Altamiro Borges: 74% condenam financiamento empresarial de campanha

Tempo de leitura: 2 min

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E então, Gilmar?

Maioria rejeita doação empresarial

Por Altamiro Borges, em seu blog

As pesquisas de opinião pública, realizadas por lucrativos institutos privados, não são neutras. Elas servem a interesses políticos e econômicos. Antes da votação da redução da maioridade penal, várias sondagens foram publicadas reforçando a ideia de que a maioria da sociedade é a favor desta medida.

Este foi um dos argumentos usados por Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, para dar a sua segunda “pedalada regimental” e para garantir sua aprovação. Já nesta segunda-feira (6), o Datafolha divulgou uma pesquisa que comprova que a maioria dos brasileiros é contra as doações empresariais para as campanhas eleitorais.

Por que ela não foi feita antes da primeira “pedalada” do lobista da Congresso, que garantiu a manutenção deste expediente que corrompe a democracia brasileira?

Segundo a pesquisa, 74% dos entrevistados são contrários ao financiamento empresarial de partidos e políticos. Apenas 16% são favoráveis a esses repasses, enquanto 10% não opinaram.

O Datafolha ouviu 2.125 entrevistados, entre os dias 9 e 13 de junho, em 135 municípios de todas as regiões do país. “Entre os pesquisados, 79% avaliou que a corrupção é estimulada por doações de empresários para o financiamento de campanhas – sendo que 12% não apontam relação, 3% acreditam que ele combate a corrupção e 6% não tem opinião formada a respeito”, relata a reportagem da Folha.

A sondagem foi encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que é contra as doações privadas e já ingressou com processo no Supremo Tribunal Federal (STF) pela rejeição da “pedalada” de Eduardo Cunha.

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Para o presidente da entidade, Marcus Vinicius Furtado Coelho, a pesquisa revela que os brasileiros desejam o fim do financiamento privado. “As suspeitas sobre a origem do dinheiro que abasteceu campanhas, conforme as delações premiadas da Lava Jato, reforçam a necessidade de mudanças no sistema eleitoral brasileiro. O atual sistema contém brechas que permitem a eventual ‘legalização’ de recursos ilícitos através de doações formais a campanhas eleitorais”.

“O mais adequado para limpar o Brasil, além da devida punição de eventuais culpados, respeitada a Constituição e o amplo direito de defesa, é acabar com o investimento empresarial em eleições e tornar crime a utilização do dinheiro não contabilizado, o chamado caixa dois”, conclui o dirigente da OAB.

A entidade é autora de uma ação no STF que pede a inconstitucionalidade de doações privadas para abastecer campanhas. Mas o julgamento da ação foi suspenso há mais de um ano pelo ministro Gilmar Mendes. Caso a pesquisa tivesse sido realizada antes, a manobra do lobista Eduardo Cunha seria mais difícil e as protelações de Gilmar Mendes seriam desmascaradas.

Mas, como já foi dito, não há pesquisas neutras!

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FrancoAtirador

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Entrevista: JOÃO PEDRO STÉDILE
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“As 10 Maiores Empresas Privadas Elegeram 70% do Parlamento.
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Ou seja, a Democracia Representativa Foi Sequestrada Pelo Capital.”
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“O juiz Moro tem se prestado a alimentar
um ódio da classe média contra os petistas,
como se todos estivessem envolvidos com corrupção,
todos fossem culpados, quando o verdadeiro culpado
é o Sistema Eleitoral, que eles não querem mudar”
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(http://www.brasildefato.com.br/node/32389)
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Gerson Carneiro

O Eduardo Cunha chegou a usar o falso argumento de que a decisão favorável era resultado da representação da parcela majoritária da sociedade na pessoa dos deputados. O fato é que não ouviram ninguém. Eles representam eles mesmos.

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