Boulos confirma que Povo Sem Medo e MTST vão às ruas no domingo para evitar que minoria bolsonarista seja hegemônica

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Reprodução

DIÁLOGO COM LUIZ EDUARDO SOARES, via Facebook

Tenho muito respeito por Luiz Eduardo, um intelectual de primeira linha e uma figura humana extraordinária.

Como ele, tenho grande preocupação com a ascensão do fascismo bolsonarista e não considero as liberdades democráticas simples formalidades.

Foram conquistadas com sangue e luta de toda uma geração de brasileiros.

Mas discordo em relação às manifestações de domingo.

O que vimos na semana passada, puxado por torcedores organizados, foi um passo fundamental na resistência ao fascismo: a demonstração de que a rua não é deles.

Não basta sermos maioria na sociedade.

Não basta assinarmos manifestos unitários, que julgo importantes, aliás subscrevi todos.

Mas a hegemonia fascista, mesmo minoritária, se afirma nas ruas.

Foi assim com os Camisas Negras de Mussolini e com as milícias hitleristas.

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Poderia ter sido assim com os integralistas de Plinio Salgado no Brasil se os comunistas não os tivessem enxotado das ruas.

Se normalizamos gente defendendo AI-5 e agredindo opositores, jornalistas e enfermeiras em praça pública, daqui a pouco não teremos condições de dar as caras.

Sei que a questão não é simples.

Além do mais, estamos em meio a uma pandemia.

Mas na conversa entre os organizadores da manifestação do próximo domingo, ao menos em São Paulo, haverá um enorme esforço para manter o distanciamento e as precauções sanitárias.

O Povo Sem Medo organizou uma brigada de saúde para isso com centenas de voluntários.

O MTST vai distribuir 4 mil máscaras na Avenida Paulista, feitas pelas cooperativas de costureiras do Movimento.

A orientação da organização do ato será uma manifestação pacífica e de inibir infiltrados.

Claro que sempre há um risco.

Devemos fazer de tudo para minimizá-lo.

Mas, convenhamos, o outro lado não precisa de pretextos nossos para endurecer.

Se ficarmos parados tampouco temos qualquer garantia.

Eles sempre produziram os próprios pretextos.

Lembremos do Riocentro, em 1981, quando oficiais do Exército contra a democratização iriam explodir bombas no festival do Dia do Trabalhador para culpar a esquerda.

Não funcionou por imperícia.

Ou do plano de explodir o gasômetro de São Cristovão, em 1968, em nome dos comunistas, só evitado pela denúncia de um oficial da Aeronáutica.

É a velha tática que os nazistas inauguraram no incêndio do Reischtag.

Bolsonaro avança na escalada autoritária.

Sei dos riscos, mas não creio que se deixarmos as ruas para eles estaremos impedindo essa marcha.

Por isso, o MTST e o Povo Sem Medo estarão nas ruas no domingo. E eu também estarei lá.

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Comentários

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MAAR Mario Ramos

Na minha humilde opinião, o momento atual exige máxima prudência.

Manifestações de rua na conjuntura presente implicam em grande risco de provocações e factóides serem usados para alavancar iniciativas golpistas.

Os relatos sobre ocorrido na Avenida Paulista descrevem uma modalidade conhecida de abuso policial, em que a tropa da polícia lança bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha contra manifestantes pacíficos e a partir daí surgem várias provocações e vandalismo. Isto é algo visto desde 2012/2013, e tem se tornado recorrente.

Assim, não é recomendável abrir este flanco de vulnerabilidade, inclusive pelo fato de que no mundo de hoje, é mais eficaz e segura a militância virtual e alternativa.

A utilização organizada das redes sociais e demais meios de comunicação eletrônica, aliada a panelaços amplamente agendados, podem gerar efeitos surpreendentes.

Além disso, a organização efetiva de uma frente democrática suprapartidária deve ir além das notas e manifestos, precisa mobilizar de fato as instituições democráticas para promover o amplo debate dos fundamentos que devem embasar o urgente afastamento do presidente da república, bem como a realização de novas eleições gerais.

As provas já formalizadas do uso de fake news nas eleições de 2018 são mais do que suficientes para decretação de nulidade do pleito e realização de novas eleições, os inúmeros crimes de responsabilidade de Bolsonero são graves o bastante para tornar inevitável o impeachment, e na medida em que exista pressão política, organizada e institucional, o legislativo e o judiciário vão perceber que o melhor para todos é a efetiva vigência da legislação e da constituição, para salvar a democracia.

Para tanto, é preciso preservar e ampliar a militância virtual, utilizar meios alternativos tipo campanhas de emails, e mobilizar as instituições representativas da sociedade com vistas a cobrar das instituições estatais o respeito às normas constitucionais.

Nesta medida, a fim de preservar meios adequados para o afastamento de Bolsonaro e para realização de novas eleições, todas as lideranças responsáveis têm o dever de evitar manifestações de rua neste momento, para promover o prosseguimento da mobilização política por meios virtuais e através de iniciativas institucionais.

Zé Maria

Observando a transmissão da GloboNews é que a gente vê
como a Polícia lá dos EUA é Violenta e Racista,
bem diferente da Polícia Militar (PM) daqui do braZil.

Darcy Brasil Rodrigues da Silva

Concordo com o Boulois. Há, de fato, uma contradição entre a necessidade de observar o isolamento social ea obrigatoriedade de enfrentar nas ruas corajosamente as falanges fascistas. Porém, quem nos obriga a resolver essa contradição em favor da luta contra os fascistas nas ruas são eles, os fascistas, pois seria muito mais letal a vitória de um golpe miliciano do que o número de mortes absurdas que o coronavírus está produzindo entre nós. PS: Atenção para as medidas de segurança! Provocadores devem ser imediatamente combatidos e, se possível, filmados, com suas imagens divulgadas nas redes sociais. Fascistas, não passarão! Fora Bolsonaro!

Antenor

A propósito, eu queria perguntar aos intelectuais que estão com receio de manifestações pró-democracia nas ruas se vamos deixar os fascistas reinando sozinhos nelas com ou sem pandemia representando 30 por cento da população quando somos 70 por cento dela?

Vamos tolerar mais atos a la Klu Klux Kan sem fazer nada? Até quando?

Os EUA também estão em crise sanitária e eles estão se manifestando contra o racismo usando máscaras e tomando outras precauções?

No que somos diferentes deles ?

Eles são mais corajosos do que nós?
Eu acho que nós devemos ter as precauções sanitárias, trabalharmos para que as manifestações sejam pacíficas e pensarmos em meios de provar a infiltração deles de sorte a fazer o tiro sair pela culatra.

    Luiz Eneas

    Acho que deve-se ir sim. Acho que não devemos perder o momento, o bonde passa. Não vamos nesse fds por isso, no outro vai ter outra coisa. Tem algo muito importante em jogo, nossa liberdade e futuro de nossos filhos e netos. Já devíamos ter ido, eu acho. Demorou. É agora…ou esquece. O Mundo está com a gente, esperando por nós. Causa justa.

Elaine

Como disse o autor de um artigo que eu li em outro blog: O Medo é a arma do fascismo.

Como disse Vandré: “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”.

Os fascistas e aloprados acham que as ruas pertencem a eles.

A gente não vai e eles vão continuar zanzando nelas com direito a presidente sobrevoando as manifestações deles de helicóptero acompanhado do ministro da defesa.

Não dá para tolerar sem fazer nada não.

    a.ali

    sim, esse bando já nos roubou a bandeira e querem as ruas e todos os espaços e imporem o fascismo no pais, por isso, vamos às ruas, SIM!!!
    perfeito, boulos!

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