Antonio Lassance: Tá na hora de os fascistas do serviço público darem adeus aos seus empregos

Tempo de leitura: 3 min
Policiais militares do DF tiram foto e batem papo com alguns bolsonaristas, enquanto uma multidão de vândalos bolsofascistas invadem Congresso Nacional. Foto: Reprodução de vídeo de redes sociais

Tá na hora dos fascistas já irem embora do serviço público

Por Antonio Lassance*

Servidor público fascista deve ser tratado como fascista, e não como servidor.

Deve ser confrontado e destituído pelo Estado democrático de direito com as credenciais legais e democráticas já existentes.

A maioria das pessoas já percebeu que, apesar de todo o espetáculo dantesco de destruição e performances escatológicas, os grandes responsáveis pela vandalização das sedes dos Poderes da República, mais do que as pessoas vestidas de verde e amarelo e os que, de longe, financiaram o caos, foram os homens de preto, ou seja, os responsáveis pelo aparato policial militar que deveria conter os invasores da Terra Plana.

Por sorte, parece que caiu no chão aquela caneta que os homens de preto normalmente usam para apagar a memória recente dos fatos. Ao contrário, o colaboracionismo ficou explícito em selfies usadas para registrar seu êxtase naquele momento.

A destruição aconteceu não apenas porque algumas pessoas apedrejaram, chutaram, cuspiram, urinaram e defecaram nos Palácios. Ficou evidente que os grandes responsáveis foram os que cruzaram os braços diante daquelas cenas.

Para além dos terroristas e dos financiadores do caos, precisamos falar de uma outra categoria que virou pilar do fascismo no país: os sabotadores custeados com dinheiro público.

Esses sabotadores estatais são funcionários públicos civis ou militares que, embora pagos regiamente para cumprir a lei e a ordem do Estado democrático de direito, preferem agir como milícias.

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O aparato policial que conduziu e facilitou a invasão dos palácios na Praça dos Três Poderes foi escolhido a dedo pelo então secretário e ex-ministro do bolsonarismo, Anderson Torres, mas ele não teve lá tanto trabalho.

A PM do DF já havia feito uma “excelente” avant-première em dezembro de 2022, quando não moveu um único dedo para conter a queima de ônibus e carros de passeio após a tentativa de invasão da sede da PF.

O que se viu, nas duas ocasiões, foi exatamente a polícia se comportar como milícia.

Não todos os policiais, mas sobretudo os que comandam a PM mais bem paga do país parecem satisfeitos e se regozijam de achar que fazem o que lhes dá na telha com o dinheiro que recebem para proteger a Capital, as autoridades e os Poderes da República.

Por isso, uma das decisões mais importantes tomadas na esteira da grande destruição do dia 8 não pode passar despercebida.

Tanto quanto a intervenção Federal na segurança pública do DF e o afastamento do governador Ibaneis Rocha, é preciso fazer valer a orientação da CGU para que todos os servidores públicos envolvidos nessas manifestações sejam devidamente identificados, processados administrativamente e punidos por terem atentado, “principalmente, contra o Estado Democrático de Direito”.

Essa orientação pode e deve ser entendida também como a identificação, processo e punição de todo e qualquer servidor que tenha contribuído com o patrocínio financeiro ou a propagação de mensagens favoráveis ao golpe de Estado frustrado.

Independentemente de essa pessoa ter participado ou não e de ter gostado ou não do quebra-quebra, o que importa é o grau de adesão desses servidores ao golpismo; sua indecorosa traição à Constituição; a postura antiética de desprezo à sua função de servidor público.

Servidor público fascista deve ser tratado como fascista, e não como servidor. Deve ser confrontado e destituído pelo Estado democrático de direito com as credenciais legais e democráticas já existentes.

Os fascistas, em especial os libertarianistas deitados eternamente no berço esplêndido de seus empregos públicos, têm a chance de ouro de abandonar a esquizofrenia de serem pagos pelo Estado para serem anti-Estado.

O único gasto com dinheiro público que se pode admitir com um golpista é o de custear sua estada na Papuda.

Eles podem e devem buscar algum emprego, quem sabe, no banco BTG Pactual, que acabou de contratar dois ex-ministros ultrabolsonaristas como sócios.

Podem também assumir um cargo de gerente em alguma loja da Havan ou de chapeiro do Madeiro.

Parece que as únicas vagas que não estão mais disponíveis são as que o PL ofereceu, com direito a um senhor salário e uma bela mansão com vista para o Lago Paranoá.

O STF, em tempo, resolveu poupar esse partido de usar recursos públicos para patrocinar fascistas com um fundo que eles fingiam abominar.

*Antonio Lassance, servidor público, historiador e cientista político.

Leia também:

Jeferson Miola: Exército tinha GLO preparada para atuar depois do caos terrorista que ajudou a criar

Kennedy: Para preservar Pazuello, Múcio quer divulgar em ordem alfabética sigilos impostos por Bolsonaro

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Zé Maria

A Terra do Moro virou a Ucrânia:
Estão derrubando as Torres de
Distribuição de Eletricidade.
O que diz o Senador do Paraná?

    Zé Maria

    E o DDeputaDDo Paranaense? O que fala?

    “A Face Religiosa do Terrorismo:
    Lideranças ‘Religiosas’, algumas delas Políticos
    Com Mandato, participaram, articularam
    Caravanas e convocaram Ataques em Brasília.”
    (Segue o fio)
    https://twitter.com/AgenciaPublica/status/1612835561768906752

    .

    Zé Maria

    Pra não esquecer:

    “O ELEFANTE DO PARANÁ VAI DESTRUIR O BRASIL?”
    [A Operação Lava-Jato] “É um elefante na sala;
    mas não apenas da empresa; o elefante já pisoteia
    toda a economia brasileira.”

    https://www.sindsep-pe.com.br/noticias-detalhe/o-elefante-do-parana-vai-destruir-o-brasil/4850

    Zé Maria

    Observe-se que o Texto Acima Linkado
    é datado de 26/02/2015, ano anterior
    ao Golpe de Estado que derrubou a
    Presidente Dilma Rousseff.
    Ou seja, foi Deliberada a Destruição da
    Economia Brasileira por DD e Moro com
    o Intuito de derrubar o Governo do PT.

    E o que o Brasil está sofrendo hoje é
    evidentemente Conseqüência dos Atos
    ilegais cometidos tanto pelo Procurador
    como pelo Juiz (Incompetente e Parcial)
    que comandaram a Operação em Curitiba.

    Zé Maria

    “Fora STF!” nasceu com Lava Jato, diz Pesquisador
    dos EUA que estudou Posts de Deltan no Facebook

    Levantamento de Pesquisador da Universidade de
    Oklahoma mostra construção de discurso conservador
    entre Deltan Dallagnol e seus seguidores

    [ Reportagem: Natalia Viana | Agência Pública ]

    Ao analisar 756 postagens no Facebook que citavam o ex-chefe
    da Força-Tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol, o professor e
    pesquisador Fábio Sá e Silva, da Universidade de Oklahoma.
    detectou que o “Fora STF!” que se tornou uma das principais
    bandeiras dos apoiadores do governo Bolsonaro nasceu com
    o discurso dos procuradores da Lava-Jato de Curitiba.
    Segundo ele, Bolsonaro só abraçou a pauta em 2020,
    quando a Lava-Jato já estava em baixa. 

    Essas são algumas conclusões do estudo recém
    publicado na prestigiosa revista “Law & Society Review”
    que analisou também postagens e comentários
    na página do então colega de Deltan, o procurador
    Carlos Fernando dos Santos Lima.
    Sá e Silva detectou ainda que a Lava-Jato tinha um
    forte tom religioso, com diversos seguidores de Deltan,
    assim como ele próprio, dizendo que os procuradores
    eram “enviados de Deus”.
    Essas mensagens eram propagadas por meio de redes
    sociais, como parte de uma estratégia mais ampla.

    Como resultado, Dallagnol angariou milhões de seguidores
    [830 mil no Facebook e 1,4 milhão no Twitter] quando foi
    candidato a deputado federal pelo Paraná.  

    Para Sá e Silva, o método usado pelos procuradores
    se assemelha ao depois usado pelo bolsonarismo
    em uma “combinação explosiva para a democracia,
    pois colocava a Lava Jato acima da lei, ao mesmo
    tempo em que fragilizava as bases da convivência
    democrática”. 

    “A questão não é a composição do Congresso ou
    a interpretação que o Supremo dá a uma lei,
    mas sim o próprio constrangimento representado
    pela existência do Congresso ou do Supremo para
    que a posição do presidente – ou, lá atrás, dos
    procuradores – prevaleça”, observa. 

    Leia trechos da entrevista:  https://t.co/MKjE3do7AH

    https://apublica.org/sentinela/2022/08/fora-stf-nasceu-com-a-lava-jato-diz-pesquisador-que-estudou-posts-de-deltan-no-facebook/

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