Dólar explode e Bolsa desaba, aumentando risco de racha no bloco do poder

Tempo de leitura: 3 min
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Da Redação

O dólar bateu em históricos R$ 4,4345, acabando de vez com o sonho da classe média de ir à Disney.

A Bovespa despencava 5,51% às 14h30.

São as reações do mercado à chegada do coronavírus ao Brasil.

É prematuro prever quanto o vírus vai se espalhar pelo país, a taxa de mortalidade e os danos à economia.

As autoridades parecem acreditar que o verão brasileiro, por si só, vai dar conta de limitar a epidemia.

Para além disso, a taxa de mortalidade do coronavírus foi estimado em 2% pela Organização Mundial da Saúde.

Porém, tem sido bem maior em paises como a Itália e o Irã. Pode ser pelo simples fato de que nestes dois paises há um grande número de casos que não foram oficialmente computados.

O brasileiro que trouxe o vírus da Itália desembarcou no dia 21, possivelmente assintomático, pois só foi ao hospital no dia 25. Neste espaço de tempo, potencialmente pode ter transmitido o coronavírus a um número maior de pessoas.

Para além dos impactos de curto prazo na economia, no entanto, existe algo que só um projeto de longo prazo poderia consertar.

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É a decadência da indústria brasileira.

Na Crítica da Economia, Fernando Grossman e José Martins — muito antes da chegada do coronavírus — explicaram que os propagandistas das “reformas” desconsideram a decadência da indústria como um fator fundamental, quando analisam o Pibinho de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro.

Para eles, já existe um racha no bloco do poder em função disso:

Estes economistas da era bolsonariana e das reformas imperialistas no território nacional não tem a mínima ideia do papel estratégico de um forte e necessário desenvolvimento industrial para a solução dos problemas do crescimento (para não falar do desenvolvimento) econômico nacional.

Para eles a produção industrial é apenas uma variável estatística que agora se apresenta aleatoriamente como produto industrial, mais uma variável dentro do cálculo do Produto Interno Bruto (PIB). Nada mais do que isto.

As burguesias e economistas da periferia do sistema relaxam teoricamente na onda da globalização. Não têm nenhum projeto real de desenvolvimento econômico para o Brasil. Só liquidacionismo e destruição pura e simples.

A consequência prática é que o atual processo de destruição puro e simples da antiga indústria produtora brasileira é enfiado pela goela da opinião pública nacional como uma coisa tão natural e sem importância quanto as razões econômicas do aborto da substituta indústria montadora das cadeias globais que eles imaginavam implantar no Brasil.

Mas existem outros economistas com um mínimo de sanidade mental – como aqueles do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).

Uma minoria que ainda mantém certa lucidez teórica e prática na defesa do que ainda resta daquela agonizante indústria desenvolvimentista do passado.

Estes últimos moicanos da antiga “burguesia industrial progressista” lamentam e choram a triste separação das suas camadas burguesas do Departamento I da economia – aquele produtor de bens de capital ou meios de produção como máquinas, equipamentos, etc. – com os inconfessáveis desígnios da nova maioria burguesa bolsonariana da FIESP, CNI, etc.

Lamentam com legítima consciência de classe em vias de extinção por mais um ano de declínio da produção nacional [queda de 1,1% em 2019]

No horizonte mais amplo de tempo, dentro do atual período global de expansão cíclica, a indústria brasileira está rigorosamente estagnada, não sai do lugar desde 2013, aproximadamente.

[…]

A evolução da economia nacional subordina-se rigidamente à dinâmica da indústria de transformação.

Essa importância estratégica da indústria, ignorada pelos atuais arautos da destruição, não passa despercebida por amplos setores das classes dominantes.

É o caso do conservador jornal O Estado de São Paulo. No editorial desta quarta-feira (5) decreta solenemente que o desafio é reindustrializar.

Adverte aqueles liquidacionistas acima destacados que “se quiser mesmo consertar a economia brasileira e reencontrar o caminho do firme crescimento, o governo terá de promover a reindustrialização do País.”.

E completa: “De vez em quando algum membro do governo fala de produtividade e competitividade, mas sem apresentar mais que vagas intenções e ideias. A expressão política industrial é evitada como blasfêmia. O discurso é geralmente um recitativo com tinturas de liberalismo econômico e nenhuma referência clara a planos, metas e instrumentos. Diante disso, até as modestas projeções conhecidas de crescimento industrial chegam a parecer otimistas.”.

Essa critica burguesa conservadora do Estadão à cantilena liberal do governo e da atual direção da FIESP morrendo de amores por Boçalnaro e seu liquidacionismo econômico é um movimento para se observar na lupa.

O processo de afundamento da economia é o suprimento material para a inevitável tendência de cisão burguesa no coração da produção industrial nacional. Esta tendência deve ser considerada como variável de peso nos cenários da guerra civil que se avizinha.

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Comentários

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Zé Maria

Por falar em Epidemia, bem que poderiam aproveitar
a Propaganda do tal Coronavírus
e vacinar as Crianças contra Tuberculose, Poliomielite e Sarampo, Doenças Graves altamente Contagiosas,
sendo a primeira com Taxa de Letalidade Maior,
e as outras também podem matar
ou deixar Seqüelas pro resto da vida.

Zé Maria

https://twitter.com/D4N1EL77/status/1233408471346839552

A Bolsa de Valores tá caindo e o Dólar subindo,
porque o Guedes pegou o Vírus da Dengue ?
Ou porque o Mito Fake tá com Gripe Suína ?

Maiorca

EDUARDO MOREIRA EXPLICA O CAOS NOS MERCADOS

Saia da caverna de Platão, ou seja, da Rede Globo de Televisão: procure pelo conhecimento verdadeiro.

Compreenda como funciona a especulação financeira e o funcionamento das
Bolsas de Valores: os bancos e corretoras (es) ganham sempre, quer você ganhe quer você perca. Em qualquer conjuntura, a probabilidade de você se lascar é de “apenas” 95%.

https://youtu.be/P_kFh8bwRq0

Zé Maria

Ainda temos que ouvir:
“E daí que o dólar chegou a R$ 4,50
eu não tenho dívidas em dólar”
Vem aqui rapidão!
Vc usa/come trigo e seus derivados?
Precisa de remédio?
Gosta da tecnologia?
Combustível?

Política de preço TODA em dólar

Brasil estagnou,
e hj quase td é importado.

https://twitter.com/Zeca_Dirceu/status/1233097735202537472

Zé Maria

“Desta vez é a gota d´água.
Por muito menos Collor e Dilma sofreram impeachment.”
“Como pode o presidente [da República] convocar o povo contra o Legislativo, que é o poder que emana do povo?”
“É uma convocação que atenta contra o Congresso e o STF e ele [Jair Bolsonaro] replica como se fosse algo normal!
É um atentado acintoso contra os demais poderes.
E é até falta de educação.
É algo impensável”
“O momento é de reflexão também, tal a insensatez, mas estamos falando há um ano de falta de colaboração e harmonia entre os poderes..
Até quando?”
“Não é possível mais esse ambiente de passividade do Congresso e do Judiciário”

Gilson Dipp
Ex-Ministro Corregedor e ex- Vice-Presidente do
Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Para a advogada constitucionalista Vera Chemim, mestre em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV),
o presidente [Jair Bolsonaro] poderia ser enquadrado tanto no artigo 6º da Lei de Crimes de Responsabilidade (crime contra o livre exercício dos poderes públicos), como o artigo 9º (postura incompatível com a dignidade do cargo).

[ Marcelo Oliveira | UOL SP ]

Nelson

“se quiser mesmo consertar a economia brasileira e reencontrar o caminho do firme crescimento, o governo terá de promover a reindustrialização do País.”

Como é que é? Se não estou enganado, o Estadão vem tendo uma postura já histórica de ser contrário, radicalmente, a que o Estado “meta a mão” na economia.

Este jornalão tem pregado que só o livre mercado pode nos levar ao paraíso econômico. Ainda que seja algo nunca comprovado em séculos da evolução econômica da humanidade.

O contrário é verdadeiro. Ou seja, é o Estado que tem sido o grande responsável pelo desenvolvimento da economia. Mesmo nos países supostamente capitalistas puros.

Já dizia o eminente economista canadense, naturalizado estadunidense, John Kenneth Galbraith: “Tire-se o Estado da economia e o capitalismo não dura um dia sequer”.

Um verdade dura, que os liberais, capitalistas, neoliberais e quetais não querem engolir e fazem o que podem para esconder.

O que fica parecendo é que a intenção do Estadão nada tem a ver com projeto nacional de desenvolvimento. O que o Estadão estaria querendo, na verdade, é que seja garantida, à velha patota de grandes capitalistas brasileiros, historicamente favorecidos pelas e benesses públicas, a continuidade desses subsídios.

Contudo, na fase atual do capitalismo internacional, é muito difícil, para não dizer impossível, que os capitais nacionais sigam se fartando, indefinidamente, como o faziam, nas benesses estatais.

As grandes corporações capitalistas mundiais só querem ampliar mais e mais seus espaços de obtenção de lucros. E os espaços para os capitais nacionais, mesmo para os grandes vêm minguando.

Um exemplo claro disso é a abertura do setor público brasileiro para fornecedores estrangeiros, como pretende a dupla Bozo/Guedes. Esta dupla está, claramente, a atender às ordens das grandes corporações capitalistas mundiais, em detrimento do interesse das empresas brasileiras, do grande capital brasileiro.

Zé Maria

Na realidade prática, o que está em jogo é a votação da PEC 186/2019
que autoriza a redução da jornada de trabalho e da remuneração dos
servidores públicos – inclusive os estáveis – dos três poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário) no âmbito federal, estadual e municipal;
e do Ministério Público e da Defensoria Pública da União.

Além do mais, essa PEC 186 veda a realização de concursos
e a criação de cargos públicos, assim como o reajuste dos
vencimentos dos Servidores.

E o que é pior: se houver Superavit, o valor será reservado
ao pagamento da dívida pública, ficando proibida a
destinação desses recursos para despesas obrigatórias,
tais como Saúde e Educação.
Ou seja, congela o Orçamento para favorecer os Credores
da Dívida, isto é, os Bancos e os Fundos Especuladores
do Mercado Financeiro.
Outra medida prevista pela PEC 186 é o desvio de 25%
do valor obtido com a redução de despesas obrigatórias
para obras públicas de infraestrutura [nas “parcerias” com
o Setor Privado].

É por isso que a turma do DEM, do Maia e do Alcolumbre,
e demais Neoliberais de carteirinha no Congresso Nacional
tão nem aí para a Democracia nas mãos de Milicianos, pois
eles mesmos são parte integrante da Milícia do Guedes.

VOTE CONTRA A PEC 186:
https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=139702&voto=contra

Duas Colocações procedentes do Viomundo:

“Rodrigo Maia não vai resistir a entregar o Brasil,
ainda que corra risco de perder a democracia.
É da natureza do escorpião neoliberal.”
https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1232727732796166145
A manobra do bolsonarismo é jogar o fracasso
da política econômica do Guedes no Congresso.
O fascismo é conhecido pelo salto à frente.
Só com a ditadura para “comcertar” o Brasil,
é o mais recente argumento.”
https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1232705478066569216

Dimas Leite

Jegonaro. Fez igual o Collor que pediu para todo mundo sair de amarelo para protestar e todo mundo foi de preto.
Sinceramente espero que o dólar passe dos 6 reais até o fim do ano e a bolsa caia bastante esse ano.
O próprio jegonaro ataca o Congresso e o STF. O próprio jegonaro prática o crime de responsabilidade a vista de todos. Esse crime de responsabilidade dele não há como negar. É inegável. E mais burro que ele e o general Heleno, que propôs isso.

Astolfo

Lúcido o editorial da Forum. Vai ser preciso mesmo uma lupa para ver qual é a do Estadão, tão cioso, historicamente, em boicotar qualquer tentativa estruturante de desenvolvimento nacional (vide casos Petrobras e Pre-sal).
Será que é poque eles já consideram a tarefa irreversível?
Tomara que não!

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