Acompanhe ao vivo os debates sobre as ações da esquerda diante do golpe
Tempo de leitura: 2 minpor Ricardo Musse, especial para o Viomundo
Após a votação que aprovou o afastamento da presidenta Dilma, indagações percorrem pensamentos e conversas dos militantes: o que fazer? A esquerda conseguirá manter a convergência que demonstrou na luta contra o impeachment? Qual a frente de batalha prioritária: a parlamentar, a institucional, as demonstrações da rua? Quais bandeiras devem ser agregadas ao “fora Temer”: eleições diretas ou o retorno da presidenta eleita?
Se não forem dirimidas rapidamente, essas dúvidas e perplexidades tendem a paralisar a ação ou impulsionar movimentos descoordenados e conflitantes. No momento atual, é importante ouvir e dialogar com as principais correntes da esquerda sobre essas e outras questões conexas.
O seminário Caminhos da esquerda diante do golpe inicia-se na USP, no dia 23 de maio e estende-se até o dia 30, perfazendo um total de 12 mesas-redondas.
A primeira congrega sindicalistas da CUT, da CBT, da Intersindical, da Conlutas e da Fenametro.
Na tarde do dia 23, representantes de diversas posições internas do PT devem apresentar seus balanços e perspectivas.
À noite, políticos que assumiram a linha de frente contra o impeachment destacam suas estratégias para os próximos passos da luta.
No dia 24, pela manhã, haverá uma mesa de juristas que não terão como contornar o fato de que nessa instância a esquerda se deparou com um bloqueio que nunca conseguiu contornar.
À tarde a palavra estará com jovens representantes dos coletivos envolvidos nas ocupações que estão mudando a paisagem da escola pública.
A terça no horário noturno conta com a presença dos movimentos sociais que são a espinha dorsal da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo.
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No período matutino do dia 25, economistas discutirão os erros e os acertos da política econômica nos governos de Dilma Roussef e o programa a ser defendido pela esquerda.
À tarde dessa mesma quarta-feira alguns dos maiores especialistas brasileiros em relações internacionais devem ressaltar o papel e os impactos das forças geopolíticas na gestação e consumação do golpe.
Na noite do dia 25, o debate ocorrerá entre os diversos partidos e movimentos que não priorizam a via parlamentar e investem em outras formas de luta política.
Passado o feriado, o seminário retorna na segunda-feira, dia 30, com duas mesas sobre as minorias e a situação dos direitos humanos no Brasil, alvos prioritários da atual constelação golpista.
A noite do dia 30 fecha o evento com um debate congregando alguns dos principais intelectuais públicos do país. Espera-se uma reflexão que leve em conta e discuta as posições postas em cena ao longo do evento.
O seminário é promovido por dois centros de pesquisa da USP, o LeMarx e o GMarx, e conta com o apoio da Fundação Maurício Grabois.
Participam da equipe de organização: Adriana Matos, André Singer, Anouch Kurkdjian, Antônio David, Artur Scavone, Bernardo Ricupero, Caio Vasconcellos, Carlos Pissardo, Cilaine Alves, Felipe Futada, Fernando Rodrigues Frias, Fernando Rugitsky, Fernando Sarti, Gabriel Siracusa, Ilan Lapyda, Jean Tible, Leda Paulani, Matheus Ichimaru, Paula Marcelino, Priscila Figueiredo, Renan Quinalha, Ricardo Kobayashi, Ricardo Musse, Sérgio Cardoso, Ugo Rivetti, Vladimir Safatle e Walter Andrade.
Haverá transmissão ao vivo pela equipe da Mídia Ninja.
Comentários
FrancoAtirador
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Quem tem _Ú tem Medo…
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Jorge Juca
Até agora o evento não teve nada a ver com o que tinha sido anunciado. Achei que ia ouvir Haddad, Rui Falcão, Marco Aurélio Garcia. Vou continuar acompanhando, para verificar se foi algum equívoco, mas se ficar claro que anunciaram uma coisa e fizeram outra, aí é um pouco chato. Eu teria dispensado a doutrinação petista de Luiz Dulci. Dizer que “O PMDB era um partido de centro com ideias de centro quando Lula fez a aliança” é coisa que só um pateta poderia engolir. O PMBD era e é um partido fisiológico sem qualquer traço de ideologia, como todo mundo sempre soube. Eu duvido que o público aí vai cair nesse tipo de conversa.
Julio Silveira
Perfeito. E se seguirem com essa cantilena só terão mostrado que subestimam a inteligência da maioria dos brasileiros. E mesmo a de seus eleitores por uma pretensão equivocada, embotada pelo doutrinamento de boa parte de seus militantes, que os fizeram perder a sua ligação com a realidade.
Julio Silveira
O único caminho que as esquerdas sempre tiveram é o caminho da coerência. Não podem permitir serem manipuladas por dirigentes oportunistas ávidos pelo poder, a qualquer preço. Principalmente pela irresponsabilidade de colocar em risco a credibilidade de seus partidos e de todas as esquerdas, por conseguinte. Como neste últimos anos quando se associaram, por esses interesses, a gente de caráter menos que duvidoso, mas de mau caráter indubitavel.
Não tem outra opção, o Brasil tem perdido muito tempo com o imediatismo de seus líderes, que ao invés de fazerem o combate, o bom combate contra esses elementos perniciosos da política, os fazem parceiros por um ou outro interesse abdicando de suas finalidades históricas de conduzir o país e seu povo a grandeza decantada e desejada. Dão inequívocas demonstrações de miopia política, quando o que se olha é o macro, o país, e seu planejamento de longo prazo quando abdicam de fazer consolidar a cultura cidadã e cívica, deixando de nivelá-la a de países que costumamos reverenciar. Sem permitir que sem que façamos qualquer análise comparativa, critica, da construção histórica desses países em relação ao nosso tão aviltado e colonizado, historicamente. Que vem sendo conduzido assim premeditadamente, geração após geração, por interesses menores, impatrioticos, contidos na cultura das oligarquias nacionais. Seguimos ainda olhando a periferia, quando devíamos olhar a fundo nossos exemplos, aprofundar a observação e concluir sobre a necessidade de uma mudança cultural urgente neste país. Cegamente temos sido conduzidos, independente de ideologias que são usadas por espertalhões, para manter o Brasil cativo desse ranço de atraso que nenhum benefício real trás para a cidadania e nem mesmo para a pátria e as esquerdas que chegam ao poder tem seguido bovinamente a ordem cultural dominante e perniciosa.
Cídio
Está sem som a transmissão ao vivo.
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