Pimenta: Na ONU, Bolsonaro mostra ao mundo a essência do capitão-presidente

Tempo de leitura: 2 min

Na ONU, Bolsonaro revela sua essência e faz o Brasil passar vergonha

Por Paulo Pimenta*

A participação do presidente Jair Bolsonaro na 74º Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira, em Nova York, cobriu o povo brasileiro de vergonha e mostrou ao mundo o que representa o capitão-presidente.

Um discurso agressivo que colocou o Brasil em posição de constrangimento, país que desde a criação da ONU, em 1945, tem a honra de abrir a sessão de debates da entidade com discursos de alto nível por parte de seus chefes de Estado.

É inacreditável que um presidente do Brasil, em 2019, use a tribuna da Assembleia Geral da ONU para justificar a ditadura iniciada com um golpe militar em 1964, estimular a intolerância, o conflito interno e internacional, além de defender teorias da conspiração.

O que o mundo viu foi um presidente sem noção do papel que deveria cumprir em defesa dos interesses do povo brasileiro e do respeito ao multilateralismo, à democracia, aos direitos universais e aos princípios da autodeterminação dos povos.

Bolsonaro reforçou a imagem de sabujo dos interesses norte-americanos, chegando ao cúmulo de levar na delegação brasileira representante dos golpistas venezuelanos liderados por Juan Guaidó, que se autodenominou presidente do país vizinho.

Em vez de concórdia, mais uma vez destilou o ódio em seu discurso contra os povos indígenas, a oposição brasileira e outros países.

Que moral tem um sujeito cuja família recebe dinheiro de milicianos para atacar o Cacique Raoni, que dedica (e arrisca) sua vida há décadas para defender o território e os direitos dos povos da floresta?

A cobertura da imprensa internacional, qualificada de mentirosa pelo presidente que se elegeu com base em mentiras e fake news, demoliu de imediato as negativas de Bolsonaro sobre a crise ambiental na Amazônia – fotos de satélites, inclusive da Nasa, mostram a gravidade da degradação da floresta e as ameaças aos povos tradicionais que nela habitam.

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Agências de checagem de fatos do Brasil mostram que 90% das informações dadas por Bolsonaro em seu discurso são mentiras, o que agrava o vexame.

O Brasil sempre foi respeitado na ONU.

Os dois presidentes dos governos do PT – Lula e Dilma – ao participarem da Assembleia Geral da ONU proclamaram os valores da paz, do diálogo entre povos e países, da cooperação pelo desenvolvimento com justiça social e preservação do meio ambiente. Defenderam reformas justas na ordem global do comércio, das relações econômicas, da segurança do combate à fome.

Garantiram o respeito internacional ao Brasil e uma posição de mediador de conflitos.

Quem ocupou a tribuna da ONU nesta terça-feira negou os valores que o Brasil consolidou ao longo do tempo em nome da paz, da democracia e da liberdade.

A única verdade dita por ele é a defesa de seu projeto antinacional e subserviente aos estrangeiros, de integrar o “o Brasil às cadeias globais de valor”.

Em nome dos interesses do grande capital que o apoia, promete entregar as riquezas naturais do País, as empresas públicas, a biodiversidade e a soberania nacional, com um projeto de destruição de direitos sociais e econômicos da população.

A defesa da paz, da cooperação internacional, da soberania e do combate à fome são o norte de uma diplomacia que nós, do PT, defendemos.

O desafio das forças democráticas e progressistas é o de lutar pela retomada de nossas tradições diplomáticas e mostrar que as posições do capitão não representam o pensamento médio da sociedade brasileira.

*Paulo Pimenta é jornalista e deputado federal (RS), líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados

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Zé Maria

A única Essência que Jair Bolsonaro possui
é o Veneno Destilado das Próprias Entranhas.

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