Fernández-Kirchner enterram Macri na Argentina no primeiro turno; acompanhe a festa da vitória
Tempo de leitura: < 1 minDa Redação
O macrismo reagiu na reta final, mas não suficientemente para evitar a derrota em primeiro turno.
Com 60% dos votos contados, Alberto Fernández-Cristina Kirchner se elegeram para governar a Argentina com 47,2% dos votos, contra 41,4% da dupla Mauricio Macri-Miguel Ángel Pichetto.
Na Argentina, 45% dos votos são suficientes para evitar o segundo turno.
A participação foi de cerca de 80% do eleitorado, como em 2015.
O economista Axel Kicillof, ex-ministro de Cristina Kirchner, teve vitória arrasadora (52% dos votos) e vai governar a província mais importante do país, a de Buenos Aires, mas o prefeito macrista de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, obteve a reeleição com confortáveis 55% dos votos.
No Uruguai, pesquisa de boca de urna indica que haverá segundo turno entre o candidato da Frente Ampla Daniel Martínez e Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional.
Martínez, de acordo com a pesquisa, terá cerca de 40% dos votos, contra 30% do adversário. O segundo turno está marcado para 24 de novembro.
O ex-presidente Pepe Mujica, que havia se aposentado, disputou neste domingo um mandato de senador, aos 84 anos de idade, liderando a lista do Movimento de Participação Popular 609, que integra a Frente Ampla.
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Na Argentina, Jorge Altamira, do Partido Obrero, disse ao Viomundo que o empresariado argentino já aderiu a Fernández e que o futuro governo terá comando duplo.
Segundo ele, Fernández “vai colocar em seu gabinete gente ligada ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e aos empresários do principal empreendimento da Argentina, que é o gás de xisto. Ele é bom para o capital.”
Comentários
Nelson
Espero que os argentinos tenham aprendido a lição de que regredir não é a opção correta.
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Depois de terem observado uma melhora com os governos Kirchner, que, ainda que, a meu ver, tímido, adotaram um caminho nacional, eles resolveram provar novamente do altamente nocivo neoliberalismo de Macri. Não podia dar noutra coisa.
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Espero também que eles se convençam, de uma vez por todas, que, se não houver pressão sem tréguas sobre o novo governo, ele será condicionado pelas políticas do duo FMI/Banco Mundial. Ou seja, políticas que vão, continuar a favorecer o grande capital e os países ricos em detrimento das necessidades do povo e do país.
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Isto mesmo. Ainda que Cristina Kirchner esteja no governo. Sem pressão popular e, portanto, conscientização quanto à luta hercúlea que terão que travar para resgatar seu país para si, não haverá futuro para os argentinos.
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Do outro lado, o grande capital e os países ricos vão emparedar o governo Alberto/Cristina para que não destoe do caminho de destruição nacional adotado por Macri.
Marcos Videira
Se há tanta miséria na Argentina, como pode Macri obter 41% dos votos ?
Nelson
Meu caro Videira.
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É a falta de conscientização política. Ainda que, neste quesito, tenham um nível bem mais elevado que o do brasileiro, os argentinos não estão imunes à avassaladora propaganda ideológica neoliberal.
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Movidas a muito dinheiro, tal qual aqui, a mídia hegemônica argentina, e seus comentaristas, juntamente com as redes sociais, divulgam à exaustão as supostas benesses que as privatizações e a destruição do Estado trariam a todo o povo.
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Ao mesmo tempo, todo este aparato midiático procura esconder ou naturalizar os resultados desastrosos do neoliberalismo. Desastrosos para a grande maioria do povo, é preciso ressaltar. Para um estrato que não chega a 1% da população, a coisa vai muito bem obrigado.
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Ademais, é preciso que tenhamos bem claro que os órgãos de imprensa/mídia são empresas capitalistas. Portanto, sua prioridade primeira – não raro a única – é extrair lucros. A ética jornalística, que pressupõe informação isenta, imparcial e que retrate os fatos tais como aconteceram, vem depois.
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E quem é que tem dinheiro à vontade, para anunciar ou mesmo subornar a imprensa/mídia para que ela cale ou manipule as informações? Os trabalhadores e o povo em geral ou o grande capital?
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Daí que as verdades que aparecem na mídia hegemônica, que se diz defensora empedernida da liberdade de expressão e da democracia, têm, sempre o condão de serem palatáveis ao grande capital.
Alex dos Santos
A resposta é simples: IDEOLOGIA. A mesma ideologia que faz uma parcela da população brasileira que é pobre, negra, LGBT, mulher, apoiar um politico como Bolsonaro, que despreza quem está nessas condições.
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