Izaías Almada: Senhores coxinhas, madames paneleiras, vocês não vão defender o Cunha?
Tempo de leitura: 4 minSenhores coxinhas, madames paneleiras… e adjacências
por Izaias Almada, em Nota de Rodapé
Venho respeitosamente à vossa presença na (talvez) vã esperança de que, alguns pelo menos, leiam esse meu artigo e, melhor ainda, consigam entendê-lo.
Digo isso não com arrogância ou empáfia, mas o faço pela inegável constatação de que ao saírem às ruas nos anos de 2015 e 2016 em passeatas, baterem panelas nas varandas dos apartamentos, gritarem “fora Dilma” e “queremos a volta dos militares”, “Viva Moro” e “Vamos acabar com a corrupção”, estavam expondo ao Brasil a vossa mais requintada ignorância política, econômica, social e, sobretudo, demonstrando um acachapante e vergonhoso desconhecimento da História do próprio país.
Claro que não estou contabilizando aqui aqueles que têm noção exata daquilo que fizeram, sobretudo alguns frequentadores de determinada embaixada em Brasília. A história é velha e o filme se renova com outros atores.
O Brasil que ajudaram a criar interinamente armou um circo sem palhaços ou, melhor dizendo, os palhaços somos muitos de nós que ficamos do lado de fora das ribaltas, do picadeiro. Vocês apenas ajudaram a defender, além dos próprios interesses, o interesse rentista e econômico de dez mil famílias brasileiras, se tanto, esquecendo-se da imensa maioria de trabalhadores do país.
Sobrou-nos, entretanto, a possibilidade de ficarmos olhando, juntos com os demais companheiros palhaços de todo o país, com seus títulos de eleitor, aos grandes e nem tão novos assim malabaristas de um neoliberalismo moribundo ao assarem e tirarem as castanhas do fogo com as patas de outros gatos; mágicos desconhecidos a fazerem surgir das suas cartolas ensebadas ministros e juristas acoelhados; religiosos e gigolôs da fé de mãos para o alto a tomarem de assalto as tribunas de um congresso mafioso, onde 50 milhões de dólares para trair o país é considerado merreca por alguns deles.
Depois de meterem uma cunha na porta da sem-vergonhice, (peço perdão pelo trocadilho), arrobaram-na de vez, com o cochicho e a conversa ao pé do ouvido substituindo os discursos para o plenário e para o país. Tudo isso, senhores coxinhas e madames paneleiras, com a vossa inestimável complacência e ignorância.
Seria natural, contudo, que diante de tanta panelagem e gritinhos histéricos de ‘fora Dilma’ os senhores coxinhas e as madames paneleiras apresentassem suas opções de integridade e competência como alternativas para governar o país. Mas seria pedir demais, não? Ou melhor: seria difícil encontrá-las na vossa seara.
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Afinal, integridade e competência não são necessariamente atributos de quem não pensa o país com olhos no futuro, no conjunto da população, mas apenas olhando para o próprio umbigo, para a Disneylandia e boutiques de grife em Londres, Paris e Milão, coisas que para mim, além de significarem uma breguice edulcorada, um deboche ao país, acabam por revelar personalidades próximas aos psicopatas e aos sociopatas.
Com várias conquistas nas áreas sociais, ainda assim o governo que interinamente arriaram do poder não soube explicar aos trabalhadores e aos beneficiários dessas políticas o seu significado político mais amplo, preparando-os para os embates que viriam mais cedo ou mais tarde, pois, quando um governo desloca parte da riqueza produzida pelo país das mãos dos mais ricos para ajudar os mais pobres, é claro que aqueles irão reclamar e, se necessário for, virar a mesa. Foi o que aconteceu, meus queridos idiotas…
Mas vocês, senhores coxinhas e madames paneleiras, vocês não sabiam disso. Apenas funcionaram como caixa de ressonância para pessoas mais espertas, repetindo palavras de ordem fecundadas no mais sórdido preconceito de classe de raça e de gênero. Mentes obtusas que reagem sem pensar ao plim-plim de uma emissora de televisão. Ou ao jornalismo escrotal tão ao gosto das belas, recatadas e do lar. Reflexo condicionado.
A História, embora muitas vezes generosa até com algumas injustiças, costuma não ter contemplação com os cínicos e com os hipócritas, mesmo que esses não tenham consciência da sua hipocrisia e do seu cinismo.
Se tudo que digo aqui consideram uma rematada bobagem, provem-me do contrário e retomem seus apitos, cornetas e panelas e gritem “fora Temer”, por exemplo, pois se o problema é combater a corrupção e suas mazelas, eu diria que por aqui é sopa no mel. Mas o buraco é mais em baixo, não é mesmo? Ninguém é corrupto por que quer, é tudo uma questão de oportunidade.
Afinal a bandidagem tomou o poder político de vez e não vai ser fácil largarem o osso. Até porque estão sendo bem recompensados para cuidarem do vosso patrimônio.
Já perceberam que gritar “Fora Temer”, embora necessário, é tão micho até como palavra de ordem? É como gritar, por exemplo, “Fora Orosimbo”. Mas quem diabo, é esse Orosimbo?
Pois é isso aí. Quem, diabo, é esse Temer? Presidente interino da República Federativa do Brasil (é assim que se diz “chanceler” Rs,rs,rs José Serra). Parece até novela da Globo, hein pessoal? Daquelas bem ordinárias…
E o Cunha, vocês não vão defender o Cunha que tanto ajudou no impeachment da presidente Dilma? Acabo de ler que o homem está em sérios apuros. Que falta de solidariedade.
Penso que sou capaz de entender, seus malandrinhos… Quem tem Cunha tem medo, não é verdade?
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Comentários
Roberto Ferreira
O problema dos petistas , agora dá pra ver, é que quando está do governo age como oposição e quando na oposição age como se fosse governo. Assim vai pro beleléu direto. Agradeço.
FrancoAtirador
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“Herança Negativa
é o Vice-Presidente”
Dilma Vana Rousseff
Presidente da República
Retrucando o Conspirador
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https://twitter.com/brasil247/status/746457939171549184
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