Altamiro Borges: Enfermagem faz greve para defender o piso e denunciar terrorismo dos empresários junto ao STF

Tempo de leitura: 2 min
Foto: Ana Lúcia Albuquerque/Correio

A greve nacional pelo piso da enfermagem

Por Altamiro Borges, em seu blog

Diante da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o piso salarial da categoria, confirmada pela maioria do pleno nesta quinta-feira (15), o Fórum Nacional da Enfermagem, que agrega entidades da categoria como a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), decidiu intensificar os preparativos da paralisação nacional marcada para a próxima quarta-feira, dia 21 de setembro, com duração de 24 horas.

Segundo Solange Caetano, representante da FNE no fórum e secretária-geral do Sindicato dos Enfermeiros de São Paulo, o objetivo do protesto é denunciar o terrorismo dos empresários do setor e reforçar a pressão sobre o Judiciário.

“Nós temos muitos trabalhadores que ganham acima do piso, principalmente na capital. Mas, no interior, há várias cidades que estão pedindo para orientarmos como será a paralisação”, afirma a sindicalista. Ela também informa que haverá “uma grande manifestação de protesto na Avenida Paulista no dia 21”.

Na liminar que suspendeu o piso salarial, o ministro Luís Roberto Barroso definiu um prazo de 60 dias para esclarecimentos sobre o impacto financeiro da medida aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Jair Bolsonaro.

A pressão dos ricos empresários do setor foi pesada sobre o STF, afirmando que haveria quebradeira das empresas, milhares de demissões e piora dos serviços prestados à população. A mídia monopolista, como sempre, ajudou a difundir esse terrorismo patronal.

Enfermeiro ganhando um salário mínimo

Já as entidades dos profissionais do setor criticaram a falta de sensibilidade do STF.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), por exemplo, recebeu com “surpresa e indignação” a decisão do ministro Luís Roberto Barroso.

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“Todos os entes que ele diz precisar ouvir nos próximos 60 dias foram ouvidos quando a medida ainda estava tramitando na Câmara dos Deputados. É um trabalho importante para reduzir a discrepância nos salários pelo país. Tem enfermeiro que ganha um salário mínimo”, protesta Daniel Menezes, conselheiro do Cofen.

Para ele, a decisão é injusta. “Os dados apresentados por representantes de entidades privadas como possíveis demissões não têm base científica. Tudo isso já foi apresentado. Há um trabalho no Congresso para equacionar o subsídio. O Cofen vai se manifestar contra a decisão. Não vamos nos abater. Estamos surpresos, mas já trabalhando para garantir nosso direito adquirido”.

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Comentários

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Ibsen Marques.

O que me difere dos bolsonaristas são os motivos que me fazem desacreditar do STF e da justiça em geral. Esses canalhas todos fizeram vistas grossas ao orçamento secreto e toda a mamata nos ministérios. Teceram rasgados elogios aos profissionais de saúde, mas que nunca se converteu em validação efetiva de sua dignidade.
Os salários e super- salários são questionados pelos ministros? Quando se concedem aumentos salariais fazem algum questionamento sobre os impactos disso nas contas públicas?
Não se pode esperar justiça e honestidade de instituições burguesas. O máximo que o STF faz é dar roupagem de legalidade às injustiças que comete.

Nilton Carvalho

O trabalhador tem que entender que o STF não é a favor dos trabalhadores e ainda são humilhados, xingados . . . por alguns políticos e nada fazem
Infelizmente esse é o Brasil, por culpa do povo brasileiro, que apesar de passar fome, vive deitado num “berço esplêndido”.

Zé Maria

O que poucos sabem é que a Confederação,
que pediu a Revogação da Lei do Piso
Salarial da Enfermagem, é uma
Entidade Patronal que defende os interesses dos SidicatHospitais

    Zé Maria

    Continuação…

    Essa Confederação Patronal representa os interesses dos Hospitais Privados que lucram Enormidades às custas do Trabalho Abnegado de Enfermeiras e Enfermeiros que com sua Diututna Dedicação salvam a vida de inúmeras pessoas no Brasil inteiro.

    Zé Maria

    Adendo

    Portanto, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7222 foi ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos Hospitais Privados para retirar o direito conquistado por toda Categoria dos Trabalhadores da Enfermagem, não apenas pelos celetistas como também os servidores públicos estatutários concursados que, por sinal, são estáveis, o que, por si só, desmonta o Discurso em Tom Ameaçador dos Empresários do Setor sobre Demissões em Massa.

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