Dr. Rosinha, especial para o Viomundo
No mês passado, mais precisamente em 22 de fevereiro, o Viomundo publicou um artigo de minha autoria intitulado “A filha do General Ríos Montt”. Nele, contava o meu “desastroso” encontro com a filha do general, e informava que finalmente o mesmo estava sentado nos bancos dos réus.
Ríos Montt, 86, foi colocado no banco dos réus no dia 29 de janeiro deste ano, sob a acusação de ter cometido inúmeros crimes, entre os quais, genocídio. Efraín Rios Montt foi ditador da Guatemala no período 1982-1983, um dos mais sangrentos da história do país e da América Latina.
Além de Ríos Montt a Justiça da Guatemala também colocou no banco dos réus o seu chefe de inteligência militar, dos anos 80, o ex-general Mauricio Rodríguez Sánchez.
Foram muitos os crimes cometidos pelos dois, porém, no momento, estão sendo acusados pelo assassinato de 1.770 indígenas Maya Ixile, no Departamento do Quiché, região norte do país.
Há muitos anos Ríos Montt e seus advogados tentam protelar ou impedir este julgamento. Uma das tentativas foi feita em abril de 2012. Seus advogados, alegando que Ríos Montt não poderia ser julgado, deram entrada em um processo afirmando que o mesmo estava protegido por uma lei de anistia de 1986, que deu perdão a todos os envolvidos na guerra civil da Guatemala.
Semana passada, os juízes guatemaltecos entenderam que o crime de genocício não é alcançado pela lei, e que a mesma não tem valor retroativo.
Passada esta fase, espera-se agora o julgamento. Conforme o programado, ele teria início nesta terça feira, dia 19 de março, mas advogados de defesa do ditador ainda tentam adiá-lo com recursos protelatórios.
Assim como o ditador, será julgado também o general retirado José Rodríguez. Mesmo que ambos não tenham tido a participação direta no genocídio, são os responsáveis, pois um (Ríos Montt) era o ditador e o outro (Rodriguez) era o diretor da Seção de Inteligência.
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Ríos Montt chegou ao poder após liderar, em 1982, um golpe de Estado, tornando-se um dos mais sanguinários ditadores da América latina. Conforme estimativas da ONU, mas de 200 mil pessoas morreram na Guatemala durante a guerra civil no país, entre os anos de 1960 e 1996.
Dr. Rosinha, médico pediatra, é deputado federal (PT-PR) e presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. No twitter: @DrRosinha
Comentários
Francisco
Puxa vida…
Em todo lugar do mundo tem justiça e tem juiz…
Só aqui que tem Joaquim Barbosa e STF…
renato
Cadeia…………
Exposição pública…
Parabéns Azenha, fiel as suas matérias.
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