Altamiro Borges: Dilma sofrerá grande desgaste se vetar a regra 85/95 para substituir o fator previdenciário
Tempo de leitura: 5 minVigília nessa terça-feira 16, em frente ao Palácio da Alvorada. Foto: Agência Brasil
Fator previdenciário desgasta Dilma
Por Altamiro Borges, em seu blog
No seu primeiro mandato, o governo Dilma Rousseff negociou com as centrais sindicais mudanças no “fator previdenciário”, criado no reinado de FHC com o objetivo de reduzir as aposentadorias e as pensões e elevar o tal “superávit primário” – nome fictício da reserva de caixa dos banqueiros. A proposta formulada pelo Palácio do Planalto foi exatamente a que instituía a fórmula 85/95, que combina tempo de contribuição e idade, mas a negociação não avançou. Em maio passado, porém, a mesma proposta foi aprovada “no susto” pelo Congresso Nacional. Até o PSDB, criador do monstro, votou no projeto com a nítida intenção de desgastar o governo. Diante desta sinuca de bico, Dilma ameaça agora vetar a nova regra, o que lhe causará forte desgaste entre os trabalhadores.
Pelos prazos fixados no parlamento, o governo tem até quarta-feira (17) para vetar ou sancionar o projeto. Em reunião com as centrais sindicais, os ministros afirmaram que ainda há uma posição final. Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o resultado das negociações até agora é decepcionante. “O governo não apresentou nenhuma proposta. Os ministros disseram apenas que a presidenta Dilma está ponderando sobre a decisão que vai tomar e que queria ouvir os sindicalistas”. Ele informa que as centrais estão unidas na defesa da regra aprovada no Congresso – que estabelece que para se aposentar, recebendo os proventos integralmente, os trabalhadores devem somar o tempo de contribuição e a idade até atingir a marca de 85, para as mulheres, e 95 para os homens.
O líder sindical não vacila na defesa da nova fórmula: “É essencial que a presidenta sancione o que foi aprovado no Congresso. A regra 85/95 repara parcela dos danos provocados pelo fator previdenciário… O debate sobre as adaptações que precisam ser feitas para garantir o equilíbrio das contas da Previdência Social no futuro deve ser feito a partir da sanção da fórmula 85/95”. Para Vagner Freitas, o próprio governo criou a atual situação de impasse ao editar as medidas provisórias 664 e 665, que restringem o acesso a benefícios previdenciários, seguro-desemprego e abono salarial. Caso a presidenta vete o projeto, o presidente da CUT garante que as centrais sindicais estarão unidas e realizarão protestos em todo o país.
No mesmo rumo, Wagner Gomes, secretário-geral da CTB, é taxativo: “As centrais esperam que a presidenta Dilma não vete o 85/95. Não abrimos mão desta nova regra. Essa proposta ainda não é a ideal, mas o veto só pioraria a situação dos trabalhadores que estão pagando o pato com as medidas lançadas neste ano, como a 664 e a 665. Queremos que o governo sancione o projeto e mantenha a negociação. Vamos realizar vigílias em Brasília em defesa do 85/95 e não desistiremos da briga contra as injustiças do fator previdenciário, criado por FHC e mantido por Dilma”. Sobre o fantasma da crise da Previdência, ele retruca: “Ela é superavitária e não as centrais que afirmam isto, mas sim o IBGE. O problema é que o governo usa seus recursos para cobrir outras despesas”.
A pressão para que a presidenta Dilma sancione a fórmula 85/95 não parte apenas do sindicalismo. No seu próprio partido, vários dirigentes e parlamentares têm defendido uma maior flexibilidade do Palácio do Planalto. Segundo o senador Paulo Paim (PT-RS), “o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o fim do fator previdenciário, em conversa recente comigo e com o presidente da CUT. Ele disse que cada um deveria votar com sua consciência e que não havia nada no estatuto do PT que dissesse que eu deveria votar contra a minha consciência e contra os trabalhadores’”, afirmou ao Estadão quando da votação do projeto no Senado. Apesar da pressão, porém, a presidenta em sua teimosia tecnocrática tende a vetar o projeto. O desgaste político será grande!
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Fator previdenciário e o oportunismo
Por Altamiro Borges, em seu blog
No embate em curso sobre o fator previdenciário, o PSDB é o único partido que não tem moral para falar qualquer coisa. Tudo o que disser sobre o assunto será puro cinismo. Afinal, a atual regra que penaliza milhões de aposentados e pensionistas foi imposta pelo ex-presidente FHC. Ela golpeou antigos direitos dos trabalhadores com o único objetivo de elevar o superávit primário – nome fictício da reserva de caixa para pagar juros aos banqueiros. Na campanha do ano passado, Armínio Fraga, anunciado previamente como o “tzar da economia” do cambaleante Aécio Neves, chegou a pregar maior arrocho na Previdência. Derrotados no pleito, os tucanos agora apostam no “quanto pior, melhor” e até votaram pela mudança no fator previdenciário. Baita oportunismo!
A própria Folha, que ama tanto os tucanos, criticou o “populismo” do PSDB. Em editorial publicado em 29 de maio, o jornal argumentou: “Por legítimas que sejam as críticas quanto à irresponsabilidade do primeiro governo Dilma Rousseff (PT) no manejo das contas públicas, e por mais diversas que se afigurem as alternativas hipotéticas aos cortes e ajustes, era necessário que o Legislativo os aprovasse – e a maioria terminou cedendo a esse imperativo. Não foi o que aconteceu, porém, com o PSDB. O partido de Aécio Neves – que sem dúvida teria encaminhado propostas de austeridade semelhantes caso eleito para a Presidência – negou seus votos para o ajuste. Reeditou, com isso, a atitude que tanto criticava no PT de outros tempos: a tática do ‘quanto pior, melhor’”.
A urubóloga Míriam Leitão, em comentário na CBN – a rádio que toca mentira –, também criticou o voto na regra 85/95. “Depois da Câmara, foi a vez do Senado aprovar o fim do fator previdenciário. O governo errou na negociação com o Congresso e foi chamado para conversar sobre o assunto. Ele vai ter que propor algo no lugar. O fim do fator entrou como emenda à MP-664… Sem o mecanismo, o déficit da Previdência aumentará rapidamente”. Ela inclusive adverte que a nova regra nem afetará o governo Dilma. Nos dois primeiros anos, até ocorreria corte de gastos, já que as pessoas adiariam a aposentadoria para garantir o benefício integral. Daí a sua crítica indignada, sem mencionar o PSDB, “à demagogia dos políticos que coloca em risco o futuro do país”.
Cálculos do próprio governo confirmam esta leitura. Segundo estudos, o custo da nova regra só se tornará “insuportável” para os futuros governos. “Em 2025, as projeções indicam que os gastos da Previdência aumentariam em R$ 33 bilhões. Em 2030, subiriam R$ 78 bilhões. Já em 2060, chegariam a um nível que, alertam técnicos, seria ‘insuportável’: um gasto adicional na casa de R$ 3,2 trilhões. A fórmula aprovada pelo Congresso pode ser benéfica para quem vai se aposentar no curto prazo, mas quebra a Previdência Social no longo prazo… Segundo eles, seria ‘cômodo’ para a presidente não vetar o dispositivo, mas ela tem ‘compromisso com as gerações futuras”, apontou o Estadão, também indignado com a posição “populista” e “demagógica” do PSDB.
Até o vaidoso criador do fator previdenciário, o ex-presidente FHC, criticou a incoerência de seus servos. Diante de tantas bordoadas, alguns caciques tucanos até tentaram justiçar o voto. “O PSDB foi coerente com o que Aécio pregou na campanha. O fator nasceu para equilibrar a previdência num momento de transição. Ocorre que o PT foi incapaz de promover reformas desde que chegou ao poder”, alegou, na maior caradura, o deputado Marcos Pestana (MG). Já o deputado João Campos (GO) foi mais sincero: “É óbvio que houve o componente político, de colocar o governo Dilma em saia-justa”. No mesmo rumo, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), festejou: “Provocamos a derrota do governo”. Haja oportunismo e cinismo dos tucanos!
Comentários
italo
Achacadores no Congresso Nacional criam saia-justa para Presidente todo dia, sem compromisso com o Brasil. A bomba vai estourar na população, nos aposentados principalmente, mas os achacadores ganham agora e o povo que se vire para tentar reverter o que estão apoiando por orientação do PIG.
Enrico
Simples assim: Dilma veta o aprovado e lança todas as centrais sindicais nos braços dos oportunistas do Congresso, a começar pelo Cunha. Cria-se uma santa aliança. Vá fazer política assim lá na casa do pasmado. Isto mostra que suportar tortura, e ter boas intenções, nem sempre é sinônimo de inteligência política.
Cláudio
:
Ouvindo A Voz do Bra♥S♥il e postando: * 1 * 2 * 13 * 4 *************
Um poema (acróstico) para Dilma Rousseff, a depenadora de tucanus :
.
D uas vezes contra o espectro atro
I nscreveu já seu nome na história
L utando contra mídia venal & Cia e seu teatro
M ulher forte de mais uma vitória
A deixar tucanus na ó-posição de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! DE QUATRO ! ! ! !
.:.
D ilma, coração valente,
I magem de todo o bem em que se sente
L ivre o amor maior pela brasileira gente
M uito humana e inteligente
A PresidentA do nosso Lula 2018 de novo Presidente
.:. Ley de Medios Já ! ! ! ! Lula 2018 ! ! ! !
Edgar Rocha
Me desculpem pela intromissão, mas gostaria de sugerir que reproduzissem a matéria recente da Carta Capital sobre o PCC, pra que fosse comentada aqui no Viomundo. Lá é impossível. A gente comenta e não vai a público. Tenho certeza que é de interesse político e social. Obrigado.
Ricardo
se Dilma vetar, será o seu suicídio político.
veremos o quanto ela é pragmática.
ou o quanto é cabeça-dura.
cordialmente
Ricardo
Ricardo
como eu mesmo achava, ela é incompetente política mesmo. que burrada !!!!
vetou, e entregou as centrais nas mãos da oposição.
pra quem falou as abobrinhas que ela falou no programa de jô soares, não dava pra esperar nada diferente mesmo. os petistas clássicos estão todos tomando lexotan pra não morrer de enfarte. e Lula viu a besteira que fez a indicando.
dilma é um cavalo de tróia que deram ao PT.
Ricardo
Nelson
Eu sigo com a minha convicção.
–
O PT tem a obrigação moral de acabar com o fato previdenciário. E sem colocar no seu lugar qualquer dispositivo amenizador da espoliação imposta por FHC ao trabalhador brasileiro.
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O 85/95 é apenas um paliativo.
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É sabido que a Previdência Pública é superavitária. Portanto, não há porque estar podando direitos dos trabalhadores. Podar direitos é coisa de neoliberal que só quer abrir espaços para que o grande capital empilhe lucros cada vez maiores.
Lukas
FHC foi massacrado pelos petistas quando criou o fator previdenciário.
Pergunta nº 01: por que em mais de 13 anos de governo petista ele não foi cancelado?
Pergunta nº 02: por que Dilma não sanciona logo isto, já que a bomba vai estourar lá adiante e ela não será mais presidente? Sanciona, sai pra galera e lá na frente o país que se vire.
Pedro
Aposto que veta…
Julio Silveira
Nesses momentos lembro o que disse o prof. Linconl Secco sobre o PT e sua escolha por conciliação permanente. E chego a conclusão que foi o proprio PT que botou o guizo no gato da Dilma, vulnerabilizando seus defendidos.
Para mim, e tenho dito, um partido politico feito de pessoas com o histórico que alguns tem, de luta, conhecedores que deveriam ser da propria história do país, jamais poderiam se revelar ingenuos, pelo bem de seus próprios seguidores.
mineiro
ta na cara , o pt rachou sim , é tudo conversa fiada de dizer que o pt esta unido com essa asquerosa traidora dos quintos dos infernos. para nos eles dizem isso , mas na verdade nem o pt ta aguentando essa maldita fhc de saias. se todos tivessem unidos com essa maldita , nao tinha nenhum parlamentar falando alguma coisa esse desgoverno dessa maldita. a verdade é que ate o lula ta vendo que essa traidora vai comprometer campanhas futuras desse partido bundao. ta na cara tudo isso.
Julio Silveira
Calma mineiro, olha a pressão. Rsrsrs.
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