Dilma ao Estadão, que disse que seria “muito difícil” escolher entre Haddad e Bolsonaro: A imprensa fez vista grossa ao crescimento do neofascismo
Tempo de leitura: 4 minDe um lado, o direitista Jair Bolsonaro (PSL), o truculento apologista da ditadura militar; de outro, o esquerdista Fernando Haddad (PT), o preposto de um presidiário. Não será nada fácil para o eleitor decidir-se entre um e outro. O Estado de S. Paulo, no editorial Uma Escolha Muito Difícil, de 08.10.2018
Da Redação
Ao longo de seus mandatos, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff não fizeram lives de madrugada no Facebook, ameaçando cassar a concessão da TV Globo.
Nenhum deles decidiu cortar assinaturas dos jornais dos homens brancos e ricos que sempre controlaram os grandes grupos de comunicação no Brasil — pelo contrário, foi farto o financiamento a eles através da chamada “mídia técnica”, a maneira que se encontrou de manter tudo exatamente como sempre foi.
A presidenta Dilma Rousseff, mesmo vítima de uma ficha falsa que o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo publicou na capa, em período eleitoral, compareceu pessoalmente a uma cerimônia promovida pela família Frias, depois de assumir o segundo mandato, num gesto do republicanismo que marcou a mandatária.
Em 2016, Dilma foi vítima de um golpe marcado pelo machismo e a misoginia.
Agora, a herdeira do trabalhismo não se esquivou de responder ao quartel-general do antigetulismo, O Estado de São Paulo.
Em editorial de 2018, o jornal de latifundiários falidos, hoje administrado por banqueiros, escreveu que uma escolha entre o professor universitário Fernando Haddad — ex-ministro da Educação, mestre em economia e doutor em filosofia — e o ex-capitão expulso do Exército Jair Bolsonaro — adorador do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, envolvido com o laranja Fabrício Queiroz e cercado por milicianos nos gabinetes de seu clã — seria “uma escolha muito difícil”.
SOBRE OS SURTOS NEOFASCISTAS E A COVARDIA
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A presidenta Dilma Rousseff recebeu do jornal Estado de S. Paulo uma pergunta sobre o que ela pensa da defesa que Eduardo Bolsonaro fez do AI-5, ao dizer que eventuais protestos contra o governo poderiam tornar necessário um ato de força semelhante.
Eis a sua resposta, em nota enviada ontem ao jornal:
SOBRE OS SURTOS NEOFASCISTAS E A COVARDIA
Dilma Rousseff
Ninguém, dos órgãos de imprensa, pode se declarar surpreendido pela manifestação do deputado Eduardo Bolsonaro a favor do AI-5.
Na verdade, ninguém pode se surpreender porque já houve seguidas manifestações contra a democracia por parte da família Bolsonaro.
Defenderam a ditadura militar e, portanto, o AI-5; reverenciaram regimes totalitários e ditadores; homenagearam o torturador e a tortura; confraternizaram com milicianos.
Desde sempre pensaram e agiram a favor do retrocesso.
Antes das eleições não havia duvidas a respeito.
Durante as eleições e depois dela, muito menos, pois têm se expressado contra a democracia e os princípios civilizatórios em todas as oportunidades que tiveram.
O grave é que nunca receberam da imprensa a oposição enérgica que mereciam.
Ao contrário, acredito que a imprensa fez vista grossa ao crescimento do neofascismo bolsonarista, porque este adotara a agenda neoliberal.
É que, além das pautas neofascistas, a extrema direita defende a retirada de direitos e de garantias ao trabalho e à aposentadoria; as privatizações desnacionalizantes das empresas públicas e da educação universitária e a suspensão da fiscalização e da proteção ambiental à Amazônia e às populações indígenas.
Não é possível alegar surpresa ou se estarrecer diante da defesa do AI-5.
Na verdade, em prol da realização da agenda neoliberal, na melhor hipótese se auto iludiram, acreditando que poderiam cooptar ou moderar Bolsonaro.
Mas a defesa do AI-5 e da ditadura sempre esteve lá.
Vamos novamente lembrar, o chamado filho 03, que agora diz que considera o AI-5 necessário, é o mesmo que, há algum tempo, disse que “um soldado e um cabo” bastavam para fechar o STF.
Óbvio que sem o poder coercitivo de um AI-5, isto nunca seria possível.
O presidente, então ainda deputado, proferiu no plenário da Câmara um voto em que homenageou um dos mais notórios e sanguinários torturadores do regime militar.
Aquele coronel só agiu com tal brutalidade contra os opositores do regime militar porque estava protegido pelo AI-5.
Jair Bolsonaro afirmou em entrevista que a ditadura militar cometeu poucos assassinatos de opositores políticos. E que os militares deviam ter matado “pelo menos uns 30 mil”.
Também afirmou, na campanha do ano passado, que, se vencesse a eleição, só restariam dois caminhos aos petistas – o exílio ou a prisão – e de que maneira isto seria possível sem a força brutal de um ato institucional como o AI-5?
É estranho que me perguntem o que eu acho da última declaração sobre o AI-5, pois a minha vida toda lutei, e continuo lutando, contra o AI-5, seus assemelhados e seus defensores.
O Estadão, que me faz esta pergunta, também deve e precisa responder, pois sua posição editorial tem sido, diga-se com muita gentileza, no mínimo ambígua diante da ascensão da extrema direita no País.
Quem nunca questionou as ameaças da família Bolsonaro com a firmeza necessária e que, em nome de uma oposição cega, covarde e irracional ao PT, se omitiu diante do crescimento do ódio e da extrema-direita, tornou-se cúmplice da defesa canhestra do autoritarismo neofascista.
Comentários
Jardel
Como sempre Dilma vai ao cerne da questão. Melhor resposta seria impossível.
A imprensa golpista tem grande parte de culpa na eleição desse palhaço fascista.
Agora vem perguntar o que a ex-presidente acha… É muito cinismo.
LULIPE
Essa coitada não cansa de passar vergonha…
Jardel
Parece que o coitado aqui é você. Um reacionário eleitor do Bozo que, ao ver o seu eleito fazendo merda, ao invés de criticá-lo, fica perambulando como uma lesma aleijada pelos sites progressistas para dizer asneiras e ofensas.
Vá TNSC, cara! O seu Bozo é um desastre e só idiotas úteis como você ainda não perceberam isso.
O seu Bozo vai levar o País à bancarrota, seu babaca.
O cara não tem nem um ano de governo e já se meteu em assassinato, tráfico de cocaína, candidaturas laranjas, funcionários fantasmas, escândalo de Itaipu etc.
Se liga Mané!
Zé Maria
Golpeachment: O Golpe Na Presidenta Dilma Rousseff
Livro de Cassio Vilela Prado
https://books.google.com.br/books?id=0eHSAQAACAAJ&dq=Golpeachment
Elena
Essa foi na veia, Dilma! Deu um cruzado que nocauteou o Estadão! Agora, que essa nossa mídia asquerosa trate de tirar esse lixo fascista do poder. Isso ela sabe fazer muito bem……. quando quer!
LuisCPPrudente
Hoje qual seria a opinião de Dilma Roussef, a nossa grande presidenta, sobre o controle remoto? Tem como escolher e ver a diversidade cultural e política entre os canais de tv (ou rádios) das famiglias que controlam a Globo, Record, SBT, Bandeirantes, RIT, CNT e outros lixos de comunicação? A presidenta Dilma tem que ter hoje a opinião da necessidade de regular os meios de comunicação e evitar a formação de cartéis criminosos que dominam os meios de comunicação no país. Há muito tempo que é necessário a criação de uma Ley de Medios que diminuísse o poder criminoso que as famiglias do PIG tem sobre os meios de comunicação (que já era necessário na época do presidente Lula e Lula relegou este assunto). Se o presidente Lula e depois a presidenta Dilma tomassem medidas necessárias à democratização dos meios de comunicação e dificultando a manutenção de redes nacionais de comunicação (Rede Globo, SBT, Rede Record, Rede Bandeirantes, por exemplo) que uniformizaram o discurso contra os governos petistas, que uniformizaram o pensamento irracional de ódio das classes médias contra as políticas sociais, talvez seria mais difícil a existência de um governo de imbecis ligados às milícias.
Marys
Se o atual presidente não pedir renúncia agora, esperemos por dias piores.
O mundo está de olho no Brasil, mas a elite não tem para onde correr. O mal está feito, pois nossa política está no fundo do poço e nossa diplomacia acabou.
O país, como um todo, deixou que ocorressem crimes simbólicos que nunca darão sossego à elite colonizada e seus ocultos investidores transnacionais.
Simbolicamente, a deposição de Dilma, a morte de Marielle e, em seguida, a prisão de Lula são destruição, morte e a prisão do povo brasileiro. Como a elite dele necessita, assim praticou um quase suicídio, em busca de uma saída.
A simbologia é inconteste. Eles representam ascensão politico-social indesejada pelo sistema. A da mulher transgressora, a da homossexual negra favelada e marginalizada, ambas intelectualizadas, e a do filho de migrantes nordestinos, operário, cujos destinos se cruzam nos lares patriarcais e nas favelas e subúrbios do país onde se revela um sistema de super-exploração de mão de obra.
Era preciso barrar esse processo e os políticos representantes da elite, a polícia e justiça brasileira, representadas, respectivamente, por polícia política e miliciana e por descendentes brancos europeus, fizeram o serviço sujo que agora o congresso e o exército acobertam porque são descendentes de colonos, com mente colonizada,
antissociais e elitistas, por excelência!
Dilma representa a mulher que enfrentou a tirania militarista e se incluiu por causa disso, Marielle e Lula estampam o desejo do brasileiro oprimido que, aos poucos e com muita luta contra seus algozes escravistas, buscava um lugar sob o sol do Brasil, usando os mecanismos de um sistema em que eles pensaram estar sendo incluídos . Ledo engano.
O sistema, feito sob medida para um seleto grupo de poder, não os suportou e os expeliu como o faz todos os dias nas instituições burguesas, nas favelas e subúrbios do país, perseguindo,executando e prendendo sumária e arbitrariamente.
Dissimulada e covarde, desta feita,como solução direta para oprimir as massas e evitar a resistência, a elite brasileira deixou reflorescer o fascismo que aqui plantou, como semente, quando trouxe para realizar uma limpeza étnica, substituindo o escravo e o migrante nordestino, imigrantes europeus que para aqui vieram não por rejeição à ideologia dos seus sistemas políticos dilacerados ou aos seus ídolos (Mussolini, Salazar, Franco, Hitler etc ), mas pela fome, nos períodos que imediatamente precederam e sucederam a malfadada Abolição da Escravatura.
Assim, simbolicamente, cresceram o mito de Moro e Bolsonaro como descendentes diretos desse sistema que fez ressurgir de suas entranhas profundas a verve fascista, com a incumbência de realizar o serviço sujo de perseguir, matar, torturar e prender, aquilo que tanto incomoda nossa elite de cujos ideais eurocêntricos, supremacistas brancos, homofóbicos e colonizadores nunca se afastou.
É preciso fazer uma leitura mais simbólica do que está acontecendo no país. Simbolicamente a deposição de Dilma, a morte de Marielle e a prisão de Lula colocaram a elite brasileira contra a parede e ela está no comando de todas as instituições. A reação pode ser muito forte e inesperada, pois ela está jogando suas últimas cartadas!
Maria Carvalho
Tomou?
a.ali
que resposta, presidenta!
tá na medida, jornaleco ????
Zé Maria
A Mídia Venal, Corrupta, Comprada e Vendida, Impatriótica e Fascista,
continua com a Falácia de uma tal ‘Polarização’ entre Esquerda e
Direita, que absolutamente não existe no Brasil.
O que há sim é um Extremismo de Direita, Arbitrário, Autoritário,
Absolutista, Totalitário, e, por conseguinte, Fascista, ora representado
pelo desgoverno de Jair Bolsonaro e suas Milícias, Virtuais ou não, contra
o qual se manifestam todas as Correntes Políticas Democráticas – e quase
todas elas não são de Extrema Esquerda, Socialista ou Comunista (assim fossem), como querem fazer acreditar as Empresas de Comunicação; muito ao contrário, cada vez mais, Liberais de Direita se engajam protestando pela Restauração da Ordem Constitucional e o conseqüente Retorno do País ao Estado Democrático de Direito.
O que é Verdade, isto sim, é que Contra o Fascismo e em Defesa da Democracia, ainda que esta brasileira insuficiente, não há Caminho do Meio.
abelardo
Imagino, que não foi só para o estadinho que Dilma disparou essa imensa trolha. A potência da verdade de Dilma também bombardeou em cheio O Globo, a Folha de SP, a Veja, a Isto é, a Época e todo o lixo que se transformou a suposta grande mídia nacional. Que os canalhas e patifes da grande mídia nacional entubem, com areia e tudo, a trolha de Dilma de bicos calado e humilhados merecidamente pela covarde demonstração de dependentes das essa molas governamentais.
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