Haddad: ”Ciro pode voltar a errar se entender que isolar o PT é a solução para o seu projeto pessoal”
Tempo de leitura: 8 minElite econômica abriu mão de seu verniz ao eleger Bolsonaro, diz Haddad
Petista afirma que agenda obscurantista de presidente ajudará a dar fôlego a neoliberalismo
por Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo
Candidato a presidente derrotado nas eleições, Fernando Haddad (PT-SP) diz que há dois anos previa que a “extrema direita” teria espaço na política nacional.
Afirma que errou em uma previsão: a de que João Doria (PSDB-SP) lideraria esse campo como um “PSDB bolsonarizado”.
Em sua primeira entrevista desde a eleição, Haddad afirma que não pretende dirigir o PT nem sua fundação, mas que militará pela formação de frentes em defesa dos direitos sociais e civis.
Para ele, a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) mostrou que o país vive num sistema híbrido, em que o autoritarismo cresce dentro das instituições democráticas.
O resultado das eleições deste ano já foi definido como tsunami, implosão do sistema. Qual é a sua visão, de quem foi o derrotado?
[sorrindo] Antes de mim tiveram uns 12 [derrotados], né?
O senhor personificou a derrota.
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Há dois anos, eu te dei uma entrevista. E talvez tenha sido um dos primeiros a dizer: “É muito provável que a extrema direita tenha espaço na cena política nacional”.
Eu dizia: “Existe uma onda que tem a ver com a crise [econômica] de 2008, que é a crise do neoliberalismo, provocada pela desregulamentação financeira de um lado e pela descentralização das atividades industriais do Ocidente para o leste asiático”.
Os EUA estavam perdendo plantas industrias para a China. E a resposta foi [a eleição de Donald] Trump.
Isso abriria espaço para a extrema direita no mundo. Mas a extrema direita dos EUA não tem nada a ver com a brasileira.
Trump é tão regressivo quanto o Bolsonaro. Mas não é, do ponto de vista econômico, neoliberal.
E o chamado Trump dos trópicos [Bolsonaro] é neoliberal.
Trump apoia Bolsonaro.
Ele precisa que nós sejamos neoliberais para retomar o protagonismo no mundo, e tirar a China.
Está havendo, portanto, um quiproquó: os EUA negam o neoliberalismo enquanto não nos resta outra alternativa a não ser adotá-lo.
E por quê?
A crise mundial acarretou a desaceleração do crescimento latino-americano e a consequente crise fiscal.
No continente todo houve a ascensão de governos de direita —no caso do Brasil, de extrema direita.
Por que o centro político não conseguiu responder a essa crise?
Eu imaginava [há dois anos] que o [João] Doria, que é essencialmente o Bolsonaro, fosse ser essa figura [que se elegeria presidente].
Achava que a elite econômica não abriria mão do verniz que sempre fez parte da história do Brasil.
As classes dirigentes nunca quiseram parecer ao mundo o que de fato são.
O quê?
O Bolsonaro.
Já o Doria seria um PSDB bolsonarizado, mas com aparência tucana. Eu apostava nele.
E por que não no Lula?
Eu já fazia a ressalva: “Eu não sei o que vão fazer com o Lula”. Está claríssimo que, se não tivessem condenado o Lula num processo frágil, que nenhum jurista sério reconhece como robusto, ele teria ganhado a eleição. Eu fiz 45% dos votos [no segundo turno]. Ele teria feito mais de 50%.
Mas isso inverte todo o seu raciocínio sobre a ascensão da direita.
O Lula tem um significado histórico profundo. Saiu das entranhas da pobreza, chegou à Presidência e deixou o maior legado reconhecido nesse país. Ele teria força para conter essa onda.
Eu dizia: “Tem que ver se vão deixar o Lula concorrer e como o Ciro vai se posicionar”.
O Lula foi preso e o Ciro não soube fazer a coalizão que o levaria à vitoria, que só poderia ser uma coalizão com o PT.
Ele diz que foi traído miseravelmente pelo partido.
Ele não quis fazer [a coalizão]. Uma das razões foi declarada pelo [filósofo Roberto] Mangabeira [Unger, aliado de Ciro] nesta casa.
Ele dizia: “Nós não queremos ser os continuadores do lulismo. Não queremos receber o bastão do Lula. Nós queremos correr em raia própria”. Palavras dele.
Eles não queriam ser vistos como a continuidade do que julgavam decadente. Apostavam que, com Lula preso, o PT não teria voto a transferir. Aconteceu exatamente o oposto.
Mas o Lula estava disposto a passar o bastão?
Sempre depende dos termos da conversa, que não aconteceu.
Ciro diz que sim e que até foi convidado para fazer o papel lamentável que o senhor fez.
Não houve uma reunião entre o Ciro e o Lula. No final, [quando ficou claro que Lula não poderia concorrer], ele foi sondado por mim e por todos os governadores do PT. Eu sou amigo, gosto do Ciro.
Mas ele errou no diagnóstico. E pode voltar a errar se entender que isolar o PT é a solução para o seu projeto pessoal.
O PT elegeu uma bancada expressiva, quatro governadores, fez 45% dos votos no segundo turno, 29% no primeiro. É até hoje o partido de centro-esquerda mais importante da história do país.
Outras legendas repetem que o PT não abre mão da hegemonia.
O PT é um player no sentido pleno da palavra. É um jogador de alta patente, que sabe fazer política. Sabe entrar em campo e defender o seu legado.
O senhor disse em 2016 que o PT não teria mais a hegemonia da esquerda.
O próprio Lula considerava o [então governador de PE] Eduardo Campos candidato natural para receber apoio do PT em 2018, se tivesse aceitado ser vice da Dilma [em 2014].
Todos dizem que não confiam no PT.
Política é feita de confiança. E de risco, né?
O PT é o mais forte partido de centro-esquerda. Ao mesmo tempo, sofre rejeição que daria a ele pouca perspectiva de vitória.
Aí entramos nas questões circunstanciais da eleição, com episódios importantes. O atentado [contra Bolsonaro] deu a ele uma visibilidade maior do que a soma de todos os outros candidatos.
Houve efetivamente intensa mobilização de recursos não contabilizados para [financiar] o disparo de notícias falsas sobre mim. Houve a ausência do Bolsonaro nos debates.
E eu penso que teria sido importante que os democratas tivessem se unido no segundo turno.
O que aconteceu?
Olha, eu não consegui falar com o Ciro até hoje. Sobre ele e o Fernando Henrique Cardoso [que também se recusou a dar apoio ao PT], eu diria, a favor deles: os dois tinham três governadores [em seus próprios partidos] disputando a eleição fazendo campanha para o Bolsonaro.
O PDT [de Ciro] é um partido de esquerda, “pero no mucho”.
E a partir de agora?
Eu já tentei falar com o Cid [Gomes, irmão de Ciro]. Falei com o PDT, com o PC do B e o PSB.
É obrigação nossa conversar. Entendo que devemos trabalhar em duas frentes: uma de defesa de direitos sociais, que pode agregar personalidades que vão defender o SUS, o investimento em educação, a proteção dos mais pobres.
A outra, em defesa dos direitos civis, da escola pública laica, das questões ambientais.
O PT dificilmente poderia liderar essas frentes.
Não é uma questão de liderar. O PT tem que ajudar a organizar. No Brasil está sendo gestado o que eu chamo de neoliberalismo regressivo, decorrente da crise econômica.
É uma onda diferente da dos anos 1990. Ela chega a ser obscurantista em determinados momentos, contra as artes, a escola laica, os direitos civis.
É um complemento necessário para manter a agenda econômica do Bolsonaro, que é a agenda [do presidente Michel] Temer radicalizada.
Essa agenda não passa no teste da desigualdade. Tem baixa capacidade de sustentação.
Mas, acoplada à agenda cultural regressiva, pode ter uma vida mais longa. Pode ter voto. Teve voto.
Essa pauta mobiliza as pessoas criando inclusive ficções. Eu permaneci à frente do MEC por oito anos. As expressões “ideologia de gênero” e “escola sem partido” não existiam. Era uma agenda de ninguém.
Ela foi criada, ou importada, como um espantalho para mobilizar mentes e corações.
Como vislumbra o governo Bolsonaro? Prevê um longo tempo dessas forças no poder?
A durabilidade desse projeto depende de muitos fatores. Do quanto um eventual aumento da desigualdade no Brasil vai ser compatível com a agenda regressiva que mantém o governo no protagonismo do debate cultural do país.
Haverá a tentativa de compra de tempo pela alienação de patrimônio público, seja o pré-sal ou as estatais.
Com dinheiro, você ganha tempo para consolidar uma base política para promover as reformas liberalizantes.
E vai ser fácil aprová-la?
Há espaço. Mas isso nós vamos ver em função da operação política. Para esse projeto dar certo, depende da habilidade de aprovar as reformas liberalizantes no Congresso. Do sucesso dos leilões do pré-sal. E da não eclosão de uma crise internacional.
Bolsonaro é uma ameaça à democracia?
Isso precisa ser bem compreendido. O [professor português] Boaventura de Souza Santos usa uma expressão interessante, “sistemas híbridos”, para pensar a realidade contemporânea.
Ditadura e democracia eram conceitos bem definidos. Os golpes se davam de fora da democracia contra ela.
Hoje, o viés antidemocrático pode se manifestar por dentro das instituições. Ele pode se manifestar na Polícia Militar, na Polícia Federal, no Judiciário, no Ministério Público.
O projeto Escola Sem Partido é um projeto autoritário que está nascendo dentro da democracia. O STF pode barrá-lo.
Os pesos e contrapesos de uma República moderna vão operar? Se não operarem, você tem o modelo híbrido, com o autoritarismo crescendo por dentro. Estamos já vivendo em grande medida esse modelo.
Quando um presidente eleito vem a público num vídeo dizer que os estudantes brasileiros têm que filmar os seus professores e denunciá-los, você está em uma democracia ou em uma ditadura?
Como está o Lula?
Eu acredito que o Lula pós-eleição está num momento mais difícil. Mas a capacidade de regeneração dele é grande. Já superou um câncer, a perda da esposa, a privação de liberdade.
Que perspectivas vocês enxergam para a eventual libertação dele?
Não saberia te responder. Estaria sendo leviano. Mas eu penso que a defesa do Estado democrático de Direito e de um julgamento justo para o Lula se confundem.
A verdade é que as pessoas que não são do establishment não se sentem seguras no país hoje, seja num partido, na universidade, na escola, nas redações ou no movimento social.
Sempre se falou num pós-Lula e o momento chegou. O sr. vê alguma liderança com a capacidade de aglutinação que ele teve?
Isso é o processo histórico que forja.
Há uma cobrança muito grande por uma autocrítica do PT. Ela será feita?
Não tem uma entrevista minha em que eu não tenha apontado um erro de diagnóstico, uma falha.
Fala-se em algo mais amplo, no reconhecimento de desvios, por exemplo, sem tapar o sol com a peneira.
Muitos dirigentes já se manifestaram sobre a questão do financiamento de campanha, de que a regra era aquela mas nós não fizemos nada para mudar.
A reforma política foi o nosso maior problema. Eu falei isso numa discussão interna no governo, em 2003. Houve o diagnóstico de que não tínhamos força, de que seria uma perda de energia sem produzir resultado prático na vida da população.
Então se focou em resultado. E ele veio. Foram quatro eleições presidenciais ganhas [pelo PT], quase uma quinta.
Mas o partido perdeu votos na periferia e em redutos em que sempre vencia.
Vamos ser claros: eu ganhei entre os negros, as mulheres e os muito pobres. Depois de tudo o que aconteceu, quase tivemos a quinta vitória consecutiva. Com Lula, venceríamos. Mas teve o desgaste do PT.
Desde as jornadas de 2013 [quando houve uma onda de protestos] até 2018, o antipetismo, que sempre existiu, cresceu. E há estudos mostrando que, se eu tivesse no mundo evangélico o mesmo percentual de votos que tive no mundo não evangélico, eu teria ganho a eleição.
A pauta regressiva afeta esse mundo de forma importante. Há um fenômeno evangélico sobre o qual temos que nos debruçar. Não podemos dar de barato que essas pessoas estão perdidas.
“A Ética Protestante e o Espírito Capitalista” é um clássico do Max Weber. A gente deveria pensar na “Ética Neopentecostal e o Espírito do Neoliberalismo.”
O Brasil, estruturalmente, é um híbrido entre casta com meritocracia. Se admite que o indivíduo ascenda. Mas sozinho. Desde que a distância entre as classes permaneça.
O neopentecostalismo e a teologia da prosperidade são compatíveis com isso.
Assim como no final da ditadura foi possível abrir um canal de diálogo com a Igreja Católica, a esquerda tem agora o desafio de abrir um canal com a igreja evangélica, respeitando suas crenças.
Como o sr. se sentiu no segundo turno, quando praticamente ficou falando sozinho, sem o apoio das lideranças que imaginava?
O Joaquim Barbosa e a Marina Silva me sensibilizaram com o gesto deles, muito, mesmo tendo sido na última semana [das eleições, quando declararam voto em Haddad].
Eles não ganharam pessoalmente absolutamente nada. Eu disse ao Joaquim que ele só ia perder me dando apoio. Ele falou: “Se for importante para o Brasil, farei isso”.
Com lideranças como o Ciro foi diferente.
Com toda a sinceridade: vivi um momento tão rico que foi o que menos importou. Não que eu não tenha lamentado o Ciro não ter ficado no Brasil ao meu lado.
Mas me ver na praia de Ondina [em Salvador] com 120 mil pessoas celebrando a democracia é uma experiência que pouca gente vai ter na vida.
No dia da eleição, botei o CD do [cantor] Renato Braz e ouvi “O Fim da História”, do Gilberto Gil.
A letra fala do muro de Berlim, que foi construído e depois destruído, do Lampião, que era herói, virou demônio e voltou a ser herói.
Fiquei emocionado de chorar. “Poxa, estou vivendo o momento dessa música.”
Porque na política ninguém perde a guerra. Não existe a guerra, com começo, meio e fim. É só batalha.
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Comentários
Heitor
Ele não tá só isolando ele está construindo já desde agora suas alianças para 2022.
Zé Maria
Tadinha desta Menina não sabe onde tá se metendo…
Entrevista: Tabata Claudia Amaral de Pontes, Deputada Federal
Recém Eleita pelo Estado de São Paulo, no Yahoo Notícias
[…]
Yahoo Notícias: Qual a sua opinião sobre o projeto de educação de Jair Bolsonaro?
Qual a sua opinião sobre o projeto Escola Sem Partido?
Tabata Amaral: Sou completamente contra o projeto Escola Sem Partido. Primeiro que o instrumento que ele se propõe criar de fiscalização dos professores é inviável. A conta não fecha. Não temos verbas e não temos pessoal para fazer isso. Então é um projeto sem pé nem cabeça. Outro ponto que me preocupa é que mesmo sendo impossível de implementar, o projeto acaba dando um poder para o partido que estiver no poder —seja de extrema esquerda ou direita— de determinar o que pode ser dito e o que não pode ser dito. Então isso é muito perigoso. Eu acredito sempre em liberdade e democracia. Se existe doutrinação nas escolas, o melhor modo de combater isso é levando formação política para as escolas e não proibir A ou B de ser dito. Uma hora os jovens terão que aprender o que faz um vereador, o que faz um deputado… O que é esquerda e o que é direita. Como pesquisar o plano de governo deles. A melhor resposta é sempre ampliar o diálogo.
Outra crítica que eu faço além dessa ao plano de governo do Bolsonaro é que lá se nota um total desconhecimento e descaso sobre educação. A parte que trata de educação é um puxadinho de ciência e tecnologia. Não vou entrar no mérito de educação a distância para ensino fundamental, militarização das escolas porque tem muita gente discutindo já. E tudo é um grande absurdo. Queria entrar no mérito do plano de governo não falar do professor, não falar de ensino médio, de financiamento de educação e alfabetização. A gente precisa falar do que importa. É isso que eu quero levar para o congresso. Sei que isso vai dar um trabalhão, mas não é algo de esquerda ou direita. Então acredito que é possível criar um espaço para discutir isso.
Parte do eleitorado de Jair Bolsonaro considera Paulo Freire um câncer na educação do país. Qual a sua opinião?
Tabata Amaral: Essa frase foi dita para causar impacto e mostra total desconhecimento de educação. Estudiosos do mundo inteiro exaltam como a obra do Paulo Freire contribuiu para a educação do Brasil e do mundo. Ao contrário do que eles acham não tem Paulo Freire demais nas nossas escolas. A nossa escola é uma decoreba de português, matemática e biologia. Os alunos deixam o ensino médio sem saber ler e escrever plenamente, sem saber frações e sem um projeto de vida. Na escola o problema não é o excesso de Paulo Freire. É falta. E falta também carteira, professor e um monte de coisa ao mesmo tempo. Não vou nem entrar no mérito da frase dele. Basta visitar uma escola pública mediana para gente constatar que estamos muito longe de ter esse modelo de ensino que muitos outros países conseguiram implementar e a gente não. É um modelo que não é decoreba, mas que ajuda o aluno a escolher um projeto de vida.
íntegra em:
https://br.noticias.yahoo.com/escola-sem-partido-e-projeto-sem-pe-nem-cabeca-diz-tabata-amaral-040614998.html
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Tabata Amaral cresceu na periferia de São Paulo, no bairro da Vila Missionária, a cerca de 30 quilômetros do centro.
O pai era cobrador de ônibus e mãe, vendedora.
Apesar da origem humilde, ela se recusa a atribuir suas conquistas à meritocracia.
“Por muito tempo, a minha história foi contada quase como uma história de herói, de um exemplo de ‘quem quer, consegue, é só se esforçar’. Mas isso não está certo. De fato, eu me esforcei muito, mas é preciso ter acesso a oportunidades e a crença de que você pode sonhar diferente, sonhar grande”, afirma.
“Mas a gente está em um país onde há muitas desigualdades. Minha crítica não é quanto à meritocracia em si, mas em querer aplicar a meritocracia quando o ponto de partida é desigual”, acrescenta.
Tabata conversou com a BBC Brasil do aeroporto de São Paulo, após dar uma palestra em uma escola pública. De lá, seguiria para Rio de Janeiro e Salvador, onde também participaria de um evento com alunos da rede pública.
“Na palestra em Parelheiros (extremo sul de São Paulo), perguntei: quem nasce aqui tem que se esforçar o mesmo tanto do quem nasce no centro? E todos responderam ‘não, a gente precisa se esforçar muito mais’.”
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42317179
JEAN SANTOS
ALGUÉM AÍ PODERIA DIZER AO CIRO QUE ELE NÃO É O BRIZOLA???
CIRO…. ACORDA !!
Roberto Silva
Acho que em eleições majoritárias o PT não ganha mais,teve o tempo dele e só foi democrático demais sabendo das forças contrárias que na primeira oportunidade tiraria o partido de cena.Os erros do partido todos sabem,mas a mídia tem que ter sempre um culpado, enquanto isso vamos malhar o Judas.
Zé Maria
Como diria Jessé de Souza:
Dada a “Tolice da Inteligência”,
a “Classe Média no Espelho”
enxergou o Medo e o Ódio
à “Ralé Brasileira” que votou
na “Elite do Atraso”…
https://youtu.be/KOd0KWl7meY
Zé Maria
Entrevista: Jessé Souza, na Carta Capital
“A classe média é feita de imbecil pela elite”
“O ódio aos pobres é intenso”
Os extratos médios, diz o sociólogo, defendem de forma acrítica os interesses dos donos do poder e perpetuam uma sociedade cruel forjada na escravidão
O sociólogo Jessé Souza lança o livro “A Elite do Atraso – da Escravidão à Lava Jato”.
De certa forma, a obra compõe uma Trilogia, ao lado de “A Tolice da Inteligência Brasileira”, de 2015, e de “A Ralé Brasileira”, de 2009, um esforço de repensar a formação do País.
Neste estudo, o ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada [IPEA] aprofunda sua crítica à tese do patrimonialismo como origem de nossas mazelas e localiza na escravidão os genes de uma sociedade “sem culpa e remorso, que humilha e mata os pobres”.
A mídia, a Justiça e a intelectualidade, de maneira quase unânime, afirma Souza na entrevista a seguir, estão a serviço dos donos do poder e se irmanam no objetivo de manter o povo em um estado permanente de letargia.
A classe média, acrescenta, não percebe como é usada.
“É feita de imbecil” pela elite.
CartaCapital: O impeachment de Dilma Rousseff, afirma o senhor, foi mais uma prova do pacto antipopular histórico que vigora no Brasil. Pode explicar?
Jessé Souza: A construção desse pacto se dá logo a partir da libertação dos escravos, em 1888. A uma ínfima elite econômica se une uma classe, que podemos chamar de média, detentora do conhecimento tido como legítimo e prestigioso. Ela também compõe a casta de privilegiados. São juízes, jornalistas, professores universitários. O capital econômico e o cultural serão as forças de reprodução do sistema no Brasil.
Em outra ponta, temos uma classe trabalhadora precarizada, próxima dos herdeiros da escravidão, secularmente abandonados. Eles se reproduzem aos trancos e barrancos, formam uma espécie de família desestruturada, sem acesso à educação formal. É majoritariamente negra, mas não só. Aos negros libertos juntaram-se, mais tarde, os migrantes nordestinos. Essa classe desprotegida herda o ódio e o desprezo antes destinados aos escravos. E pode ser identificada pela carência de acesso a serviços e direitos. Sua função na sociedade é vender a energia muscular, como animais. É ao mesmo tempo explorada e odiada.
CC: A sociedade brasileira foi forjada à sombra da escravidão, é isso?
JS: Exatamente. Muito se fala sobre a escravidão e pouco se reflete a respeito. A escravidão é tratada como um “nome” e não como um “conceito científico” que cria relações sociais muito específicas. Atribuiu-se muitas de nossas características à dita herança portuguesa, mas não havia escravidão em Portugal. Somos, nós brasileiros, filhos de um ambiente escravocrata, que cria um tipo de família específico, uma Justiça específica, uma economia específica. Aqui valia tomar a terra dos outros à força, para acumular capital, como acontece até hoje, e humilhar e condenar os mais frágeis ao abandono e à humilhação cotidiana.
CC: Um modelo que se perpetua, anota o senhor no novo livro.
JS: Sim. Como essa herança nunca foi refletida e criticada, continua sob outras máscaras. O ódio aos pobres é tão intenso que qualquer melhora na miséria gera reação violenta, apoiada pela mídia. E o tipo de rapina econômica de curto prazo que também reflete o mesmo padrão do escravismo.
CC: Como isso influencia a interpretação do Brasil?
JS: A recusa em confrontar o passado escravista gera uma incompreensão sobre o Brasil moderno. Incluo no problema de interpretação da realidade a tese do patrimonialismo, que tanto a direita quanto a esquerda, colonizada intelectualmente pela direita, adoram. O conceito de patrimonialismo serve para encobrir os interesses organizados no chamado mercado. Estigmatiza a política e o Estado, os “corruptos”, e estimula em contraponto a ideia de que o mercado é um poço de virtudes.
“O ódio aos pobres é intenso”
CC: O moralismo seletivo de certos setores não exprime mais um ódio de classe do que a aversão à corrupção?
JS: Sim. Uma parte privilegiada da sociedade passou a se sentir ameaçada pela pequena ascensão econômica desses grupos historicamente abandonados. Esse sentimento se expressava na irritação com a presença de pobres em shopping centers e nos aeroportos, que, segundo essa elite, tinham se tornado rodoviárias.
A irritação aumentou quando os pobres passaram a frequentar as universidades. Por quê? A partir desse momento, investiu-se contra uma das bases do poder de uma das alas que compõem o pacto antipopular, o acesso privilegiado, quase exclusivo, ao conhecimento formal considerado legítimo. Esse incômodo, até pouco tempo atrás, só podia ser compartilhado em uma roda de amigos. Não era de bom tom criticar a melhora de vida dos mais pobres.
CC: Como o moralismo entra em cena?
JS: O moralismo seletivo tem servido para atingir os principais agentes dessa pequena ascensão social, Lula e o PT. São o alvo da ira em um sistema político montado para ser corrompido, não por indivíduos, mas pelo mercado. São os grandes oligopólios e o sistema financeiro que mandam no País e que promovem a verdadeira corrupção, quantitativamente muito maior do que essa merreca exposta pela Lava Jato. O procurador-geral, Rodrigo Janot, comemora a devolução de 1 bilhão de reais aos cofres públicos com a operação. Só em juros e isenções fiscais o Brasil perde mil vezes mais.
CC: Esse pacto antipopular pode ser rompido? O fato de os antigos representantes políticos dessa elite terem se tornado alvo da Lava Jato não fragiliza essa relação, ao menos neste momento?
JS: Sem um pensamento articulado e novo, não. A única saída seria explicitar o papel da elite, que prospera no saque, na rapina. A classe média é feita de imbecil. Existe uma elite que a explora. Basta se pensar no custo da saúde pública. Por que é tão cara? Porque o sistema financeiro se apropriou dela. O custo da escola privada, da alimentação. A classe média está com a corda no pescoço, pois sustenta uma ínfima minoria de privilegiados, que enforca todo o resto da sociedade. A base da corrupção é uma elite econômica que compra a mídia, a Justiça, a política, e mantém o povo em um estado permanente de imbecilidade.
CC: Qual a diferença entre a escravidão no Brasil e nos Estados Unidos?
JS: Não há tanta diferença. Nos Estados Unidos, a parte não escravocrata dominou a porção escravocrata. No Brasil, isso jamais aconteceu. Ou seja, aqui é ainda pior. Os Estados Unidos não são, porém, exemplares. Por conta da escravidão, são extremamente desiguais e violentos. Em países de passado escravocrata, não se vê a prática da cidadania. Um pensador importante, Norbert Elias, explica a civilização europeia a partir da ruptura com a escravidão. É simples. Sem que se considere o outro humano, não se carrega culpa ou remorso. No Brasil atual prospera uma sociedade sem culpa e sem remorso, que humilha e mata os pobres.
CC: Algum dia a sociedade brasileira terá consciência das profundas desigualdades e suas consequências?
JS: Acho difícil. Com a mídia que temos, desregulada e a serviço do dinheiro, e a falta de um padrão de comparação para quem recebe as notícias, fica muito complicado. É ridícula a nossa televisão. Aqui você tem programas de debates com convidados que falam a mesma coisa. Isso não existe em nenhum país minimamente civilizado. É difícil criar um processo de aprendizado.
CC: O senhor acredita em eleições em 2018?
JS: Com a nossa elite, a nossa mídia, a nossa Justiça, tudo é possível. O principal fator de coesão da elite é o ódio aos pobres. Os políticos, por sua vez, viraram símbolo da rapinagem. Eles roubam mesmo, ao menos em grande parte, mas, em analogia com o narcotráfico, não passam de “aviõezinhos”. Os donos da boca de fumo são o sistema financeiro e os oligopólios. São estes que assaltam o País em grandes proporções. E somos cegos em relação a esse aspecto. A privatização do Estado é montada por esses grandes grupos. Não conseguimos perceber a atuação do chamado mercado. Fomos imbecilizados por essa mídia, que é paga pelos agentes desse mercado. Somos induzidos a acreditar que o poder público só se contrapõe aos indivíduos e não a esses interesses corporativos organizados. O poder real consegue ficar invisível no País.
CC: O quanto as manifestações de junho de 2013, iniciadas com os protestos contra o reajuste das tarifas de ônibus em São Paulo, criaram o ambiente para a atual crise política?
JS: Desde o início aquelas manifestações me pareceram suspeitas. Quem estava nas ruas não era o povo, era gente que sistematicamente votava contra o projeto do PT, contra a inclusão social. Comandada pela Rede Globo, a mídia logrou construir uma espécie de soberania virtual. Não existe alternativa à soberania popular. Só ela serve como base de qualquer poder legítimo. Essa mídia venal, que nunca foi emancipadora, montou um teatro, uma farsa de proporções gigantescas, em torno dessa soberania virtual.
o sociólogo Jessé Souza lança novo livro, A Elite do Atraso – da Escravidão à Lava Jato. De certa forma, a obra compõe uma trilogia, ao lado de A Tolice da Inteligência Brasileira, de 2015, e de A Ralé Brasileira, de 2009, um esforço de repensar a formação do País.
Neste novo estudo, o ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada aprofunda sua crítica à tese do patrimonialismo como origem de nossas mazelas e localiza na escravidão os genes de uma sociedade “sem culpa e remorso, que humilha e mata os pobres”. A mídia, a Justiça e a intelectualidade, de maneira quase unânime, afirma Souza na entrevista a seguir, estão a serviço dos donos do poder e se irmanam no objetivo de manter o povo em um estado permanente de letargia. A classe média, acrescenta, não percebe como é usada. “É feita de imbecil” pela elite.
CartaCapital: O impeachment de Dilma Rousseff, afirma o senhor, foi mais uma prova do pacto antipopular histórico que vigora no Brasil. Pode explicar?
Jessé Souza: A construção desse pacto se dá logo a partir da libertação dos escravos, em 1888. A uma ínfima elite econômica se une uma classe, que podemos chamar de média, detentora do conhecimento tido como legítimo e prestigioso. Ela também compõe a casta de privilegiados. São juízes, jornalistas, professores universitários. O capital econômico e o cultural serão as forças de reprodução do sistema no Brasil.
Em outra ponta, temos uma classe trabalhadora precarizada, próxima dos herdeiros da escravidão, secularmente abandonados. Eles se reproduzem aos trancos e barrancos, formam uma espécie de família desestruturada, sem acesso à educação formal. É majoritariamente negra, mas não só. Aos negros libertos juntaram-se, mais tarde, os migrantes nordestinos. Essa classe desprotegida herda o ódio e o desprezo antes destinados aos escravos. E pode ser identificada pela carência de acesso a serviços e direitos. Sua função na sociedade é vender a energia muscular, como animais. É ao mesmo tempo explorada e odiada.
CC: A sociedade brasileira foi forjada à sombra da escravidão, é isso?
JS: Exatamente. Muito se fala sobre a escravidão e pouco se reflete a respeito. A escravidão é tratada como um “nome” e não como um “conceito científico” que cria relações sociais muito específicas. Atribuiu-se muitas de nossas características à dita herança portuguesa, mas não havia escravidão em Portugal. Somos, nós brasileiros, filhos de um ambiente escravocrata, que cria um tipo de família específico, uma Justiça específica, uma economia específica. Aqui valia tomar a terra dos outros à força, para acumular capital, como acontece até hoje, e humilhar e condenar os mais frágeis ao abandono e à humilhação cotidiana.
CC: Um modelo que se perpetua, anota o senhor no novo livro.
JS: Sim. Como essa herança nunca foi refletida e criticada, continua sob outras máscaras. O ódio aos pobres é tão intenso que qualquer melhora na miséria gera reação violenta, apoiada pela mídia. E o tipo de rapina econômica de curto prazo que também reflete o mesmo padrão do escravismo.
CC: Como isso influencia a interpretação do Brasil?
JS: A recusa em confrontar o passado escravista gera uma incompreensão sobre o Brasil moderno. Incluo no problema de interpretação da realidade a tese do patrimonialismo, que tanto a direita quanto a esquerda, colonizada intelectualmente pela direita, adoram. O conceito de patrimonialismo serve para encobrir os interesses organizados no chamado mercado. Estigmatiza a política e o Estado, os “corruptos”, e estimula em contraponto a ideia de que o mercado é um poço de virtudes.
CC: O moralismo seletivo de certos setores não exprime mais um ódio de classe do que a aversão à corrupção?
JS: Sim. Uma parte privilegiada da sociedade passou a se sentir ameaçada pela pequena ascensão econômica desses grupos historicamente abandonados. Esse sentimento se expressava na irritação com a presença de pobres em shopping centers e nos aeroportos, que, segundo essa elite, tinham se tornado rodoviárias.
A irritação aumentou quando os pobres passaram a frequentar as universidades. Por quê? A partir desse momento, investiu-se contra uma das bases do poder de uma das alas que compõem o pacto antipopular, o acesso privilegiado, quase exclusivo, ao conhecimento formal considerado legítimo. Esse incômodo, até pouco tempo atrás, só podia ser compartilhado em uma roda de amigos. Não era de bom tom criticar a melhora de vida dos mais pobres.
CC: Como o moralismo entra em cena?
JS: O moralismo seletivo tem servido para atingir os principais agentes dessa pequena ascensão social, Lula e o PT. São o alvo da ira em um sistema político montado para ser corrompido, não por indivíduos, mas pelo mercado. São os grandes oligopólios e o sistema financeiro que mandam no País e que promovem a verdadeira corrupção, quantitativamente muito maior do que essa merreca exposta pela Lava Jato. O procurador-geral, Rodrigo Janot, comemora a devolução de 1 bilhão de reais aos cofres públicos com a operação. Só em juros e isenções fiscais o Brasil perde mil vezes mais.
CC: Esse pacto antipopular pode ser rompido? O fato de os antigos representantes políticos dessa elite terem se tornado alvo da Lava Jato não fragiliza essa relação, ao menos neste momento?
JS: Sem um pensamento articulado e novo, não. A única saída seria explicitar o papel da elite, que prospera no saque, na rapina. A classe média é feita de imbecil. Existe uma elite que a explora. Basta se pensar no custo da saúde pública. Por que é tão cara? Porque o sistema financeiro se apropriou dela. O custo da escola privada, da alimentação. A classe média está com a corda no pescoço, pois sustenta uma ínfima minoria de privilegiados, que enforca todo o resto da sociedade. A base da corrupção é uma elite econômica que compra a mídia, a Justiça, a política, e mantém o povo em um estado permanente de imbecilidade.
CC: Qual a diferença entre a escravidão no Brasil e nos Estados Unidos?
JS: Não há tanta diferença. Nos Estados Unidos, a parte não escravocrata dominou a porção escravocrata. No Brasil, isso jamais aconteceu. Ou seja, aqui é ainda pior. Os Estados Unidos não são, porém, exemplares. Por conta da escravidão, são extremamente desiguais e violentos. Em países de passado escravocrata, não se vê a prática da cidadania. Um pensador importante, Norbert Elias, explica a civilização europeia a partir da ruptura com a escravidão. É simples. Sem que se considere o outro humano, não se carrega culpa ou remorso. No Brasil atual prospera uma sociedade sem culpa e sem remorso, que humilha e mata os pobres.
CC: Algum dia a sociedade brasileira terá consciência das profundas desigualdades e suas consequências?
JS: Acho difícil. Com a mídia que temos, desregulada e a serviço do dinheiro, e a falta de um padrão de comparação para quem recebe as notícias, fica muito complicado. É ridícula a nossa televisão. Aqui você tem programas de debates com convidados que falam a mesma coisa. Isso não existe em nenhum país minimamente civilizado. É difícil criar um processo de aprendizado.
CC: O senhor acredita em eleições em 2018?
JS: Com a nossa elite, a nossa mídia, a nossa Justiça, tudo é possível. O principal fator de coesão da elite é o ódio aos pobres. Os políticos, por sua vez, viraram símbolo da rapinagem. Eles roubam mesmo, ao menos em grande parte, mas, em analogia com o narcotráfico, não passam de “aviõezinhos”. Os donos da boca de fumo são o sistema financeiro e os oligopólios. São estes que assaltam o País em grandes proporções. E somos cegos em relação a esse aspecto. A privatização do Estado é montada por esses grandes grupos. Não conseguimos perceber a atuação do chamado mercado. Fomos imbecilizados por essa mídia, que é paga pelos agentes desse mercado. Somos induzidos a acreditar que o poder público só se contrapõe aos indivíduos e não a esses interesses corporativos organizados. O poder real consegue ficar invisível no País.
CC: O quanto as manifestações de junho de 2013, iniciadas com os protestos contra o reajuste das tarifas de ônibus em São Paulo, criaram o ambiente para a atual crise política?
JS: Desde o início aquelas manifestações me pareceram suspeitas. Quem estava nas ruas não era o povo, era gente que sistematicamente votava contra o projeto do PT, contra a inclusão social. Comandada pela Rede Globo, a mídia logrou construir uma espécie de soberania virtual. Não existe alternativa à soberania popular. Só ela serve como base de qualquer poder legítimo. Essa mídia venal, que nunca foi emancipadora, montou um teatro, uma farsa de proporções gigantescas, em torno dessa soberania virtual.
CC: Mas aquelas manifestações foram iniciadas por um grupo supostamente ligado a ideias progressistas…
JS: Só no início. A mídia, especialmente a Rede Globo, se sentiu ameaçada no começo daqueles protestos. E qual foi a reação? Os meios de comunicação chamaram o seu povo para as ruas. Assistimos ao retorno da família, propriedade e tradição. Os mesmos “valores” que justificaram as passeatas a favor do golpe nos anos 60, empunhados pelos mesmos grupos que antes hostilizavam Getúlio Vargas. Esse pacto antipopular sempre buscou tornar suspeito qualquer representante das classes populares que pudesse ser levado pelo voto ao comando do Estado. Não por acaso, todos os líderes populares que chegaram ao poder foram destituídos por meio de golpes.
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/jesse-souza-201ca-classe-media-e-feita-de-imbecil-pela-elite201d
Daniela
Eu acho que o Haddad já cumpriu a parte dele no PT. Respeitou e foi leal ao Lula e ao PT, fez uma campanha digna e saiu das eleições maior do que entrou.
Se ele ficar no PT vai continuar a ser sempre cobrado por tudo o que falam do PT e vai ter que responder a tudo, sempre.
Acho que ele deveria sair do PT e seguir outro caminho, talvez o PSB seria uma opção. PSB não é nem PT e nem PSDB. Uma boa opção pra ele ocupar um espaço que ficou vago desde que Eduardo Campos morreu.
Haddad pode ser um grande líder, mas no PT ele sempre vai carregar um peso político negativo que foi lacrado no partido e parece não ter mais volta.
Se ele ficar no PT, vai ser mais difícil a trajetória dele, vai sempre ter que lidar com o antipetismo. Será que vale a pena?
Caberia à cúpula do PT buscar formas e estratégias para tentar desconstruir a imagem negativa, o antipetismo que foi disseminado e incutido em muitas mentes. A mídia, a direita e a extrema-direita trataram de construir, disseminar e incutir esse ódio disseminado contra o PT.
Tirar a cor vermelha da bandeira já seria um passo importante.
Por que não tirar a cor vermelha e colocar a cor branca com o nome da sigla em verde? Branco da paz+ verde esperança.
Já seria um bom começo.
LEOPOLDO CORREA
Fazer-se de vitima, repetir mentiras, culpar os outros etc não vai resolver o problema do PT. Será que ninguem vê isso?
Pedro Ribeiro
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