69% dizem que o Brasil está em declínio, 12% acima da média mundial
Tempo de leitura: 3 minCom Bolsonaro, miséria no País atinge recorde histórico
“Índice de miséria” atinge patamar histórico em maio, e continuará subindo enquanto inflação e desemprego permanecerem em alta.
Criado pelo economista americano Arthur Okun como um “termômetro social” para medir a satisfação da sociedade com a economia, o “índice de miséria” do Brasil atinge patamares recordes sob Jair Bolsonaro e seu ministro-banqueiro Paulo Guedes.
O cálculo, realizado pela LCA Consultores para o portal G1, aponta que o indicador renovou recorde histórico, chegando a 23,47 pontos em maio.
A consultoria estima que o índice continuará piorando em junho, julho e agosto. Dada a expectativa de alta da inflação em 12 meses, somada a taxas de desemprego crescentes, os economistas preveem uma subida do indicador a 24,28 pontos ao fim desses três meses.
O comportamento do indicador a partir de setembro dependerá dos dois fatores: inflação e desemprego.
O índice de miséria agrega o percentual de desempregados medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A equação formulada a partir dos indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mede a relação básica entre a queda da renda e o aumento do custo de vida.
A razão para o uso do INPC em vez do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a “inflação oficial” do país, é que ele retrata melhor a cesta de consumo de famílias de renda mais baixa.
A população-objetivo do INPC é moradora de área urbana e tem rendimentos de 1 a 5 salários mínimos.
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Mesmo que os níveis de emprego apresentem alguma recuperação nos próximos meses, os preços da energia elétrica, combustíveis e alimentos puxarão a inflação por tempo indeterminado, acreditam os pesquisadores.
Outro item a ser considerado são os bens industriais.
Como há escassez internacional de insumos para produção, a pressão sobre os preços ao consumidor é instantânea.
“Além de choques mais persistentes, há uma retomada por vir do setor de serviços que pode trazer mais inflação. Muitas empresas fecharam e há uma necessidade de repasse de custos por parte de quem sobrou”, afirma Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores, à reportagem, que apresentou a história de três personagens para corroborar os números da pesquisa.
Outra pesquisa, de opinião, divulgada recentemente é a Broken-System Sentiment (Sentimento de Sistema Quebrado) in 2021, realizada pela Ipsos.
A sondagem, realizada em 25 países, mensura a visão das populações global a respeito de suas instituições políticas. Nela, os brasileiros têm uma percepção negativa acima da média mundial.
País em declínio
Mais de dois terços (69%) dos mil brasileiros entrevistados afirmam que o país está em declínio, o maior índice observado entre todos os países.
São 12 pontos percentuais acima da média mundial de 57% de pessoas que têm a percepção de viver em países em declínio.
Além disso, 72% dos brasileiros disseram acreditar que a sociedade do país está “falida”. A média global, nesse caso, é de 56%.
“A crítica (às instituições políticas) é generalizada ao redor do mundo, mas não de forma tão aguda quanto no Brasil”, afirmou Helio Gastaldi, porta-voz da Ipsos, à BBC News Brasil.
“É um sentimento que persiste e que coincide com o que notamos em outros estudos e pesquisas que fizemos para clientes, em que se percebe hoje no Brasil um sentimento de decepção e insegurança. Passa uma ideia de grande preocupação com o futuro.”
Sintoma da desesperança, 74% dos brasileiros entrevistados disseram concordar com a frase “o Brasil precisa de um líder forte para retomar o país dos ricos e poderosos”. Um índice menor, mas igualmente alto (61%) de brasileiros afirmou que “para consertar o país, precisamos de um líder forte, disposto a quebrar as regras”.
“Isso reforça o discurso populista de que as instituições não servem e de que tem de vir alguém de fora para consertá-las — um remédio que a gente já sabe que não funciona”, conclui Helio Gastaldi, para quem os números refletem um certo saudosismo da ditadura militar, ou melhor, “uma visão nublada e incorreta desse período como sendo um de mais ordem ou de menos corrupção”.
Comentários
Zé Maria
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2021/08/15/otan-estima-que-solucao-politica-no-afeganistao-e-mais-urgente-do-que-nunca.htm
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2021/08/15/otan-estima-que-solucao-politica-no-afeganistao-e-mais-urgente-do-que-nunca.htm
https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2021/08/15/interna_internacional,1296020/otan-estima-que-solucao-politica-no-afeganistao-e-mais-urgente-do-que-nunc.shtml
Curiosidade Geopolítica na Guerra Híbrida:
A “Solução Política” da OTAN no Afeganistão é de quantos Megatons?
Zé Maria
São os Neoliberais da Terceira Via
que estão mandando na Economia.
.
“A terceira via é um assédio moral contra o povo.”
https://twitter.com/MarciaTiburi/status/1426633040646787081
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