Fernando Brito: Não em nome dos brizolistas como o Dr. Siqueira, Ciro
Tempo de leitura: 2 minNão em nome dos brizolistas, Ciro
Por Fernando Brito, no Tijolaço
Repercutem nas redes sociais as declarações do advogado Carlos Roberto de Siqueira Castro, ex-chefe da Casa Civil do 2° governo de Leonel Brizola, apelando a Ciro Gomes para que entenda que não pode haver equivalência de adversários quando o país vive a ameaça de “um fascistoide completo, desqualificado e ignorante, que está dividindo o país e levando o Brasil para uma ruptura física com discurso de ódio e golpista”, como disse à colunista Mônica Bergamo, na Folha de hoje.
Entre antigos dirigentes do PDT, como foi este blogueiro, a manifestação do “Dr. Siqueira”- como todos, inclusive Brizola, o chamávamos – tem muita repercussão.
Nem tanto pelo conteúdo, como sempre compatível com a dignidade pessoal que é sua marca, mas porque é a intervenção de alguém quem sempre evitou a polêmica política e habituado, até por sua atividade jurídica, jamais deixou de dosar muito cuidadosamente a força com que expressa suas convicções.
Talvez a esta força, com que disse que “tem muita gente insatisfeita e indignada” entre os brizolistas (e não estão aí os neo, que não puderam ou quiseram conviver politicamente com Brizola), se deva mais à segunda palavra que à primeira: é que nos dói ver as três letras que fazem parte da vida inteira sendo levadas a ter o sentido contrário ao de sua história.
Se Ciro não estivesse tão furiosamente equivocado, atacando Lula como se fosse um inimigo – e o principal – Siqueira Castro jamais levaria aos jornais uma declaração deste tipo, embora fosse legítimo fazê-lo.
Sua decisão de falar correspondeu a uma necessidade, até, de preservar o sentido do brizolismo, que não é, absolutamente, o de passar à história como omisso diante dos perigos para nosso país, nosso povo, nossa democracia e nossa soberania, todos aviltados.
Como companheiro e colaborador de Leonel Brizola, mesmo já há nove anos afastado do PDT e, portanto, sem intrometer-se em suas disputas internas, orgulha saber que há por lá muitos companheiros lúcidos e honrados, que não se emprestam a por o Brasil em risco.
Foi o que aprendemos com Brizola, que nunca o fez, mesmo com os ardidos e machucados da troca de chumbo político.
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Comentários
Marilene Valério Diniz
Ciro nunca foi fiel a nada. Trocou de partido tantas vezes que até perdi a conta. Já saiu e voltou ao PDT e fez o mesmo a outros partidos. Só isso já basta para evidenciar sua falta de ideologia, de caráter e de compromisso com a Nação, principalmente o descompromisso com os mais humildes que são os que sofrem mais com o desgoverno de Bolsonaro. Foi do governo Lula e, portanto, sabe que as acusações a Lula são falsas, pois nada foi comprovado e Lula foi absolvido. Desrespeita, portanto, até as instituições que absolveram Lula. Ataca Lula desrespeitosamente, sem levar em conta a história dele e sem nenhum compromisso com a verdade. Politicamente, Ciro está morto. É o cavaleiro do ódio, da inveja e da frustração.
Nelson
Na verdade, Ciro Gomes não se cansa de dar mostras de ser apenas um quinta-coluna no seio do espectro mais à esquerda da política brasileira. E vem cumprindo à risca sua tarefa de dividir as forças que ainda mantêm algum compromisso com os anseios e necessidades do povo e os interesses do país. Assim, procura jogar água no moinho das candidaturas da direita, antipovo e antinação.
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Em certa medida, Leonel Brizola teve sorte de ter partido antes de tudo isso, poupando-se da desilusão de constatar que no PDT sobrou, quando muito, só uns 5% de seu ideário.
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