Dr. Rosinha: As decisões para impedir Lula de ir ao velório são próprias de canalhas
Tempo de leitura: 3 min
Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Canalhas
por Dr. Rosinha*, na página do PT Paraná no Facebook
A primeira coisa que fiz hoje (não faço isto todos os dias) ao sair da cama foi conferir os informativos: queria saber se as autoridades haviam autorizado o Lula a ir ao enterro do seu irmão Vavá.
Não haviam.
A primeira palavra que, mesmo sozinho, me veio a boca foi, canalhas.
Preocupado com tão pesada palavra, antes mesmo do café da manhã, fui ao Houaiss para conferir.
Está lá: Canalha: 1. relativo a ou próprio de pessoa vil, reles; 2. que ou aquele que é infame, vil, abjeto; velhaco; e, 3. conjunto de pessoas infames, desprezíveis.
Após esta breve leitura concluí, “sim, canalhas”. E essa canalhada tomou conta do Brasil.
Os canalhas (o conceito me leva a esta conclusão) só podem exercer o poder através do autoritarismo. Através do cala a boca, aqui quem manda sou eu. E, é isto que está acontecendo no Brasil. Vem num crescente desde o golpe.
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Poderia fazer aqui uma enorme lista de decisões autoritárias, obscurantistas e canalhas da trupe que ocupa o poder central e o de vários estados. Mas, creio que neste momento seria perda de tempo.
Talvez.
O canalha para esconder sua condição de canalha é autoritário e muitas vezes age como criminoso que é o que parecem ser alguns deles, como o senhor Flávio Bolsonaro.
O canalha geralmente é intelectualmente uma pessoa obscura e assim deseja o obscurantismo para todos, por isso a censura.
Hoje foi noticiado que o programa “Sem Censura” da TV Brasil foi censurado. Está suspenso.
O canalha e o ditador (não sei se já existiu algum ditador que não era canalha) têm medo da liberdade.
A liberdade dá a todos e a todas condições de pensar e elaborar. Eles têm medo da liberdade, por isso a censura nas escolas, nas mídias e o impedimento da informação.
Trabalham com a mentira. A liberdade de informação mata a mentira e mata “suas verdades”.
A decisão impedindo Lula de ir ao velório e enterro do próprio irmão é uma decisão própria dos canalhas, dos obscurantistas (vá que o Lula fale algo? Vá que Lula faça um discurso?) e, principalmente, dos ditadores. Ditadores têm medo de pensamentos e palavras.
Alguém ainda tem dúvida de que estamos vivendo numa ditadura?
Há presos políticos, o Lula é o mais importante deles.
Há exilados, Jean Wyllys é um e há alguns brasileiros e brasileiras que vivem no exterior e não querem voltar.
Há censura nas escolas e na TV.
Há a liberação de armas para matar.
A vida vale quanto? De acordo com a Vale, R$ 100 mil, mas há quem mate por menos.
Há assassinatos políticos, como é o caso da Marielle Franco.
Há que se esperar mais para concluir que estamos vivendo numa ditadura?
Sim, vivemos numa ditadura.
Escrevi isto pela manhã.
Agora à tarde o senhor Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, decidiu que Lula pode encontrar-se com familiares em local reservado e preestabelecido para prestar a devida solidariedade aos seus, mesmo após o sepultamento.
Decide também, não está escrito, mas imagino que também sobre escolta, que o corpo de Vavá pode ser levado a uma unidade militar da região se o Lula quiser vê-lo. Lembrar que esta decisão saiu quando o corpo de Vavá “descia” à sepultura.
Não posso esquecer: o senhor Toffoli também decidiu que o Lula não pode dar declarações públicas.
Tudo isto e esta decisão final não são canalhice?
Dr. Rosinha é presidente do PT Paraná.
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Comentários
lulipe
O choro é livre, lula não.
Julio Silveira
A canalhada unida em prol de seus interesses, acima de tudo e de todos, com uma esquerda que aceitou ser cooptada pela canalhagem que assola o país desde sempre, trouxe como consequencia esse resultado. O Lula e as esquerdas se tornaram os laranjaa para os males que sempre assolaram o Brazil do golpistas que nadam de braçada em instituições paraguaias.
Felicio Gomes
Mas o presidente da Vale que ” matou ” 99 pode ir a qualquer lugar a qualquer hora. Essa é a justiça.
O erro do Lula foi ajudar os pobres.
Esse ministro da justiça é um calhorda.
Edgar Rocha
Sim. São a mais pura canalhice. Mas, me permitam recapitular o que disse (grosso modo) Dilma Roussef, quando começou a ser vítima das inúmeras arbitrariedades da justiça e das outras instituições: “Se estão fazendo isto com a presidenta, o que não farão com os mais pobres?”
Não posso reiterar. Prefiro corrigi-la: Tudo começou fazendo canalhices com os mais pobres. Fizeram à vontade sem resistência. Implantaram um sistema de encarceramento à revelia da Constituição Federal. Nada foi feito. Encheram cadeias para o deleite do crime organizado. Nada. Juntaram aos poucos os interesses das facções criminosas com as políticas de Estado. Nada se fez. Criaram milícias que submeteram o poder paralelo. Nem tchum! Foram canalhas – o poder paralelo e as polícias estaduais – com o povo da periferia durante todo o período democrático. Alguém viu? Ouviu? Discutiu? Virou pauta das esquerdas? Passou longe disto!
Agora, o grande representante das forças paralelas e institucionais de violência contra os mais fracos só fez legitimar uma ditadura que jamais – JAMAIS! – deixou de existir para os mais pobres.
E que fique claro, não só as representações políticas foram omissas. As academias, as forças intelectuais que sempre forjaram o discurso que sustentou o progressismo no país varreram para debaixo do tapete a maior demanda social, aquela que sustentaria um regime democrático verdadeiro, sem a qual não há perspectiva de sustentação de nenhum avanço social. O Direito à vida e a integridade física. O mais básico de todos. O que foi retirado é decorrência da não preservação deste.
Lamento tudo isto que ocorre hoje com o Lula.
Vi centenas morrerem em Itaquera, serem presos nas mesmas condições injustas. Eu mesmo já apanhei na rua de policial simplesmente por morar onde moro. Por duas vezes (numa delas, abriram minha carteira e, já sabem). Nada que possa ser levado à sério para os que representavam a esquerda em meu bairro. Tudo muito naturalizado, incontestável, sem alternativa.
Será que agora, quando o Lula está preso, surgirá alguma alternativa ao autoritarismo neste país?
ana s.
São.
Zé Maria
“A perseguição ao ex-presidente Lula não tem fim
e neste episódio rebaixou-se ao nível da crueldade
e da vingança”
“A autorização para Lula participar do velório do irmão era um ato meramente administrativo, conforme a lei. O responsável pela garantia desse direito era o delegado Luciano Flores, atual superintendente da Polícia Federal no Paraná, onde Lula está cumprindo sua injusta e ilegal pena de prisão.
Ao receber petição da defesa de Lula para o comparecimento ao velório de Vavá, o delegado Flores alegou verbalmente que não tinha condições logísticas e materiais para transportar o ex-presidente até São Bernardo.
No dia 4 de março de 2016, no entanto, o mesmo delegado Flores deslocou-se em avião da PF até São Bernardo, com uma grande equipe da Lava Jato, para submeter Lula a uma condução coercitiva ilegal no aeroporto de Congonhas.
O atual ministro da Justiça, Sergio Moro, que determinou a condução coercitiva em 2016, nada fez para que seu subordinado cumprisse a lei.
Ambos são cúmplices, junto com os procuradores da Lava Jato, da farsa judicial que levou Lula à prisão, sem ter cometido crime algum, sem acusações plausíveis e sem provas.”
Comissão Executiva Nacional
Partido dos Trabalhadores
íntegra em: https://t.co/igdMRR9WzE
https://twitter.com/ptbrasil/status/1090672708889858049
http://www.pt.org.br/nota-do-partido-dos-trabalhadores-crueldade-contra-lula/
Zé Maria
[in]Justiça “Cínica e Covarde”
O cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda prestou solidariedade
à família Lula da Silva pela perda de Genival Inácio da Silva, o Vavá,
irmão do ex-presidente, e manifestou indignação
diante do claro desrespeito à lei por parte das autoridades
do poder judiciário brasileiro, que não permitiram
que Lula fosse ao enterro do irmão;
Chico disse:
“minha solidariedade ao Lula pela perda do Vavá.
E meu repúdio à Justiça pelo cinismo e pela covardia”.
http://www.ultrajano.com.br/notcias/chico-buarque-se-solidariza-a-lula-e-repudia-justica-cinica-e-covarde/
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