Altamiro Borges: Mídia nativa vai se arrepender da complacência com Bolsonaro; fascismo não tolera a liberdade de expressão
Tempo de leitura: 3 minA mídia internacional e o risco Bolsonaro
por Altamiro Borges, em seu blog
É impressionante a postura acrítica, quase complacente, da mídia nativa diante do risco Bolsonaro.
Para se opor às esquerdas, ao PT e às suas bandeiras – como justiça social, soberania nacional e desenvolvimento –, a chamada grande imprensa tenta naturalizar um fascistoide que lançará o país no caos econômico e na treva política.
No mundo inteiro, os veículos de comunicação têm destacado o grave perigo, confirmando que o Brasil pode virar um pária internacional, com maiores dificuldades nas suas relações diplomáticas e comerciais.
Nas últimas semanas, o temor foi motivo de várias reportagens e capas de jornais e revistas. Vale conferir algumas delas:
Estados Unidos
The New York Times: “Brasil flerta com um retorno aos dias sombrios”;
Financial Times: “O ‘trágico destino’ brasileiro de uma rebelião antidemocrática surge novamente”;
Huffington Post: “Jair Bolsonaro e o violento caos das eleições presidenciais no Brasil”;
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Revista Time: “Jair Bolsonaro ama Trump, odeia gays e admira autocratas. Ele pode ser o próximo presidente do Brasil”;
Alemanha
Deutsche Welle: “Analistas alemães veem democracia no Brasil em risco”;
Zeit: “Um fascista se apresentando como homem honesto”;
Reino Unido
The Economist (capa): “A mais nova ameaça na América Latina”;
The Economist: “O perigo representado por Jair Bolsonaro”;
The Times: “Jair Bolsonaro, populista ‘perigoso’ promete tornar o Brasil seguro”;
The Guardian: “Trump dos trópicos: o perigoso candidato que lidera a corrida presidencial do Brasil”;
Austrália
The Australian: “Conheça o candidato que é um risco à democracia”;
The Sydney Sunday Herald: “Por que alguns no Brasil estão se virando para um explosivo candidato de extrema-direita para presidente?”;
Portugal
O Público: “Bolsonaro, o jagunço à porta do Planalto”;
Diário de Notícias: “Jair Bolsonaro é perigo real no Brasil e segue passos de Adolf Hitler”;
França
Le Figaro: “Brasil nas garras da tentação autoritária”;
Liberation: “No Brasil, um ex-soldado para liquidar a democracia”;
Le Monde: “Trump tropical, homofóbico e machista”;
Espanha
El País: “Bolsonaro é um Pinochet institucional para o Brasil”;
El Mundo: Líder polêmico. Bolsonaro: o candidato racista, homofóbico e machista do Brasil”;
Itália
Corriende della Sierra: “Um pesadelo chamado Bolsonaro”;
La Republica: “Bolsonaro, líder xenófobo e antigay que dá o assalto à Presidência do Brasil”;
Suíça
Neuen Zürcher Zeitung: “O faxineiro racista do Brasil”;
Chile
El Mercurio: “Bolsonaro assusta com soluções simplistas e autoritárias”;
Argentina
La Nacion: “Linha dura e messianismo: Bolsonaro, o candidato mais temido, se lança para a presidência”;
El Clarín: “Jair Bolsonaro: militarista, xenófobo e favorito para a eleição brasileira”.
Já no Brasil…
Já no Brasil, a mídia ainda discute se Jair Bolsonaro é de extrema-direita. É patético e poderá cobrar um alto preço no futuro próximo.
Até a ombudsman da Folha criticou a cumplicidade do jornal em que trabalha. Paula Cesarino Costa questionou com razão:
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A Folha vem recebendo cobranças de parcela de eleitores que avalia que o jornal está evitando dar nomes aos bois ou, mais exatamente, qualificar o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, como de extrema direita.
No início de outubro, dois meses após a campanha estar oficialmente nas ruas, a Secretaria de Redação da Folha distribuiu comunicado interno em que afirma não haver, na atual disputa eleitoral brasileira, nenhuma candidatura que se enquadre na categoria de ‘extrema direita’ ou ‘extrema esquerda’.
Os principais jornais do mundo, de inegável qualidade, usam variações do conceito de extrema direita (far right, ultraderecha, extrême droite) para definir a candidatura de Bolsonaro. São eles: The Economist, Financial Times, The Guardian, El País, The New York Times, The Washington Post, Le Monde, Clarín e La Nacion, entre outros… A candidatura do PSL representa corrente política militarista com demonstrações explícitas de defesa da violação dos direitos humanos, de questionamento dos direitos das minorias, que nega a ditadura militar e a ocorrência comprovada de torturas e que mantém reiterados flertes à quebra da normalidade democrática.
Esses pontos factuais somados parecem mais do que suficientes para definir uma candidatura como sendo de extrema direita, aquela que opta por estratégia extrema, além do eixo construído no consenso democrático por direita e esquerda. Órgãos de imprensa do mundo todo – dos economicamente liberais de direita aos abertamente progressistas de esquerda – concordaram com essa apreciação. A meu ver, a Folha e os principais órgãos da imprensa brasileira se equivocam em não fazê-lo e não parecem preocupados com a dimensão histórica desse entendimento”.
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Daria para acrescentar que “os principais órgãos da imprensa brasileira” podem se arrepender, mais cedo do que tarde, dessa postura covarde e complacente! O fascismo não tolera a liberdade de expressão!
Leia também:
Celso de Mello, sobre fala de Eduardo Bolsonaro: ”É golpista; inaceitável visão autoritária”
Comentários
Carlos Valentin
O monstro que esta imprensa e este STF golpistas ajudaram a parir e crescer, vai devorar a todos, esta mais do que na cara.
Carlos Valentin
Mídia, STF, ajudaram a parir o monstro, deram comida para o monstro, agora que o monstro cresceu, vai devorar a todos.
Bel
E os blogs sujos e a esquerda nem sequer lembram que Honduras tem governo de extrema-direita apoiado pelos Estados Unidos e milhares de hondurenhos estão seguindo a fronteira, saindo do país, tentando entrar nos EUA. Nem lembram de fazer comparação com Venezuela. É só o inverso do mesmo.
Osvaldo
Eh incrivel q a rede global ainda tenha entendido que o bolsonaro nao precisa deles, ele ja tem os fariseus e seu exército de minions do zap…
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