Gabriel Barbosa: ‘É no passado do que foi Brizola que devemos buscar o futuro e uni-lo a Lula hoje’
Tempo de leitura: 4 minDa Redação
Na segunda-feira, 06-06, brizolistas históricos reuniram-se no Rio de Janeiro para inaugurar o Comitê BrizoLula, em apoio à candidatura de Lula à presidência da República.
Entre os presentes:
João Vicente Goulart, filho de João Goulart
Leonel Brizola Neto, pré-candidato a deputado federal pelo PT-RJ
Vivaldo Barbosa, deputado federal constituinte e ex-secretário da Justiça de Brizola
Marcelo Freixo, deputado federal e candidato do PSB ao governo do Rio de Janeiro
André Ceciliano, deputado estadual (PR-RJ, que disputa vaga ao Senado
Coube a Gabriel Frossard Barbosa, autor do livro Ensaio sobre a Utopia, fazer a saudação do evento.
Abaixo, a íntegra de sua fala.
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Por Gabriel Frossard Barbosa*
“Senhoras e senhores, filhos e filhas do Brasil, enquanto representante do Movimento de Resistência Leonel Brizola, agradeço a cada um por estar aqui hoje conosco.
Muito obrigado por sua presença. Muito obrigado ao deputado André Cecliano, ao deputado Marcelo Freixo, a João Vicente Goulart, ao bravo Leonel Brizola Neto e a cada um que reservou esse tempo para compartilhar o lançamento do Comitê BrizoLula.
Mas, caro Leonel, como hoje unir Brizola a Lula, ou Lula a Brizola?
Eu me lembro, por mais distante que seja a memória, da reunião do Rio-Centro após o melancólico primeiro turno das eleições de 89.
Por mais triste e decepcionante que foram os resultados, Brizola fez questão de não encobrir o resultado e principalmente de não encobrir a vontade popular que, por mais manipulada e mais influenciada que fosse, levou Lula ao segundo turno. Brizola viu que a vontade do povo estava acima das sua, acima de qualquer vaidade.
É, então, precisamente nessa reação de Brizola que acredito estar a resposta de como podemos unir hoje Lula a Brizola, Brizola a Lula. Em descobrir aquilo que fora coberto e na majestosa e magnânima vontade popular.
Nos ensinam hoje, em nome de um modernismo moribundo, que não devemos viver do passado, que o passado deve permanecer estático, inócuo, vazio, que as relações humanas devem ser facilmente descartadas, substituídas. Esse modernismo nos ensina a encobrir, a esconder, a esquecer.
Ora, se verdade fosse, então deveríamos nos esquecer por completo de Brizola, de Darcy Ribeiro, de Getúlio Vargas, de Jango, João Vicente, pois estariam num passado distante. Não seria possível, se nos desfizéssemos por completo do passado, de resgatar Brizola nesse momento e uni-lo a Lula.
Portanto, argumento o contrário. É precisamente no passado que foi que devemos mergulhar em busca de futuro que pode ser.
Durante o primeiro governo Brizola aqui, no estado do Rio de Janeiro, em lançamento dos Brizolões no Complexo da Maré, Darcy Ribeiro, então vice-governador e secretário de educação e cultura, disse que, na Maré, Brizola havia descoberto o tesouro do Brasil.
Por descoberto entendemos aquilo que retira o que encobre, e durante centenas de anos, a Maré havia sido encoberta pelo esquecimento, pelo apagamento.
Esse mesmo modernismo que nos faz olhar para o lado enquanto uma família inteira dorme na rua, a subir o vidro do carro quando uma criança pede um trocado no sinal. Contra esse modernismo que encobre, Brizola nos mostrou que é preciso des-cobrir.
Não era o ouro das Minas Gerais que Brizola havia descoberto. Não era o café de São Paulo, ou o açúcar de Pernambuco que Brizola havia descoberto. Tampouco não era o Pré-Sal da bacia de Campos.
O maior tesouro do Brasil, deputado Marcelo Freixo, deputado André Ceciliano, esse que Brizola havia descoberto, era o Povo do Brasil, em especial, a criança e o jovem brasileiro.
O maior tesouro do Brasil, aquele que torna o Brasil uma Nação, e nós em nacionalistas não é um apego pueril à bandeira nacional, ou ao verde-e-amarelo, mas uma crença inabalável no Povo brasileiro.
Ouro não tem mãos, café não tem mãos, açúcar não tem mãos. O povo tem mãos e é pelas mãos do Povo que devemos olhar para a emancipação do Brasil. E é no Povo do Brasil em que brizolistas e lulistas se encontram.
Mas, quem é o Povo de que nós falamos?
Disse Fidel Castro, em sua defesa pelo ataque ao Quartel Moncada, que nós chamamos de Povo quando de luta se trata.
Qual luta? A luta pela Vida, a luta do cotidiano, a luta pela sobrevivência.
Não lutam pela vida aqueles que sentam confortavelmente nos escritórios do Leblon ou da Faria Lima. Estes estão, conforme diz o ditado popular, com a vida ganha. Não luta pela vida aqueles que tem pensões astronômicas sustentados por um Estado falido.
Não, a luta pela vida esta nos sinais da cidade, nos meninos e meninas que arriscam suas vidas por um trocado qualquer, no trabalho irregular, no bico, nas massas de brasileiros e brasileiras que sonham e almejam por um mínimo de dignidade.
Povo, disse Fidel, é exatamente essa massa que luta pela vida na crença em algo, ou alguém, mas acima de tudo, na crença em si mesmo.
Que algo? Uma vida com direitos respeitados com um mínimo de gozo com picanha e cerveja.
Que alguém? Um líder que tome para si, para sua causa de luta, a luta do Povo, a causa popular.
Hoje, o Povo brasileiro demonstra com envergadura, do alto de sua majestosa soberania, que esse líder é Lula, e colocar-se contra Lula é colocar-se contra a causa popular, contra os desejos e anseios do Povo brasileiro que não podem ser encobertos.
Por fim, eu gostaria de aqui apresentar para vocês, esse tesouro do Brasil do qual falei.
Estão aqui hoje os meninos da Cruzada de São Sebastião, o maior quilombo do Brasil localizado no seio do Leblon, o bairro mais rico do Rio de Janeiro.
E dizia Darcy Ribeiro que o Espírito do quilombo era de ser livre enquanto o espírito do senhor de engenho era escravizar.
Portanto, munido desse espírito do quilombo, do espírito por esses meninos aqui representado, eu gostaria de dizer que:
Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil…
Brava gente brasileira, longe vá temor servil. Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil
Muito obrigado”
*Gabriel Frosssard Barbosa é mestre em Políticas Públicas pela Georgetown University e autor do livro Ensaio sobre a Utopia.
Comentários
Sandra
“Um Pateta na terra do Mickey faz motociata para Brasil passar mais vergonha”
“Espichado numa cadeira de pernas abertas, quase dormindo, olhando para o vazio, com uma cola na mão durante o encontro com o presidente Joe Biden na Cúpula das Américas, como se estivesse conversando na cantina do quartel, o capitão era o próprio retrato da decadência do país sob o seu governo.”
Ricardo Kotscho
Colunista do UOL
10/06/2022 14h28
Zé Maria
Os Nazi-Fascistas Bolsonaristas estão espalhando,
que, com Lula, o Brasil será uma ‘Nova Cuba’.
Tomara! Com o Salário e o Imposto da Noruega.
Zé Maria
https://pt.countryeconomy.com/mercado-laboral/salario-medio/noruega
Zé Maria
Segundo o Banco Mundial e o FMI, a Noruega tem um dos
maiores níveis de rendimento per capita do mundo.
A Noruega tem um grande sector público e, consequentemente,
taxas de impostos relativamente altas.
Por outro lado, os serviços de saúde e bem-estar e educação
são financiados publicamente.
32,9% da população norueguesa tem uma educação universitária
ou politécnica.
A Noruega é classificada pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU como um dos melhores países do mundo para se viver,
com expectativa média de vida de 80,6 anos para homens e 84,2 anos
para mulheres.
A economia norueguesa tem sido baseada na exploração de recursos naturais, como a energia hidroelétrica, minerais e peixe.
Os anos 60 assistiram ao surgimento da indústria norueguesa de
petróleo e gás.
Atualmente, a Noruega é o terceiro maior exportador mundial de gás.
Está também entre os principais produtores e exportadores de peixe e marisco do mundo.
As autoridades norueguesas gerem as receitas de petróleo e gás
da Noruega em benefício da sociedade como um todo.
Uma grande parte dessas receitas é canalizada para o “Fundo Soberano da Noruega”, o “Government Pension Fund Global”
[com cerca de US$ 1 Trilhão de Reserva (Bloomberg, Junho/2017)].
Quando o petróleo acabar, os rendimentos do Fundo continuarão
a fornecer receitas substanciais que podem ser utilizadas para
beneficiar a população.
A mudança climática global torna necessário a adaptação dos países de todo o mundo, incluindo a Noruega.
A Noruega assinou e ratificou o Acordo de Paris e assumimos o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40% até 2030.
O País Nórdico tem atualmente uma população de pouco mais de
cinco milhões de pessoas.
Cerca de 14% são consideradas imigrantes.
A Noruega também tem várias minorias nacionais e tornou-se um
país mais multicultural.
Os Sami são o povo indígena da Noruega e o Sami é uma língua oficial
na Noruega.
O Sámediggi (Parlamento Sami) é um órgão representativo do povo Sami
Norueguês.
O Sámediggi procura fortalecer a posição política dos Sami e promover
os seus interesses.
Íntegra:
https://www.norway.no/pt/brasil/valores-prioridades/noruega-atualidade/
https://www.norway.no/pt/brasil/noruega-brasil/noticias-eventos/brasil/novo-governo-noruegues/
Leia também:
Noruega estuda aumento de impostos sobre riqueza
para financiar descida na fatura da luz
Aumento de impostos sobre riqueza visa financiar
diminuição dos impostos sobre a eletricidade,
para proteger as famílias dos efeitos da crise energética.
[Reportagem: Joana Almeida | Jornal de Negócios.pt]
Proposta consta entre as alterações que o novo Governo
da Noruega quer introduzir no Orçamento do Estado
para 2022 e está a ser negociada com os restantes partidos.
Após os trabalhistas terem superado os conservadores
nas eleições legislativas de setembro, o novo Governo
apresentou, em outubro, alguns ajustes ao Orçamento
delineado pelo anterior Governo conservador, tal como
manda a tradição do país para que os novos Governos
sinalizem para onde planeiam conduzir a economia
mas com alterações limitadas nos gastos.
Íntegra:
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/mundo/detalhe/noruega-estuda-aumento-de-impostos-sobre-riqueza-para-financiar-descida-na-fatura-da-luz
Zé Maria
“Brizola (Re)Vive!”
Zé Maria
“A História me Absolverá (Fidel 1953)”
“A Transformação de um Indivíduo e o Despertar de um Homem Novo”
(https://aterraeredonda.com.br/a-historia-me-absolvera)
[…]
Constitución Política de 1940
[Do Direito à Resistência]
“Art. 40-Las Disposiciones Legales, gubernativas o
de cualquier otro orden que regulen el ejercicio
de los derechos que esta Constitución garantiza,
serán nulas si los disminuyen, restringen o adulteran.
Es legítima la resistencia adecuada para la protección
de los derechos individuales garantizados anteriormente.
La acción para perseguir las infracciones de este Título
es pública, sin caución ni formalidad de ninguna especie
y por simple denuncia.”
[Constituição Republicana Cubana de 1940
vigente antes do Golpe de Estado impetrado
pelo General Fulgêncio Batista, de cuja Ditadura
Militar Cuba se libertou com a Revolução Popular
consumada em 1º de janeiro de 1959.]
[…]
Ainda que pautado para restituição de um estado, ora solapado, o ato de resistir traz em si o germe da revolução.
Da dor vivida, compadecida, nasce a revolta, potência de luta.
E essa luta só ganha corpo, e as ruas, se ela advir da Esperança.
Sendo a Esperança âncora e motor dos sonhos e da ação, seria
impossível encampar a luta, mantendo essa, como mera batalha
pela restauração de tempos idos.
Dela, inevitavelmente, emanarão demandas superiores.
De uma real revolução, o aspecto dialético (de pés no chão)¹
é o resultado lógico.
A suprassunção do estado constitutivo da sociedade em algo transcendente, metamorfoseado, é o salto desejado quando
iniciado um processo maior que um simples reformismo.
Nisso, com o intuito de defender seu País, e Povo, da danação ditatorial,
o Revolucionário acaba por romper o torpor popular e cria as bases,
internas e externas, para um Pensamento Novo.
Das amarras mais (in)justas, irrompe o Movimento mais Potente.
Somente a Esperança de Vida em Plenitude e a Busca da Felicidade
Real, podem justificar a renúncia ao gozo do presente.
Quando conta dos planos do levante, ele acentua o nível de
comprometimento de seus companheiros para com o Movimento.
Para além do sacrifício de suas próprias vidas, boa parte dos combatentes
se desfizeram de todos os seus bens (materiais) para investir junto
à causa.
Quando pessoas são capazes de doar-se dessa forma, a razão – que
perpassa o fato – deve ser observada.
Somente calcados na Esperança de um Porvir verdadeiramente
Alvissareiro, o homem é capaz de um feito que ameace, dessa maneira,
sua existência imediata.
A luta exige tal nível de comprometimento, que acaba por exaurir
a rasa subjetividade alienante do indivíduo.
Unicamente despojado de seu eu, egocêntrico, o ser encontra motivos
para pensar em um mundo para além de seu tempo.
Uma realidade que ele forja, com seus braços, para o Próximo.
Essa Alteridade só é aferível, quando o movimento surge e cresce
‘do Povo, pelo Povo e para o Povo’.
A legitimidade de levantes de resistência reside, justamente, na ideia
de contra-ataque.
É do aviltamento de direitos e da própria sociabilidade, que provém
a força para revolução.
Batalhas travadas por exércitos, grupamentos, juntas, hordas,
patrocinadas ou subjugadas por forças externas, pelo capital ou
por puro interesse de contenção e dominação, jamais podem ser
concebidos como tal.
A Luta pela Liberdade sempre foi acompanhada, com especial interesse,
pelo seu vizinho mais ao norte.
Desde os tempos de sua própria emancipação colonial, os Estados Unidos da América demonstraram ter em mente uma ideia de direito posto sobre a Ilha.
Talvez devido a sua proximidade, ficando costeada pela Flórida, Cuba
parecia uma prenda muito ao alcance para não ser tomada.
Consciente disso, Castro prevê que a Luta pela Liberdade de seu País
passaria, obrigatoriamente, por um rompimento com imperialismo
estadunidense.
Sabia também que os poderes, constituídos ou não, ocultos na
evidência de sua imposição, estiveram sempre à disposição dos
Impérios.
Travar enfrentamento com gigantes exige mais do que, apenas, coragem.
Diante disso, a batalha teria que ser, antes de tudo, pelo Ideário do Povo.
Apenas um Povo Coeso, senciente das dores impostas por forças
que só enxergam números, seria capaz de unir-se em torno de
um Ideal e, ombro a ombro, desfraldar a Bandeira da Esperança.
E sob a égide dessa, como quem traja uma armadura impenetrável,
lutar despido de pequenezas, protegido pelo manto que só quem
ousa erguer-se pelo justo, pode envergar.
Momentos antes da ação, em discurso final para seus homens,
o comandante Fidel anima e conclama seus homens ao valor
de sua bravura.
Ainda que não tivesse expectativa de revés, ele confia na grandeza
do ato.
Contava que, mesmo em caso de insucesso, seu levante seria visto
como abnegado exemplo.
O Povo ouviria o Brado dos Inconformados e junto a eles enfileirar-se-ia,
na Esperança de um Mundo onde a Utopia da Igualdade fosse uma
Construção Possível.
Em 1963, em discurso proferido quando a Revolução já estava consolidada desde 1959 (em 1º de janeiro de 1959, Castro e seus homens
descem a Sierra Maestra e, junto ao povo, derrubam a ditadura de Batista),
Fidel Castro, agora Primeiro Ministro da República Socialista Cubana,
lembra que no ponto alto de sua profissão de fé no Poder Redentor
da História, poder esse, capaz de iluminar a realidade nebulosa do
passado cotejando-o ao materialismo da realidade prática que o
presente apresenta, o pensamento ali existente não era, ainda, o de
um marxista.
O que emanava daquelas palavras era o argumento de alguém que
ousou não mais aceitar a dilapidação de sua Pátria.
Não mais assistir ao Povo servindo de sacrifício no altar do imperialismo.
Um homem que colocou sua vida a serviço de um ideal.
De seu discurso de defesa [ “A História me Absolverá”], o que podemos
perceber, mais do que qualquer outra coisa, é a Transformação de um
Indivíduo e o Despertar de um Homem Novo.
Nota
¹ “Meu método dialético, por seu fundamento, difere do método hegeliano, sendo a ele inteiramente oposto. Para Hegel, o processo do pensamento – que ele transforma em sujeito autônomo sob o nome de ideia – é o criador do real, e o real é apenas sua manifestação externa. Para mim, ao contrário, o ideal não é mais do que o material transposto para a cabeça do ser humano e por ela interpretado. […] Em Hegel, a dialética está de cabeça para baixo. É necessário pô-la de cabeça para cima, a fim de descobrir a substância racional dentro do invólucro místico.”
*Silvane Ortiz, graduanda em direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em:
(https://www.academia.edu/43641391/A_HIST%C3%93RIA_ME_ABSOLVER%C3%81_FIDEL_CASTRO_1953)
Leia também:
https://www.marxists.org/portugues/castro/1977/12/02.htm
https://www.marxists.org/portugues/castro/index.htm
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