Deputado diz que Bolsonaro mencionou parlamentar que estaria por trás do esquema da vacina: “Era coisa de…”, mas nada fez.

Da Redação

O deputado bolsonarista Luís Miranda disse que, ao se encontrar com o presidente da República para denunciar o esquema de corrupção na compra das vacinas Covaxin, ouviu do mandatário que Bolsonaro tinha uma ideia de quem estava por trás da jogada.

“Era coisa de…”, teria dito Bolsonaro. Miranda afirmou à CPI da Pandemia que não se lembrava do nome.

O único parlamentar que já se envolveu em negócios enrolados com Francisco Maximiano, dono da Precisa e da Global, foi o ex-ministro da Saúde Ricardo de Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde no governo Temer e hoje líder do governo Bolsonaro na Câmara.

A Global recebeu dinheiro adiantado para comprar drogas contra doenças raras quando Barros era ministro, mas jamais fez a entrega.

Permanece inexplicada na sessão da CPI da Pandemia o motivo de o governo não ter prometido pagamento diretamente à fabricante indiana, mas a uma empresa de fachada em um paraíso fiscal, a Madison, cujo nome não constava no contrato.

O servidor do Ministério da Saúde, irmão do deputado, disse que ao se negar a aceitar as notas fiscais enviadas pela empresa fornecedora das vacinas, por uma série de irregularidades, foi atropelado pela pessoa que tinha a posição de fiscalizar o contrato.

Luís Ricardo disse que foi alvo de pressão de Roberto Ferreira Dias, diretor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde; por seu superior imediato, Alex Leal Marinho; e pelo Coronel Marcelo Bento Pires, ex-integrante do Ministério.

Ao depor, também disse que recebeu uma ligação de Francisco Maximiano, o dono da Precisa, em plena negociação.