Estadão bate recorde de caradura: Diz que Temer tem sido mais eficiente que petistas porque não compra o Congresso

Tempo de leitura: 3 min

O custo da governança

Editorial do Estadão, 31/10/2017

Michel Temer tem sido mais eficiente que seus antecessores petistas porque governa com o Congresso, e não comprando o Congresso

A oposição ao governo de Michel Temer costuma acusar o presidente de “comprar” o apoio de partidos e parlamentares com verbas e cargos, já que, com baixa popularidade, não conseguiria governar de outra forma.

Teria sido assim, segundo essa acusação, que Temer obteve os votos necessários na Câmara para escapar das denúncias de corrupção.

Tal versão procura caracterizar o governo de Temer como essencialmente dependente do fisiologismo do Congresso – dependência que, conforme dizem os opositores, faz o presidente gastar mais com deputados corruptos do que com as necessidades do País.

“O Temer gastou R$ 14 bilhões comprando deputado”, disse o chefão petista Lula da Silva, referindo-se à votação da primeira das duas denúncias contra o presidente, dando o tom das críticas ao governo. O ex-presidente acrescentou que Temer gastaria “mais R$ 12 bilhões” e com todo esse dinheiro “daria para resolver o problema da educação”.

E arrematou: “O que é melhor para o País? Investir em educação ou gastar com deputado para votar?”.

A bravata de Lula é obviamente simplista, como costuma acontecer em discursos políticos, particularmente nos pronunciamentos do ex-presidente, que nunca desceu do palanque.

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Apesar disso, não foi preciso muito esforço dos petistas para disseminar a ideia de que o governo Temer só continua de pé porque apelou para o mais rasteiro toma lá dá cá, em proporção jamais vista na história do País, e que está “enfraquecido” diante de uma presumida “inflação” no custo dos deputados em troca de apoio daqui para a frente.

O problema dessa versão é que ela é falsa.

O custo da governança de Temer – isto é, o quanto o presidente precisa gastar, em verbas e cargos, para obter os votos necessários para aprovar os projetos de interesse do Executivo ou impedir ações da oposição – foi até aqui muito mais baixo do que o de Lula e de Dilma Rousseff.

Foi a conclusão a que chegou o cientista político Carlos Pereira, professor da Fundação Getúlio Vargas, que ajudou a desenvolver um método para mensurar a eficiência do governo na sua relação com o Congresso.

Carlos Pereira expôs os resultados de seu estudo em artigo na Folha de S.Paulo.

A medida é composta pela quantidade de Ministérios disponíveis, pelos recursos que o governo aloca entre os Ministérios que acomodam integrantes da coalizão e pelo valor das emendas dos parlamentares ao Orçamento que o presidente libera.

O resultado é um Índice de Custos de Governo (ICG), de zero a 100 pontos. O governo de Michel Temer, até aqui, teve média de 15,4 pontos, o nível mais baixo da série histórica proposta por Carlos Pereira.

Com Dilma Rousseff, o ICG médio foi de 58 pontos no segundo mandato e de 88,1 pontos no primeiro.

Já Lula – aquele que se queixa de que Temer gasta mais com deputados do que com educação – chegou a 90,6 pontos no primeiro mandato e a 95,2 pontos no segundo.

Apesar dos custos de governança muito mais baixos que os de seus antecessores, Temer conseguiu aprovar projetos impopulares e controvertidos, como o teto dos gastos, a reforma trabalhista, a mudança do marco regulatório do petróleo e a reforma do ensino médio.

E tudo isso em meio a uma incessante barragem de denúncias de escândalos e acusações diversas.

O segredo, conforme concluiu Carlos Pereira, é que Temer gerencia melhor a coalizão que sustenta seu governo.

Em seu estudo, ele mostra que Lula e Dilma privilegiaram o PT na divisão dos recursos disponíveis, ao passo que Temer, além de gastar menos, concedeu mais recursos para os integrantes da coalizão do que para seu partido, o PMDB.

Além disso, Temer montou uma coalizão com perfil ideológico razoavelmente homogêneo, ao passo que as coalizões nos governos petistas foram marcadas pela heterogeneidade – e é mais caro manter o apoio de partidos que só se juntaram ao governo em razão das verbas e dos cargos prometidos.

Por fim, na divisão dos cargos, Temer compartilha mais o poder com os aliados do que Lula e Dilma fizeram em sua época.

De tudo isso se conclui que Temer, em situação bem mais adversa, tem sido mais eficiente que seus antecessores petistas, porque governa com o Congresso, e não comprando o Congresso.

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Comentários

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luiz paiva sousa

Não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz. “Raul Seixas”

Toda mídia chapa branca é tendenciosa e por isto deve ser democratizada.

Heleno

Por essas e outras que não assino o Estadao nem folha e nem as revistas semanais. Sinceramente não vale a pena assinar um jornal impresso ou digital que claramente trabalha contra o povo brasileiro.
É até perigoso acreditar nas notícias desses veículos de comunicação, principalmente, as notícias de economia.
É melhor pegar a grana dessas assinaturas e investir no tesouro direto, academia, compra da casa própria, fazer feira e supermercado etc.
Depois o Estadao vem com aquele 171 de que publicava receita de bolo na ditadura pq era obrigado a fazer isso. Ah, tá ! Mentirosos.
No Brasil nossa imprensa de maneira geral é muito lambe botas da direita. E outra além de não assinar tb não compro nas bancas de jornal nenhuma dessas publicações.

leonardo-pe

o nome que também poderia ser dado é Cinismo e imundície pura. mas por onde anda o lulipe? não vai falar dessa pouca vergonha? já entendi, é mais 1 amante desta porca imprensa brasileira com sede em são paulo. o estado que está DESTRUINDO O BRASIL. aliás, tem um monte de gente que aplaude e leva a sério essa gente da imprensa. haja cara de pau nisso.

Nelson

Bem, Azenha. De há muito eu concluí que a imprensa/mídia chega a ser tão podre, ou até mais, que a classe política. Pois, este editorial, do Estadão, abjeto, só reforça a minha conclusão.

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