam – dos ultraliberais aos autonomistas – é a do povo contra o Estado, não é a do trabalho contra o capital
3) não querem fazer revolução e acho que nem reforma econômica (só a política, isto é, diminuir o Estado!): querem ‘vencer na vida’, ser ‘empreendedores’. É uma juventude que se acostumou com a ideia de que tudo na vida pode ser resolvido pelo ‘mercado’ e apenas com o próprio esforço, sem ação coletiva organizada, só com a ‘multidão’. Acho que isso abrange as diferentes classes sociais; uma grande parte da juventude trabalhadora, por exemplo, trabalha e está nas universidades privadas. O provimento pelo mercado é para eles algo natural, já que os governos de FHC e do PT estimularam o ‘crescimento dos mercados’ em lugar do Estado de bem-estar previsto na constituição de 88.
Acrescento que acho que há na juventude de um hoje um senso arrogante de que ‘somos o futuro’, mas não no sentido de uma continuação e da mudança, mas de uma ruptura absoluta com o passado. É uma geração que cresceu conectada e por isso acha que o ‘novo mudo’- que eles identificam o mundo virtual – pertence só a eles e que só eles o podem compreender.
Acho que dentro desse espectro se situam posições as mais diferentes: desde os que querem a auto-organização aos que preferem o provimento de tudo pelo mercado, desde os conservadores em matéria de direto civil aos mais progressistas.
Urbano
Na atualidade, peguem a qualidade do que chamam de música, o cinema, a mídia, o futebol, os shows populares, etc, etc… De outro lado atentemos para o juízo amplo, geral e irrestrito dos que, por exemplo, votam num aéreo never ou numa czarina silva; simplesmente nos defrontamos com o velho dilema de quem foi criado primeiro, se o ovo ou a galinha.
José X.
“são estatisticamente majoritários na população, idealistas e dispostos a sair às ruas”
Mais um ponto para a argúcia do Azenha. :)
Além disso, os “jovens” são mais maleáveis (=manipuláveis) do que os segmentos etários mais avançados (eufemismo para ” os mais velhos”).
Leo V
O texto coloca a culpa de uma derrota eleitoral nos eleitores. É ridículo.
E mais, infere que os votos de Marina são de eleitores jovens. Se isso é verdade, o diagnóstico seria de que o PT ficou velho. Mas não, pro autor a culpa é dos jovens que são reacionários. Claro que muitos são reacionários, como muitos velhos também o são.
O PT virou uma burocracia, sem relação com a sociedade, com a juventude, e agora só faz reclamar daqueles que não o seguem.
As tais jornadas de junho de 2013 se iniciaram com a mobilização de uma juventude por movimentos com pautas de esquerda: transporte público e gratuito.
É o PT que está apartado da realidade, acima de tudo.
Véio Zuza
100% de acordo com JAIR… e em parte com VIOMUNDO. Uma “política nacional” teria que, entre outras coisas, combater a glamorização do “novo”. Essa idéia de que novo é sempre melhor, que o velho é mau, ultrapassado (o Véio Zuza argumenta em causa própria, heheheh misifio)
Me faz lembrar o “Estado NOVO”…
Rafael
Derrta mais que merecida, a falta de comunicação e coragem desse governo provocaram esse fenomeno,o ideial seria Dirceu na presidência, mas não foi o que aconteceu.
Lamentável, andamos para trás.
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