Fofoca de militar contra Celso Amorim veio depois de críticas do ex-chanceler à volta dos generais, na CNN; veja

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

Na segunda-feira, 29, o ex-chanceler Celso Amorim deu entrevista à jornalista Christiane Amanpour, na CNN Internacional.

Amorim é um dos mais respeitados diplomatas do mundo e seus pontos-de-vista são considerados num amplo leque de países, da China, à Russia, do Irã aos Estados Unidos.

O ex-chanceler expressou preocupações sobre o governo Bolsonaro, mas sem histeria.

Baseou-se nos discursos de campanha e em algumas decisões do neofascista até agora.

Trazer generais de volta ao poder, a combinação de um governo ao mesmo tempo extremista de direita e ultraneoliberal, o abandono da paz e do diálogo nas relações externas, o Mercosul colocado em segundo plano e ameaças aos direitos humanos e à liberdade de expressão entraram na lista de preocupações de Celso Amorim.

Na quinta-feira, primeiro de novembro, em Miami, o conselheiro de segurança nacional de Donald Trump, John Bolton anunciou novas medidas para sancionar o que chamou de “troika da tirania”, Cuba, Venezuela e Nicarágua.

No mesmo dia, nas Nações Unidas, a assembleia geral aprovou pela vigésima oitava vez moção condenando o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba, afirmando que “constitui uma violação flagrante, massiva e sistemática dos direitos humanos das cubanas e dos cubanos”.

A retórica agressiva de Bolton tem objetivo de curto prazo, que é agradar a comunidade hispânica que vive na Flórida e vota nas eleições parlamentares estadunidenses no próximo dia 6.

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A forma como Donald Trump tem tratado a questão da imigração fortaleceu a oposição democrata no eleitorado hispânico, mesmo o conservador.

O objetivo de longo prazo de Bolton está claro: retomar a iniciativa diplomática na região, protagonismo que os Estados Unidos perderam para o Brasil de Lula quando estavam completamente voltados para o Iraque e o Afeganistão.

Não é por acaso que o general Augusto Heleno, futuro ministro da Defesa de Bolsonaro, veio a público criticar Celso Amorim, alegando que ele fracassou na tentativa de colocar o Brasil no Conselho de Segurança: “Não deu certo. Conseguiu, no entanto, acesso à história pela porta dos fundos. É o primeiro ex-chanceler a usar vários diplomatas a ele ligados em uma campanha no exterior contra o seu próprio país, mentindo sobre a prisão de Lula. Atitude impatriótica, vergonhosa e injustificável”.

“O que incomoda muito e envergonha os militares patriotas, o corpo diplomático e o povo brasileiro é um presidente que além de defender a tortura e os grupos de extermínio, bate continência para a bandeira americana, entrega a Embraer e o pré-sal, acaba com o programa espacial e negocia uma base militar americana no Nordeste brasileiro”, respondeu o ex-ministro Aloizio Mercadante.

O roteiro da primeira viagem de Bolsonaro ao Exterior foi calculado para expressar a guinada que ele pretende dar na política externa: Chile, Estados Unidos e Israel.

Isso tem o potencial de ofender o maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul, co-fundador do Mercosul, a Argentina; e os parceiros comerciais árabes que estão entre os grandes importadores de proteína animal do Brasil.

Em 2017, o Brasil teve um superávit comercial superior a R$ 7 bilhões com eles.

A mudança da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, na esteira do que fez Donald Trump, representaria um alinhamento quase completo do Brasil com Washington.

O rompimento de relações diplomáticas com Cuba, ameaça feita por Bolsonaro, levaria o Brasil ao status vigente durante a ditadura militar.

O neofascista faria, assim, justamente o que acusou o PT de fazer: “ideologizar” as relações exteriores, com grandes prejuízos financeiros, no momento em que o mundo caminha para o aprofundamento de guerra comercial.

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Comentários

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Carla

Celso Amorim, uma pessoa digna, um belo ser humano, brilhante, poderia ser nosso melhor Presidente da República. Uma pena.

Bel

Já que copiam tudo, nos Estados Unidos , mentir é crime e tem que provar a calúnia. O engraçado é que lá as fake news não foram consideradas crime. Devem estar aprendendo com o Brasil.

maria nadiê rodrigues

Mesmo ainda sob retóricas, essas declarações podem mover alguns radicais fundamentalistas contrários a Israel, incluírem o Brasil nessa guerra sangrenta secular, da qual nunca estivemos, e mal vemos no Continente distante por imagens televisivas ou fotografadas.
Vale ressaltar que árabes e judeus residentes no Brasil tem sempre manifestado ao mundo muita união e desejo de solução entre seus países no Oriente.
Mas, como diz o ditado: o que Deus une, o diabo espalha.

RALPH DE SOUZA FILHO

O FATO, EM JORNALISMO, NÃO SE RENDE À VERSÃO, AINDA, QUE, ALGUNS A QUEIRAM, DOLOSAMENTE, FAZER PREVALECER ESSA ÚLTIMA. ESSE EXÉRCITO BRASILEIRO, ANDA DESTOANTE RELATIVAMENTE A SEUS CONGÊNERES MUNDO AFORA. AO INVÉS DE CUMPRIR PAPEL CONSTITUCIONAL, FRONTEIRAS DEFENDER E SEGURANÇA DA NAÇÃO, É CÚMPLICE CRIMINOSO EM AJUDAR A DESMONTÁ – LA, ENTREGANDO – A A PREÇO DE BANANA AOS YANKEES DEGRADANTES EXTRATIVISTAS, E, ESPOLIADORES…ADEMAIS, SE VOLTAM CONTRA AQUELES A QUEM DEVERIAM DEFENDER, SEUS COMPATRIOTAS, O POVO, EM VILIPÊNDIO. UMA FORÇA COM TAMANHO GRAU DE COVARDIA E VERGONHOSA AMORALIDADE, MELHOR NÃO TÊ – LA..

    Conceição Lemes

    Ralph, letras minúsculas nos próximos comentários, por favor. abs

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