Bolsonaro espalha teoria da conspiração depois de vitórias da democracia na Argentina, Bolívia e Chile

Tempo de leitura: 2 min
Marcos Corrêa/PR

Da Redação

O presidente Jair Bolsonaro publicou um texto em sua conta no Twitter em que sugere que o Brasil pode sofrer interferência externa nas eleições de 2022.

É a reprise de algo que vem sendo dito com frequência nos Estados Unidos, especialmente pelos democratas, que acusam a Rússia de interferir — não há provas de que tenha acontecido.

Como o texto de Bolsonaro acerta o “porquê”, é provável que não tenha sido escrito por ele.

O presidente da República dissemina uma teoria da conspiração, segundo a qual a América do Sul estaria “caminhando para a esquerda” por ação de algum ator desconhecido.

Além da vitória de Alberto Fernández na Argentina, o MAS reconquistou o poder depois de sofrer um golpe na Bolívia e a esquerda ajudou a enterrar a Constituição de Pinochet no Chile.

Joe Biden já mencionou o Brasil mais de uma vez ao longo da campanha.

O democrata prometeu que vai recolocar os Estados Unidos no Acordo de Paris no primeiro dia de mandato.

O acordo trata de metas para a redução de emissão de carbono e evitar o aumento da temperatura global.

Biden sugere um fundo de alguns bilhões de dólares para ajudar o Brasil a controlar o desmatamento na Amazônia.

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Na mídia americana, Bolsonaro é frequentemente citado como um fã fervoroso de Trump.

O presidente brasileiro parece sugerir que, se Biden for eleito, estará interessado em controlar a Amazônia.

O texto do presidente da República:

Nossas riquezas, nosso futuro

Por Jair Bolsonaro, no twitter

É inegável que as eleições norte-americanas despertam interesses globais, em especial, por influir na geopolítica e na projeção de poder mundiais;

Até por isso, no campo das informações, há sempre uma forte suspeita da ingerência de outras potências, no resultado final das urnas;

No Brasil, em especial pelo seu potencial agropecuário, poderemos sofrer uma decisiva interferência externa, na busca, desde já, de uma política interna simpática a essas potências, visando às eleições de 2022;

Não se trata apenas do Brasil. Devemos nos inteirar, cada vez mais, do porquê, e por ação de quem, a América do Sul está caminhando para a esquerda;

Nosso bem maior, a liberdade, continua sendo ameaçado. Nessa batalha, fica evidente que a segurança alimentar, para alguns países, torna-se tão importante e aí se inclui, como prioridade, o domínio da própria Amazônia.

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