Freixo comanda resistência à interferência de Moro para blindar família Bolsonaro
Tempo de leitura: 3 minRISCO À DEMOCRACIA
Deputados de diferentes partidos se unem contra interferência de Moro no caso Marielle
Objetivo é exigir investigação isenta. “Os tiros que atingiram Marielle atingiram seus companheiros do Psol, mas também a democracia brasileira”, diz parlamentar do PL
São Paulo – Não apenas lideranças da oposição, mas também de partidos conservadores e do Centrão participaram de entrevista coletiva, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, para se manifestar sobre a informação de que o carro de Élcio Queiroz teria se dirigido à casa de Ronaldo Lessa, suposto autor da execução de Marielle Franco, vizinho do presidente Jair Bolsonaro, pedindo para ir à unidade 58, onde mora o próprio Bolsonaro.
Os parlamentares também declararam ser institucionalmente injustificável que o ministro da Justiça, Sergio Moro, atue para interferir nas investigações, como “advogado do presidente da República”, ao pedir à Procuradoria-Geral da República a instauração de inquérito para apurar o depoimento do porteiro que cita o presidente Bolsonaro.
O grupo de deputados quer ainda que o porteiro depoente seja enquadrado em Programa de Proteção à Testemunha.
Segundo o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), os diversos líderes de diferentes partidos têm o mesmo entendimento.
“Temos a responsabilidade de não ir além do que cabe ao Parlamento. Não estamos aqui para dizer quem é culpado, ou quem não é, mas para exigir investigação seja de quem for. Não há ninguém acima da lei.”
Os parlamentares se manifestaram veementemente contrários à federalização da investigação e defenderam que ela continue sob responsabilidade da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro.
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“Não há sentido em interromper uma investigação que, com todas as dificuldades, conseguiu chegar ao (suposto) assassino (Ronaldo Lessa) e apurar pontos importantes”, disse Freixo.
“A federalização é um retrocesso.”
Os deputados argumentam que a investigação não cabe à Polícia Federal, que não está com o caso, nem cabe a Moro interferir no processo.
Líder da Minoria, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que, em reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), as lideranças expuseram a opinião de que “é necessária uma resposta institucional, porque está em risco a questão democrática”.
Segundo ela, Moro viola o artigo 9, inciso 4, da Lei do Impeachment, ao requisitar de Augusto Aras, procurador-geral da República, que ele interfira no caso investigado em âmbito estadual.
“O ministro da Justiça não pode interferir nesse processo. Ele não tem autoridade. Está bancando advogado de defesa do presidente, sendo ministro da Justiça do Brasil”, afirmou.
Jandira ressaltou, como outros parlamentares que se pronunciaram, que não cabe a eles investigar a veracidade dos fatos.
“Nos importa saber quem mandou matar Marielle. Se existia um Jair na casa 58, quem tem que investigar é a polícia.”
“Nos causou espécie e estupefação o ofício assinado por Moro endereçado a Aras, no qual, com uma celeridade não vista em outros casos, pede a investigação”, disse o líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Segundo o líder do PSB na Câmara, Tadeu Alencar (PE), “causa espanto” que o ministro da Justiça queira “deslocar” a investigação.
“Bolsonaro não é dono do Brasil por ter ganho as eleições. Ele precisa respeitar as instituições.”
Sobre a morte de Marielle, comentou: “Estamos chegando perto e daqui a pouco vamos saber quem são os responsáveis pelo assassinato da vereadora”.
O deputado Marcelo Ramos (PL-AM) participou da coletiva para dizer que foi “prestar solidariedade ao Psol e à democracia, que está no centro desse crime”.
“Não podemos, num momento tão sensível como esse, relativizar a importância da luta pela democracia”, afirmou.
“Os tiros que atingiram Marielle atingiram seus companheiros, mas também a democracia brasileira.”
O objetivo dos deputados, continuou Ramos, é garantir a independência do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
“Nós não podemos matar por discordância política, nem na direita, nem na esquerda e nem no centro.”
CPMI das Fake News
O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), que participou da reunião da CPMI das Fake News, destacou que, no colegiado, o deputado Alexandre Frota fez (PSDB-SP) uma “grave acusação” contra Jair Bolsonaro.
Segundo Frota, após falar da tribuna da Câmara pedindo a prisão de Fabrício Queiroz, no início do ano, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Frota disse que recebeu um telefonema do presidente da República reclamando de sua fala recém encerrada.
O agora tucano disse ainda que Bolsonaro financia “terroristas virtuais”.
Para Pimenta, a família Bolsonaro precisa responder questões sobre os elos entre Queiroz, fatos denunciados e a família do presidente da República.
“Por que Queiroz não é ouvido e por que não mostram suas contas” são algumas dessas questões.
Comentários
Zé Maria
Criminalistas veem desvio
de competência com entrada
de Moro no caso Marielle
Advogados e juristas questionam a atitude do ministro da Justiça, Sergio Moro, de pedir ao Ministério Público Federal que investigue possível denunciação caluniosa contra o presidente da República, Jair Bolsonaro. Os operadores do Direito veem usurpação de competência e erros processuais no procedimento.
Por Fernando Martines, na ConJur
https://www.conjur.com.br/2019-out-30/criminalistas-veem-desvio-competencia-entrada-moro
Zé Maria
Apesar de toda essa Balbúrdia da Rede Globo, do Moro e
das Promotoras Celebridades do MP-RJ, um fato é certo:
Ninguém pode negar que os Bandidos que assassinaram Marielle,
se encontraram (na Casa 58 ou na Casa 65/66) no Condomínio
Vivendas da Barra da Tijuca, onde residem Jair e Carlos Bolsonaro,
antes de saírem para executar a tiros a Vereadora do PSoL.
Também é inegável que o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz adentrou
o mesmo Condomínio, de nome Vivendas da Barra, dirigindo um
“Logan, Prata, Placa AGH-8202”, conforme registrou o Porteiro,
no dia 14 de Março de 2018, por volta das 17:10.
Aliás, no Depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o Porteiro
especificou que Élcio, uma vez dentro do Condomínio, dirigiu
até a Casa 65/66, do Assassino Ronie Lessa, e não à Casa 58,
de Jair Bolsonaro, como havia dito inicialmente na Portaria.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50229896
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A história continua mal contada pelas Celebridades do MP-RJ …
31.out.2019 às 15h14 | Reportagem: Ana Luiza Albuquerque/Italo Nogueira | Folha
Possibilidade de arquivos do condomínio terem sido
renomeados ou apagados não foi avaliada pelo MP-RJ
MP-RJ ignorou eventual adulteração
em sistema de gravação da portaria.
A perícia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nas gravações da portaria
do condomínio do presidente Jair Bolsonaro não avaliou a possibilidade de algum
arquivo ter sido apagado ou renomeado antes de ser entregue às autoridades,
aponta documento apresentado à Justiça.
Documento entregue à Justiça mostra ainda que as bases da perícia foram feitas
a toque de caixa na quarta-feira (30), antes da entrevista coletiva sobre o caso.
Foi com base nessa análise que a Promotoria classificou como falsa a menção ao presidente feita pelo porteiro do condomínio Vivendas da Barra.
As promotoras envolvidas no caso afirmam que foi o policial militar aposentado
Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL), quem
autorizou a entrada de Élcio Queiroz, ex-policial militar também envolvido no crime.
O Ministério Público não se manifestou sobre as lacunas da perícia.
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/10/mp-rj-ignorou-eventual-adulteracao-em-sistema-de-gravacao-em-portaria-de-bolsonaro.shtml
Zé Maria
Corre a notícia de que o MP-RJ vai afastar a Promotora que
fez Campanha Eleitoral para o Jair Bolsonaro, em 2018.
Cabe a pergunta: Só uma das três? …
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Zé Maria
A Gaiata se apressou e caiu fora …
Promotora de Justiça pede afastamento voluntário do Caso Marielle e Anderson
http://www.mprj.mp.br/home/-/detalhe-noticia/visualizar/78606
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