Dilma quer requalificação da reforma agrária para evitar processo de “favelização rural”, diz Gilberto Carvalho
26/08/2011 – 20h47
Luana Lourenço
Brasília – A liberação do crédito suplementar de R$ 400 milhões para a reforma agrária deverá ser acompanhada de uma “requalificação” do processo de desapropriação de terras e assentamento de famílias sem terra, disse hoje (26) o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
“A presidenta Dilma decidiu liberar esta suplementação para este ano com a condição de, internamente, fazermos um trabalho de requalificação do próprio processo de reforma agrária. Ela demonstrou preocupação de que os assentamentos sejam feitos com qualidade, para gerar, de fato, conforto e produtividade, e não criar um processo de favelização rural”, declarou o ministro ao visitar o acampamento dos trabalhadores rurais montado em Brasília para a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária.
Os recursos foram negociados entre o governo e os movimentos sociais ligados à terra, que passaram a semana em Brasília e tiveram audiências em 11 ministérios. Na terça-feira (23), um grupo de trabalhadores rurais sem terra ocupou o prédio do Ministério da Fazenda para pressionar a negociação.
A verba emergencial vai ser repassada ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para obtenção de terras a fim de assentar as famílias de trabalhadores rurais sem-terra que vivem nos acampamentos. O Movimento dos Trabalhares Rurais Sem Terra (MST) calcula que será possível assentar 20 mil das 60 mil famílias acampadas atualmente em todo o país.
Segundo Carvalho, o governo também vai liberar R$ 15 milhões para o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) a fim de financiar “um amplo programa de alfabetização” nos assentamentos.
Já a renegociação da dívida da agricultura familiar, outro item da pauta de reivindicações dos trabalhadores do campo, terminou a semana sem uma solução. O governo ofereceu uma linha de crédito de até R$ 20 mil por família para refinanciamento da dívida, com juros de 2% ao ano e sete anos de prazo para amortização. No entanto, para fechar o acordo, os movimentos sociais querem um bônus de adimplência, para que as famílias que pagarem em dia tenham desconto nas parcelas.
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A secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Márcia Quadrado, disse que a proposta do governo pode reinserir milhares de famílias da pequena agricultura e de assentamento da reforma agrária, que estão sem acesso a crédito por causa de endividamento.
Edição: Aécio Amado
Comentários
Fernando
Quanto preconceito com os assentados, hein ô Dilma!
Ísis Macedo
Dizer que não concorda com a favelização rural é preconceito? Desde quando?
As favelas urbanas demonstram exclusão social. As rurais também.
Enquanto não dissermos que somos contra as favelas, que as pessoas não desejam morar em favelas, em lugares sem condições de dignidade, desde a higiene do local, não acabaremos com elas. Nosso povo merece morar em lugares que assegurem a sua dignidade. Os governantes precisam dar ao povo melhores condições de moradia, na cidade e no campo.
beattrice
Gostaria que houvesse condições rígidas e pre-estabelecidas também para dar dinheiro à banca via SELIC nas alturas.
Marcio H Silva
Quem não chora não mama. É isto aí, foram lá lutar por seus direitos. E a Cutrale, Dilma vai pressionar a justiça a reaver as terras?
Klaus
Lembre-se que a Cutrale doou quase R$1.800.000,00 à campanha da Dilma. As coisas não são assim não. Ou você acha que a empresa doou porque é de esquerda?
FrancoAtirador
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Esse é o famoso
PÁRA-TE QUIETO!
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