Governador de Buenos Aires denuncia armação para matar Cristina: ”Autor do disparo não era lobo solitário e tinha foto com Milei”

Tempo de leitura: 4 min
Axel Kicillof, governador reeleito de Buenos Aires: “Se você se debruça sobre os detalhes do atentado contra Cristina, fica claro que não foi nada espontâneo, que não foi ao acaso. O único acaso nesta história foi a arma ter falhado e a bala não ter sido disparada. O autor do disparo não era nenhum ‘lobo solitário’ e tinha, inclusive, foto posando ao lado de Milei". Foto: Leonardo Wexell Severo | ComunicaSul

Governador de Buenos Aires desmascara “armação para matar Cristina” e defende voto em Massa

“Autor do disparo não era lobo solitário e tinha foto com Milei”, denunciou Axel Kicillof, frisando que de “espontâneo não teve nada”. Para o governador, é preciso combater a violência e o discurso de ódio, o que começa derrotando o fascismo nas urnas.

Por Caio Teixeira, Felipe Bianchi e Leonardo Wexell Severo/ComunicaSul*, de Buenos Aires-Argentina

A atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por duas vezes presidente (2007 a 2015), chegava em sua casa onde uma multidão de apoiadores se aglomerava do lado de fora cantando palavras de ordem peronistas quando um homem se aproxima, saca uma pistola, aponta para sua cabeça e puxa o gatilho.

Cristina se encolhe assustada e, por um milagre, a arma não dispara. O homem tenta ajeitar a pistola e disparar de novo, mas é impedido pelos seguranças que imediatamente o prendem e o entregam à polícia.

É primeiro de setembro de 2022 e passa um pouco da meia-noite. O atirador, Fernando Sabag Montiel, exibe tatuagens com símbolos nazistas nos dois braços. Uma busca policial onde mora revelou mais material de mesma natureza.

Quando interrogado, disse que a razão do atentado foi “ódio generalizado” a todos os políticos.

Entretanto, em seu telefone apreendido, a perícia encontrou uma foto sua com Javier Milei, que se converteu no principal oponente ao campo progressista na corrida presidencial de 2023. A polícia deu por encerrado o caso poucos meses depois, responsabilizando apenas o criminoso preso em flagrante.

Frente ao auditório lotado do Centro Cultural da Ciência, em Buenos Aires, a premiada jornalista investigativa e escritora Irina Hauser lançou seu novo livro: “Morta ou Presa – a trama violenta por trás do atentado” (Editora Planeta, 262 páginas).

A solenidade contou com a presença do governador, recém reeleito da província (estado) de Buenos Aires, Axel Kicillof, uma das mais importantes lideranças peronistas da atualidade, próximo de Cristina e que estava presente na cena do atentado.

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“Se você se debruça sobre os detalhes do atentado contra Cristina, fica claro que não foi nada espontâneo, que não foi ao acaso. O único acaso nesta história foi a arma ter falhado e a bala não ter sido disparada”, declarou Axel Kicillof.

“O autor do disparo não era nenhum ‘lobo solitário’ e tinha, inclusive, foto posando ao lado de Milei”, recordou o governador, frisando que a Justiça fez uma “desinvestigação” que beneficiou a extrema-direita.

Autora da obra, Irina Hauser escreve no Página12 e tem um trabalho reconhecido no campo de investigação judicial.

“A história da tentativa de assassinato de Cristina, cujo autor declarou ter sido motivado por sentimento de ‘ódio generalizado’, precisava ser entendida e contada com urgência”, relatou.

A investigação da autora, que contou com a colaboração de Ariel Zak, jornalista na Agência Telam, C5N e Rádio 10, apontou que o objetivo foi descrever o antes, o durante e o depois da tentativa fracassada de assassinato e entender quem eram os agentes por trás da trama e que não estavam presentes na cena do crime.

“Boa parte da imprensa fez de tudo para emplacar a tese de que o homem que tentou disparar contra Cristina agia sozinho e de forma isolada, o que o livro desmente”, rebateu.

Um dos apresentadores da obra, o ministro de Educação, Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus, apontou que este é “um livro necessário, ainda que jamais houvéssemos querido ter de apresentá-lo”, diante da gravidade dos fatos que desmascara e traz à luz do dia.

De acordo com Kicillof, a investigação que o livro traz soa como um alerta contra a violência organizada da ultradireita, que tem escalado em todo o continente.

“Precisamos acabar com o discurso de ódio e a violência política. O peronismo faz política respeitando as instituições, a Constituição, as leis e as urnas”, pontuou. “E é assim que devemos encarar as eleições do próximo domingo, para que Sérgio Massa seja eleito presidente”.

*A reprodução deste conteúdo é livre e gratuita, desde que citadas a fonte e a lista de entidades apoiadoras da cobertura

A Agência ComunicaSul está cobrindo as eleições de 2023 na Argentina graças ao apoio das seguintes entidades: jornal Hora do Povo, Diálogos do Sul, Barão de Itararé, Portal Vermelho, Correio da Cidadania, Agência Saiba Mais, Agência Sindical, Viomundo, Fórum 21, Instituto Cultiva, Asociación Judicial Bonaerense, Unión de Personal Superior y Profesional de Empresas Aerocomerciales (UPSA), Sol y Sombra Bar, Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi-RS); Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe-RS); Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos; Federação dos Comerciários de Santa Catarina; Confederação Equatoriana de Organizações Sindicais Livres (CEOSL); Sindicato dos Comerciários do Espírito Santo; Sindicato dos Hoteleiros do Amazonas; Sindicato dos Trabalhadores das Áreas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisa, e de Fundações Públicas do Rio Grande do Sul (Semapi-RS); Federação dos Empregados e Empregadas no Comércio e Serviços do Estado do Ceará (Fetrace); Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT Rio Grande do Sul (Fetracs-RS); Intersindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR); Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (AASPTJ-SP), Federação dos/as Trabalhadores/as em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-PR), Sindicato dos Trabalhadores em Água, Resíduos e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema-SP); Sindicato dos Trabalhadores em Água, Resíduos e Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina  (Sintaema-SC), Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada no Estado do Paraná (Sintrapav-PR), Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp Sudeste-Centro), Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal de Santa Catarina (Sintrajusc-SC); Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (Sinjusc-SC), Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal em Pernambuco (Sintrajuf-PE), mandatos populares do vereador Werner Rempel (PCdoB/Santa Maria-RS) e da deputada federal Juliana Cardoso (PT-SP) e dezenas de contribuições individuais.

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Zé Maria

https://jornalggn.com.br/wp-content/uploads/2023/11/tango-argentino-603×400.jpg

Argentina:
“O ‘Cidadão’ das Teorias da Conspiração e a Propaganda Antidemocrática”

“Milei pode contar com uma Massa de Jovens
que Nunca Viram a Inflação Controlada e uma
Classe Média que Herdou o Ódio à Igualdade.”

“O Capitalismo (hoje, a Acumulação Improdutiva do Financismo)
produziu uma Massa não apenas com Incapacidade de Pensar
(como via a Hannah Arendt), mas a Propaganda Antidemocrática
reforça a Incapacidade de Aprender.”

“O ‘Neoliberalismo’ criou políticas que
impediram o desenvolvimento do todo;

a indústria de armas patrocina políticos
para armar o cidadão que se sente ‘superior’
(Milei defendeu a liberação da venda de
armas de fogo);

o ‘Discurso das Grandes Fortunas’ quer
diminuir o Número das ‘pessoas que
importam’, como fazem os ‘Apartheids’;

a Ideologia (da Raça Superior?) parasita
os ‘Negócios’, mas é ‘Mais’ que ‘negócios’.
Nenhum lucro é ‘Melhor’ que o ‘Lucro Colonial’.”

Por Afonso Junior Ferreira de Lima, Historiador,
Mestre em Filosofia (PUCRS), no Jornal GGN:
https://t.co/bUMrRB81YW

A angústia informe da pandemia, o delírio neoliberal do jornalismo, o sonho das multinacionais que se apropriam do Estado combinariam bem com um slogan como “não precisa haver Estado porque os pobres são criminosos”. É o fascismo capitalista, a racialidade neoliberal na qual, supostamente, a “casta esquerdista se une aos que vivem das tetas do Estado”.

Some-se a isso a redoma de cristal do algoritmo, que limita saberes produzidos por progressistas e as fortunas que patrocinam os conteúdos radicalizadores de direita na rede. A esquerda parece ter perdido contato com as massas, mesmo o governo Lula não parece perceber a doutrinação massiva, a criação de grupos fanáticos, as células de ódio se ampliando (e chegando ao Uber). Qual a informação que chega no Brasil radicalizado de Roraima, Mato Grosso, Goiás, de Santa Catarina?

Militantes têm sido ameaçados, como ocorreu com Agustín Rombolá, dirigente da Juventud Radical de Buenos Aires, que criticou a aliança Macri/Milei.

É a democracia alimentada pelo mundo paralelo da irracionalidade, o cidadão das teorias da conspiração. As seitas fanáticas que apostam na expulsão do diferente. Lembra as colagens macabras de Alfred Rosenberg, o principal teórico do nazismo, por exemplo quando disse para Sir Robert Vansittart e sua esposa em 1936: “Os negros representam a reserva comunista dos Estados Unidos. Os judeus pagarão algum dia por essa revolta negra comunista”. Ao que a Lady respondeu: “Você tem razão”. (HILMES, 2017, p. 109).

Houve um festivo alívio da imprensa progressista brasileira quando Massa ficou com 36,68% e Milei com 29,98% no primeiro turno. Mas análises superficiais não perceberão essas figuras que se movem nas sombras.

O neoliberalismo criou políticas que impediram o desenvolvimento do todo,
a indústria de armas patrocina políticos para armar o cidadão que se sente superior (Milei defendeu a liberação da venda de armas de fogo).
O discurso das grandes fortunas quer diminuir o número de
“pessoas que importam”, como fazem os apartheids.
A ideologia (da raça superior?) parasita os negócios, mas é mais que negócios. Nenhum lucro é melhor que o lucro colonial.

Íntegra:
https://jornalggn.com.br/america-latina/argentina-o-cidadao-das-teorias-da-conspiracao-por-afonso-junior/

Zé Maria

Javier Milei promove Onda de Terrorismo Fascista
às Vésperas do 2º Turno da Eleição na Argentina

“Candidato da Extrema Direita incita Militância
a Ataques Generalizados Contra Opositores”

Tal como nas eleições brasileiras de 2022,
os argentinos vivenciam a disputa eleitoral
como um teste entre a democracia e a barbárie.

Milei junto com sua candidata a vice-presidente
lidera a promoção de discursos violentos.
A militância neofascista, que acompanha ambos
de maneira fanática, cuida para que se mantenha
ativa a rede de notícias falsas, ameaças, insultos
e agressões inclusive aos jornalistas argentinos.

A jornalista Mariana Romero teve que limitar o acesso
à sua conta na rede social X após revelar que votaria
no Candidato a Presidente Sergio Massa contra Milei.

https://pbs.twimg.com/media/F-_60wNW4AADx0z?format=jpg
“Queridos amigos, tive que tornar esta conta privada
devido às ameaças que recebi apenas por dizer
em quem iria votar.
É muito triste que, numa democracia, quem pensa
diferente seja insultado e degradado desta forma.
Lamento muito esta violência coletiva” disse ela.
(https://twitter.com/MarianaR31)

https://jornalggn.com.br/noticia/javier-milei-promove-onda-de-odio-as-vesperas-do-2o-turno-na-argentina/
.
.
Uma parlamentar apoiadora de Javier Milei,
intimidou uma repórter do canal de TV estatal:

“Vamos fechar a TV Pública, vamos privatizar
a TV Pública, os meios de comunicação públicos
vão ser privatizados, então tente ser uma boa
trabalhadora”, disse a Deputada Mileísta, enquanto
a jornalista tentava entrevistá-la questionando
a parlamentar sobre a Pluralidade nos Meios
de Comuicação na Argentina.
(https://youtu.be/JSG8fqbZSso)
.
.
https://twitter.com/i/status/1724814629103091917
“Desde Canal 10 Tucumán repudiamos
estas actitudes antidemocráticas que
atentan contra la libertad de expresión”
https://canal10tucuman.com.ar/?p=63855
.
.
“Comunicado de la TV Pública de Noticias”
https://pbs.twimg.com/media/F-_lht4W4AA2bEO?format=jpg

“Las autoridades de Radio y Televisión Argentina (@rta_se)
“Repudiamos energicamente las amenazas contra la Televisión Pública hechas por la diputada electa de ‘la libertad avanza’, Lilia Lemoine.
“Reivindicamos nuestra defensa de los medios públicos
como garantes del acceso a contenidos informativos,
culturales, educativos, deportivos y de entretenimiento
de calidad , desde una perspectiva federal, plural y inclusiva.”

“Expresamos nuestra solidaridad con la trabajadora Laura Mayocchi,
del Noticiero de la TV Pública, quién sufrió esta amenaza inaceptable
para la convivencia democrática.”

https://twitter.com/TV_Publica/status/1724850466561880070
.
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https://youtu.be/J93gZ1gIoZk
También la Defensoría del Público repudió
la actitud de la diputada electa con la prensa:

“El derecho a la comunicación es un bien social.
La Ley establece que las actividades realizadas
por los servicios de comunicación audiovisual
son de interés público”, escribió la entidad que
preside Myriam Lewin en un comunicado titulado
‘El respeto a los medios públicos garantiza
el derecho a la Comunicación” donde reivindicó
la existencia de los Medios Públicos y rechazó
cualquier intento privatizador’.”
Thread: https://twitter.com/DefdelPublico/status/1724840904261882113
.
.
“Milei ratifica la propuesta de Lemoine
de privatizar los medios públicos
y crece el repudio”

Javier Milei ratificó su interés en “privatizar los medios públicos”
y afirmó que su gobierno va a aplicar un “ajuste fiscal” que será “duro”.

La CGT se sumó al repudio de los dichos de Lemoine y sus amenazas
a una cronista de TVP Noticias.
https://pbs.twimg.com/media/F_BSTInWIAAEhDm?format=jpg

https://www.tvpublica.com.ar/post/milei-ratifica-la-propuesta-de-lemoine-de-privatizar-los-medios-publicos-y-crece-el-repudio
.
.
Lo mismo hizo la Federación Argentina de Trabajadores de Prensa (Fatpren),
que nuclea los sindicatos de todo el país: además de repudiar los dichos de
Lemoine expresó su solidaridad con la trabajadora de la TV Pública.

Se sumó además el Sindicato de Prensa de Buenos Aires (Sipreba), que
condenó lo sucedido y advirtió que “la amenaza, que es parte de una política
general de ‘la libertad avanza’, expresa el desprecio del espacio que
encabeza Javier Milei por los profesionales, trabajadores y trabajadoras
en general”.

“Repudiamos la amenaza vertida hoy por Lilia Lemoine al equipo periodístico
de TVP Noticias que le realizó la entrevista.
La publicación de esa nota es una demostración de la pluralidad de voces
que rige en el canal y en los medios públicos.
La amenaza, que es parte de una política general de ‘la libertad avanza’,
expresa el desprecio del espacio que encabeza Javier Milei por los
profesionales, trabajadores y trabajadoras en general”.
https://twitter.com/Canal7SiPreBA/status/1724818321214751159

“Estamos convencidos de que esto no es sólo contra los medios”,
dijo Agustín Lecchi, Secretario General del Sindicato de Prensa
de Buenos Aires.

“Y lejos de ser un hecho aislado, demuestra que en ‘la libertad avanza’
reside una actitud de desprecio a los trabajadores, la democracia
y a la libertad de expresión”, aseguró el dirigente gremial.

“Es claro que generan un clima de violencia hacia quienes ejercen el
oficio de informar, hacer preguntas y ayudar a poner ideas en debate,
con sus discursos agresivos que incitan y avalan la violencia física
contra trabajadores y trabajadoras de prensa”, agregó Lecchi,
y recordó la violencia física y verbal de parte de Javier Milei hacia
trabajadores y trabajadoras de prensa que hacían su trabajo.

“Los trabajadores y trabajadoras de prensa de los medios públicos
defendemos un sistema de medios plural y a las leyes laborales y
los Derechos Humanos que son un pilar de justicia social de nuestro
país, reconocido en todo el mundo”, afirmó Lecchi, que aseguró que
“Javier Milei y sus dirigentes ya dijeron que pretenden destruir”.

“Su asociación con Mauricio Macri, que durante su gestión desarrolló
un ataque contra los medios públicos que incluyó despidos masivos
y vaciamiento, ratifica ese propósito”, completó.

La mayoría de los medios de comunicación se hizo eco de las afirmaciones
de la diputada electa libertaria, pero puntualmente Tiempo Argentino,
la Agencia de Noticias Red-Acción (ANRed) y Enfoque Sindical se
solidarizaron con la periodista de la TV Pública.

https://www.telam.com.ar/notas/202311/646600-lemoine-tv-publica-amenaza-prensa.html
https://www.tvpublica.com.ar/post/lilia-lemoine-amenazo-a-una-periodista-de-la-television-publica
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