Em vez de Globo, TVE e TVT fazem sabatina ao vivo com Haddad nesta sexta, às 20h50; Viomundo retransmitirá
Tempo de leitura: 2 minEm vez de Globo, TVE e TVT fazem sabatina com Haddad nesta sexta
Entrevista com o candidato do PT busca suprir o eleitorado de informações, já que o candidato adversário se negou a participar de todos os debates da TV aberta
São Paulo – O candidato a presidente Fernando Haddad (PT) participa nesta sexta-feira (26) de sabatina promovida pela TVE Bahia.
Ele será entrevistado pelos jornalistas Bob Fernandes, da TV Gazeta, Juca Kfouri, da TVT, Regiane Oliveira, do El País Brasil, e Tereza Cruvinel, do Jornal do Brasil, com apresentação da jornalista Vania Dias.
A entrevista vai ao ar a partir das 20h50 e será retransmitida pela TVT, pela Rádio Brasil Atual e pela Rede Brasil Atual (PS: Viomundo vai transmitir também).
A sabatina com Haddad busca suprir a discussão de ideias e propostas, para que o eleitor possa fazer escolha consciente, já que os debates entre os candidatos que disputam o segundo turno foram todos cancelados, diante da recusa do candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL), em participar.
O último deles seria realizado pela TV Globo nesta sexta-feira (26). É a primeira vez na história do país que as eleições ocorrerão sem que o eleitorado possa comparar entre os projetos de governo que disputam o segundo turno, elemento essencial num regime democrático.
A campanha de Haddad chegou a pedir na Justiça que a TV Globo realizasse sabatina com ele em substituição ao debate cancelado mas, em vez de considerar o direito do povo à informação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o pedido, alegando que a emissora exerceu sua “liberdade de imprensa” para decidir pelo cancelamento do evento.
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A campanha de Bolsonaro usa a ausência do candidato nos debates do segundo turno como estratégia para chegar na frente nas votações de domingo (28), enquanto a de Haddad esperava demonstrar e confrontar os programas de governo, como forma de conquistar eleitores para virar a tendência do eleitorado, favorável ao oponente.
A última pesquisa Datafolha sobre o segundo turno das eleições 2018 divulgada nesta quinta-feira (25) mostra queda de seis pontos percentuais na diferença entre Haddad e Bolsonaro. O militar da reserva caiu de 59% para 56% e Haddad subiu de 41% para 44%.
Comentários
Leon
“Dia do Servidor – Um convite à reflexão
Em 2018, o Dia do Servidor Público, 28 de outubro, coincide com o segundo turno das Eleições Presidenciais. Nenhum pleito desde a redemocratização do país foi marcado por tanta violência – em palavra, mas também em ato – e por tanta mentira, pelo poder da mentira. Se a democracia vive de diálogo e verdade, fica evidente como o processo eleitoral desse ano representa o ápice de uma descrença coletiva no sistema político e, mais profundamente, na própria política.
A falência democrática que vivemos hoje não teve início com essas eleições. Sua gênese talvez se encontre mesmo já no pacto de conciliação que estabeleceu a Nova República. Mas o fato é que desde 2016 temos vivido o aprofundamento de um regime de exceção em que as decisões do rumo do país se tornam cada vez mais autoritárias em nome de uma agenda que é claramente do Capital e não do povo. Basta citar a PEC do Teto dos Gastos, agora EC 95, para se ter um exemplo concreto do que significa essa agenda.
Bem, para termos chegado até esse limbo democrático é preciso compreender que existem muitas causas. Basta de querer entender coisas complexas com simplismo. Mas como Servidores Públicos Federais nos interessa pensar qual é nossa particular responsabilidade nesse processo. Esse dia 28 de outubro pode ser um bom momento para pensar sobre isso.
Nós compreendemos realmente o que significa ser um agente público no Brasil de 2018? Nós temos em nós alguma compreensão do que significa a responsabilidade de representar mais que nossas vontades, construir um coletivo, trabalhar para o Público?
É preciso refletir sobre o quanto o nosso ímpeto de construir um Estado que fosse composto por quadros competentes, meritocráticos e técnicos minou nossa capacidade de compreensão do coletivo. A cultura dos concursos, se por um lado pareceu agir contra uma histórica cultura patrimonialista do Estado, também resultou numa geração de servidores egóicos, que veem a carreira pública como um trampolim individual, decoram leis para passar em provas e demonstram mais compromisso com cargos do que com projetos.
Nós, enquanto servidores, passamos a nos ver muito mais como engrenagem de uma máquina pública do que agentes na construção de um projeto de país. É nessa desconexão que podemos compreender como quadros inteiros de servidores trabalharam para a construção de projetos de políticas públicas nas duas últimas décadas e agora continuam desempenhando suas funções muitas vezes trabalhando pelo desmonte desses mesmos projetos.
E aí o que temos hoje, inacreditavelmente, em uma cidade como Brasília – sustentada por servidores públicos e também sustentada pelo desejo de muitos em ser um dia servidor – é um batalhão de pessoas prontas para defender um projeto de destruição do Estado. Porque não é possível ter mais ilusões nesse momento, o “Estado mínimo” é sempre um recorte de classe, significa pouco Estado para os pobres. Dizer que não haverá mais concursos num futuro próximo é só o começo da história.
Falando especificamente como servidores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/MEC) não poderíamos nos furtar de defender um projeto que esteja ao lado de um sistema de educação público e gratuito, em todos os níveis de ensino, e que promova a integração entre esses níveis. Que reforce o Sistema Nacional de Pós-Graduação, compreenda o valor das bolsas de estudo, das pesquisas de mestrado e doutorado, da Ciência e da Tecnologia, mas também da formação inicial e continuada de professores da educação básica, da interiorização do ensino superior no Brasil e da necessidade de valorizar o professor em sala de aula. A educação é um sistema e queremos trabalhar em prol dele, em prol desse País.
Os últimos tempos tem sido muito ruins para a reflexão. Somos bombardeados por uma avalanche de informações e muitas vezes por uma cobrança à ação de maneira vazia. Que esse texto não seja lido dessa forma por alguns já será uma grande vitória. Nossos votos para esse dia podem não ser os mais otimistas, mas é apenas a partir do olhar sincero para onde estamos que poderemos construir um caminho futuro melhor.
Feliz Dia do Servidor
Associação dos Servidores da Fundação Coordenação de Apoio ao Pessoal de Ensino Superior – CAPES”
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