Bolsonaro insinua prisão de Celso de Mello e militares da reserva alertam para “guerra civil”

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J. Gonçalves, via Fotos Públicas

Da Redação

Em postagem no twitter, o presidente Jair Bolsonaro insinuou que o ministro do STF, Celso de Mello, cometeu crime ao divulgar o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.

Bolsonaro publicou, sem comentários, trecho da lei de abuso de autoridade:

Art. 28 — Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investiga ou acusado: pena – detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Ao mesmo tempo, militares da reserva divulgaram nota em apoio ao ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, em que se referem aos ministros do STF como “bando de apadrinhados”.

De acordo com os militares, os ministros correm o risco, com suas decisões, de causar “grave risco de crise institucional com desfecho imprevisível, quiçá, na pior hipótese, guerra civil”.

O ministro Augusto Heleno, alvo da solidariedade, havia publicado nota dizendo que o pedido de apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro, feito por parlamentares da oposição, poderia causar ameaça à “estabilidade nacional”.

O pedido, que Celso de Mello encaminhou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, foi feito no bojo do inquérito que apura a denúncia do ex-ministro Sergio Moro de que Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal.

A nota de Augusto Heleno foi publicada pouco antes da decisão do ministro Celso de Mello de divulgar o vídeo da reunião de 22 de abril.

Com ela, Heleno colocou uma faca no pescoço do PGR — e Jair Bolsonaro já disse que não entregará seu celular nem se a Justiça decidir que ele deve fazê-lo.

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Na reunião de 22 de abril, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se disse frustrado com Brasília e afirmou que, por ele, colocaria na cadeia os “vagabundos” do STF.

Em sua nota, os militares da reserva acusam ministros do STF de agir “como lacaios de seus nomeadores, sequazes vermelhos e vendilhões impatrióticos”.

O presidente Jair Bolsonaro mira o STF depois do vazamento de que seu filho Carlos Bolsonaro foi apontado como o organizador do chamado “gabinete do ódio” pela Polícia Federal, em inquérito que a Corte mandou abrir para apurar a disseminação de fake news contra os ministros.

SOLIDARIEDADE AO GENERAL AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA

Nós, oficiais da reserva do Exército Brasileiro, integrantes da Turma Marechal Castello Branco, formados pela “SAGRADA CASA” da Academia Militar das Agulhas Negras em 1971, e companheiros dos bancos escolares das escolas militares que, embora tenham seguido outros caminhos, compartilham os mesmos ideais, viemos a público externar a mais completa, total e irrestrita solidariedade ao GENERAL AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, não só em relação à Nota à Nação Brasileira, por ele expedida em 22 de maio de 2020, mas também em relação a sua liderança, a sua irrepreensível conduta como militar, como cidadão e como ministro de Estado.

Alto lá, “ministros” do stf!

Temos acompanhado pelo noticiário das redes sociais (porquanto, com raríssimas exceções, o das redes de TV, jornais e rádios é tendencioso, desonesto, mentiroso e canalha, como bem assevera o Exmº. Sr. presidente da República), as sucessivas arbitrariedades, que beiram a ilegalidade e a desonestidade, praticadas por este bando de apadrinhados que foram alçados à condição de ministros do stf, a maioria sem que tivesse sequer logrado aprovação em concurso de juiz de primeira instância.

Assistimos, calados e em respeito à preservação da paz no país, à violenta arbitrariedade de busca e apreensão, por determinação de conluio de dois “ministros”, cometida contra o General Paulo Chagas, colega de turma.

Mas o silêncio dos bons vem incentivando a ação descabida dos maus, que confundem respeito e tentativa de não contribuir para conturbar o ambiente nacional com obediência cega a “autoridades” ou conformismo a seus desmandos.

Aprendemos, desde cedo, que ordens absurdas e ilegais não devem ser cumpridas.

Desnecessário enumerar as interferências descabidas, ilegais, injustas, arbitrárias, violentas contra o Exmº Sr. Presidente da República, seus ministros e cidadãos de bem, enquanto condenados são soltos, computador e celular do agressor do então candidato Jair Bolsonaro são protegidos em razão de uma canetada, sem fundamentação jurídica, mas apenas pelo bel-prazer de um ministro qualquer.

Chega!

Juiz que um dia delinquiu — e/ou delinque todos os dias com decisões arbitrárias e com sentenças e decisões ao arrepio da lei — facilmente perdoa.

Perdoa, apoia, põe em liberdade e defende criminosos, mas quer mostrar poder e arrogância à custa de pessoas de bem e autoridades legitimamente constituídas.

Vemos, por esta razão, ladrão, corrupto e condenado passeando pela Europa a falar mal do Brasil.

Menos mal ao país fizeram os corruptos do mensalão e do petrolão, os corruptos petistas e seus asseclas que os maus juízes que, hoje, fazem ao solapar a justiça do país e se posicionar politicamente, como lacaios de seus nomeadores, sequazes vermelhos e vendilhões impatrióticos.

O cunho indelével da nobreza da alma humana é a justiça e o sentimento de justiça.

Faltam a ministros, não todos, do stf, nobreza, decência, dignidade, honra, patriotismo e senso de justiça.

Assim, trazem ao país insegurança e instabilidade, com grave risco de crise institucional com desfecho imprevisível, quiçá, na pior hipótese, guerra civil.

Mas os que se julgam deuses do Olimpo se acham incólumes e superiores a tudo e todos, a saborear lagosta e a bebericar vinhos nobres; a vaidade e o poder lhes cegam bom senso e grandeza.

Estamos na reserva das fileiras de nosso Exército.

Nem todos os reflexos são os mesmos da juventude.

Não mais temos a jovialidade de cadetes de então, mas mantemos, na maturidade e na consciência, incólumes o patriotismo, o sentimento do dever, o entusiasmo e o compromisso maior, assumido diante da Bandeira, de defender as Instituições, a honra, a lei e a ordem do Brasil com o sacrifício da própria vida.

Este compromisso não tem prazo de validade; ad eternum.

Brasília, 23 de maio de 2020.

Adonai de Ávila Camargo, Coronel de Infantaria

Alvarim Pires do Couto Filho, Coronel de Infantaria

Álvaro Vieira Coronel, Engenheiro Militar

Altimelio Silva Pinheiro Homem, Coronel de Infantaria.

Alzelino Ferreira da Silva, Coronel Comunicações

Amaury Faia, Coronel de Infantaria

Anquises Paulo Stori Paquete, Coronel de Infantaria

Antônio Carlos Gay Thomé, Coronel Engenheiro Militar

Antônio Carlos da Silva Portela, General de Brigada

Antônio Ferreira Sobrinho, Coronel de Artilharia

Augusto Cesar Lobão Moreira, Promotor de Justiça

Carlos Alberto Dias Vieira, Engenheiro

Carlos Alberto Zanatta, Coronel Engenheiro Militar

Carlos Augusto da Costa Brown, Coronel de Infantaria

Carlos Soares, Coronel Engenheiro Militar

Celso Bueno da Fonseca, Coronel de Cavalaria

Chacur Roberto Jorge, Major de Material Bélico

Cláudio Eustáquio Duarte, Coronel de Infantaria

Dalton Domingues, Coronel do Quadro de Material Bélico

Décio Machado Borba Júnior, Coronel Infantaria

Édson Pires dos Santos, Coronel de Infantaria

Edu Antunes, Coronel de Infantaria

Eduardo de Carvalho Ferreira, Coronel do Quadro de Material Bélico

Eduardo José Navarro Bacellar, Coronel de Comunicações

Eliasar de Oliveira Almeida, Coronel de Artilharia

Emilio Wagner Kourrouski, Coronel de Cavalaria

Ênio Antonio Alves dos Anjos, Coronel de Comunicações

Fernando Francisco Vieira, Major de Artilharia

Fernando Freire, Coronel de Infantaria

Francisco José da Cunha Pires Soeiro, Coronel Engenheiro

Fernando Ruy Ramos Santos, Coronel de Intendência

Francisco de Assis Alvarez Marques, Coronel de Artilharia

Gabriel Cruz Pires Ribeiro, Coronel de Comunicações

Genino Jorge Cosendey, Coronel de Engenharia

Gilberto Machado da Rosa, Coronel de Engenharia

Ivanio Jorge Fialho, Coronel de Intendência

Jeová Ferreira Rocha, Coronel do Quadro de Material Bélico

Johnson Bertoluci, Coronel de Engenharia

João Cunha Neto, Coronel de Infantaria

João Henrique Pereira Allemand, Coronel de Comunicações

João Vicente Barboza, Coronel de Infantaria

Jorge Alberto Durgante Colpo, Coronel de Artilharia

Jorge Cosendey, Coronel de Engenharia

José Benedito Figueiredo, Coronel de Artilharia

José Carlos Abdo, Coronel de Engenharia

José Eurico Andrade Neves, Coronel de Cavalaria

José Rossi Morelli, Coronel de Engenharia

Josias Dutra Moura, Coronel de Intendência

Julio Joaquim da Costa Lino Dunham

Juarez Antônio da Silva, Coronel de Infantaria

Lincoln Ungaretti Branco, Coronel de Infantaria

Luiz Antônio Gonzaga, Coronel de Artilharia

Luiz Dionisio Aramis de Mattos Vieira, Coronel de Cavalaria

Luiz Eduardo Rocha Paiva, General de Brigada Ref

Manoel Francisco Nunes Gomes, Coronel de Infantaria

Márcio Visconti, Coronel de Cavalaria

Marco Antônio Cunha, Coronel de Infantaria

Marino Luiz da Rosa, Coronel de Comunicações

Nelson Gomes, Coronel de Engenharia

Moacir Klapouch, Coronel de Intendência

Nilton Nunes Ramos, Coronel de Infantaria

Nilton Pinto França, Coronel de Artilharia

Norberto Lopes da Cruz, Coronel de Infantaria

Osiris Hernandez de Barros, Coronel de Cavalaria

Pascoal Bernardino Rosa Vaz, Coronel de Cavalaria

Paulo Cesar Alves Schutt, Coronel de Infantaria

Paulo César Fonseca, Coronel de Infantaria

Paulo Goulart dos Santos, Coronel de Infantaria

Paulo Sérgio de Carvalho Alvarenga, Coronel do Quadro de Engenheiros Militares

Paulo Sérgio do Nascimento Silva, Coronel de Infantaria

Pedro Sérgio Chagas da Silva, Coronel do Quadro de Material Bélico

Pedro Paulo da Silva, Coronel de Infantaria

Renan Coelho Caldeira, Coronel de Intendência

Renato César do Nascimento Santana, Coronel de Infantaria

Roberto Barbosa, Coronel de Infantaria

Robert Henriques, empresário

Ronald Wall Barbosa de Carvalho, Engenheiro e empresário

Rubens Vieira Melo, Coronel de Artilharia

Rui Antônio Siqueira, Coronel de Infantaria

Sebastião Célio de Aquino Almeida, Coronel de Intendência

Sérgio Afonso Alves Neto, Coronel de Artilharia

Sérgio Antônio Leme Dias, Advogado e professor

Siloir José Soccal, Coronel de Intendência

Téo Oliveira Borges, Coronel de Infantaria

Tércio Azambuja, Coronel de Cavalaria

Tiago Augusto Mendes de Melo, Coronel de Artilharia

Túlio Cherem, General de Exército

Vanildo Braga Vilela, Coronel de Engenharia

Vicente Wilson Moura Gaeta, Coronel de Intendência

Waldir Roberto Gomes Mattos, Coronel de Infantaria

Walter Paulo, General de Brigada

Willard Faria Familiar, Coronel de Infantaria

Zenilson Ferreira Alves, Coronel de Artilharia

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Comentários

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Nelson

Dando sequência ao meu comentário anterior, creio que cabe aqui citar o pensador inglês Samuel Johnson. Ele dizia que “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.

Não creio que sua frase servisse a todas as situações, uma vez que existem, sim, os patriotas verdadeiros, aqui em outros lugares. Porém, para uma montoeira de militares ao redor do mundo – incluindo grande parte dos militares brasileiros – a sentença de Johson cai como uma luva.

Nelson

Há pouco, completavam-se, já, cinco anos da partida do grande Eduardo Galeano. Em seu “As Veias Abertas da América Latina”, Galeano desfere uma de suas tantas frases certeiras: “Os políticos latino-americanos já descobriram a melhor forma de não fazerem a reforma agrária: reivindicá-la todos os dias”.

Parafraseando Galeano, Os militares brasileiros – ou pelo menos grande parte deles – já descobriram a melhor forma de escamotear o seu não-patriotismo. É reivindicá-lo como coisa exclusiva sua afirmando serem os únicos que ainda mantêm “incólumes”, o mesmo “patriotismo” e “o sentimento do dever, o entusiasmo e o compromisso maior, assumido diante da Bandeira, de defender as Instituições, a honra, a lei e a ordem do Brasil com o sacrifício da própria vida”.

Zé Maria

No Estado Democrático de Direito,
é garantido o direito à ampla defesa
e ao contraditório, NO PROCESSO,
não em Twitter, Facebook, Instagram,
que só aceitam opiniões pessoais.

Além do mais, o direito à petição é
também garantido pela Constituição,
podendo o pedido ser dirigido a qualquer
Órgão ou Autoridade da República.

No caso, se o Presidente sentir ofendido
um direito que lhe é garantido por lei,
basta fazer com que a Advocacia-Geral
peticione diretamente ao Judiciário ou
represente junto à Procuradoria-Geral.

É assim que funciona a Democracia
Constitucional Republicana. Talquêi?

Zé Maria

Milicos Mijões da Turma da AMAN-1971
doutrinada pelo Ditador Sanguinário
General Emilio Garrastazu Médici,
sob os auspícios do AI-5, a hoje citada
“Fralda, Fraldão, Camisola de Dormir”.

Agora, veremos se, diante da anomalia
no Phoder Executivo, as Instituições
dos outros dois Phoderes da União
estão funcionando normalmente ou
se o Judiciário e o Legislativo irão se
curvar ante as Ameaças de EX-Militares
ressentidos porque nunca foram à Guerra.

Pior é que o nosso Marechal Dias está
fora de Combate, numa enfermaria do
Hospital de Campanha, pois foi atingido
por uma explosão de granada no bolso,
decorrente de Sabotagem do inimigo.
Apesar do prognóstico favorável, corre
risco de morte, pela ação de médicos
infiltrados das Agências AMB e CFM.

De todo modo, o Coronel Fuchs assume
o posto do Marechal, com apoio irrestrito
do destacamento de cabos e soldados
treinados pelo Sargento Moro no FBI&CIA,
sob o Lema “In Fuchs We Trust”. Ô Mái Gódi!

EDSON PLAZZA

Todos querendo arrumar uma boquinha no governo do Bozo

Schell

Os apijamados não conseguem nem conjugar de acordo o verbo vir: não é viemos (passado), mas, VIMOS (presente). Vimos… Vimos… Bando é muito pouco.

Raquel Fernandez

Mas é isso que ele quer.

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