Com a economia mundial diante de quadro sombrio, oposição se une para enfrentar Bolsonaro; leia a nota
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
O quadro econômico mundial é sombrio.
Mesmo com o corte de meio ponto na taxa de juros pelo Banco Central dos Estados Unidos, o principal indicador do mercado continua sinalizando a fuga de investidores para a segurança dos papéis de 10 anos do Tesouro norte-americano
Os juros destes papéis cairam abaixo de 1%, indicando grande procura.
Os investidores parecem desconfiados de que até mesmo uma reprise de 2008 não está fora do horizonte.
O índice Dow Jones voltou a cair, quase 3%, diante da constatação de que o coronavírus pode provocar recessão mundial.
A previsão de que o vírus poderá atingir de 40% a 70% da população adulta do planeta, causando dezenas, talvez centenas de milhares de mortes no médio prazo, especialmente de pessoas acima de 65 anos de idade, parece ter feito a ficha cair no mercado.
A declaração de que vivemos uma pandemia, pela Organização Mundial de Saúde, é apenas questão de tempo.
Investidores já tiraram mais de R$ 37,5 bilhões da Bovespa apenas nos dois primeiros meses de 2020.
Faz parte da fuga em busca da segurança oferecida pelo Tesouro dos EUA.
Apoie o VIOMUNDO
É neste quadro de instabilidade econômica, aguçado pela instabilidade política do governo Bolsonaro, que a oposição se reuniu em Brasília.
Em nota, acusou a gravidade da situação e convocou a população às ruas:
A situação política, econômica e social do país é cada dia mais grave. O presidente da República afronta sistematicamente a Constituição e a Democracia.
Atua para desestabilizar as instituições, ao apoiar manifestações contra o Congresso e o STF e ao incitar ações políticas e ilegais nas polícias militares.
A economia continua estagnada. A política de austeridade voltada aos interesses do sistema financeiro drena recursos da sociedade.
O real se desvaloriza, não há investimentos públicos nem privados, as projeções do PIB são minguantes.
A vida do povo piora com os cortes nos programas de proteção social. Milhões aguardam na fila do Bolsa Família e da Previdência.
Não há resposta eficaz para o desemprego. O trabalho é cada vez mais informal e precário. A fome voltou a atormentar as famílias.
Diante deste acúmulo de crises, que compromete o desenvolvimento do país, sacrifica a vida do povo e ameaça a própria democracia, os partidos políticos que assinam esta nota decidem:
Resistir à agenda neoliberal, de destruição dos direitos do povo e do estado brasileiro;
Definir uma pauta de atuação conjunta no Congresso Nacional em defesa do país;
Apoiar, incentivar e participar dos atos e manifestações dos movimentos sociais, sindicais e populares convocados para os dias 8 (Dia Internacional da Mulher), 14 (2 anos do assassinato de Marielle e Anderson) e 18 de março (Em Defesa da Educação do Serviço Público);
Fortalecer o fórum permanente dos partidos de oposição para avaliar a conjuntura e definir ações e manifestações conjuntas;
Construir atos nacionais unificados em defesa dos direitos do povo, da democracia e da soberania, com todas as forças democráticas;
Construir uma política unificada de comunicação, fortalecendo a presença nas redes sociais.
Brasília, 3 de março de 2020
Partido dos Trabalhadores
Partido Socialista Brasileiro
Partido Democrático Trabalhista
Partido Socialismo e Liberdade
Partido Comunista do Brasil
Rede Sustentabilidade
Partido Verde
Unidade Popular
Comentários
Zé Maria
“Guedes e Skaf seguem mentindo em rede nacional sobre otimismo com a economia.
Povo sem grana para consumir e mundo sem apetite para importar do Brasil.
Abraço de afogados.”
https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1235706482362142720
Zé Maria
O Programa “Solução Final”
de Bolsonaro/Guedes/Moro
está funcionando no braZil:
https://t.co/oWactCbide
Região Nordeste – que concentra 36,8% das famílias
em situação de pobreza ou extrema pobreza –
fica só com 3% das concessões do Bolsa Família.
Regiões Sul e Sudeste ficaram com 75% das concessões.
As informações foram comparadas com os dados oficiais disponíveis
na internet.
A série histórica mostra que houve um pico de novas concessões
do Bolsa Família em janeiro que se refletiu em todas as regiões,
exceto o Nordeste.
“VINGANÇA MALÍGRINA”
Nas eleições de 2018, a Região Nordeste foi a única que votou majoritariamente no candidato do PT, Fernando Haddad.
No segundo turno, o petista teve 69,7% dos votos válidos,
ante 30,3% de Bolsonaro.
Nas demais regiões, o atual presidente foi o vencedor.
No Sul, conseguiu a maior vantagem: 68,3% ante 31,7% de Haddad.
Para se ter uma ideia, o número de novos benefícios [do Bolsa-Família]
concedidos em Santa Catarina, que tem população oito vezes menor
que o Nordeste e é governada por Carlos Moisés (PSL), foi o dobro do repassado à região nordestina inteira, cujos governadores são da oposição.
“Mais uma vez Bolsonaro usa todo seu preconceito para discriminar
o Nordeste, região que votou em Haddad, governada pela oposição.
Todos que precisam devem ter direito ao benefício, independente
da região, mas Bolsonaro prefere se vingar sem pensar no povo.”
Deputada Federal Gleisi Hoffmann (PT=PR)
Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT)
Zé Maria
O Triunfo da Injustiça
“A Desigualdade é uma Questão Moral
Antes de ser uma questão de economia ou política,
ou simplesmente estética, de simetria.”
Por Luís Fernando Veríssimo, em O Globo: https://t.co/jatjYsu8tk
Gabriel Zucman e Emmanuel Saez são dois economistas franceses
que lecionam no campus de Berkeley da Universidade da Califórnia.
Zucman foi aluno de outro economista francês, Thomas Piketty (*),
que ficou famoso e rico como autor de “O Capital no Século 21”,
em que, entre outras heresias, mostrava como o capitalismo
desenfreado dos sonhos neoliberais não traria felicidade geral,
mas desigualdade e miséria crescentes.
Saez segue a linha de Zucman, e eles acabam de lançar um livro
expondo suas ideias — que ganharam relevância especial porque
os dois são conselheiros para assuntos econômicos dos candidatos
mais progressistas do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos, Bernie Sanders e Elizabeth Warren.
A dupla francesa se junta a outros economistas do contra,
como os americanos Paul Krugman e Joseph Stiglitz,
para citar apenas os nomes mais conhecidos, que desafiam
a ortodoxia neoliberal e suas “verdades” estabelecidas.
A ideia mais chocante para os ortodoxos é a da taxação progressiva
de grandes fortunas para assegurar uma melhor distribuição de renda
e dar ao Estado os meios de combater as mil maneiras que os muito
ricos e as grandes corporações têm de esconder seus lucros imorais.
A desigualdade é uma questão moral antes de ser uma questão
de economia ou política, ou simplesmente estética, de simetria.
Bernie Sanders tem se saído melhor, nas “primárias” e nas pesquisas
de intenção de votos, do que Elizabeth Warren. Tem contra si a idade,
quase 80, e o fato de “socialismo”, mesmo que só signifique taxar
os ricos e garantir programas universais de saúde, ainda ser palavrão
para muitos americanos.
Joe Biden, que tem o carisma de uma couve-flor, está subindo
nas “primárias” e nas pesquisas e talvez acabe sendo a opção
sensata para enfrentar o Trump.
O livro recém-lançado de Zucman e Saez é intitulado “The Triumph of Injustice”,
o triunfo da injustiça, um nome perfeito para o que acontece
em países como o Brasil, em que a austeridade é um disfarce
para o predomínio do capital financeiro, cujo poder persiste
através dos anos no que pode ser descrito como um longo,
interminável, desfile triunfal.
*(https://twitter.com/LulaOficial/status/1234811047271333889)
https://twitter.com/gleisi/status/1235649696909217793
Luiz Augusto Fonseca
Muito bem colocado. Concordo.
Zé Maria
Apenas um Alerta:
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=8060599&ts=1583340074048&disposition=inline
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=8054718&ts=1577126033841&disposition=inline
O Veto 52/2019 que está sob apreciação do Congresso Nacional
não veta apenas um dispositivo do PLN 51/2019 (Lei 13.957 = LDO),
mas sim 10 (DEZ) itens do Projeto da LDO aprovada, dentre os
quais os que “ressalvam do contingenciamento (Corte) as Despesas com as ações vinculadas” à função Educação (Emendas 3 e 7) e as
Despesas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico- FNDCT (Emendas 3 e 10)”; e também excluem de Corte as “Despesas com as ações vinculadas às subfunções Desenvolvimento
Científico, Desenvolvimento Tecnológico e Engenharia e Difusão do
Conhecimento e Tecnológico, no âmbito da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, da Fundação Oswaldo Cruz-
FIOCRUZ*, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada- IPEA
e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE”.
*Observe-se que houve veto até para Verba destinada à FIOCRUZ
que atualmente está fazendo um Trabalho Científico Primoroso
de Pesquisa sobre o CoronaVírus (2019-nCoV) no Brasil.
https://portal.fiocruz.br/coronavirus
https://portal.fiocruz.br/coronavirus-2019-ncov-informacoes-para-pesquisadores
Zé Maria
Será que agora vai?
Deixe seu comentário