Gleisi desafia o Novo a explicar os votos de seus parlamentares em favor dos ricos do Brasil; vídeo

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Foto: Lula Marques

Gleisi Hoffmann desmonta falso moralismo e demagogia do partido Novo sobre Fundo Partidário

por Vânia Rodrigues, PT na Câmara

A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), em discurso contundente e em defesa da democracia e do financiamento público de campanha, desmontou nesta terça-feira (17), durante sessão do Congresso Nacional, o moralismo do Partido Novo sobre o Fundo Partidário.

“O partido Novo vem ditar regras aqui, falando de moralidade. O Novo é o partido financiado por milionários deste País. Em 2018 seus candidatos arrecadaram R$ 43,5 milhões, um valor 40 vezes o que recebeu do Fundo Eleitoral. Com apenas 200 doadores – 200 pessoas físicas – e sem contar com o autofinanciamento, o partido arrecadou 51,2% do total das receitas eleitorais, ou seja, doadores que têm ganho por ano acima de R$ 1 milhão”, enfatizou.

Gleisi acusou ainda de serem esses parlamentares financiados pelos milionários que, aqui no Congresso Nacional, votam contra o Sistema Único de Saúde (SUS), votam a favor dos cortes no orçamento, que não se preocupam com os aposentados, que querem que o mercado tenha prevalência sobre o setor público.

Para Gleisi Hoffmann, os parlamentares que são financiados por milionários, por empresas, dificilmente conseguem representar com clareza e altivez os interesses dos seus eleitores.

“Porque em matérias conflitivas entre os interesses do eleitor e o interesse do doador, vai sempre prevalecer o interesse do doador”.

Ela destacou ainda que só doa para a campanha eleitoral quem tem dinheiro.

“Não doa para a campanha o pobre que ganha um, dois ou três salários mínimos, que é a maioria da população brasileira. Doam, em se tratando de pessoas jurídicas, principalmente as grandes empresas, o sistema financeiro, e isso domina a vontade daqueles que dispõem da vida do povo brasileiro e do Brasil”, lamentou.

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Vontade do eleitor

Por isso, continuou a presidenta do PT, o financiamento público foi adotado pelas democracias mais desenvolvidas do mundo, para que a vontade do eleitor fosse preservada e para que ficasse claro no orçamento público quem estava financiando a campanha.

“Como um operário, uma professora ou uma pessoa simples pode fazer campanha para deputado, senador ou governador se ele não tem financiadores? Por isso, nós temos distorções no Parlamento. Vem para cá a maioria dos deputados representando a minoria da população, enquanto a maioria fica aquém desta representação”, desabafou.

Gleisi Hoffmann ensinou que um dos pressupostos elementares do financiamento público é dar direito e condições para aqueles que querem disputar uma eleição e representar os setores da sociedade o possam fazer.

“A outra coisa é o custo da campanha eleitoral porque o que determina o custo é o recurso que está à disposição dela”, completou.

A campanha eleitoral de 2012, segundo dados apresentados em plenário pela presidenta do PT, custou ao Brasil R$ 7 bilhões e a campanha de 2018, já como fundo público e só com a doação de pessoas físicas, custou ao Brasil R$ 3,2 bilhões.

“Portanto, menos da metade. E esta campanha, ainda que fosse colocada mais dinheiro para a eleição municipal de 2020 custaria menos do que a campanha de 2012. É sobre isso que nós estamos falando. Os discursos fáceis que estão fazendo aqui, são discursos que não condizem com a real necessidade de representação do povo brasileiro”, enfatizou.

Desafio

Gleisi ainda desafiou o governador Zema, do Novo – Minas Gerais, a explicar por que mudou o discurso de campanha e tem contratado assessores e dado cargo em conselhos para secretários, por exemplo.

“O discurso de vocês não se sustenta na prática. Vamos parar de fazer este discurso moralista. Nós queremos uma democracia efetiva, onde a maioria do povo possa ser representada e a maioria dos representantes tenham as mesmas condições de disputa nos processos eleitorais. Por isso, nós defendemos o financiamento público, não temos medo, porque o financiamento público garante que as pessoas tenham condições de disputar nas mesmas condições”, conclui.

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Comentários

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Ricardo prado

Seria dificil contestar ela ja que tem o know how de pegar grana de grandes empresas e depois beneficia-las com projetos. Ela sabe bem como é.

Cleiton do Prado Pereira

Eu concordo com ela mas, acredito que agora será muito difícil revertermos a situação. A tendência é só piorar, como o Estado de São Paulo, perdeu a chance de liquidar com o PCC, nós perdemos a chance de liquidarmos com os falsos moralistas, com fascismo, com a corrupção ( e ficamos com a pecha de corruptos ) enquanto os corruptos verdadeiros posam de mocinho, perdemos a grande chance de fazer deste país uma liderança mundial, tendo o líder nato sido escrachado pela mídia e condenado, por culpa inclusive da presidenta Dilma que vetou o principal parágrafo da lei do direito de resposta, não fosse assim ela e o Lula poderiam ter respondido 90% das mentiras veiculadas na mídia durante todo a duração da Lava Jato, e das acusações contra ele no impeachment. Infelizmente é esta a realidade o PCC político prevaleceu e prevalecerá, queira Deus que eu esteja enganado.

Zé Maria

Parlamentares que são eleitos com o dinheiro dos ricos defendem os interesses dos ricos e legislam para os ricos.
Não há nada mais velho que essa Política Partidária praticada pelo ‘Novo’.
Só falta o empresário Huck se filiar a esse Partido patrocinado pelos Bilionários Herdeiros do Roberto Marinho.

    Zé Maria

    E quem recebe Doação de Laranjas de Empresas (PJ),
    via Caixa 2, para Campanha Eleitoral, como esse Partido,
    não tá nem aí para Financiamento Público mesmo.

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