Em caso inédito, Ibope engaveta resultado de pesquisa à espera do aval do TSE, que se nega a opinar. Seria tentativa de esconder o fracasso de Alckmin?

Tempo de leitura: 3 min

Propaganda eleitoral agressiva de Alckmin contra Bolsonaro não teria dado os resultados esperados

“Nesse passo, verifico, de plano, ilegitimidade do Ibope para realizar consultas nesta corte, uma vez que não se trata de autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político”. Ministro Luis Felipe Salomão, do TSE, se negando a responder ao Ibope

Da Redação

O dólar turismo chegou hoje a R$ 4,34. A Bolsa de Valores de São Paulo perdeu 2% esta semana.

O “mercado” atribui a instabilidade ao cenário internacional enfrentado pelos países emergentes e à indefinição eleitoral no Brasil.

Foi neste cenário que o Ibope simplesmente cancelou, por conta própria, a divulgação de pesquisa em que testou o nome de Fernando Haddad como substituto de Lula.

O nome do ex-presidente não foi submetido aos entrevistados.

O resultado da pesquisa teria indicado que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, não decolou, mesmo depois do início da propaganda eleitoral em que fez fortes ataques a Jair Bolsonaro, do PSL.

Alckmin é o preferido dos banqueiros.

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Num fato inédito, o Ibope pediu aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para divulgar os dados da pesquisa, mesmo DEPOIS de ter retirado o nome de Lula do levantamento.

Leiam a íntegra da nota do instituto:

O Ibope registrou no TSE, dia 29 de agosto, cinco dias antes da data de divulgação, como prevê a lei, pesquisa eleitoral sobre a intenção de votos nos candidatos à Presidência da República, sendo os contratantes a TV Globo e o jornal “O Estado de S. Paulo”.

Naquela ocasião, o PT havia solicitado o registro de Luiz Inácio Lula da Silva como seu candidato e aguardava definição a respeito do Tribunal Superior Eleitoral.

Por esta razão, como fez em pesquisa anterior, o Ibope registrou no TSE pesquisa com dois cenários.

O primeiro, com o nome de todos os candidatos com registros solicitados ao tribunal, incluindo Lula.

O segundo, com o nome de Fernando Haddad, candidato a vice-presidente na chapa do PT, apontado como eventual substituto de Lula em caso do então provável indeferimento de sua candidatura.

Ocorre que na madrugada de sábado, dia 1º de setembro, o plenário do TSE, sem aviso prévio de que julgaria o feito, indeferiu o registro da candidatura de Lula e proibiu que o ex-presidente participasse, como candidato, de atos de campanha ou da propaganda eleitoral no rádio e na televisão. A corte definiu também que o nome de Lula fosse retirado da urna eletrônica – e concedeu dez dias para que o PT indicasse novo candidato.

Diante disso, na manhã de sábado, antes da realização da pesquisa, e para estar de acordo com o julgamento e as determinações do TSE, o Ibope não pesquisou o cenário com Lula, diferentemente do que constava do registro da pesquisa, aplicando apenas o cenário alternativo, tendo Haddad como candidato.

A intenção do instituto é obter o aval do TSE para divulgação do resultado dessa pesquisa, com a mencionada adequação. Foi o que o Ibope fez hoje.

Até o momento, porém, o TSE não se manifestou sobre a questão, razão pela qual, em respeito à lei, o Ibope não liberou a pesquisa para divulgação.

Tão logo o TSE se pronuncie a respeito, o Ibope informará o público e, consoante com a decisão da corte, liberará ou não os resultados.

Pelo mesmo motivo, o Datafolha cancelou uma pesquisa que incluiria o nome de Lula.

O jornalista Fernando Brito, de O Tijolaço, resumiu:

O episódio da autocensura do Ibope e do Datafolha com as pesquisas que iriam divulgar hoje e sexta-feira é dos casos antológicos que vão entrar, com destaque, no imenso livro das vergonhas da imprensa brasileira.

Não, não são os institutos de pesquisa os contratantes e, portanto, os donos da pesquisa; são órgãos de imprensa (Globo e Folha) os contratantes e, por isso, os responsáveis pela divulgação dos resultados. […]

Foram, portanto, as duas empresas de comunicação que “resolveram” que não se deveria saber quanto Lula alcançou – ou alcançaria – nos levantamentos, regularmente registrados e, na data em que o foram, com a obrigação até mesmo legal de conterem o nome do ex-presidente.

É o mesmo que Globo e Folha, os “campeões da liberdade” e os lutadores incansáveis pela “não intervenção do Estado irem pedir a este Estados: ‘proíba-nos, proíba-nos já de divulgar informações, porque precisamos de cobertura para praticar a censura, em nome de nossos interesses.

A não decolagem de Alckmin faz com que o “mercado” abrace Bolsonaro como seu candidato, como informou o UOL:

Sobra para os banqueiros Jair Bolsonaro, o candidato que assustou investidores no passado com comentários críticos sobre privatização e investimentos estrangeiros.

Agora, ele já é visto como a opção mais viável contra a esquerda.

Em conversas com presidentes e executivos de meia dúzia dos principais bancos do Brasil, eles dizem estar confortáveis com a escolha do principal conselheiro de Bolsonaro: Paulo Guedes, um defensor do Estado pequeno, da livre iniciativa e da reforma da Previdência Social.

Mais sintomático é o recente encontro de Bolsonaro com o herdeiro de Roberto Marinho, João Roberto Marinho, um dos donos do Brasil.

A “audiência” durou 90 minutos e foi intermediada por Paulo Guedes.

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Comentários

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Guilherme

Bolsonaro é a puta que está se aproveitando de sua A$cen$ão e popularidade para investir em prótese de silicone e ficar mais sexy perante os clientes, digo, eleitores, para faturar mais.

A visita a João Roberto Marinho foi mais um “upgrade” em seu volume de silicone.

Mau Rufino

Caramba, como chegamos a isso?

Nelson

E eles [Globo e Folha] se mostram defensores intransigentes da liberdade, da liberdade de imprensa e da democracia.

Ditadura? Ditadura é coisa da esquerda, dos bolivarianos, dos comunistas, dizem os mesmos.

O apodrecimento moral da nossa mídia hegemônica é gritante, parece não ter limites. A mesma mídia que vocifera, diária e insistentemente, contra a corrupção, a repetir um jogo de cena com o qual tenta aparecer aos olhos do povo como o bastião da moralidade e dos bons costumes.

OSVALDO LESCRECK FILHO

Da turminha “concursada do auxilio moradia e dos 16,8% de aumento” TUDO se pode esperar para estancar quem vai colocá-los nos seus quadrados. Esses cáftens do erário “trabalham” num firma (pré) falida e ganham salários de multinacional…

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