Antes de ser preso, Queiroz disse que MP do Rio tinha “pica do tamanho de um cometa” e mencionou casa de Bento Ribeiro; relembre os áudios

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

Em áudios vazados antes da prisão de Fabrício Queiroz, o amigo e ex-assessor do clã Bolsonaro disse que o Ministério Público do Rio de Janeiro tinha uma “pica do tamanho de um cometa” contra ele e a família.

Num dos áudios, Queiroz mencionou Cileide, que foi exonerada por Carlos Bolsonaro depois que o escândalo das rachadinhas estourou.

Ele pergunta ao interlocutor não identificado se Cileide continuava “na casa de Bento Ribeiro”.

A casa de Bento Ribeiro foi alvo de busca e apreensão hoje. Teria sido a sede de campanhas eleitorais do clã. 

A Polícia Civil foi à casa atrás de Alessandra Esteve Marins, atual funcionária do gabinete que Flávio Bolsonaro mantém no Rio.

A casa estava vazia e com uma placa de vende-se na porta. Testemunhas ouviram marretadas e viram a polícia sair com dois malotes.

Vizinhos disseram ao G1 que a funcionária mudou-se faz um mês.

A Cileide mencionada por Queiroz é Cileide Barbosa Mendes, que nos anos 90 foi empregada doméstica da família Bolsonaro.

Ela também foi babá de uma criança filha da ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Valle, com o ex-marido dela, o militar Ivan Ferreira Mendes.

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Cileide serviu no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro de 2001 a 2019. Quando foi exonerada, depois que o escândalo estourou, ganhava R$ 7.483,00.

Nos áudios, a interlocutor não identificado, Queiroz diz que poderia voltar a trabalhar politicamente para os Bolsonaro depois que o escândalo fosse resolvido.

Tudo dependeria de um “chefe” que ele não identifica.

Queiroz é próximo do clã desde os anos 80 e trabalhou nas campanhas eleitorais da família.

Assumiu a chefia de gabinete de Flávio Bolsonaro quando este era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Recebeu de 13 assessores parlamentares mais de R$ 2 milhões em depósitos em sua conta bancária, sendo 70% em dinheiro vivo.

Empregou a mãe e a esposa do ex-capitão do Bope Adriano de Magalhães da Nóbrega no gabinete de Flávio, além dos próprios familiares (esposa, ex-marido da esposa, filhas e enteada) e da ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle e parentes dela.

A justificativa para os pedidos de prisão de Queiroz e da esposa Márcia, que está foragida, é de que ambos estavam coagindo testemunhas e tentando atrapalhar investigações.

O vazamento dos áudios, à época, foi considerada uma tentativa de Queiroz de obter proteção da família Bolsonaro.

Curiosamente, ele foi preso agora na casa do advogado do presidente Jair Bolsonaro e de Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef.

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