Ciro Gomes propõe taxar ricos e dividendos para pagar combate ao coronavírus e estimular economia

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Reprodução You Tube

Carta enviada pelo presidenciável Ciro Gomes ao presidente do PDT, Carlos Lupi:

Meu caro Lupi,

Seguem algumas ponderações acerca de o que poderíamos fazer em relação aos dois aspectos da crise que atravessamos: o sanitário e o sócio econômico.

Importante ressaltar que é falsa a afirmação que “primeiro a gente cuida da vida das pessoas, depois da economia”.

Também é terrivelmente falso que a gente “tem que cuidar da economia senão vai ser pior para os pobres”.

O que deveríamos fazer:

1 — Radicalizar as medidas de supressão de contato social;

2 — Importar URGENTE material para teste massivo da população;

3 — Importar urgente imensa quantidade de material de proteção a servidores da saúde mas também de outras categorias que poderão ter que ir às ruas;

4 — Mapear TODOS os leitos de hospitais privados, filantrópicos, santas casas e prepará-los para receber pacientes menos graves; preparar hospitais de campanha com leitos de retaguarda e isolamento para casos menos graves;

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5 — Importar massivamente (ponte aérea com a FAB) respiradores e máquinas de UTI e fármacos pertinentes ao tratamento sintomático.
Parte disto está sendo feita mas o tempo aqui é critico! Só para se ter uma ideia, os atuais leitos de UTI no Brasil estão 95% ocupados hoje com outras morbidades. E treinar pessoal demora algum tempo. E tempo é tudo o que não temos e o que temos que ganhar.

SE o ISOLAMENTO RADICAL é a única forma de conter a velocidade genocida da contaminação, o socorro econômico às pessoas é parte central da reação à pandemia! É puro populismo ignorante falar coisa diferente!

O que fazer é conceitualmente simples neste ponto:

1 — Criar IMEDIATAMENTE um programa de renda mínima de acesso gradual mas veloz a todos os trabalhadores informais, autônomos e desempregados. Estamos estudando valores entre R$500,00 e R$800,00 mensais por pessoa, adstrito a dois beneficiários por família;

2 — Eduardo Moreira sugere uma forma operacional bem ágil e factível em poucos dias: a Caixa Econômica Federal lança um cartão de débito com este valor para cada uma dessas pessoas e, mediante condições (não desempregar ninguém, nem reduzir salário), o comércio se habilitaria a vender para quem possuir este cartão. (detalhes quase todos estudados);

3 — De onde viria o dinheiro: é consenso entre todos os economistas, mesmo conservadores, que nós não temos alternativa de não fazer uma pesada política fiscal anticíclica. O mundo todo está fazendo! No Brasil há dois ativos grandes e uma (ainda que pequena) margem de expansão da dívida pública. Aí estão as fontes: RESERVAS CAMBIAIS E TESOURO NACIONAL;

4 — Para começar, há hoje R$1,35 TRILHÃO no caixa único do tesouro nacional. Parte disto está já liberado (o suficiente para três meses da renda mínima, pelo menos equivalente a R$ 100 bilhões). A outra parte está vinculada a fundos, exigibilidades financeiras, regra de ouro, teto de gasto, enfim, travas institucionais perfeitamente removíveis por ação legislativa do Congresso Nacional ou liminares judiciais praticáveis ante o estado de calamidade pública já declarado;

5 — O equilíbrio futuro das contas deve ser debatido simultaneamente: imposto progressivo sobre grandes fortunas (entre 0,5% a 1,0% sobre patrimônios superiores a R$22 milhões de reais) e imposto de renda progressivo sobre lucros e dividendos empresariais, que juntos, arrecadariam POR ANO, ao redor de R$ 200 bilhões;

6 — Revisão seletiva e criteriosa das renúncias fiscais hoje existentes no valor de R$320 bilhões por ano. Manter para quem se comprometer a preservar empregos e salários.

Por agora é o que acho que vale a pena nos concentrarmos em agir.

Forte abraço,

Ciro

PS. Tudo o que sugerirmos junto com a atual burocracia do PT vão nos jogar na cara a justa pergunta de porque não se fez antes.

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Comentários

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Zé Maria

PGR e STF desvestem um santo para vestir outro …

R$ 1,6 BILHÃO
Fundo da Petrobras, que iria [- por que ainda não foi? -] para a Educação, será usado no combate ao coronavírus

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que os recursos provenientes
do fundo da ‘lava jato’ devem ser utilizados para combater
o novo coronavírus.
A decisão, tomada neste domingo (22/3), atende a uma
solicitação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com a determinação, R$ 1,6 bilhão proveniente de
um acordo assinado pela Petrobras será direcionado
para que o Ministério da Saúde enfrente o surto da
Covid-19.
Originalmente, a quantia seria destinada ao Ministério da Educação.
https://www.conjur.com.br/2020-mar-22/fundo-petrobras-usado-combater-coronavirus

Zé Maria

Somente os 208 Maiores Bilionários do País acumulam, juntos, uma Fortuna de Mais de R$ 1,2 TRILHÃO.
Que tal darem a sua parcela de colaboração contra a Epidemia?

Se bilionários pagarem 3% de suas fortunas, o Brasil
arrecada R$ 116 bilhões para combater coronavírus

Por Charles Alcântara*, no Portal Vermelho, via DCM

O Brasil possui 206 bilionários que, juntos, acumulam uma fortuna de mais de R$ 1,2 trilhão. Esses 206 bilionários pagam proporcionalmente menos impostos que a classe média e os pobres.

Se o país criasse um imposto de apenas 3% por ano sobre a fortuna de R$ 1,2 trilhão, seria possível arrecadar R$ 36 bilhões anuais, valor superior ao orçamento de 1 ano de todo o programa Bolsa-Família.

A soma de toda a riqueza das famílias brasileiras é de cerca de R$ 16 trilhões, estando a quase metade de toda essa riqueza – ou seja, R$ 8 trilhões – nas mãos de apenas 1 % das famílias.

Se o país taxasse o patrimônio trilionário dessas famílias em apenas 1%, seria possível arrecadar R$ 80 bilhões, o que equivale ao valor de toda a receita estimada em 2020 para o Estado de Minas Gerais, o segundo mais populoso do Brasil, com mais de 20 milhões de habitantes.

Façam as contas: R$ 36 bilhões cobrados sobre a renda dos 206 bilionários (+) R$ 80 bilhões cobrados sobre o patrimônio do 1% das famílias mais ricas (=) R$ 116 bilhões.

Esses R$ 116 bilhões a mais nos cofres públicos sequer representam sacrifício para esse punhado de bilionários, mas equivale a praticamente todo o orçamento federal da saúde.

Se chamados a contribuir um pouquinho mais com o país, garanto que nenhum desses bilionários deixaria de frequentar os melhores restaurantes do mundo, satisfazer todos os seus desejos mais extravagantes ou deslocar-se nos seus jatinhos executivos de última geração.

Os donos do jornal O Globo fazem parte dos 206 bilionários e também das famílias brasileiras que detém, juntas, um patrimônio de R$ 8 trilhões.

Em editorial publicado no jornal de sua propriedade, edição desta sexta-feira (20), a bilionária família Marinho defendeu a redução dos salários dos servidores públicos como forma de colaborar com a crise gerada pela pandemia da Covid-19.

A família Marinho não se dispõe a abrir mão de uma parcela insignificante da sua fortuna para ajudar o país, mas se acha no direito de propor que os servidores públicos sejam confiscados em seus salários.

A contribuição em termos monetários que O Globo se dispôs a oferecer ao país num momento tão dramático foi um editorial indigno, desonesto e covarde.

Cada um dá o que tem, não é mesmo?

*Charles Alcântara é Presidente da Federação Nacional
do Fisco Estadual e Distrital (http://www.fenafisco.org.br)

    ercilia brasil

    Pois é. Mas eles preferem tirar do trabalhador, do servidor público porque esses têm apanhado calado. Não reagem. Ao contrário do que faz a turma de cima: elege presidente, deputado e senador para que seus privilégios e riqueza permaneçam intocáveis.

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