Expulsos do Brasil, médicos cubanos são celebrados na Itália
Bolsonaro afastou do país mais de 10 mil profissionais de saúde que nos ajudariam a combater o coronavírus
O desembarque de uma brigada de médicos cubanos neste domingo na região da Lombardia, na Itália, é uma forte ação de cooperação e solidariedade entre nações.
A Itália, embora sendo um dos países mais ricos do mundo é, neste momento, o que mais tem perdido vidas para o COVID-19.
Os italianos celebraram o apoio humanitário cubano com aplausos.
A brigada de médicos que chegou à Itália dá continuidade à ajuda sanitária que, de forma sistemática, tem sido realizada por Cuba na Nicarágua, Jamaica, Suriname, Venezuela e Granada.
Tais brigadas reafirmam que o caminho para uma vitória sobre a pandemia passa necessariamente pela cooperação e solidariedade entre as Nações.
O povo e o governo de Cuba são um exemplo aos governantes que se rendem a atitudes mesquinhas e mentiras, desdenham da gravidade da crise com um comportamento irresponsavelmente agressivo e diversionista, e não descem do palanque sequer quando o mundo vive a sua maior tragédia em décadas.
Bolsonaro, na sua ignorância irresponsável, já tratou os médicos cubanos com a mesma visão míope e o mesmo preconceito ideológico que dedicou, semana passada, aos chineses, e que o levou a chamar o coronavirus de “gripezinha”.
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Em 55 anos, Cuba cumpriu 600 mil missões internacionalistas, em 164 países, envolvendo 400 mil profissionais de saúde.
Entre outras ações, lutou contra o ébola na África Ocidental, tratou a cegueira na América Latina e no Caribe, enfrentou a cólera no Haiti e enviou 26 brigadas de resgate e salvação para países como Paquistão, Indonésia, México, Equador, Peru, Chile e Venezuela, diante de grandes desastres e epidemias.
A maioria destas missões foi patrocinada pelo governo cubano, que também ofereceu cursos para 35.613 médicos oriundos de 138 países.
Estas ações internacionais correspondem à vocação humanista e solidária do povo cubano, razão pela qual seus médicos são reconhecidos internacionalmente, ao prestar serviço em cerca de 70 países.
No Brasil, os médicos cubanos foram centrais para que o programa Mais Médicos se efetivasse, fortalecendo o SUS e suprindo a falta de profissionais brasileiros no atendimento à população pobre e mais vulnerável.
Com mais de 18.000 médicos, o programa Mais Médicos atendeu 63 milhões de brasileiros.
Uma parte significativa deste trabalho foi feita pelos mais de 11.000 médicos cubanos que foram o núcleo duro do programa.
O Mais Médicos fez dezenas de milhões de atendimentos, em mais de 4.058 municípios, sobretudo nas regiões metropolitanas, em favelas, nas áreas de periferia, cidades do interior, áreas quilombolas e reservas indígenas.
Os cubanos nos ajudaram a tornar possível, pela primeira vez na história, ter um médico em 700 municípios, que jamais haviam tido um único profissional desta área.
No Brasil, a presença dos médicos cubanos seria agora ainda mais estratégica, diante da necessidade de combater o coronavirus e fortalecer a atenção básica de saúde.
No entanto, essa parceria em saúde pública, tão fundamental para o País, não sobreviveu à ascensão do governo de extrema-direita de Bolsonaro, que esteve sempre mais preocupado em espalhar mentiras contra “inimigos ideológicos” inexistentes em vez de se dedicar ao cuidado com a saúde da população.
Desrespeitados por Bolsonaro e hostilizados de forma tão infame por seus seguidores fanatizados, os médicos cubanos foram, entretanto, amados pelos pacientes.
Bolsonaro os insultou tanto que o governo de Cuba sentiu-se no dever de chamá-los de volta e encerrar a participação no programa.
A chancelaria de Cuba reagiu: “Não é aceitável questionar a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos nossos médicos”.
E assim, por meio da ofensa e da calúnia, Bolsonaro expulsou do Brasil milhares de profissionais de saúde que seriam de extrema importância neste momento em que o coronavírus começa a se espalhar pelo nosso território.
Submete dezenas de milhões de brasileiros ao desamparo e à absoluta impossibilidade de consultar um médico num momento de grave crise e de muito medo e desorientação.
Os mesmos médicos que, neste domingo, são recebidos calorosamente pelo governo e pelo povo da Itália.
Os mesmos médicos que países do mundo inteiro reconhecem como qualificados e competentes.
O mínimo que se poderia dizer, agora, ao presidente despreparado e tosco que finge que governa o Brasil é: “Viu o que você fez?”
PS do Viomundo: Além da Itália, médicos cubanos foram enviados para combater a crise na Venezuela, Jamaica, Granada, Suriname e Nicarágua.
Comentários
Zé Maria
https://youtu.be/bjIrxWxlp6E
Enquanto isso, uma Charlatã Paulista,
Estelionatária de Jaleco Branco, vende
um tal ‘Soro da Imunidade’ pro ‘Corona’.
Possivelmente uma das que saiu à rua
com cartazes contra a Presidente Dilma
e o Programa Mais Médicos no Brasil.
https://www.pragmatismopolitico.com.br/wp-content/uploads/2013/10/medicos-brasil-dilma.jpg
Ministério Público da São Paulo (MP-SP) investiga ‘médica’
[‘nutróloga’] que divulgou ‘Soro da Imunidade’ contra Coronavírus
Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP)
abrirá Sindicância e informa à População para desconfiar
de “anúncios sensacionalistas” e que “fake news colocam em risco a saúde da população”.
Associação Brasileira de Nutrologia negou a existência
de ‘soro de imunidade’.
Até o momento, não há uma vacina para combater o COVID-19
Não foi divulgado o Preço da Consulta, isto é, ‘contribuição amorosa’, cobrado pela ‘nutróloga para aplicar o tal ‘Soro’
https://youtu.be/QUMcWYeaKiE
https://pbs.twimg.com/media/ESIS-LbWoAICxjm?format=jpg
CÓDIGO PENAL
CAPÍTULO III – Dos Crimes contra a Saúde Pública
[…]
Charlatanismo
Art. 283 – Inculcar ou anunciar cura por meio secreto
ou infalível:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
[…]
Forma qualificada
Art. 285 – Aplica-se o disposto no art. 258* aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.
* “Art. 258 – Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal
de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada
de metade;
se resulta morte, é aplicada em dobro.
No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade;
se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo,
aumentada de um terço.”
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
| Reportagem: Eduardo Schiavoni | UOL | 17/03/2020 |
cleverson ricardo
Bem que alguem podia fazer um comparativo entre a chegada de medicos cubanos a Italia com a chegada deles no Brasil (em video).
Ps Adorei a descriçao de Cohen para o video.
Abraços
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