Braga Netto desmente Estadão, mas diz que debate sobre “voto eletrônico auditável” é legítimo; será interpelado no STF
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
O ministro da Defesa, general Braga Netto, emitiu nota desmentindo reportagem do diário direitista paulistano Estadão segundo a qual ele teria dito ao presidente da Câmara, Arthur Lira, através de interlocutores, que sem voto impresso as eleições de 2022 não vão acontecer.
Lira também desmentiu.
O Estadão reafirmou o conteúdo da reportagem.
O voto impresso proposto pelo bolsonarismo repete o que existe na Venezuela. A máquina imprime um papel, que é colocado em uma urna para posterior auditoria.
O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, diz que o sistema eletrônico já é auditável e que a proposta de Jair Bolsonaro vai abrir espaço para a judicialização das eleições.
O Psol emitiu nota em que diz que pretende interpelar Braga Netto, ao lado de outros partidos:
O PSOL, ao lado de outros partidos de oposição, vai apresentar nesta quinta-feira (22) uma interpelação judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o general Braga Netto após as notícias divulgadas de que ele ameaçou as eleições de 2022 ao dizer a interlocutores que sem o voto impresso não acontecerão as eleições do ano que vem.
Segundo a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Braga Netto deu o aviso no dia 8 de julho e pediu para comunicar a quem interessasse que não haveria eleições em 2022 sem voto impresso, sendo que no momento da fala estava acompanhado dos chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
No mesmo dia, Jair Bolsonaro disse, em conversa com apoiadores transmitida nas redes sociais, que só haveria eleições em 2022 no Brasil “se elas fossem limpas”, reforçando seu discurso a favor do voto impresso e fazendo novamente denúncias de fraude nas eleições sem provas.
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“A interpelação será feita pelos partidos de oposição. É um instrumento para cobrar, em juízo, uma explicação sobre essa suposta declaração. Espero que o STF não se omita e acolha nossa ação. A partir daí, outras medidas podem ser tomadas. Não aceitaremos ameaças de golpe”, disse o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, ao anunciar a iniciativa.
“Precisamos saber se disse isso mesmo e se fala em nome das Forças Armadas ou apenas do governo”, concluiu Medeiros.
Comentários
Zé Maria
“Braga Netto disse há pouco
que é “legítima” a “discussão
sobre o voto eletrônico auditável”.
Não cabe a um militar imiscuir-se
em assuntos como modelo de
contagem de votos.
Seu papel não inclui palpitar
sobre como urnas devem ou não
funcionar.
O que ele sabe sobre isso? Nada!”
Jornalista Rubens Valente
https://twitter.com/RubensValente/status/1418207280474902531
abelardo
Ainda que haja dúvida sobre a veracidade da notícia, sempre ficará a pergunta se foi Bolsonaro que aprendeu com Braga Neto a desdizer cinicamente o que o que tinha dito ou se foi Braga Neto que aprendeu com Bolsonaro, ou então se é comum a alguns militares e ex-militar usar de tal artifício, para se livrar de punições. De todo modo, já não se mais militar como se fazia antes.
Arnon Dias
Existem muitos abusos no mercado de trabalho.
Chefes tem muitos, mas quem lidera é raro. Não é fácil liderar. Contagiar as pessoas.
E se vc diz vc é o errado. As vezes, vale mais a pena ir embora.
Qual explicação dar para pagar pelo tom de pele da pessoa ou pagar menos se for mulher ?
O certo seria pagar igual se o trabalho é igual e as vezes, muitas vezes, com qualidade superior.
Certas coisas desmotivam as pessoas que muitas vezes optam por ter uma empresa sua.
Trabalhei numa empresa que todo mês eu e outro cara recebiamos menos que os outros.
Até que um dia eu fui embora.
Tem lugar que é um atraso de vida. Só quer sugar o trabalhador.
O Brasil E um país racista e não tem como negar isso.
O rapaz foi morto no Carrefour do RS por 2 caga-pau. Principalmente o PM temporário cagou no pau grandão.
Hj o Carrefour não deve dar 1 único centavo para ele se defender.
Sem falar na machesa de ir 2 contra 1.
E o Carrefour é cheio desses problemas com racismo. Volta e meia volta a acontecer algo absurdo nas suas dependências.
Use o cérebro antes de se lascar todo por uma empresa multi que nos considera macacos ou putas.
Zé Maria
.
É sobre isto que os Empresários de Comunicação e a
Milícia do Guedes não querem que a População saiba:
.
Dignidades Ultrajadas
Submeter os corpos ao ritmo frenético da
linha de montagem é uma característica
da exploração do trabalho
Por Amarildo Cenci, no Brasil de Fato RS
Em dezembro de 1955, a costureira Rosa Parks e mais três colegas de trabalho embarcaram no ônibus em Montgomery e decidiram ocupar os assentos reservados aos brancos.
O motorista e alguns passageiros brancos sentiram-se afrontados e exigiram que fossem para o final do corredor.
Rosa Parks resistiu e foi encarcerada.
Vigorava nos Estados Unidos uma legislação que segregava os negros em espaços públicos e privados.
A atitude desta costureira deflagrou um boicote às empresas de transporte do Alabama tão vigoroso que incendiou a luta antirracista nos EUA, que custou a vida do líder pacifista Martin Luther King.
Dias atrás, uma jovem grávida de 19 anos, trabalhadora em uma empresa de calçados de Novo Hamburgo, após sucessivos pedidos negados para ir ao banheiro, acabou fazendo xixi em seu posto de trabalho (*).
Dispensada do serviço, sentindo-se constrangida e temendo perder o emprego, com lágrimas nos olhos percorreu a pé alguns quilômetros até chegar em sua casa.
Assim como Rosa Parks, a sapateira do Vale dos Sinos decidiu romper com o silêncio e a naturalização da injustiça.
Denunciou a empresa e encontrou amparo na solidariedade dos seus colegas de trabalho, no sindicato, no Ministério Público e nos meios de comunicação, que horrorizados deram manchete ao caso.
O caso da trabalhadora expôs uma das práticas que mais fere a dignidade humana em boa parte das indústrias de calçados.
Sua coragem foi o ponto de partida para a ação do movimento sindical, que mobilizou, negociou e assinou um acordo coletivo que assegura o livre acesso ao uso dos banheiros da empresa.
A expectativa é que esse instrumento sirva de parâmetro para que outras empresas adotem procedimentos semelhantes para humanizar as gestões.
Submeter os corpos ao ritmo frenético da linha de montagem é uma característica da exploração do trabalho, brilhantemente denunciada por Charles Chaplin no clássico filme “Tempos Modernos”.
O que nos revolta é que, apesar de três séculos de grandes descobertas científicas, avanços tecnológicos e ganhos de produtividade, as relações de trabalho retrocedem à fase do capitalismo primitivo.
Constantemente os trabalhadores procuram a justiça e suas entidades de classe para denunciar abusos.
Empresas de bilionários famosos, como a Amazon, são acusadas internacionalmente por estabelecer práticas laborais desumanizadas.
A Arcos Dorados, maior franquia independente do McDonald´s, é investigada pelo Ministério Público por centenas de denúncias de assédio moral, sexual e maus tratos de seus funcionários.
Recentemente, o TRT-RS condenou a Dell Computadores do Brasil por práticas gerenciais que violam os direitos humanos, tais como metas excessivas, exposição de desempenho “negativo” de seus funcionários, atribuição de apelidos e restrições exageradas para uso do banheiro.
Além de violações dos direitos humanos no trabalho, algumas empresas são condescendentes com crimes de racismo.
Ano passado, o país foi sacudido pelo assassinato do homem negro Beto Freitas na entrada do Carrefour, em Porto Alegre, por seguranças contratados pela empresa.
Dias atrás, os seguranças da unidade da BRF, em Chapecó, foram flagrados imobilizando e, com o joelho nas costas, sufocavam um trabalhador haitiano que ousou contestar e negou-se a assinar uma advertência por falta ao trabalho.
Na realidade, desde os tempos da colonização, as relações de trabalho no nosso país nunca alcançaram um patamar decente, civilizado e democrático.
O que se nota é o crescimento de comportamentos gerenciais autoritários, ameaçadores, ultrajantes e ilícitos, comprovando que quando temos um governante, que trata o contraditório com grosserias e gritos de “cale a boca”, passa a incentivar os que detém algum poder a fazer o mesmo.
O que nos deixa esperançosos é que a história demonstra que a resistência de pessoas como Rosa Parks e a sapateira de Novo Hamburgo contagia os homens e as mulheres que são contra a barbárie e lutam para que o trabalho seja fonte de dignidade e realização humana.
*(https://www.cut.org.br/noticias/impedida-de-ir-ao-banheiro-trabalhadora-urina-nas-calcas-em-novo-hamburgo-5741)
Amarildo Cenci é presidente da CUT-RS
Zé Maria
Enquanto isso, a Milícia de Bolsonaro/Guedes/Mourão
(Mídia Venal, Mercado Financeiro, Burguesia Fascista)
se associa com o Centrão (Bancada BBB), no
Congresso Nacional, encaixando o Nogueira (PP),
na Casa Civil, e criando um Ministério* pro Lorenzoni (DEM).
*Ministério do Desemprego.
Zé Maria
E, hoje, a Mídia FasciPaulista vem, através do Estadão
– aquele mesmo da “Escolha Difícil” – com um editorial
concluindo que “Bolsonaro é refém de um sistema que
não apenas não soube controlar como a ele se entregou
docilmente, embora sem admitir a seus fanáticos.
Pois, ao mesmo tempo, é refém da própria língua
porque seus gestos negam o farisaísmo eleitoral que,
um dia, explorou.
Da “nova política” ao aprofundamento de sua capitulação,
Bolsonaro é consciente da regra básica do fisiologismo:
quanto mais fraco o governo maior é o preço a pagar.
A Casa Civil é o coração do governo.
Nas mãos de Ciro Nogueira, a tendência é de que ceda
mais e mais nacos de poder e orçamento.
O Centrão não perde tempo na fila do osso (*).
https://www.pressreader.com/brazil/o-estado-de-s-paulo/20210722
(*) O Estadão cometeu um erro aqui:
O Centrão não entrou na ‘fila do osso’,
entrou sim na fila do Filé e da Picanha
dos Oficiais Militares Sanguessugas.
Na fila do osso estão os Soldados Rasos
e os Trabalhadores, os Aposentados,
os Desempregados, os Subempregados,
e os Escravizados, Desumanizados.
https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/maister-f-da-silva-no-pais-da-fila-do-osso-fome-e-autoritarismo.html
Zé Maria
Não é só pelo Voto impresso, é pelas deformas,
uma que irá destruir o Serviço Público no Brasil
e outra que vai penalizar a Classe Trabalhadora
com aumento de impostos, ao mesmo tempo
em que alivia a Cobrança de Imposto de Renda
dos Bancos e das Grandes Empresas.
O Guedes montou uma Milícia para atuar ao
contrário do que o Bando de Robin Hood:
“Tira dos Pobres para dar aos Ricos”.
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