Plano Nacional de Cultura e pluralidade
Gilmar Machado (*), na Folha de S. Paulo (via Vermelho)
O Congresso Nacional aprovou o Plano Nacional de Cultura (PNC). O ato representa valorização e democratização de uma das maiores riquezas do nosso povo, já que a educação e a cultura são pilares que sustentam o desenvolvimento e o crescimento de toda sociedade. O PNC vai valorizar o nosso povo, com tanta pluralidade de hábitos, costumes e artes. Além de definir princípios e objetivos para a área cultural nos próximos dez anos, a proposta discrimina os órgãos responsáveis pela condução das políticas para a área e aborda aspectos relativos ao financiamento.
É um instrumento legal e de controle da sociedade para o cumprimento de metas de desenvolvimento cultural de caráter plurianual. O projeto resgata valores da educação e da cultura, sendo esta importante ferramenta para alcançar mentes e corações de estudantes, melhorando as condições e a contextualização do ensino e mostrando aos nossos alunos que a cultura e o ensino são moldes para fazê-los crescer como seres humanos.
O plano visa propiciar o desenvolvimento cultural e integrar as ações do poder público para a valorização do patrimônio cultural brasileiro. Como diz o texto, será regido pelos princípios de diversidade cultural, de respeito aos direitos humanos, de responsabilidade socioambiental e de valorização da cultura como um vetor do desenvolvimento sustentável. Visa também estimular a produção, a promoção, a difusão e a democratização do acesso aos bens culturais; a formação de pessoal qualificado para a gestão do setor; e a valorização das diversidades étnica e regional.
A história demonstra que tem havido um processo de exclusão da maioria de nossa população. Nossas crianças e nossos jovens, embora herdeiros de um grande patrimônio cultural e criativos o suficiente para enriquecê-lo, não conseguem ver seu próprio rosto na grande produção cultural dominante. A política cultural tem sido privilégio de poucos, que dividem entre si os recursos, sejam eles públicos ou privados, destinados à criação e à produção cultural.
Desde 2005, com a aprovação da emenda constitucional nº 48, o Ministério da Cultura trabalha no tema. Vários fóruns de debates e estudos trouxeram subsídios à formulação do plano e garantiram o aprimoramento das diretrizes que agora orientam a execução das políticas culturais de todo o país. Um dos objetivos dos fóruns regionais era o de fortalecer a ação do Estado no planejamento e na execução das políticas culturais.
Nossa proposta, ao criar o PNC, é estabelecer a transformação das políticas culturais como políticas estratégicas do Estado. Transformado em lei, permitirá ampliar o acesso dos brasileiros aos produtos culturais. Na medida em que cresce o acesso à cultura, aumenta o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e diminui a violência do país.
GILMAR MACHADO, 49, professor de história, é deputado federal reeleito (PT-MG), autor do Plano Nacional de Cultura e vice-líder do governo no Congresso Nacional.
Comentários
Oscar Ferreira
Em matéria de política pública (e particular) de cultura (artistas e público) estão todos excluídos. Se não houver obrigatoriedade das empresas (e dos Governos) em destinar recursos (incentivados ou não) à cultura, se não houver critério de qualidade e lisura nos projetos aprovados o PNC vai apenas aumentar o dirigismo do MINC.
nelson Giles
Foi uma vitória a aprovação do Plano, mas sem a aprovação do Sistema Nacional de Cultura, a Cultura como política social básica(como educação, saúde) fica capenga…é preciso determinar as resposabilidades de todas as esferas de poder ( municipal, estadual e federal)
Mas sem dúvida, pensar políticas públicas de cultura para além dos artistas e produtores e mais para a cidadanía, é uma vitória da democracia.
jpremor
Legal, mas onde podemos ler o plano? Existe um esboço das medidas?
Gustavo Pamplona
Amigo… aparentemente neste site você o encontra:
http://tdvproducoes.com/virusplanetario/index.php…
As 30 propostas prioritárias do Plano Nacional de Cultura (doc)
O Plano Nacional da Cultura (pdf)
O sistema de buscas do site do MinC é horrível, na realidade é inexistente já que redireciona para uma busca personalizada do Google.
Existe um blog também: http://blogs.cultura.gov.br/pnc/
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